216 – Não há nos Dez mandamentos algo que mande dizimar

Não sou a favor da devolução do dízimo, pois o apóstolo Paulo não o aceitava. Há textos bíblicos que mostram isto. Não há nos Dez mandamentos algo que mande dizimar. Creio que a oração pode substituir a devolução dos dízimos.

O dízimo é uma porção de nossas entradas que Deus separou para Ele. Tudo que temos pertence a Deus e, como reconhecimento de que tudo pertence a Ele (Salmo 24:1) nós damos o dízimo.

As ofertas são dadas por amor, por “gratidão” a Deus; mas dar o Dízimo é um “dever”, porque não nos pertence. De acordo com a Bíblia, “pertence a Deus, santas são ao Senhor” (Levíticos 27:30).  

Essa Lei não está “diretamente” nos Dez Mandamentos, mas está inclusa “indiretamente”. Veja:

 

Se deixarmos de devolver a Deus alguma parte do Dízimo, estamos “roubando” a Deus (Malaquias 3:8) e, portanto, “está incluído nos Dez mandamentos”, pois na lei diz: “Não roubarás” (Êxodo 20:15). Se não devemos furtar de um ser humano, muito menos de Deus! 

 

Dar o Dízimo é uma demonstração de fé. Ao fazê-lo, você demonstra crer que Deus é o proprietário de tudo, e que devemos a Ele nossa existência, vida e tudo o que temos; “como um reconhecimento de sua soberania” devolvemos a parte que lhe corresponde, que são os dez por cento de nossa renda (Dízimo).

Deus não pode atender nossas orações quando pedimos para Ele “perdoar-nos por não devolvermos o Dízimo” com o intuito de substituí-lo pela oração. A oração é um meio que temos de comungar com Deus; ela (oração) jamais irá substituir nossas obrigações para com Deus. Se assim o fosse, então qualquer um poderia pecar no momento em que quisesse e “orar” para que Deus substituísse sua obediência pela oração. Isto seria muito incoerente! 

Existe outro fator muito importante que devemos levar em consideração: A lei do Dízimo foi dada para a evangelização do mundo e para a salvação de pessoas. E Deus deu o Dízimo, que pertence a ele, para os ministros que pregam a palavra.   

Quando o apóstolo Paulo, em alguns momentos não aceitou ofertas dos irmãos, em hipótese alguma ele era contra o Dízimo, pois ele hospedou-se várias vezes na casa dos irmãos enquanto pregava evangelho; ele recebia donativos da igreja (Leia Filipenses 4:15-17 e 18). 

A Bíblia nos mostra que ele rejeitava, “ás vezes”, ofertas (de alimentos), mas nunca a Bíblia mencionou que Paulo rejeitasse o Dízimo. Ele próprio disse: “Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento? 

Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho”.(I Coríntios 9:13, 14). Podemos perceber que o próprio Paulo orientou os Corintos a devolverem o Dízimo para manter os obreiros de Deus. Paulo apenas “optou” em algumas vezes de não receber Dízimos, pois foi uma escolha dele; mas sempre ensinou ás igrejas a darem a parte que pertence ao Senhor.    

Nós Adventistas temos em tão alta conta o Dízimo e nós não o usamos para construções de Igrejas, escolas ou hospitais; usamos única e exclusivamente para pregar o Evangelho.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             

Se no Antigo Testamento o Dízimo já era importante para pregar o Evangelho, muito mais importante ele se tornou no novo Testamento, para pregar o Evangelho mais pleno á luz da vida e morte de Jesus Cristo. 

Nestes últimos tempos, quando Jesus está prestes a voltar, a devolução do Dízimo é ainda mais importante, pois é o meio que o Senhor deixou para termos recursos, a fim de alertar e preparar as pessoas sobre a Segunda Vinda de Jesus.    

No Apocalipse, nós recebemos uma mensagem para irmos e convidarmos as pessoas a adorarem a Deus (Apocalipse 14:6, 7). Esta é a própria essência do Evangelho (adorar a Deus). 

Quando nós devolvemos o Dízimo e damos nossas ofertas de gratidão, estamos adorando a Deus, e também ajudando para que outras pessoas tenham o conhecimento da Bíblia e de Cristo. Se não fosse a devolução feita pelos irmãos dessa porcentagem que pertence a Deus, você e até mesmo eu não teríamos como conhecer esta mensagem maravilhosa, que é a Salvação em Cristo Jesus. 

Em Mateus 23:23 Jesus não está sendo contra a devolução do Dízimo, mas sim contra o modo errado com que os fariseus faziam isto. Eles devolviam corretamente, mas esqueciam-se da justiça, da misericórdia e da fé. Jesus disse: “Devíeis, porém, fazer estas coisas (dar o Dízimo), sem omitir aquelas (justiça, misericórdia e fé)”. 

A Bíblia é muita clara! Com esta afirmação, Jesus demonstrou sua aprovação ao ato dos fariseus dizimarem!

Por todas essas razões, nós Adventistas do 7o Dia temos em alta consideração a doutrina Bíblica do Dízimo. 

Leandro Soares de Quadros

Instrutor Bíblico


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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