329 – O que acontece depois da morte?

A sua pergunta é a maior das inquietações humanas. É desejo de todos nós sabermos o que acontece por ocasião da morte porque não fomos criados para morrer. 

Deus nos fez para desfrutarmos da eterna felicidade ao lado dEle. Entretanto, o pecado impediu que este plano continuasse, pois, ao afastar-se de Deus por pecar (Isaías 59:2), o ser humano se separou da fonte de vida, o Criador. 

Consequentemente perdeu o acesso à árvore da vida para que não fosse um eterno pecador (Gênesis 3:22-24). Por isso, a família humana se tornou mortal.

Para dar ao ser humano a oportunidade de ter a vida eterna novamente, Jesus Cristo veio morrer na cruz no lugar dos seres humanos. Essa morte substituinte de Cristo pagou a dívida que tínhamos para com a lei de Deus. 

Hoje, pela fé em Jesus (João 3:16), somos declarados justos (Romanos 5:1) pelos méritos do Salvador. Ao aceitá-Lo como nosso Salvador pessoal, contamos com a presença do Divino Espírito Santo para nos ajudar em nossa preparação para o Céu, no aperfeiçoamento do nosso caráter (a Bíblia chama isso de santificação – ver Hebreus 12:14; João 16:8; Efésios 2:10). 

E quando Jesus voltar, o plano de salvação será finalizado. Ele terminará com o pecado e dará a vida eterna novamente àqueles que O aceitaram como Salvador e Senhor (ver 1 Coríntios 15:51-54 e 1 Tessalonicenses 4:13-18).

 

O fato de Jesus precisar vir a este mundo morrer no nosso lugar para pagar a dívida que tínhamos para com a santa Lei de Deus, demonstra que não somos imortais. Se, ao morrer, o ser humano fosse para o Céu, não haveria necessidade de Jesus vir a este mundo. 

 

Afinal, seria mais fácil Deus esperar todos morrerem para encontrá-los depois, no paraíso. Se o ímpio, ao morrer, fosse para o “inferno”, não haveria necessidade de Deus reservar um dia, no futuro, para puni-lo (leia Atos 17:31). 

Quando estudamos sobre a natureza do ser humano na Bíblia, percebemos que ele foi criado por Deus com três aspectos que compõem o ser: o físico (nosso corpo), o mental (cérebro, emoções…) e espiritual (nossa religiosidade). Podemos ver isso em 1 Tessalonicenses 5:23, onde nos mostra essa visão integrada do ser humano. 

Ali vemos que o ser humano não tem “três partes separadas”, mas que ele é composto por três partes inseparáveis. E, quando a pessoa morre, esses três aspectos do ser deixam de existir. Convém destacar que Deus quer levar para o Céu, não um “espírito” desencarnado, mas o ser humano por completo (ver Filipenses 3:20, 21).

A Bíblia ensina que após a morte o ser humano vai dormir no pó da terra: “…porque tu és pó e ao pó tornarás.” Gênesis 3:19. “Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão.” Eclesiastes 3:20. 

Os textos não dizem que o ser humano irá para o Céu ou inferno. Afirmam que, ao morrer, todas as criaturas retornam à matéria original da qual foram formadas. Sendo que a humanidade não tem mais acesso à árvore da vida, é de se esperar que deixe de existir por ocasião da morte.

A morte é um sono sem sonhos.  Veja os seguintes textos bíblicos:

“Atenta para mim, responde-me, Senhor, Deus meu! Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte.” Salmo 13:3.

“Embriagarei os seus príncipes, os seus sábios, os seus governadores, os seus vice-reis e os seus valentes; dormirão sono eterno e não acordarão, diz o Rei, cujo nome é Senhor dos Exércitos.” Jeremias 51:57 (ver também Jeremias 51:39).

Falando a respeito da morte de Seu amigo Lázaro, Jesus disse:

“…Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono.” João 11:11-14.

E a Bíblia continua:

“Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.” 1 Coríntios 15:16-19.

“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem.”  1 Tessalonicenses 4:13-15.

Além disso, as Escrituras afirmam que não há consciência na morte. A pessoa não pensa, não lembra de pessoas ou coisas e não pode voltar para falar com os vivos:

“Pois, na morte, não há recordação de ti;  no sepulcro, quem te dará louvor?” Salmo 6:5.

“Os mortos não louvam o Senhor, nem os que descem à região do silêncio.” Salmo 115:17.

“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem cousa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram:  para sempre não têm eles parte em cousa alguma do que se faz debaixo do sol.” Eclesiastes 9:5-6 (ler também o verso 10).

O que é a alma? 

A filosofia grega teve grande influência em nossa “compreensão” desta palavra. Infelizmente, os gregos tinham um conceito errado sobre o assunto. Para eles, a alma seria uma entidade imaterial capaz de sobreviver fora do corpo. 

O maior defensor desse conceito foi o filósofo Platão. E, devido à influência de Agostinho, essa crença passou para as igrejas cristãs também. O professor Otoniel Mota, pastor presbiteriano, em Meu Credo Escatológico, pág. 3, afirma:

A doutrina da imperecibilidade da alma não é bíblica, mas pagã. Nasceu na Grécia e propagou-se na Igreja, através de Platão, do século V em diante, graças à influência de Agostinho. A doutrina de uma natureza simples, una, indivisível, etc., não se mantém diante das concepções psicológicas modernas e da teoria da mais racional acerca da propagação do ser humano, corpo e alma.

O forte desejo humano de continuar vivendo aliado à interpretação equivocada de alguns textos bíblicos se constitui num fator para a propagação da falsa doutrina da imortalidade da alma, entre as igrejas cristãs. 

Eis alguns dos textos mais “usados” para apoiar a ideia popular de que a alma continua viva por ocasião da morte: Gênesis 35:18, 1 Reis 17:21 e 22, Eclesiastes 12:7, Mateus 10:28, Lucas 16:19-31, 23:43, 2 Coríntios 5:8, Filipenses 1:21-23, 1 Tessalonicenses 5:23, Hebreus 12:22 e 23, Tiago 2:26, 1 Pedro 3:19 e 4:6, 1 Pedro 2:4, Apocalipse 6:9, 14:11, etc . 

Um princípio básico a ser seguido no estudo da Bíblia é o de usar os textos mais fáceis para entender aqueles mais difíceis. Não devemos fazer o contrário! Se seguirmos esse princípio ensinado por Isaías 28:10, desaparecerão todas as aparentes dificuldades apresentadas nos textos supracitados. Se a Bíblia afirma que a morte é um sono até a volta de Jesus, então vamos usar esses textos bastante claros para entender os mais obscuros. 

A Bíblia tem uma visão diferente do que é a alma em relação ao ensino grego. Veja esta explicação extraída do livro “Imortalidade ou Ressurreição?”, escrito pelo Dr. Samuele Bacchiocchi (págs. 58 e 62):

“…a Bíblia se refere 13 vezes à morte humana como sendo morte da alma (Levítico  19:28; 21:1, 11; 22:4; Números 5:2; 6:6, 11; 9:6, 7, 10; 19:11, 13; Ageu 2:13). A alma é a pessoa como um indivíduo. 

Em Miquéias 6:7 lemos: “darei o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu corpo pelo pecado da minha alma [nephesh]?” A palavra hebraica traduzida aqui por “corpo” é beten, que significa barriga ou ventre. 

O contraste aqui não é entre o corpo e a alma. Ao comentar este texto, Dom Wulstan Mork escreve: o sentindo não é que a alma seja uma causa humana do pecado, com o corpo como o instrumento da alma. Antes, o nephesh, a pessoa viva integral, é a causa do pecado. Portanto, neste verso, a responsabilidade pelo pecado é atribuída à nephesh como pessoa.”  

Concluindo: na Bíblia, o conceito principal de alma é a pessoa vida (ver Deuteronômio 10:22). Gênesis 2:7 diz que o ser humano é uma alma e não que ele “tem” uma alma.  Reforço: a  morte é um sono até a volta de Jesus. 

O que é o “espírito”? 

Essa palavra pode ser traduzida de várias maneiras, mas o seu significado principal é fôlego de vida. É aquela espécie de “ar” que saiu da boca de Deus, o princípio vital que o Criador soprou nas narinas do ser humano depois que o formou do pó da terra. Você pode ler isso em Gênesis 2:7. 

Não precisamos temer a morte. Logo, Jesus voltará para dar fim a essa triste realidade. A solução que Ele tem para a morte é a ressurreição. Ressuscitar significa “fazer surgir de novo”. 

Com Seu poder infinito, Deus fará com que os mortos surjam novamente do pó da terra: “Os vossos mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho de vida, e a terra dará à luz os seus mortos.” Isaías 26:19. Aceite Jesus como seu Salvador, apegue-se a essa promessa e viva com esperança!

Nota especial: Recomendo a leitura do livro Imortalidade ou Ressurreição? que mencionei anteriormente. Pode ser adquirido com a Editora World Press pelo telefone 0xx (22) 248-8877.

 

Leandro Soares de Quadros

Consultor e conselheiro

 


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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