A importante separação entre Igreja e Estado

Uma das estratégias que a astuta Roma tem lançado mão para reconquistar a supremacia mundial (além da infiltração de seus agentes nos diversos segmentos de poder das sociedades) é a nebulosidade semântica com que envolve seus conceitos, usando palavras comuns e ao mesmo tempo atribuindo-lhes diferentes significados. De fato, é fácil observar que Roma nunca mudou. Os dogmas defendidos até a Idade Média, continuam sendo alvo de seus ensinamentos e suas ações. Portanto, quando a Igreja Romana vem a público defender, por exemplo, a “liberdade religiosa”, o ouvinte desavisado pode pensar que Roma atual não é mais aquela da Idade Média. Ledo engano.

Em relação ao tema separação Igreja-Estado, por exemplo, podemos facilmente fazer a leitura da realidade caso entendamos o seguinte: há, na prática, pelo menos cinco modelos possíveis no relacionamento Igreja-Estado.

Modelo 1: Estado Ateu

O Estado é totalmente hostil à religião, privando seus cidadãos da liberdade religiosa e de culto. Aconteceu na Rússia comunista, e na França (Revolução). A religião organizada ou qualquer manifestação religiosa pública é proibida.

Modelo 2: Estado Secularizado

O Estado é levemente hostil à religião. Garante a liberdade de culto, mas nem sempre a liberdade religiosa (e de consciência). A cultura da sociedade local, influenciada pelo pós-modernismo (avesso à moralidade), aceita uma dicotomia entre a vida pública e a vida privada condicionando a religião apenas à vida privada. Atualmente, esse modelo está sendo praticado (tendo ou não amparo legal) em diversos países ocidentais, principalmente no hemisfério norte.

Modelo 3: Estado Laico

É o modelo mais perfeito até hoje executado. É o modelo criado pelos Pais Fundadores dos EUA, os quais “reconheceram a importância da religião, ao mesmo tempo em que estavam convencidos de que o novo governo não poderia patrociná-la”. Modelo esse, fruto de “uma colaboração única entre o secularismo e a religião”. As liberdades de culto e de religião são perfeitamente garantidas, e o Estado não vê problema em defender a moralidade pública.

Modelo 4: Estado Semi-Confessional

O Estado não é abertamente confessional, mas privilegia a religião majoritária. A liberdade de culto é praticada, mas a liberdade religiosa (ou de consciência) pode ser relativizada para favorecer a religião majoritária, conforme a influência e o poder desta religião sobre o governo.

Segundo o Dr. Marco Huaco (um dos principais defensores das liberdades laicas no Peru), a Igreja Católica, nos tempos modernos, passou a defender essa “fórmula suavizada de confessionalidade”, chamada de “confessionalidade histórico-sociológica” (para combater sutilmente o conceito moderno de Estado Laico), onde o Estado “privilegia uma [religião] em relação às outras por razões históricas (contribuição à identidade nacional) e sociológicas (ser maioria social)”.

Na verdade, desde o Concílio Vaticano II, a Igreja Católica passou a defender a coexistência de “um regime confessional ao lado do reconhecimento das liberdades religiosas”. Por isso, tem orientado “seus bispos nacionais a reconhecerem e se pronunciarem claramente a favor da – antes injuriada – liberdade de culto, mas ao mesmo tempo não renuncia a que o Estado siga conservando sua confessionalidade”, que pode ser “formal e substancial”. “Pela primeira seria dever do Estado professar publicamente a ‘verdadeira religião’ (ou seja, a católica), mediante declarações de catolicismo oficial contidas em textos constitucionais ou concordatários, símbolos religiosos públicos, preces e honras a pessoas e ícones católicos como parte do cerimonial do Estado. Pela segunda, as estruturas políticas públicas deverão estar penetradas pela inspiração do Magistério papal” (Em Defesa das Liberdades Laicas, p. 49-58).

Modelo 5: Estado Confessional

O Estado e a religião (majoritária) andam de mãos dadas. É um modelo perigoso, porque geralmente não há liberdade religiosa ou de culto para quem não pertence à religião majoritária, incluindo mesmo perseguições contra as minorias religiosas. Foi o modelo adotado até a Idade Média pelas nações da Europa e a Igreja Católica. É também o modelo adotado pela maioria dos países muçulmanos.

Com isso em mente fica fácil entender que o maior objetivo de Roma tem sido levar o mundo de volta ao Modelo 5, tendo a Santa Sé como líder religiosa global. Seus esforços sempre foram para desacreditar e até destruir o Modelo 3, proposto pelos EUA. Por isso, quando Roma critica o Modelo 2 (outro exemplo aqui), não está propondo de forma alguma o Modelo 3 como ideal, mas sim o perigoso Modelo 5, tendo os princípios do catolicismo como únicos reconhecidos.

A crise final profetizada no apocalipse só acontecerá quando, sob a influência de Roma, os EUA invalidarem sua Constituição (promotora do Modelo 3), e estabelecerem por lei o Modelo 5 – isso acontecerá quando os EUA votarem uma Lei Dominical, uma vez que o domingo é o sinal característico do poder de Roma!

E esse dia está chegando…

Quem viver verá…

Minuto Profético


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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