Jesus e os publicanos: algumas lições

Alguns cristãos progressistas gostam de lembrar que Jesus comia com publicanos e pecadores para defender que devemos amar mais os marginalizados da sociedade. Tenho minhas dúvidas se essas pessoas se dão conta que os publicanos, em geral, eram ricos e corruptos. Eles ganhavam dinheiro extra extorquindo o próprio povo e puxando o saco de Roma. Ou seja, publicanos eram mal vistos não por serem pobres (ou negros, ou homossexuais), mas por enriquecerem por meio de extorsão e traição do próprio povo. Trazendo para os dias de hoje, seria como se Jesus aceitasse comer com políticos, juízes e altos fiscais da receita.

Jesus também aceitava comer na casa de fariseus ricos e até recebeu um deles certa vez: Nicodemos. Os fariseus ricos muitas vezes eram hipócritas, como nós sabemos. Então, Jesus aceitava comer com ricos corruptos e ricos hipócritas. Ao mesmo tempo, também comia com gente simples, curava pessoas pobres e perdoava até mulher adúltera.

O que isso nos ensina? Primeiro: Jesus ofertava a chance de arrependimento e perdão a todos, independente de classe social. Segundo: Jesus tinha a capacidade de perdoar tanto a meretriz e o pobre, quanto o rico corrupto e o religioso hipócrita. Terceiro: Jesus não foi crucificado porque andava com pobre. Afinal, publicanos não eram pobres. Nem os fariseus que aceitaram Jesus.

Tais informações também nos deixam com um questionamento: os progressistas costumam a dizer que o mundo de hoje não aceitaria Jesus (se ele viesse em carne de novo para mais um ministério de três anos) porque ele estenderia sua mão para prisioneiros, homossexuais e pobres. Mas se Jesus viesse mesmo para mais um ministério de três anos, ele também estenderia a mão para políticos, juízes e lideres religiosos.

Aqui a coisa complica: muitos querem um Jesus que só ame uma classe de pecadores. Jesus, no entanto, insistia na “insanidade” de amar a todos. Então, veríamos Jesus visitando presídios e subindo a favela, mas também almoçando na casa de políticos, juízes, empresários e gente muito abastada. Estamos preparados para isso? Para um amor sem medidas e reservas? Ou nosso amor segue a lógica da “luta de classes”?

Por Davi Caldas

Fonte: Reação Adventista

 


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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