261 – A Importância do Perdão

“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. 

Amém! Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”. Mateus 6:12-15.

Uma das coisas mais importantes para a vida de uma pessoa que quer ser feliz é o perdão, pois proporciona paz ao coração e dá um real sentido à existência. Muitos sofrem de depressão e de outros problemas emocionais por não perdoarem ou por não se sentirem perdoados.

Um dos motivos que devem nos levar a perdoar de acordo com Mateus 6:12-15 é o fato de que “esperar de outros o que eu mesmo não estou disposto a fazer é a essência do egoísmo e do pecado”. 

Assim como Deus nos perdoa de todos os pecados (ler 1 João 1:7-9; Miquéias 7:19), devemos perdoar o nosso próximo. Precisamos nos reconciliar com o ofensor mesmo que não tenhamos vontade de fazê-lo, pois na Bíblia perdoar não é uma questão de “querer ou não” (escolha), mas sim de obedecer a um mandamento divino (veja a ordem de Jesus em Mateus 18:21, 22!) que, se deixado de ser cumprido, trará sérias consequências, inclusive à nossa saúde.

Perdoar é esquecer?

O psicólogo e conselheiro cristão Jay A. Adams disse acertadamente no livro O Manual do Conselheiro Cristão, pág. 70: “O perdão não é nenhum tratamento de choque que instantaneamente apagua da memória o passado recente”.

Isso significa que perdoar não é sinônimo de esquecer instantaneamente. O exemplo a seguir apresentado pelo meu amigo Élcio Firmiano, funcionário da rede Novo Tempo, ilustra muito bem este ponto:

“Comparo o perdão a uma cicatriz. Quando nos machucamos, como resultado do machucado nos resta uma cicatriz. Sempre que olhamos para a mesma, nos lembramos de quando, onde e como aconteceu o fato. Isso não quer dizer que ainda nos cause dor ou desconforto, muito pelo contrário, é indiferente, não causa dor, não causa nada, apenas a lembrança”.

O perdão, portanto, não indica necessariamente o esquecimento imediato da ofensa, mas o não sentir dor ao lembrar do ocorrido. 

Como perdoar do íntimo

Perdoar envolve o compromisso de não levantar novamente a questão. O perdão bíblico envolve igualmente a promessa de:

Evitar colocar ofensa em cima da cabeça do ofensor;

A promessa de não falar a respeito do ocorrido;

E a promessa de não ocupar a mente com a questão. Isso significa adotar atitudes e práticas que levem ao esquecimento.

Se Deus esquece de tudo quando nos perdoa, como é possível afirmar que não devemos esquecer também?

Precisamos harmonizar os textos bíblicos de Jeremias 31:34 e Isaías 43:25 que afirmam que Deus esquece de nossos pecados. 

Deus é Onisciente e “… não pode esquecer. O esquecimento, nesse trecho, na realidade é uma maneira hebraica de se referir ao ato de perdoar…”. 

“Perdoar é ‘esquecer’, no sentido de que alguém sepultou o problema. Perdoar equivale a prometer nunca mais se lembrar de uma ofensa, contra outra pessoa. ‘Lembrar-se’ é empregado no sentido de ‘ventilar novamente’ (ver 3 João 1:10)… É como se Deus dissesse: ‘as coisas que você fez contrariamente à minha lei, não as trarei à memória.

“O verdadeiro perdão humano leva ao esquecimento. Quando alguém se recusa a ventilar novamente uma questão, (mesmo para si), prontamente se esquece. Quando não podemos esquecer, é porque nos lembramos ativamente.”.

“O esquecimento, no tocante a Deus não pode significar mais do que a disposição dEle de “enterrar” a questão, para nunca mais levantá-la… É isso que se requer no perdão humano. Perdoar é “esquecer”, no sentido de sepultar o problema e não passar por uma “lavagem cerebral”. Perdoar equivale a prometer nunca mais se lembrar de uma ofensa, contra a pessoa”.

Benefícios do Perdão

Ao perdoar, somos beneficiados:

Espiritualmente – nosso relacionamento com Deus será bem melhor;

Mentalmente – evitaremos sofrer uma depressão ou infarto com o tempo; teremos paz mental;

Fisicamente – A paz mental nos proporciona saúde, vigor e ânimo;

Socialmente – nos relacionaremos melhor com os outros.

Não perca a oportunidade de desfrutar de todos esses benefícios!

Deus quer que perdoemos. Se Ele nos ordena a perdoar é porque nos provê poder para isso (Filipenses 2:13) e sabe que tal atitude será o melhor para nossa felicidade. O Criador jamais exige de nós mais do que poderemos dar.

Lembre-se de quão maravilhosa é a sensação de ser perdoado por Deus. Não esqueça que a mesma sensação seu ofensor pode sentir caso o perdoe. Siga o conselho de Jesus em Mateus 18:22 de perdoar “até setenta vezes sete”. Mesmo sem vontade, dê esse passo de obediência e Deus fará o resto, o milagre!

Na cruz do calvário Jesus proporcionou a possibilidade de desfrutarmos da paz mental ao recebermos perdão. Não privemos os outros disso.

 

 

Leandro Soares de Quadros

Consultor e conselheiro

Jornalista

 Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 5.

 Jay A. Adams, O Manual do Conselheiro Cristão, pág 72. Editora Fiel. (Adaptado).

 Ibidem. Grifo meu (Adaptado).

 Ibidem.


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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