A leitura e sua influência

Alimentar a mente infantil

A mente suscetível e expansiva da criança almeja o saber. Devem os pais manter-se bem informados para que possam dar ao espírito de seus filhos o alimento conveniente. Semelhante ao corpo, a mente deriva sua força do alimento que recebe. Ela se alarga e se eleva por meio de pensamentos puros, fortalecedores; mas estreita-se e se torna aviltada com pensamentos terrenos, rasteiros.

Pais, são vocês que haverão de decidir se o espírito de seus filhos se encherá de pensamentos enobrecedores ou de sentimentos viciosos. Não devem conservar desocupada sua mente ativa, tampouco podem expulsar o mal com um simples gesto de enfado. Unicamente incutindo princípios corretos, podem excluir maus pensamentos. A não ser que os pais plantem no coração dos filhos as sementes da verdade, o inimigo semeará o joio. A instrução boa e sã é o único preventivo contra as más conversas, que corrompem os bons costumes. A verdade protegerá a mente das intermináveis tentações que terão de ser enfrentadas.

Controlar os hábitos da leitura

Muitos jovens são ávidos por livros. Lêem qualquer coisa que possam obter. Apelo para os pais desses jovens, a fim de que controlem o desejo deles pela leitura. Não permitam sobre as mesas revistas e jornais em que se encontrem histórias de amor. Preencham o lugar dessas publicações com livros que auxiliem os jovens a incluir na formação de seu caráter o melhor material — o amor e o temor de Deus, o conhecimento de Cristo. Animem os filhos a armazenar na mente conhecimento valioso, a deixar que aquilo que é bom ocupe seus pensamentos e dirija suas faculdades, não dando lugar a pensamentos baixos, aviltantes. Restrinjam o desejo pela leitura que não fornece ao espírito bom alimento.

Devem os pais esforçar-se para conservar fora do lar toda influência que não seja produtora do bem. Nesse sentido, alguns pais têm muito a aprender. Aos que se sentem livres para ler revistas de contos e romances, desejo dizer: Vocês estão lançando uma semente cuja ceifa não desejarão colher. Em tal leitura não há força espiritual a ser adquirida. Antes, ela destrói o amor à verdade pura da Palavra. Mediante tais revistas de contos e romances, Satanás está operando com o fim de encher com pensamentos irreais e fúteis as mentes que deveriam estar diligentemente estudando a Palavra de Deus. Assim, ele está roubando de milhares de milhares o tempo, a energia e a disciplina exigidos pelos sérios problemas da vida.

As crianças necessitam de leitura apropriada que lhes proveja divertimento e recreação e não perverta a mente nem enfraqueça o corpo. Se forem ensinadas a apreciar romances e novelas, os livros e revistas instrutivos se tornarão sem graça. A maioria das crianças e jovens terá matéria que ler, e se não lhes for selecionada, eles o farão. Eles podem encontrar qualidade nociva de leitura em qualquer lugar, e logo aprenderão a apreciá-la; mas se lhes fornecerem em leitura boa e pura, cultivarão o gosto por esta.

Educar o interesse

O interesse deve ser disciplinado e educado com o máximo cuidado. Devem os pais começar cedo a desvendar as Escrituras à mente em desenvolvimento de seus filhos, a fim de que se possam formar hábitos convenientes de pensamento.

Nenhum esforço deve ser poupado no sentido de estabelecer hábitos corretos de estudo. Se a mente divaga, obrigue-a a voltar. Se o gosto intelectual e moral foi pervertido por atrativos e estimulantes contos de ficção, de maneira a não haver inclinação para o espírito se aplicar, há uma batalha a travar a fim de vencer esse hábito. O amor à leitura de ficção deve ser imediatamente vencido. Regras severas devem ser postas em execução, para conservar o espírito na direção devida.

Gosto por ficção

Que lerão nossos filhos? Essa é uma questão séria, e que exige uma séria resposta. Perturba-me ver, entre as famílias observadoras do sábado, revistas e jornais que contêm histórias seriadas, as quais não deixam espaço para o bem na mente das crianças e jovens. Tenho observado aqueles cujo gosto pela ficção foi assim cultivado. Tiveram o privilégio de ouvir a verdade, de familiarizar-se com as razões de nossa fé; mas chegaram aos anos mais avançados destituídos da verdadeira piedade e religião prática.

Os leitores de ficção estão tolerando um mal que destrói a espiritualidade, obscurecendo a beleza das sagradas letras.

Leitura nociva

O mundo está inundado de livros que melhor seria queimar do que fazê-los circular. Melhor seria que nunca fossem lidos pela juventude livros sobre assuntos sensacionalistas, publicados e circulados com o fim de ganhar dinheiro. Há em tais livros uma fascinação satânica.

A prática da leitura de histórias é um dos meios empregados por Satanás para destruir as mentes. Produz satisfação falsa e doentia, agita a imaginação, inabilita o espírito para a utilidade e para todo exercício espiritual. Afasta o espírito de oração e o amor às coisas espirituais.

Obras de romances, frívolos e provocantes contos, pouco menos ruinosos são ao leitor. Talvez o autor professe ensinar uma lição de moral, pode entretecer na obra sentimentos religiosos; freqüentemente, porém, isso não serve senão para velar a loucura e a vileza que se acham no fundo.

Autores ateus

Outra fonte de perigos contra que devemos estar constantemente de sobreaviso, é a leitura de autores ateus. Tais obras são inspiradas pelo inimigo da verdade, e ninguém as pode ler sem pôr em risco sua salvação. É verdade que alguns dos que por elas são afetados podem refazer-se finalmente; mas todos os que se põem ao alcance de suas más influências colocam-se no terreno de Satanás, e ele tira disso a maior vantagem. Convidando eles as suas tentações, não têm sabedoria para discernir nem força para a elas resistir. Com um poder fascinante, sedutor, a incredulidade se apodera da mente.

Lendas e mitos

Na educação das crianças e dos jovens dá-se agora importante lugar aos contos de fadas, mitos e histórias imaginárias. Usam-se nas escolas livros dessa natureza, e eles se encontram também em muitos lares. Como podem pais cristãos permitir que seus filhos usem livros tão cheios de mentiras? Quando as crianças pedem a explicação de histórias tão contrárias aos ensinos recebidos de seus pais, a resposta é que essas histórias não são verdadeiras; mas isso não dissipa os maus resultados do seu uso. As idéias apresentadas nesses livros desencaminham as crianças. Comunicam falsas idéias da vida, suscitando e nutrindo o desejo pelo irreal.

Nunca devem ser colocados nas mãos da infância e da adolescência livros que contenham uma perversão da verdade. Não permitamos que nossos filhos, no próprio processo de adquirir educação, recebam idéias que se demonstrarão sementes de pecado.

Destruindo o vigor mental

Há poucas mentes equilibradas, porque os pais são impiamente negligentes quanto ao seu dever de estimular os traços debilitados e reprimir os errados. Não se lembram de que estão sob a mais solene obrigação de vigiar as tendências de cada criança, que é seu dever educar os filhos para que desenvolvam maneiras e hábitos corretos de pensamento.

Cultivemos as faculdades morais e intelectuais. Não permitamos que essas nobres faculdades sejam debilitadas e pervertidas pela excessiva leitura de livros de histórias. Sei de espíritos fortes que se têm desequilibrado e ficado parcialmente entorpecidos ou paralisados pela intemperança na leitura.

Crianças inquietas

Os leitores de contos frívolos e empolgantes tornam-se inaptos para os deveres da vida prática. Vivem em um mundo irreal. Tenho observado crianças a quem se consentiu adquirir o costume de ler tais histórias. Quer em casa quer fora de casa, acham-se inquietas, sonhadoras, incapazes de conversar a não ser sobre os assuntos mais triviais. Conversas e pensamentos religiosos são inteiramente alheios ao seu espírito. Cultivando o apetite pelas histórias sensacionais, perverte-se o gosto da mente, e o espírito não se satisfaz, a menos que seja nutrido com tal alimento prejudicial. Não posso imaginar expressão mais apropriada para designar os que condescendem com tal leitura, do que a de embriagados mentais. Hábitos intemperantes na leitura, têm sobre o cérebro um efeito idêntico àquele que os hábitos de intemperança no comer e no beber exercem sobre o corpo.

Antes de aceitarem a verdade presente, alguns haviam formado o hábito de ler romances. Ao unirem-se à igreja, esforçavam-se para vencer esse hábito. Colocar perante essas pessoas leituras semelhantes às que abandonaram, equivaleria a oferecer bebidas intoxicantes ao amante da embriaguez. Cedendo à tentação que sempre os acomete, logo perdem o gosto pela leitura saudável. Não têm interesse no estudo da Bíblia. Debilita-se-lhes a força moral. Cada vez menos repulsivo se lhes afigura o pecado. Manifesta-se crescente infidelidade, desprazer cada vez maior pelos deveres práticos da vida. Pervertendo-se o espírito, está ele pronto para prender-se a qualquer leitura de caráter estimulante. Assim se acha aberto o caminho para Satanás ter domínio completo sobre a pessoa.

Leitura superficial

Com a imensa maré de material impresso a derramar-se constantemente do prelo, adultos e jovens formam o hábito da leitura apressada e superficial, e a mente perde a sua capacidade para um pensamento contínuo e vigoroso. Além disso, uma grande quantidade de revistas e livros que, à semelhança das rãs do Egito, se estão espalhando pela Terra, não é apenas coisa banal, ociosa e deprimente, mas impura e degradante. Seu efeito não consiste simplesmente em envenenar e arruinar o espírito, mas também em corromper e destruir a vida.

Uma incoerência

Há os que professam ser irmãos que não assinam nossas revistas mas assinam uma ou mais revistas seculares. Seus filhos são profundamente interessados em leituras de ficção e romances que se encontram nessas revistas que seus pais admitem poder pagar, embora declarem não poder assinar nossos periódicos e publicações sobre a verdade presente.

Os pais devem vigiar seus filhos e ensinar-lhes a cultivar a imaginação pura e a evitar, como evitariam a lepra, histórias de amor estilizadas em periódicos. Sejam as publicações sobre moral e religião encontradas em nossas mesas e bibliotecas, para que nossos filhos cultivem o gosto pela leitura elevada.

Mensagens aos jovens

Vendo o perigo que ameaça os jovens por causa das leituras impróprias, não posso deixar de apresentar outra vez as advertências que me foram dadas acerca desse grande mal.

O mal que para os cristãos resulta de manusear literatura de índole reprovável é muito pouco reconhecido. O assunto com que estão tratando lhes prende a atenção e desperta o interesse. Sentenças imprimem-se-lhes na memória. São-lhes sugeridos pensamentos. Quase inconscientemente o leitor é influenciado pelo espírito do escritor, e espírito e caráter recebem impressão para o mal. Alguns há que têm fé pequena e pouco domínio próprio, e é-lhes difícil banir os pensamentos sugeridos por essa leitura.

Oh, se os jovens refletissem sobre a influência que as histórias empolgantes exercem no espírito! Podem eles, depois de uma leitura dessas, abrir a Palavra de Deus e ler com interesse as palavras da vida? Não fica desinteressante o Livro de Deus? A fascinação daquela história de amor prende o espírito, destruindo-lhe o tono saudável, tornando-se impossível fixar a mente nas verdades importantes, solenes, que dizem respeito ao interesse eterno. Pecam contra seus pais devotando o tempo que lhes pertence a um tão mesquinho desígnio, e pecam contra Deus em assim empregar o tempo que devia ser passado em devoção a Ele.

Filhos, tenho uma mensagem para vocês. Agora está sendo decidido seu destino futuro, e o edifício de seu caráter será daquela espécie que os excluirá do Paraíso de Deus. … Quão penoso é para Jesus, o Redentor do mundo, contemplar uma família cujos filhos não têm amor a Deus nem respeito a Sua Palavra, mas estão todos absorvidos na leitura de ficção. Tempo assim despendido rouba-lhes o desejo de tornar-se eficientes nos deveres do lar; desqualifica-os para serem chefe da família, e assim continuando os prenderá mais e mais nos laços de Satanás. … Alguns dos livros que vocês estão lendo contêm excelentes princípios, mas vocês os lêem apenas para absorver a história. Se pudessem tirar dos livros que lêem aquilo que lhes ajudasse na formação do caráter, sua leitura poderia fazer-lhes algum bem. Mas quando tomarem um livro e o folhearem página por página, perguntem a si mesmos: Qual é meu objetivo nesta leitura? Estou procurando obter conhecimento substancial? Vocês não poderão construir um caráter reto levando para o fundamento madeira, feno e palha.

Sementes da verdade

Entre um campo não cultivado e a mente não educada há grande semelhança. Na mente das crianças e jovens o inimigo semeia o joio e, a menos que os pais vigiem atentamente, ele crescerá, produzindo seu mau fruto. É necessário contínuo cuidado ao cultivar o terreno do espírito, e ao lançar nele a preciosa semente da verdade bíblica. Às crianças deve ser ensinado rejeitar os contos levianos, empolgantes, e volver à leitura sensata, que levará o espírito a ter interesse na narração, história e argumentação da Bíblia. A leitura que lança luz sobre o Volume Sagrado, e desperta o desejo de estudá-lo, não é perigosa, mas proveitosa.

É impossível que os jovens possuam saudável disposição mental e corretos princípios religiosos, a menos que apreciem a leitura atenta da Palavra de Deus. Esse livro contém a mais interessante história, indica o caminho da salvação por meio de Cristo, e é o seu guia para uma vida mais elevada e melhor.

Ellen G. White, Fundamentos do Lar Cristão, Capítulo 26.

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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