Ao Vencedor … Um Novo Nome

I – Introdução: Uma das histórias mais repetidas das Olimpíadas é a história do negro norte-americano Jesse Owens. Ganhador de quatro medalhas de ouro nas olimpíadas de 1936 em Berlim, ele protagonizou o ato mais humilhante para Hitler e suas teorias nazistas da superioridade da “raça ariana”.

Ao chegar em primeiro lugar nos 100m rasos, Jesse Owens não recebeu o cumprimento de Adolf Hitler, que deixou o estádio após a vitória. Há quem diga que Hitler nem assistiu à prova.

Além dessa conquista, Owens levou para casa o ouro nos 200m (20s7) e no salto em distância (8,13m) ambos com recordes olímpicos -, e no 4x100m (39s8), quando ajudou o time norte-americano a bater o recorde mundial.

Neto de escravos, James Clevland Owens nasceu no Alabama, no dia 12 de setembro de 1913. Aos sete anos, ajudava os pais na colheita de algodão. Começou a correr desde cedo e, quando jovem, recebeu propostas de bolsa de estudos.

Jesse Owens faz parte de um grupo de pessoas que nasceu com vários motivos para ser um fracasso, ou na melhor das hipóteses ficar no anonimato velado nas páginas históricas. Ele realmente teve muitos desafios para enfrentar. Ele teve que enfrentar o preconceito, a discriminação racial, sua origem simples e pobre antes de se tornar um vencedor. Mas, ele não deixou prender-se por um passado desfavorável, ele não ficou se lamentando pelas oportunidades negadas e nem tão pouco se deixou impressionar pelas teorias do determinismo biológico. Ele não se deixou condicionar pelo fracasso e desânimo em face de uma vida dura e cheia de privações. Em cada treino, em cada competição em sua universidade, ele tinha só um alvo; vencer, vencer e vencer… Foi por isso que quando entrou no estádio em Berlim e viu Hitler, ele não curvou a cabeça diante do imponente ditador, não deixou a carga de responsabilidade curvar os seus ombros provocando um peso a mais que poderia resultar em derrota. Ele se lembrou que já era um vencedor na corrida da vida, estar ali fazia parte de sua vida de vitórias, ele já vinha vencendo dia após dia, só lhe restava agora então, cumprir com a sua vocação.

II – Decidindo-se Pela Vitória.

A) Esta história me faz lembrar um pouco de cada um de nós. Pois, todos nós nascemos com a natureza pecaminosa fadada ao fracasso, ou seja, em condições adversas. Nosso presente remonta a um triste passado de derrota, quando o homem estendeu a mão ao fruto proibido renunciando a companhia do seu Criador. Isto é tão verdade que sobre nossa natureza é dito: “Não existe, por natureza, nenhuma inimizade entre o homem pecador e o originador do pecado. Ambos se tornaram malignos pela apostasia. O apóstata nunca está em sossego, exceto quando obtém simpatia e apoio, induzindo outros a lhe seguir o exemplo. Por este motivo os anjos decaídos e os homens ímpios se unem em desesperada união”. O Grande Conflito, p.505.

Contudo, aonde o homem fracassou o nosso Senhor Jesus triunfou, tornando-se nosso maior modelo de sucesso e vitória, se no Éden nós fomos rebaixados a ímpias criaturas no calvário nós fomos promovidos a herdeiros da promessa; “porque necessitais de perseverança, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa”. Heb. 10:36. Não é em vão que nós cantamos “na batalha contra o mal. Cristo é o grande vencedor”. A vitória de Cristo é a nossa vitória, Seu sucesso é o nosso sucesso, tudo de bom que Ele conquista, Ele faz questão de compartilhar conosco. Seu estado perfeito e vitorioso atribuiu as suas imperfeitas criaturas com a única finalidade de fazer de mim e de ti um VENCEDOR CADA DIA.

B) Todos os dias nos deparamos com inúmeras escolhas que temos de fazer que resultarão em vitória ou derrota no que diz respeito a vida espiritual. É claro que da parte do Senhor não recebemos apenas inspiração, motivação para vencer, Ele faz muito mais, Ele nos concede O Espírito Santo para conceder-nos poder. Deus está interessado em nossa vitória, no nosso crescimento e na nossa realização espiritual.

Ao entrarmos no estádio das “competições diárias desta vida” pode o grande inimigo estar ali para nos amedrontar e nos intimidar. Pode uma multidão inteira estar presente para torcer contra e vibrar com o nosso fracasso, mas, se decidirmos pela vitória não nos faltará forças e nem condições para cruzarmos a linha de chegada. Nossa vocação é para a vitória, nosso destino é de ser vencedor, somos predestinados para sermos conformes à imagem de Jesus (Rom. 8:29), nada pode derrotar um jovem que está em Cristo, que nEle se espelha e dEle se “alimenta”. (ler Rom. 8:35-39)

III – Condicionamento x Sucesso.

A) Experiências recentes com vários animais de laboratório mostram como um sistema condicionado pode controlar, para sempre, o comportamento de um animal, até o ponto de novos conjuntos e hábitos determinarem seu novo estilo de vida. Por exemplo: no Canadá, cientistas colocaram, em um mesmo tanque, dividido ao meio por uma placa de vidro, de um lado um lúcio (peixe com aproximadamente 1,50 de comprimento, que vive em rios e lagos da Europa e alimenta-se de outros peixes) e um cardume de carpas miúdas do outro. Após inúmeras investidas contra a placa, o lúcio, não conseguindo alimentar-se das carpas, acabou por desistir, limitando-se a circular pelo tanque, permanecendo faminto enquanto via as saborosas carpas do outro lado. Então, a repartição de vidro foi removida e aí se verificou algo surpreendente: o lúcio continuou do mesmo lado, respeitando a “barreira imaginária”.

Com as pulgas não foi diferente. Colocaram pulgas em recipientes tapados, à medida que saltavam até a tampa percebiam que seus saltos eram em vão para fugir do recipiente, com o tempo elas continuavam a saltar, sem, no entanto, continuar a bater na tampa. Elas foram condicionadas a pular até certa altura. Depois de um tempo tiraram a tampa, e bastava-lhes pularem mais alto para serem livres só, que as suas ações permaneciam limitadas.

Estes mesmos princípios são os que fazem um elefante adulto andar em volta de uma estaca de madeira preso apenas a uma corda fina. Se ele quisesse bastaria arrancar a estaca, romper a corda e sair correndo pelo circo em busca de liberdade. Mas, por que assim ele não o faz? É que quando filhote foi condicionado a não andar solto, sendo preso a uma barra grossa de ferro prendendo sua perna à barra. Agora, para ele toda corda é aquela antiga barra.

Infelizmente, às vezes, você e eu somos como o lúcio, a pulga e o elefante. Um dia no mais puro e perfeito jardim que Deus criara, um inimigo feroz nos fez acreditar, ainda que momentaneamente, em certas coisas sobre nós mesmos e sobre nosso Mestre que não são verdadeiras. Muitas das nossas ações atuais, que praticamos conscientemente, baseiam- se em exposições a condicionamentos do tempo que em que éramos escravos do mal e das suas mentiras, mas, hoje graças ao ato salvifico de Jesus encontramos-nos em plena liberdade, não só psicológica, mas também, física e principalmente espiritual.

B) Como jovens libertos por Jesus Cristo nossa mente deve ser diariamente renovada pelo poder de Jesus Cristo, o apóstolo Paulo entendia tão bem isso que ele escreveu: “E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom.

12:2. É inevitável que nos envolvamos em algumas coisas desta vida, porque, pelo menos por enquanto, é aqui que nós vivemos, mas, estar no mundo não significa ser dominado por ele, nós podemos ainda estar aqui, contudo, nossa mente tem que ser “transferida para as coisas lá de cima”.

Você sente e age como pensa. A sua mente é o centro do seu ser. Se você conseguir controlar sua mente sob a orientação de Deus, estará livre para se tornar tudo aquilo que é capaz. Freqüentemente ouvimos dizer que somos aquilo que pensamos ser.

Todo aquele que deseja a mente de um vencedor deve clamar a Deus como clamou o salmista: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.” Salm. 51:10. Nesta passagem o salmista não está apenas pedindo para que Deus limpe seu coração, mas, sobretudo, ele tem convicção de que Deus pode lhe dar um coração totalmente novo, ou seja, uma mente totalmente nova, sem nenhum resquício do passado (Ezeq. 36:26). Ellen G. White comentando a respeito do assunto, escreveu: “As palavras ‘dar-vos-ei coração novo’ significam: dar-vos-ei uma mente nova.” Review and Herald, 18-12-1913.

Queridos jovens, saber que é vencedor não é o suficiente, mais importante ainda é agir como tal. Eu não posso a caminho da Terra Prometida sentir saudades das “panelas de carne do Egito”. Eu não posso vir à igreja, e deixar que minha cabeça “fique lá fora”, nas diversões do mundo. Eu não posso desejar o céu enquanto os apelos do mundo dominam a maioria de minhas emoções.

IV – Mais Prêmios aos Vencedores…

A) Não que este seja o fator motivacional mais importante, mas, na vida cristã toda a vitória tem a sua recompensa. Vencer os condicionamentos de uma vida pecaminosa, vencer a tentação de se apegar mais a este mundo do que desejar o céu tem sem dúvida as suas vantagens, e aqui, temos outra promessa revestida de abundante gozo para aqueles que com firmeza e resistência não desistirem.

B) Esta promessa contém uma tríplice benção, cada uma, revestida de grande significado. “… ao que vencer darei do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.” Apoc. 2:17.

1) “O Maná Escondido…”: Este celestial alimento que sustentou o povo de Deus ao longo da jornada do deserto (Ex. 16:16-35) deveria ser visto como um símbolo emblemático do alimento espiritual que Deus quer alimentar diariamente Seu povo nesta longa jornada da vida “Cristo não somente nos revelou a doutrina da expiação, apresentando a esperança da vida eterna, mas Suas palavras são o maná do Céu para alimento da alma, a fim de que esta receba forças espirituais.” Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 422.

Mais do que a Sua palavra própria, o maná “escondido” dentro da arca do concerto é uma clara referência à pessoa de Cristo. A companhia, os ensinamentos pessoais de Cristo, a voz audível do Mestre será um eterno alimento para almas vencedoras.

2) Uma Pedra Branca: com um nome gravado lembra o costume antigo – usado pelos membros de um jurado – encontrado tanto no Império Grego como no Império Romano, em que era dado a pedra branca como símbolo de aprovação e uma pedra preta como símbolo de reprovação. Esta pedra branca encontrada nesta promessa é uma clara absolvição da culpa do pecado. Na cruz fomos perdoados, no dia-a-dia recebemos a lavagem purificadora dos pecados por lançar mão do perdão de Cristo e no julgamento é confirmada a aprovação de nossa vida pelos méritos do Nosso Salvador.

3) Um Novo Nome: Na Bíblia quase sempre quando uma pessoa muda de nome significa que ela mudou de vida, pois em vários lugares do texto bíblico o nome de uma pessoa representa o seu caráter, portanto, um novo nome indica um novo caráter. Caráter este moldado, transformado segundo o de Deus (Isa. 62:2; 65:15 e Apoc. 3:12). Depois de uma luta voraz contra o pecado receberemos um novo nome dado por Deus, assim como recebeu Jacó depois de lutar com o Anjo e prevalecer.

V – Conclusão: Deus anseia por recompensar aqueles que vencerem apesar das adversidades desta vida. Deus se compraz com aqueles que costumam transformar tentação, pobreza, dificuldade, em disciplina cristã para o desenvolvimento da pureza e firmeza. Seus propósitos serão consumados em nós, se assim nós o quisermos e permitimos que Ele seja o “autor e consumador de nossa fé”. Você não deve deixar que esta vida infeliz conduza você, não. Tudo que você tem que fazer é deixar-se descansar em Suas mãos maravilhosas e esperar pacientemente pela premiação, como descreve a passagem de Filipenses 3:13,14(ler). Amém!

Autor: Pr. Donato Azevedo Filho

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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