Exemplo a ser seguido

Como a TV influencia negativamente você, sua família e seus filhos

O garoto chega da escola voando em direção ao controle remoto. Deixa pelo caminho mochila, tênis, roupas e outros objetos. Lá está ele esparramado no sofá, entretido com a programação. Cumprimentar os circunstantes, nem pensar. E ali fica indefinidamente, deixando para trás as obrigações. Se alguém cosegue tirá-lo de lá, o mau humor e o tamanho do “bico” pesam tanto que mal consegue se arrastar vagarosamente entre as tarefas.

A TV E A CRIANÇA

Entre os transtornos infantis mais frequentemente relacionados à televisão, podem ser citados os seguintes:

– Problemas de sono

 Medo

 Perda da Concentração

– Ansiedade

 Obesidade

 Reações violentas e agressivas (devido à imitação das cenas que aparecem na televisão)

Quando o meu filho estava com cinco anos, notei nele um comportamento agressivo e rebelde que destoava do habitual. Buscando entender a causa, analisei muitas situações, quer de casa, quer da escola, e após algum tempo pareceu-nos estar relacionado com a programação infantil da televisão. Eu precisava mudar seus hábitos e os programas que ele via. Mas como fazer isso, se ele ficava aos cuidados de terceiros uma boa parte do dia? Foi aí que surgiu a idéia. Tiramos de sintonia os canais com as programações suspeitas e deixamos apenas aqueles que nos pareciam adequados. Após as reclamações iniciais, ele se adaptou a programação disponível e, em alguns meses, o comportamento voltou ao ormal. Durante muito tempo, a TV ficou assim – para ele e para toda a família.

Outro fenômeno mais recente chamou a atenção: Em alguns períodos, a TV exibe simultaneamente o mesmo conteúdo em todos os canais. Como às vezes a programação não interessava a ninguém da família, a TV era desligada. E o que acontecia nesses momentos sem TV é que a família se reunia, conversava, convivia de uma forma gostosa. Foi assim que notei qão raros eram esses momentos. Houve um tempo em que as famílias tinham com mais facilidade um convívio saudável, onde se construía um forte vínculo entre as pessoas.

TECNOLOGIA AMBIVALENTE

A televisão brasileira começou no ano de 1950, mais precisamente em 18 de setembro. Foi nesse dia histórico que a TV Tupi fez a primeira transmissão. No momento da inauguração, uma cãmera queimou e isso causou um atraso de 90 minutos no ínicio das transmissões. Hoje, a televisão está presente em mais de quarenta milhões de lares em todo o Brasil. Só um equipamento doméstico supera esta presença: o fogão.

Para muitos pais, a televisão funciona como babá eletrônica. Após um dia exaustivo entre trânsito, chefe, clientes e outra centena de problemas, os pais ainda são solicitados pelos filhos. Parece que a paz só existe quando eles estão entretidos com a TV ou o computador. A TV é, ao mesmo tempo, útil e prejudicial.

Os computadores são mais recentes. Foi em julho de 1980 que a IBM lançou o primeiro PC (abreviação em inglês de computador pessoal). A interet já existia desde a década de 1970 para fins militares, migrando a seguir para grandes universidades. No entanto, foi entre 1989 e 1991 que o inglês Tim Berners-Lee inventou o World Wide Web (www) e popularizou a rede.

O forte desejo das crianças de assistir a todos os programas de televisão vem sendo estimulado indiretamente por muitos pais. Para isso, basta não interferir na vontade dos filhos. Sem dúvida, a televisão traz programação adequada à curiosidade e interesse das crianças. Isso a torna o meio de comunicação mais apreciado e disputado entre os familiares. Alguns psicólogos alertam para o fato de que as crianças se espelham no comportamento dos adultos. E muitas vezes estes são escravos da TV e não escondem seu amor pelo aparelho.

Por outro lado a tarefa de educar está cada vez mais difícil, quer em casa, quer na escola. Alguns pais e professores não estão preparados para enfrentar assuntos polêmicos com as crianças. Os programas infantis mostram frequentemente comportamentos inseguros e inconsequentes. Enquato na escola as crianças são orientadas, em casa a TV pode anular o que aprenderam.

Alguns pesquisadores informam que mais da metade do tempo livre das crianças é gasto em frente à televisão. Em média, são duas horas e meia por dia durante a semana, e esse tempo aumenta no sábado e domingo. Não é difícil encontrar aqueles que ficam seis ou mais horas por dia assistindo à TV. Inclua-se aqui o tempo em jogos eletrônicos, computador e internet.

AGRESSIVIDADE

Em estudo recente divulgado na publicação Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine, pesquisadores turcos observaram que o tempo prolongado em frente à televisão, a inatividade e o isolamento social podem estar contribuindo para aumentar o comportamento agressivo das crianças.

Uma entrevista publicada na revista Pediatrics identificou que as crianças em idade pré-escolar tendem a desenvolver deficiência de atenção proporcional ao tempo passado em frente da TV. Para cada hora diária assistindo televisão, as chances de problemas de atenção crescem em 10%. O estudo, feito entre crianças de 1 a 3 aos, sugere que a TV pode ser superestimulante. Os problemas relatados pelos pais das crianças pesquisadas envolviam dificuldade de concentração, hiperatividade e facilidade em se confundir.

Um fato pouco divulgado ocorreu no dia 16 de dezembro de 1997 no Japão. Enquanto era exibido o desenho Pocket Monster, várias crianças qeue assistiram tiveram crise convulsiva simultaneamente. Muitas possibilidades foram levantadas. Em um trabalho publicado na revista americana Epilepsia (abril de 2004), alguns pediatras japoneses relatam o acompanhamento de 103 dessas crianças, sendo que nem antes nem depois foi encontrado qualquer indício de doeça. Isso fortalece a idéia de que as crises de epilepsia foram realmente induzidas pelo referido desenho.

Valdemar Setzer, professor de Ciências da Computação da Universidade de São Paulo, diz: “Em termos de comportamento, pode-se afirmar que os jogos eletrônicos tem como consequência a desumanização e a mecanização do ser humano. O jogador é reduzido às reações típicas de animais reagindo a um estímulo exterior.”

Estudos publicados nos Estados Unidos confirmam a opinião do professor. A violência na TV estimula comportamentos agressivos em crianças predispostas ou criadas em ambientes hostis e induz à imitação, influenciando a construção dos valores.

Os transtornos relacionados à televisão mais frequentemente observados em crianças são: Problemas de sono, medo, reações violentas e agressivas (como resultado da imitação das cenas que aparecem na televisão), perda da concentração, ansiedade e obesidade.

Miguel Valdívia, jornalista da AreaSalud (Chile), faz o seguinte comentário: “É interessante a postura autocríticada criançada, como enfoca o livro Cinco Pesquisas sobre Violência e Televisão, onde 85% delas consideram que os programas de televisão são cada vez mais violentos e 78% manifestaram-se preocupadas por essa violência. Os programas que aparentemente mais influenciam no comportamento dos pequeos são as telenovelas.” Uma enquete naquele país mostrou que quase 100% das crianças assistiam às novelas. As conversas dos baixinhos nas escolas giram em torno dos seriados de TV. Isso tem levado pais e educadores a questionar se é esse o tipo de educação que desejamos para as crianças.

Muitas vozes estão se levantando a respeito da qualidade das programações na TV. Veja, por exemplo, este comentário extraído da internet: “Se a programação não agrada, a solução está a um botão de distância. é só procurar um outro canal. E se mesmo assim não encontrar um programa melhor, desligue e crie uma atividade mais interessante para seus filhos. Devemos proporcionar aos nossos filhos espaço de convivência dentro de casa, onde possam observar o pai, a mãe eos avós fazendo outra coisas, a não ser assistindo passivamente à televisão, ensiná-los a entender o que estão assistindo e criticar o que vêem ou ouvem. Isso não depende de portaria do governo” (www.filhosonline.com.br).

Outro comentário diz: ” a televisão é uma arte, complementada de vários produtos. A TV é: sexo, comércio, educação, cultura, discriminação, informação, esporte, mentira e verdade, honestidade e corrupção, decência e pornografia, formadora e manipuladora, enfim, a TV nos ajuda ou não?” (http://tvbahia.ibaia.globo.com).

USO CRÍTICO

Em certo sentido o computador, a televisão e o videogame são recursos tecnológicos neutros. É a maneira que a sociedade os usa que torna seus efeitos positivos ou negativos. É dever da sociedade aproveitar os recursos positivos dessas tecnologias e, se possível, restringir seus efeitos negativos. Os adultos devem ajudar as crianças a ampliar os horizontes para além da televisão, dos jogos eletrônicos e dos computadores. Eles devem acompanhar o crescimento e o desenvolvimento da criança, servindo como apoio e referência, apontando o que é certo e o que é errado, colocando limites.

Convém lembrar a importância das brincadeiras para as crianças. Este pode ser um caminho divertido e saudável. Nas palavras de um especialista em psicanálise infantil da USP, “pelo brincar a criança traduz simbolicamente fantasias, desejos e experiências vividas”.

A solução não está em simplesmente proibir as criaças de assistirem à TV. É importante explicar que a TV traz pouca aprendizagem válida. É muito cômodo ligar a TV e “livrar-se” da responsabilidade de ajudar as crianças a se desenvolverem. Mas esse não é o melhor caminho para educá-las.

EXCESSO DE TV

Veja quais são os principais males causados pelo excesso de TV, segundo matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo:

Cognição – A TV limita a imaginação por não exigir esforço das funções cognitivas. Pode causar empobrecimento psicossocial e levar as crianças a confundir o real com o irreal.

Depressão – Isolamento, uso de álcool, fumo e agressividade predominam em telespectadores viciados, em comparação a telespectadores moderados.

Consumo – Os telespectadores ( em especial os novos ) geralmente são tentados pela TV a adquirir hábitos consumistas, por causa das propagandas constantes.

Epilepsia – Em alguns casos, a exposição às luzes intermitentes dos raios catódicos pode provocar acessos de epilepsia, como ocorreu em 1997 no japão, durante a exibição do desenho Pokémon.

Funções Cerebrais – Vista por mais de 20 horas semanais, a TV pode danificar as funções lógico-verbais do lado esquerdo do cérebro.

Leitura – Telespectadores assíduos tendem a ler mais vagarosamente do que usuários moderados.

Obesidade – Mulheres adultas que assistem à TV por mais de três horas por dia são mais pesadas (30%) do que as que vêem menos de uma hora diária. Já os homens, tem o dobro de tendência à obesidade do que os que não fazem da TV um hábito compulsivo.

Percepção – Diante da TV, os olhos ficam quase imóveis e desfocados, na tentativa de captar a totalidade da imagem na tela. Essa prática em excesso pode enfraquecer ou inibir a capacidade de observação do que está ao redor do objeto focado.

Postura – Quanto mais tempo diante do aparelho, mais relaxada é a postura do telespectador. Resultado: coluna e articulações são prejudicadas.

Sexo – A TV pode interferir na relação sexual do casal. No caso das crianças, pode estimular a sexualidade precoce.

Sono – O hábito de ver televisão à noite retarda a ida para a cama, o que pode ser prejudicial para quem tem de acordar cedo. Dormir com o aparelho ligado impede que se atinja o estado de sono profundo, fundamental para manter o equilíbrio orgânico.

Relações Sociais – A TV pode afastar a pessoa do convívio familiar e dos amigos, criando isolamento social. É um canal de fuga da realidade.

Autor: Marco Aurélio Bussacarini

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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