Auxiliadores da mãe

Filhos participantes

Tanto as crianças como os pais têm importantes deveres a cumprir no lar. Deve ser-lhes ensinado que eles constituem uma parte da organização do lar. São alimentados, vestidos, amados e cuidados; e devem corresponder a esses muitos favores assumindo a parte que lhes cabe nas responsabilidades do lar, e trazendo toda felicidade possível à família da qual são membros.

Ensine cada mãe a seus filhos que eles fazem parte de sua família e devem desempenhar suas responsabilidades nessa sociedade. Cada membro da família deve assumir seus encargos tão fielmente como os membros da igreja levam as responsabilidades em relação à igreja.

Sejam os filhos informados de que estão ajudando ao papai e mamãe ao darem pequenos recados. Eles devem ter algum trabalho para fazer, antes que ganhem tempo para brincar.

As crianças têm a mente ativa, e precisam ser empregadas para que ergam os fardos da vida prática… Jamais devem ser deixadas a escolher sua ocupação. Devem os pais controlar essa questão.

Pais e filhos têm obrigações

Os pais têm a obrigação de alimentar, vestir e educar seus filhos, e estes de servir a seus pais com alegria e fidelidade. Quando os filhos deixam de sentir a obrigação de partilhar com seus pais trabalhos e encargos, como se sentiriam, então, se seus pais deixassem de sentir sua obrigação de cuidar deles? Deixando de cumprir os deveres que recaem sobre eles de serem úteis a seus pais, de aliviar-lhes as cargas fazendo o pode ser desagradável e trabalhoso, os filhos perdem a oportunidade de obter a mais valiosa educação que os capacitaria para ter sucesso na vida.

Deus deseja que os filhos de todos os crentes sejam ensinados, desde os mais tenros anos, a partilhar dos trabalhos que os pais têm no cuidado por eles. É-lhes dada no lar uma parte para seu dormitório e o direito a um lugar à mesa da família. Deus exige que os pais alimentem e vistam seus filhos. Mas as obrigações entre pais e filhos são mútuas. De sua parte é requerido dos filhos que respeitem e honrem seus pais.

Não devem os pais ser escravos dos filhos, fazendo todo o sacrifício, enquanto se permite aos filhos que cresçam livres de cuidados e preocupações, deixando todos os encargos repousarem sobre os pais.

Indolência pela bondade irrazoável

Os filhos devem ser ensinados muito cedo a ser úteis, a servir a si mesmos e aos outros. Muitas filhas conseguem, sem dor na consciência, ver sua mãe trabalhando, cozinhando, lavando ou passando roupas, enquanto elas se assentam na sala de visitas e lêem histórias, fazem tricô, bordados, etc. Elas têm o coração insensível como uma pedra.

Mas, de onde se origina o erro? Quem são, em geral, os maiores culpados disso? Os pobres e enganados pais. Passam por alto o bem futuro de seus filhos e, em sua errônea compaixão, deixam-nos assentados em indolência ou se lhes permite fazer coisas de pouca importância, que não exigem exercício da mente nem dos músculos, e desculpam suas filhas indolentes alegando que são frágeis. Que as tornou fracas? Em muitos casos, tem sido o errôneo procedimento dos pais. Uma porção razoável de exercício ao redor da casa ajudaria tanto o corpo como a mente. Mas as crianças são privadas disso em virtude de falsas idéias, até que tomam aversão pelo trabalho.

Se seus filhos não forem acostumados a trabalhar, logo estarão cansados. Queixar-se-ão de dor no lado, nos ombros, membros cansados; e vocês correrão o risco de, por dó, fazer vocês mesmos o trabalho em vez de permitir que sofram um pouco. Seja o trabalho das crianças muito leve de início, aumentando-se cada dia um pouco, até que possam fazer uma soma razoável de trabalho sem se cansarem.

Perigos da indolência

Foi-me mostrado que muito pecado é resultado da preguiça. Mãos e mentes ativas não acham tempo para dar ouvidos a toda tentação sugerida pelo inimigo; mãos e cérebros ociosos, porém, estão sempre em condições de ser controlados por Satanás. Quando não devidamente ocupada, a mente demora-se em coisas impróprias. Os pais devem ensinar a seus filhos que a ociosidade é pecado.

Nada há que mais conduz seguramente ao mal do que levar todas as cargas dos filhos, deixando-lhes a vida sem objetivo, na indolência, sem nada fazer, ou ocupando-se com o que lhes aprouver. As crianças têm a mente ativa e, se não a ocuparem com o que é bom e útil, farão inevitavelmente o que é mau. Embora seja justo e necessário que tenham recreação, devem ser ensinados a trabalhar, devem ter horas regulares de trabalho físico bem como para leitura e estudo. Cuide para que tenham ocupação de trabalho proporcional à sua idade, e sejam supridos com livros úteis e interessantes.

Ocupação útil

Uma das mais seguras salvaguardas para a juventude é a ocupação útil. Tivessem os jovens sido educados em hábitos produtivos, de maneira que todas as suas horas fossem utilmente empregadas, e não teriam tempo para lamentar sua sorte nem para sonhos inúteis. Estariam em pouco perigo de formar hábitos ou associações viciosas.

Se os pais estão tão ocupados com outras coisas que não podem manter os filhos convenientemente empregados, Satanás os manterá ocupados.

Aprender a levar as cargas

Os pais devem despertar para o fato de que a mais importante lição para seus filhos é a de que devem aprender a desempenhar sua parte na condução das tarefas do lar. … Os pais devem ensinar seus filhos a ter um ponto de vista prático da vida, compreendendo que devem ser úteis no mundo. No lar, sob a supervisão da mãe sábia, meninos e meninas devem receber sua primeira instrução quanto a assumir os encargos da vida.

A educação da criança para o bem ou para o mal começa nos primeiros anos. … Quando os mais velhos se tornam maiores, devem ajudar a cuidar dos membros mais jovens da família. A mãe não deve cansar-se fazendo o trabalho que os filhos podem e devem fazer.

Tomar parte nas tarefas

Os pais devem ajudar seus filhos a fazer a vontade de Deus mostrando-se fiéis no cumprimento dos deveres que de fato lhes pertencem como membros da família. Isso lhes dará a mais valiosa experiência. Ensinar-lhes-á que não devem centralizar o pensamento em si mesmos, que não devem fazer o que só a eles dá prazer. Pacientemente, devem ser educados para que aprendam a desempenhar sua parte no círculo da família, a tornar um sucesso seus esforços de participar dos encargos da mãe e do pai, dos irmãos e das irmãs. Assim, terão satisfação em saber que são realmente úteis.

As crianças podem ser educadas para se tornarem prestativas. Elas são, por natureza, ativas e inclinadas a participar; e essa atividade é possível ser treinada e dirigida no rumo certo. Os filhos devem, quando jovens, ser ensinados a levar diariamente suas pequenas cargas, tendo cada um alguma tarefa particular para realizar, da qual seja responsável diante de seu pai ou tutor. Aprenderão assim a levar o jugo do dever desde cedo; e o desempenho de suas pequenas tarefas se tornará um prazer, dando-lhes felicidade que só é alcançada pelo fazer o bem. Irão se acostumar ao trabalho e responsabilidade, e encontrarão prazer em realizar o que é necessário, compreendendo que a vida lhes oferece mais importantes ocupações que os divertimentos em si.

O trabalho é bom para as crianças; elas ficam mais felizes se utilmente empregadas grande parte do tempo; seus inocentes divertimentos são desfrutados com maior prazer depois de haverem desempenhado com sucesso suas tarefas. O trabalho fortalece tanto os músculos como a mente. As mães podem fazer de seus filhos preciosos ajudadores; e, no mesmo passo em que são ensinados a ser úteis, podem elas mesmas alcançar conhecimento da natureza humana e como tratar com esses jovens e imaturos seres e conservar o coração aquecido e jovem pelo contato com esses pequenos. E como seus filhos olham para ela em confiança e amor, podem olhar para o querido Salvador em busca de auxílio e direção. Crianças convenientemente educadas, ao avançarem em idade aprendem a amar essa espécie de trabalho que torna mais leve a carga de seus amigos.

Equilíbrio mental

No cumprimento de sua parte das tarefas, podem melhorar a memória e alcançar o correto equilíbrio do espírito, bem como estabilidade de caráter e diligência. O dia, com sua rotina de pequenos deveres, demanda reflexão, cálculo e planejamento de ação. Tornando-se os filhos mais velhos, mais ainda deve ser exigido deles. Não se lhes imponha tarefa exaustiva, nem seu trabalho deve ser prolongado de modo que se afadiguem e desanimem; mas deve ser cuidadosamente selecionado tendo em vista o desenvolvimento físico mais desejável e o cultivo apropriado da mente e do caráter.

Obreiros da terra e os do céu

Se as crianças fossem ensinadas a considerar a humilde rotina dos deveres diários como o caminho a elas indicado pelo Senhor, como uma escola na qual devem ser preparadas para a realização de um serviço fiel e eficiente, quão mais agradável e honroso lhes pareceria o seu trabalho! Cumprir todo dever como sendo ao Senhor, lança um encanto ao redor da mais humilde ocupação, ligando os obreiros na Terra com os seres santos que cumprem a vontade de Deus no Céu.

Trabalho é constantemente feito no Céu. Ali não há indolência. “Meu Pai trabalha até agora”, disse Cristo, “e Eu trabalho também.” João 5:17. Não podemos supor que, quando vier o triunfo final, e tivermos as mansões para nós preparadas, que a indolência será nossa porção, e que viveremos num feliz estado de nada fazer.

Fortalece os laços domésticos

Na educação doméstica dos jovens, o princípio da cooperação é inestimável. … Os mais idosos devem ser os ajudantes dos pais, tomando parte em seus planos, e partilhando de suas responsabilidades e encargos. Tomem os pais e as mães tempo para ensinar os filhos, mostrem que apreciam o auxílio deles, desejam sua confiança e gostam de sua companhia; e as crianças não serão tardias em corresponder. Não somente isso suavizará o encargo dos pais, e receberão as crianças um ensino prático de valor inestimável, mas também haverá fortalecimento dos laços domésticos e consolidação dos próprios fundamentos do caráter.

Crescimento mental, moral e espiritual

As crianças e os jovens devem achar prazer em tornar mais leves as obrigações do pai e da mãe, demonstrando abnegado interesse no lar. Ao suportarem com alegria a parte das responsabilidades que lhes pesa sobre os ombros, estão recebendo instrução para se tornarem aptos para posições de confiança e utilidade. Cada ano, devem fazer progressos, trocando gradual mas seguramente sua conduta de meninos e meninas pela de verdadeiros homens e mulheres. No fiel desempenho de simples deveres do lar, os rapazes e as meninas lançam os alicerces da excelência mental, moral e espiritual.

Saúde ao corpo e paz de espírito

Com certeza, a aprovação de Deus repousa com amável confiança sobre as crianças e jovens que desempenham alegremente sua parte nos deveres da família, partilhando as responsabilidades do pai e da mãe. Serão recompensados com saúde do corpo e paz de espírito; e fruirão o prazer de ver os pais tomarem parte nos entretenimentos sociais e nas saudáveis recreações, prolongando assim a existência. Os filhos exercitados para os práticos deveres da vida, sairão de casa para ser membros úteis da sociedade, com educação muito superior à que se adquire confinado em uma sala de aulas em tenra idade, quando nem a mente nem o corpo estão suficientemente fortes para resistir à tensão.

Em alguns casos, seria melhor que as crianças tivessem menos trabalho na escola e mais preparo para a realização de tarefas domésticas. Sobretudo deviam ser ensinadas a ser solícitas e prestativas. Muita coisa a ser aprendida dos livros é de muito menos importância do que as lições de atividade prática e disciplina.

Sono reparador

As mães devem levar consigo as filhas para a cozinha, e ensiná-las pacientemente. Sua constituição ficará melhor por fazer esse trabalho; seus músculos adquirirão vigor e resistência, e serão mais saudáveis suas meditações, e mais elevadas, quando chegar o fim do dia. Talvez se achem fatigadas, mas quão doce é o repouso depois de uma justa medida de trabalho! O sono, o suave restaurador da natureza, revigora o corpo fatigado e prepara-o para os deveres do dia seguinte. Não demos a entender a nossos filhos que não importa se eles trabalham ou não. Ensinemos-lhes que seu auxílio é necessário, seu tempo é valioso, e que contamos com seus serviços.

É um pecado deixar que as crianças cresçam indolentes. Exercitem elas seus membros e músculos, mesmo que os cansem. Se não são ativados, como pode a fadiga fazer-lhes mais dano a elas do que a vocês? Há uma evidente diferença entre cansaço e exaustão. As crianças necessitam de mais freqüente mudança de atividade e intervalos de repouso que as pessoas adultas; mas mesmo quando ainda bem jovens, devem começar a aprender a trabalhar, e se sentirão felizes com o pensamento de que estão sendo úteis. Seu sono será mais tranquilo após saudável atividade, e se sentirão refeitas para o próximo dia de trabalho.

Nunca dizer: “meus filhos me atrapalham”

“Oh”, dizem algumas mães, “meus filhos me atrapalham quando procuram ajudar-me.” Assim faziam os meus, mas você acha que eu permitia que eles o soubessem? É necessário elogiar os filhos. Ensiná-los, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra. Isso é melhor que ler romances, que fazer visitas, que seguir as modas do mundo.

Contemplando o modelo

Por algum tempo, a Majestade do Céu, o Rei da glória, foi apenas uma criança em Belém, e não podia representar mais que uma criança nos braços de Sua mãe. Na infância, Ele não podia fazer senão a obra de uma criança obediente, cumprindo os desejos de Seus pais, fazendo aquelas tarefas compatíveis com Sua habilidade de criança. Isso é tudo que às crianças compete fazer, e devem ser educadas e instruídas para que possam seguir o exemplo de Cristo. Jesus agiu de tal maneira que abençoou a família da qual participava, pois sujeitou-Se a Seus pais e assim fez obra missionária em Sua vida no lar. Está escrito: “E o menino crescia e Se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele.” Lucas 2:40. “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.” Lucas 2:52.

É o precioso privilégio dos pais e dos mestres cooperar em ensinar as crianças como participar do contentamento da vida de Cristo mediante o aprender a seguir Seu exemplo. Os primeiros anos do Salvador foram de desenvolvimento prático. Ele era um colaborador de Sua mãe no lar; e estava tão certamente cumprindo Sua missão ao desempenhar as tarefas domésticas e trabalhar na bancada de carpinteiro como quando empenhado em Seu ministério público.

Em Sua vida terrestre, Cristo foi exemplo a toda a família humana, e era obediente e prestativo no lar. Aprendeu o ofício de carpinteiro, e trabalhava com as próprias mãos na oficina de Nazaré. … Enquanto Ele trabalhava, na infância e juventude, também desenvolvia a mente e o corpo. Não gastava negligentemente as energias físicas, mas de maneira a conservá-las sãs, para que fizesse, em todos os sentidos, o melhor trabalho.

Ellen G. White, Fundamentos do Lar Cristão, Capítulo 22.

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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