– Me dá isso. Me dá essa droga…
– Filho! O quê que você disse?
– Um palavrão.
– Venha cá rapazinho. Nós já conversamos sobre isso. Você sabe que não falamos desse jeito aqui em casa. Estou decepcionada e você sabe o que precisa acontecer.
Antigamente, quando garotos diziam palavrões, sua boca era lavada com sabão. Atualmente, quando garotos dizem palavrões, eles ganham um microfone e um palco. Parece que os palavrões estão em toda parte hoje em dia. Nos diálogos na tela de cinema, nas canções de sucesso, nas camisetas, em adesivos e em várias propagandas. A obscenidade é a regra do jogo, e todos nós acabamos absorvendo isso, de uma maneira ou de outra. Os entretenimentos parecem precisar de algo censurável.
Disseram-me que o grupo ’Beastie Boys’ têm apresentações obscenas no palco. Bandas de ’heavy metal’, como o ’Black Sabbath’, mostram imagens satânicas. Os grupos de rap, como o ’Too Live Crew’, que influenciam tantos jovens no mundo, falam freqüentemente de ódio e sexo explícito. Na maioria dos filmes é difícil passar de uma cena para outra sem ouvirmos palavras grosseiras. Não é difícil ouvirmos nas rádios e televisões piadas picantes e vários tipos de histórias obscenas. Um número crescente de disc-jóqueis de rádios populares em muitas cidades, acham importante ofender. Comediantes no grande circuito de shows individuais tentam chamar atenção usando palavrões em suas apresentações. Até mesmo nos programas infantis, veiculados na TV, podemos ver muitas mães sorrindo de insinuações sexuais.
Richard Corliss, ao escrever para a revista ’Time’, disse o seguinte: “existe um tom picante em quase todas as áreas da cultura pop americana.” Em parte é porque os artistas estão numa rua de sentido único buscando achar linguagens e imagens cada vez mais ultrajantes. Algo que nos chocava há alguns anos, passa desapercebido hoje em dia. Existe uma pressão contínua de se ultrapassar os limites, de se acabar com os últimos tabus.
Um professor de inglês numa faculdade de Nova Iorque, fez a seguinte afirmação: “já que os palavrões estão na moda atualmente, existem padrões diferentes. A pornografia atual é violenta, freqüentemente com violência sexual. E a nova obscenidade é o racismo.”
Um exemplo é o grupo de rock, ’Guns n’ Roses’, e seu álbum ’Appetite for Destruction’, que já vendeu milhões e milhões de cópias. Numa de suas músicas em outro álbum, eles conseguiram vomitar seu ódio da polícia, negros, imigrantes e homossexuais.
Andrew Dice Clay, famoso humorista americano, anuncia seu álbum com as seguintes palavras: “contém muitos palavrões e nenhuma piada!!!” No álbum ele humilha e agride verbalmente mulheres e negros.
O que devemos fazer com estas grosserias nos entretenimentos de hoje? Algumas pessoas acham que estas grosserias são simplesmente a manifestação de uma nova geração emitindo seus próprios gostos, esforçando-se para chocar e ofender os mais velhos. Um comentarista chegou a dizer o seguinte: “acostumem-se todos, vivemos num mundo podre.” E tem gente que garante que daqui 30 anos vamos achar que tudo isso que nos agride hoje em dia, na verdade, tem seu valor artístico.
Outras pessoas vêem um perigo real. Charles Alexander manifestou sua preocupação recentemente num artigo da revista ’Time’. Ele mostrou que nas músicas de heavy metal, a diferença entre sexo e estupro é muito pequena. Este tipo de música traz mensagens implícitas, dizendo que as mulheres são objetos sexuais para o uso do homem, que a violência é uma forma eficaz para resolver conflitos, que não tem problema odiar uma classe de pessoas. E Alexander apresentou uma estatística chocante: “enquanto a população de adolescentes está diminuindo,” ele disse, “o número de assassinatos e estupros cometidos por jovens está aumentando. O número de adolescentes grávidas chegou a proporções epidêmicas.”
O entretenimento reflete aquilo que ocorre na sociedade, mas Alexander perguntou: “será que a cultura pop não está reforçando e talvez ampliando o mau comportamento?” Às vezes as manchetes sugerem que a resposta é afirmativa. Recentemente em Nova Jersey a polícia constatou que sete adolescentes de classe média estupraram uma menina de 17 anos que tinha problemas mentais.
Se a nossa sociedade está se tornando cada vez mais obscena, no que diz e no que faz, precisamos saber como podemos combater tudo isto. Como podemos lutar contra todas estas coisas que agridem e degradam outras pessoas? Qual é a melhor forma de enfrentar a obscenidade? Será que precisamos acabar com os cinemas que mostram filmes pornográficos? Devemos lutar por uma censura que reprima os artistas que falam vulgaridades? Ou talvez colocar tarjas de alerta nos álbuns com letras obscenas? Estes esforços podem ajudar a limpar do ar as transmissões de muitos palavrões, e talvez até um pouco do racismo e pornografia. Como indivíduos, temos a responsabilidade de influenciar o que fazer nos entretenimentos. Mas precisamos fazer muito mais do que lutar na defensiva, meu amigo.
Ao enfrentarmos um mundo cada vez mais obsceno, a maioria de nós só se preocupa em limpar um pouquinho aqui e ali, nos livrando dos palavrões e imagens imorais. Mas precisamos também influenciar as pessoas, fazer com que pensem sobre o que estão dizendo e vendo.
James Haldane, um jovem capitão inglês do navio Melville Castle, há muitos anos atrás teve que enfrentar uma batalha com um navio inimigo. Muitos marinheiros foram mortos ou feridos. Para continuar a luta, ele mandou que a tripulação de baixo subisse para o convés. Quando os marujos viram os corpos dos colegas no convés, recuaram chocados. O capitão Haldane ficou furioso e xingou todos seus homens mandando-os para o inferno.
No final desse dia, um marinheiro cristão aproximou-se do capitão e perguntou com todo respeito:
– Senhor, se Deus tivesse feito a sua vontade, onde estaríamos todos agora?
Esta pergunta atingiu a consciência do capitão Haldane. Ele buscou o Deus que ele sempre tratara com tanto desprezo, converteu-se completamente e se tornou posteriormente um pregador que trabalhou em nome do evangelho durante 54 anos.
Aquele soldado corajoso demonstrou algo importante. Ele ajudou o capitão a pensar sobre o que o seu xingamento significava. Será que ele realmente podia condenar ou mandar alguém para o inferno? É claro que não. Ele tinha sido muito presunçoso. As poucas palavras do marinheiro o atingiram profundamente.
Tampar nossos ouvidos não vai mudar o mundo. Precisamos de algo mais do que apenas uma reação de defesa à obscenidade. E se as pessoas se tornassem mais ofensivas? E se tentássemos substituir a obscenidade, em vez de simplesmente apagá-la?
Um ator muito famoso, que se tornara cristão, estava gravando com uma grande atriz que xingava toda vez que errava sua fala. Ela cometia muitos erros. O ator sentiu-se desconfortável, mas não quis criticá-la. E então ele teve uma idéia. A próxima vez que ela xingou ele disse bem suavemente:
– Deus seja louvado.
Isto continuou durante um tempo, um dueto estranho de xingamento e louvor. Finalmente a atriz parou e perguntou:
– Por que você fica falando isso?
O ator respondeu simplesmente:
– Compensação.
Você está cansado desta invasão pornográfica? Será que esta enorme enxurrada de palavrões parece uma ameaça? Então se pergunte: existe alguma coisa para colocar no seu lugar? Afinal de contas, as pessoas usam as obscenidades por uma razão: elas causam impacto. Um certo poder. Poder para impressionar ou chocar. A raiva se torna mais ameaçadora quando acompanhada de xingamentos. O deboche é ainda mais eficaz quando acompanhado de obscenidade. As pessoas querem que suas palavras sejam poderosas para que as coisas aconteçam. Maldizer, xingar e mandar isso ou aquilo para o inferno, dá à algumas pessoas a ilusão de força e poder.
É verdade que seria melhor se pudéssemos eliminar a obscenidade. Mas será que ela não pode ser substituída? Existe outra linguagem que dá poder aos indivíduos, poder verdadeiro?
Um dia um mendigo dirigiu a palavra aos apóstolos Pedro e João, quando entravam no templo em Jerusalém. O homem era um aleijado que ficava lá mendigando todos os dias e ele pediu-lhes dinheiro. Pedro olhou para o mendigo e disse que ele não tinha prata nem ouro, mas daria o que tinha. O apóstolo disse com firmeza:
– Em nome de Jesus Cristo de Nazaré, ande.
Pedro ajudou o aleijado a se levantar e na hora seus tornozelos tornaram-se fortes. Este milagre atraiu uma multidão, e também a atenção do guarda do templo. Pedro e João foram levados até os governantes e os escribas para interrogatório. Eles tinham que dizer com que poder conseguiram fazer aquele milagre. De uma posição de defesa, Pedro se tornou acusador. Suas palavras foram: “Tomai conhecimento vós todos e todo o povo de Israel de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome é que este está curado perante vós” (Atos 4:10).
Pedro deixou bem claro que não foi sua própria habilidade psíquica ou mágica que fez o aleijado andar. Ele agiu em nome de Jesus, da parte de Jesus, através do poder de Jesus. Sim, era o mesmo Jesus que estes homens haviam condenado à morte na cruz.
Você sabe que o nosso mundo pode tratar o nome de Jesus como algo sem significado ou até uma maldição. As pessoas podem achar que o poder deste Salvador já está morto e enterrado há muito tempo, é apenas um símbolo de um passado distante. Mas este nome pode ser revivido por cada um de nós. Ainda é poderoso; pode realizar maravilhas.
Se você está aborrecido por causa da quantidade de obscenidades no mundo, tanta blasfêmia, então por que não usar este nome, usá-lo para abençoar em vez de xingar, usá-lo para mudar sua vida e as de outras pessoas?
Até onde Dodie Ritchie consegue se lembrar, ela sempre vivenciou um certo fenômeno psíquico; parecia que uma força a tomava; muitas vezes ela ficava eufórica. Mas depois que ela ficou cega por causa de uma crise violenta de diabetes, a força tomou um caráter malévolo. As coisas pioraram quando seu marido a deixou.
Dodie tentou enterrar seus problemas em muitas festas que viravam a noite e em muitas drogas também. Ela mal conseguia sobreviver fisicamente. E a força se tornava mais insistente e ameaçadora. Pela educação religiosa que tivera, Dodie sabia que esta era uma força satânica.
Ela comprou uma cruz de ouro para usar no pescoço e tinha uma Bíblia perto da cama. Mas mesmo assim ela não se sentia segura. Tentava orar bem alto para afastar a força quando esta se aproximava. Ela achava que estava lutando numa batalha perdida, era incapaz de controlá-la.
Certa manhã estava sozinha em seu apartamento, sentindo o sol entrar pela janela. Dodie sentiu aquela presença conhecida se aproximar. Ela apertou o lençol. Aos poucos a força abraçou-a, apertando-a até que ela não conseguisse se mexer. Ela estava tão apavorada que não conseguia gritar por socorro. A força começou a sufocá-la; ela precisava respirar. Dodie achou que só havia uma esperança. Ela tinha que dizer o nome. Ela lutou e finalmente sussurrou, ’Jesus.’ Ela lutou para pronunciar cada sílaba de novo, ’Jesus, Jesus, Jesus.’ Aos poucos a força começou a soltá-la e Dodie a sentiu se afastando. Ela sentou na cama e continuou repetindo o nome, afastando aquela presença satânica com seus olhos sem visão. Após alguns minutos tudo tinha passado.
Finalmente, Dodie dedicou sua vida à este Nome, a esta Pessoa, que tem esse poder de salvar.
Sim, existe um nome poderoso que pode causar impacto em nosso mundo. Jesus não apenas compete com o mal, Ele o domina, Ele o substitui. E este mesmo Jesus não nos oferece apenas Seu nome, Seu poder, Ele inspira um tipo único de linguagem feito para substituir a obscenidade que nos cerca. É uma linguagem que todos precisamos aprender.
A esposa de um oficial do exército procurou um capelão cristão certa de que sua situação não tinha saída. Seu marido se tornara um alcoólatra. Às vezes chegava em casa com seus filhos e o encontrava jogado no chão da sala, inconsciente de tanto beber. A vida com aquele homem se tornara insuportável e a esposa resolveu se separar:
– Você pode me dizer qualquer coisa, – disse ao capelão – mas não me peça para ficar com ele. Simplesmente não vou conseguir.
O capelão a surpreendeu ao dizer:
– Não me interessa se você ficar com ele ou não. Eu só quero que você agradeça à Deus porque seu marido é do jeito que é.
Este capelão havia descoberto que Deus conseguia fazer grandes coisas quando as pessoas com problemas sérios usavam palavras de agradecimento e louvor em sua vida, e começavam a pensar em Deus e não somente no problema. Ele falou para ela sobre a ordem do Novo Testamento para agradecermos a Deus em todas as circunstâncias. Ela achou que isso era meio ridículo, tendo em vista sua vida atual, mas concordou em orar.
O capelão se ajoelhou ao seu lado e pediu à Deus que lhe desse fé para acreditar que Ele é um Deus de amor e poder e que tem o universo em suas mãos.
Finalmente, um resquício de fé voltou à vida daquela esposa desesperada e ela sussurrou:
– Eu acredito.
O capelão a incentivou a se dedicar mais em agradecimentos e louvores.
Duas semanas depois ela ligou para dizer:
– Estou ótima. Meu marido é outro homem. Ele não bebeu em duas semanas.
– Isto é ótimo – disse o capelão – gostaria de falar com ele.
– Você ainda não conversou com ele? – ela perguntou muito surpresa.
– Não, nunca fomos apresentados.
Com isso, a mulher ficou estarrecida:
– Isto é um milagre – ela disse – no dia que eu lhe procurei, ele chegou em casa depois do trabalho e pela primeira vez em sete anos não foi até a geladeira para pegar uma cerveja. Em vez disso, ele foi até a sala e conversou com as crianças. Tinha certeza que você havia conversado com ele.
Ela começou a chorar de alegria, e o capelão lhe assegurou que a oração deles de louvor havia liberado o poder de Deus para ajudar a vida de outra pessoa.
Palavras de agradecimento. Palavras de louvor. Esta é a linguagem que Jesus Cristo inspira. Estas são as palavras que podem fazer diferença em nosso mundo. Elas substituem a obscenidade; elas podem dominar o mal. Nossas orações, é claro, nem sempre irão produzir rapidamente os resultados esperados. Mas o importante a ser lembrado é que Deus age através de Sua palavra, através da oração. Ele vive nos louvores de seu povo.
Que palavras dominam sua vida? Que palavras lhe ajudam a passar o dia? Somente palavras comuns e triviais? Sem sentido? Que tal dar uma injeção de palavras poderosas no seu dia? Você está perturbado com a obscenidade existente? Não abaixe a cabeça apenas e procure um esconderijo. Expresse gratidão. Declare a graça do Senhor Jesus Cristo. A Palavra de Deus está repleta de palavras de graça, palavras que desafiam o mal que nos cerca. As palavras da Bíblia podem ofuscar as sujeiras do mundo. Veja apenas algumas delas, das cartas do apóstolo Paulo: “Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós” (Filipenses 1:3).
Não consigo pensar num incentivo mais bonito que este. E ele continua escrevendo: “Fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas” (Filipenses 1:4).
Aos tessalonicenses o apóstolo diz confiantemente: “… Pois a vossa fé cresce sobremaneira, e o vosso mútuo amor de uns para com os outros, vai aumentando” (II Tessalonicenses 1:3).
Paulo escreve aos coríntios sobre o quanto ele está feliz porque eles experimentaram a graça de Jesus Cristo: “Porque em tudo fostes enriquecidos nele…” (I Coríntios 1:5).
Palavras de bênção. Palavras de agradecimento. Palavras de louvor. Estas são as palavras que elevam o nosso espírito e nos dão um gostinho da linguagem do Céu. As epístolas do Novo Testamento estão repletas delas. Elas são a nossa herança, o nosso tesouro. São bastante poderosas para substituírem a obscenidade da palavra e do ato que ferem nosso mundo.
Estas palavras de louvor são a nossa única esperança como seres humanos. Então por favor, leve-as para sua vida, absorva-as. Acredite nelas. Aprenda a usá-las. Não fique apenas reclamando do estado lastimável do nosso mundo. Faça alguma coisa. Fale as palavras de graças que o evangelho inspira.
Será que a linguagem está cada vez mais obscena e detestável? Então ponha mais energia nas palavras de louvor e gratidão. A blasfêmia é a linguagem no seu trabalho ou na sua escola? Então aprenda a louvar com mais entusiasmo. Você resolve que tipo de palavras irão dominar sua vida, meu amigo. Você inventa os nomes e os rótulos para o mundo que o cerca.
Comece agora com o nome que está acima de todos os nomes, o nome do Senhor Jesus Cristo. Ele é nosso Salvador, nosso Mestre, e Senhor. Jesus pode fazer uma grande diferença. Ele irá lhe ensinar a linguagem da gratidão, da bênção e do louvor.
Autor: Pr. George Vandeman