Guia dos pais para a sociabilidade

Influências quase esmagadoras

A má influência em torno de nossos filhos é quase avassaladora; ela lhes está corrompendo a mente e arrastando-os à perdição. O espírito da juventude é naturalmente inclinado à leviandade e, nos verdes anos, antes de o caráter estar formado e o discernimento amadurecido, manifestam freqüentemente preferência pelos companheiros que exercerão nociva influência sobre eles.

Pudesse minha voz alcançar todos os pais através de todo o país, e eu os advertiria a que não cedessem aos desejos dos filhos, na escolha de seus companheiros ou colegas. Em geral, os pais não se dão conta de que as impressões prejudiciais são muito mais bem recebidas pelos jovens do que as impressões divinas; por isso, suas associações devem ser as mais favoráveis para o crescimento na graça e para que a verdade revelada na Palavra de Deus possa ser estabelecida no coração.

Sejam os jovens postos em meio das circunstâncias mais favoráveis possíveis, pois os companheiros que escolherem, os princípios que adotarem, os hábitos que formarem, decidirão a questão de sua prestatividade aqui e de seus interesses futuros e eternos, com uma exatidão infalível.

O perigo da liberdade ilimitada

Pais, seus filhos não estão convenientemente protegidos. Jamais devem obter permissão para sair e voltar quando desejarem, sem seu conhecimento e permissão. A irrestrita liberdade que se confere às crianças nesta época já se demonstrou ser a ruína de milhares. A quantos se permite ficar nas ruas à noite, e os pais se contentam em ignorar os companheiros de seus filhos! Não raro são escolhidos companheiros cuja influência tende unicamente para a desmoralização.

Sob a proteção da noite, rapazes se reúnem em grupos para aprender suas primeiras lições em jogos de cartas, de azar, e para fumar e beber vinho ou cerveja. Filhos de pais religiosos se arriscam a entrar em bares para petiscar ou para qualquer outra extravagância semelhante, e assim colocam-se no caminho da tentação. A própria atmosfera desses ambientes está impregnada de blasfêmia e pecado. Ninguém pode permanecer por muito tempo aí sem se corromper. É em virtude de tais associações que jovens promissores estão se tornando embriagados e criminosos. É preciso guardar-se contra as próprias fontes do mal. Pais, a menos que saibam que o ambiente é próprio, não permitam que os filhos saiam à rua depois de cair a noite a fim de se empenharem em competições esportivas ao ar livre ou para se encontrarem com outros rapazes com o propósito de se divertirem. Se essa regra for rigidamente imposta, a obediência se tornará habitual, cessando o desejo de extravagâncias.

Escolher as companhias

Devem os pais lembrar-se de que a associação com os que têm moral frouxa e caráter vulgar, exerce influência perniciosa sobre os jovens. Se deixam de escolher para seus filhos companhia conveniente, se permitem que se associem com jovens de moral duvidosa, colocam-nos ou permitem que eles se coloquem em uma escola em que são ensinadas e praticadas lições de depravação. Podem achar que seus filhos sejam bastante fortes para resistirem à tentação; mas como poderão estar certos disso? É muito mais fácil ceder a más influências, do que a elas resistir. Antes que se apercebam disso, podem seus filhos tornar-se imbuídos do espírito de seus companheiros, e degradar-se ou arruinar-se.

São grandemente aumentados os perigos da juventude, ao serem os jovens lançados na sociedade associando-se a grande número de adolescentes de sua idade, diferentes em caráter e hábitos de vida. Sob tais circunstâncias, muitos pais se inclinam mais a afrouxar do que a redobrar seus esforços para guardar e reger os filhos.

Em espírito de oração, unidos, pais e mães devem assumir a solene responsabilidade de guiar retamente os filhos. Ainda que tenham de negligenciar outras coisas, não devem jamais deixar seus filhos a errar livremente nos caminhos do pecado. Muitos pais permitem que os filhos saiam e façam o que desejam, divertindo-se e escolhendo más companhias. No juízo, esses pais saberão que seus filhos perderam o Céu porque não foram conservados dentro das restrições do lar.

Onde passam a noite?

Todo filho e filha deve ser chamado a dar explicações quando se ausentar de casa à noite. Os pais devem saber em que companhia estão os filhos e em que casa passam eles os serões. Alguns filhos enganam os pais com mentiras, a fim de ocultar seu errado procedimento.

A erva má predomina

Pais e mães muitas vezes deixam os filhos escolher seus próprios entretenimentos, seus companheiros e sua ocupação. O resultado é aquele que razoavelmente se poderia esperar. Se deixar um campo sem cultivar, crescerão nele espinhos e mato. Jamais se verá ali uma delicada flor ou um arbusto primoroso apontando acima das ervas más e de mau aspecto. A sarça inútil cresce viçosa sem trabalho ou cuidado, ao passo que as plantas valiosas ou próprias para uso ou enfeite, exigem intenso cuidado. Assim é com nossos jovens. Se desejamos formar hábitos corretos e estabelecer retos princípios, há uma importante obra a ser feita. Se queremos corrigir hábitos errôneos, é preciso agir com diligência e perseverança.

Discernimento dos pais

Pais, resguardem os princípios e hábitos de seus filhos como a menina dos olhos. Não permitam que se associem com qualquer pessoa cujo caráter não conheçam bem. Não consintam que tomem intimidade antes que estarem certos de que isso não lhes fará mal. Acostumem os filhos a confiar no discernimento e experiência dos pais. Ensinem-lhes que os pais têm percepção mais clara do caráter, do que eles em sua inexperiência podem ter, e que suas decisões não devem ser desatendidas.

Firmeza com bondade

Não devem os pais ceder às inclinações de seus filhos, mas seguir o caminho claro do dever que Deus traçou, restringindo-os com bondade, negando com firmeza e determinação, mas também com amor, no que respeita a seus errôneos desejos, guiando com oração fervorosa e perseverante esforço os seus passos do mundo para o Céu. Os filhos não devem ser deixados a vagar pelos caminhos a que estão acostumados, a penetrar nas avenidas que se abrem por todos os lados, afastando-se do caminho reto. Ninguém está em tão grande perigo como os que não reconhecem qualquer perigo e não têm a paciência da cautela e do conselho.

Protejam os filhos de toda influência objetável possível; pois, na infância, eles são mais susceptíveis para receber impressões, seja de dignidade moral, de pureza e docilidade de caráter, seja de egoísmo, impureza e desobediência. Uma vez influenciados pelo espírito de murmuração, orgulho, vaidade e impurezas, e a nódoa poderá ficar indelével pelo resto da vida.

É em virtude da fraca educação do lar que os jovens são tão pouco dispostos a se submeterem à devida autoridade. Eu sou mãe. Sei o que estou dizendo quando afirmo que os jovens e as crianças não estão apenas mais seguros porém mais felizes sob salutar restrição do que quando seguem suas próprias inclinações.

Demasiada liberdade

Alguns pais se enganam em dar a seus filhos demasiada liberdade. Têm, por vezes, tanta confiança neles, que não lhes vêem as faltas. É errado permitir às crianças, com certa despesa, que façam visitas à distância sem estar acompanhadas dos pais ou de um responsável. Isso tem um mau efeito sobre elas. Chegam a pensar que são de muita importância, e que lhes pertencem certos privilégios, e caso estes lhes não sejam concedidos, acham que estão sendo tratadas injustamente. Referem-se a crianças que vão para lá e para cá, e têm, muitas regalias, ao passo que elas as têm tão poucas.

E a mãe, receando que os filhos a julguem injusta, satisfaz-lhes os desejos, o que se demonstra afinal grandemente nocivo para eles. Visitantes jovens, não tendo sobre si os olhos vigilantes dos pais para ver e corrigir suas faltas, recebem muitas vezes impressões que levará meses para apagar.

Conselhos imprudentes

Mantenha seus filhos no lar; e se alguém disser: “Assim seus filhos não aprenderão como se conduzir no mundo”, diga a seus amigos que você não está preocupado com o assunto, mas que deseja levá-los ao Mestre em busca de Suas bênçãos, tal como as mães do passado fizeram. Diga a seus conselheiros: “Os filhos são a herança do Senhor, e quero mostrar-me fiel à tarefa que me foi confiada. … Meus filhos devem ser criados de maneira que não sejam abalados pelas influências do mundo, mas possam, quando tentados a pecar, dizer um forte e sincero não.” Diga a seus amigos e vizinhos que espera ver seus filhos dentro dos muros da bela cidade.

Fortes provas

Os filhos devem ser instruídos e educados de maneira que possam calculadamente enfrentar dificuldades, tentações e perigos. Devem ser ensinados a manter controle sobre si mesmos e a vencer de forma tranqüila as dificuldades; e não se precipitarem voluntariamente para o perigo, nem se colocarem desnecessariamente no caminho da tentação; evitarem más influências e o convívio dos viciosos, e se forem, então, compelidos inevitavelmente a estar em companhias perigosas, terão resistência de caráter para ficar firmes ao lado do direito e conservar os princípios, e sairão, no poder de Deus, com sua moral imaculada. A força moral dos jovens que forem devidamente educados, pondo eles em Deus sua confiança, estará à altura de resistir à mais forte prova.

Ellen G. White, Fundamentos do Lar Cristão, Capítulo 28.

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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