COMO FAZER UM SERMÃO ESTRUTURADO

 

Este estudo visa auxiliar aos irmãos que estão iniciando na pregação na Igreja e até mesmo os que, mesmo já tendo experiência, queiram aprimorar-se no tema.

Em nossas visitas às IASD, temos sentido sempre a necessidade dos irmãos de novos pregadores e a falta de material prático, por isso procuramos torná-lo o mais didático possível, porque o que faltam não são pregadores, mas irmãos que saibam um mínimo de técnica para desenvolver seus dons.

A verdade é que todos sempre terão algo lindo para falar sobre sua experiência com Deus.

Outras fontes certamente deverão ser consultadas para um mais amplo aprendizado, mas esperamos que o objetivo de subsidiar a experiência do leitor seja alcançado com a graça de Deus e que Ele possa lhe abençoar nesta sagrada missão.

 

Se o irmão teve conhecimento destes escritos, não os guarde para si, divulgue-o com os demais irmãos da igreja.

 

Até lá irmão, quando nos conheceremos pessoalmente. (Douglas Borges Dias de Souza)

MAS LEMBRE-SE, SEMPRE e SEMPRE: Todo Pregador deve ter um encontro com Jesus antes de pregar e deverá sempre pregar como alguém que teve um encontro com Jesus.

 

1 – DA ORIENTAÇÃO DIVINA E MEDITAÇÃO

O sermão é sempre uma oportunidade de decisão e salvação de alguém, mesmo que a decisão não seja integralmente ali e seja posterior, o teu sermão irmão, fará parte dela. O sermão não inicia quando você começa a falar no púlpito, ele inicia com a tua vida fora da igreja.

Continua quando você chega na igreja. Continua quando você ora pedindo a direção do Criador e a presença de Seu Santo Espírito. Ali você estará representando a mensagem do próprio Deus.

Prepare-se para ser um instrumento de conversão de pessoas. É muita responsabilidade, mas nunca deverá ser recusada, pois também faz parte do seu enriquecimento espiritual, pois toda vez que pregamos, pregamos para os que ouvem e acima de tudo para nós mesmos.

2 – DA ESCOLHA DO TEMA E DAS FORMAS DE MONTAR O SERMÃO.

A importância do Tema a ser desenvolvido é  primordial e não deverá ser mudado no decorrer do sermão. Do início ao fim, o tema deverá ser um só.

Estude muito a Palavra de Deus. Quando souber ou não souber sobre o que falar peça ajuda ao Deus da Palavra, deixe o Espírito de Deus inspirá-lo. Medite bastante. O irmão verá o milagre da mensagem acontecer.

A escolha pode partir de uma experiência sua ou de alguém conhecido (evite contar histórias que não se tem certeza de ser real), de um hino, de um trecho bíblico. Sempre é melhor partir da base do sermão para o tema do que do tema para o sermão.

Não use temas do tipo “você vai morrer no fogo do inferno”. Muito cuidado com este tipo de sermão persuasivo. Vide o capítulo 5.2.

Sempre tenha alguns sermões já desenvolvidos dentro da Bíblia do irmão.  Nunca tenha vergonha de copiar bons sermões que os irmãos ouçam na igreja, eles servirão para outras ocasiões.

Algumas formas de montar o Sermão:

2.1 – PARTINDO DO TEMA PARA O SERMÃO.

Escolha o tema a ser pregado. Pesquise as passagens bíblicas a serem usadas, acrescente uma experiência e um texto do Espírito de Profecia, monte o sermão conforme a seqüência do item “13” desse estudo.

2.2 – PARTINDO DE UMA PASSAGEM BÍBLICA PARA O SERMÃO.

Igualmente, escolha uma passagem bíblica ou uma história bíblica e desenvolva conforme o item “13” desse estudo. Como exemplo, veja um sermão cuja passagem escolhida foi  Jeremias 35, onde narra a linda história dos Recabitas, no Apêndice B.

2.3 – PARTINDO DE UM HINO PARA UM SERMÃO.

Os hinos do Hinário Adventista do Sétimo Dia trazem sempre uma passagem bíblica vinculada, o que facilita em muito para começar o sermão.

2.4 – PARTINDO DE UMA EXPERIÊNCIA PARA UM SERMÃO. 

Procure sempre contar experiências que tenham fontes seguras, se não souber se é verdadeira, por mais interessante e bonita que seja, dê preferência à outra que seja de fonte segura. Tire uma lição da experiência e busque passagens bíblicas e textos da irmã White para enquadrar no assunto.

As experiências, para facilitar, podem ser divididas em três tipos:

Tipo A – Muito espiritual –  Experiências que aconteceram e trazem uma grande lição espiritual para toda a igreja, não sendo algo comum. Como exemplo: Na IASD de Madureira (Rio de Janeiro) pregou um irmão da IASD de Freguesia-RJ, que é bombeiro e relatou que o incêndio que ocorreu na Igreja de Madureira e que ele foi convocado para apagar, o fez relembrar sua infância na Igreja e ele retornou para Deus – Pode ser feito um sermão sobre “Não há coincidência em casos espirituais.”;

Tipo B –  Espiritual – Experiências que aconteceram e permitem à igreja meditar melhor sobre o tema;

Tipo C –  Religiosa – Experiências reais que aconteceram e podem acontecer com qualquer outro irmão, mas ilustram o sermão.

Um sermão de Sábado, deverá sempre conter pelo menos uma experiência Tipo “A”.

Mesmo classificadas conforme acima, ainda podem ser divididas em experiências de impacto e não de impacto. Mas isso é só detalhe.

2.5 – PARTINDO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL.

Tomando muito cuidado com as notícias de jornais e revistas.  Uma vez o irmão João Barbosa fez um sermão intitulado “Notícias da terra e notícias do Céu.” onde desenvolvia o tema comparando as más notícias da terra e as boas notícias de uma nova terra renovada exaradas na Bíblia.

Desde que eu ouvi esse sermão já devem ter passado mais de vinte e cinco anos e ainda me lembro muito bem. “Notícias da terra e notícias do Céu” foi um sermão que me marcou muito em minha vida.

2.6 – TEMAS DE ACORDO COM A ÉPOCA (Vide item 7).

Natal, Trabalho Missionário, Batismo, Funeral, Temas Infantis, Datas de Aniversários, etc. Nunca esquecendo de direcionar o sermão para a salvação em Cristo Jesus. Sempre encerre assim.

3 – DO DESENVOLVIMENTO DO TEMA – SEJA ORGANIZADO.                                                                                    

DEUS É UM DEUS DE ORDEM.

Um sermão deverá sempre responder a três questões:

1 – Qual o problema?

2- Como acontece?   Sempre analisando do ponto de vista da salvação.

3- Qual a solução?  Se não tiver solução não é um sermão é um problema..

3.1 DA INTRODUÇÃO.

Bom Dia…Boa Tarde…Boa Noite.  O ouvinte ainda não está vivenciando o tema a ser desenvolvido e quer ver uma pessoa educada e bem apresentável na sua frente. Nós nunca sabemos que tipos de pessoas estão nos ouvindo.

Nunca diga: “Me desculpem, fui chamado na última hora, não tive tempo de preparar o sermão bem.” Reserve o “me desculpe” para quando o irmão pisar no pé de alguém.

3.2 DEVEMOS MENCIONAR O NOME/TÍTULO DO SERMÃO OU NÃO?  

Evite dizer: Hoje vamos falar sobre o Tema tal.  Mas insira o tema pelo menos três vezes no decorrer do sermão. É sempre melhor que o ouvinte conclua sobre que assunto está sendo pregado.

3.3 USE PREFERENCIALMENTE UMA EXPERIÊNCIA DE SUA VIDA.

O tema pode partir de uma experiência de sua vida. Utilize os textos correlacionados e aplique na vida das pessoas. Relatar a própria experiência ou de algum familiar ou amigo é sempre muito bom por causa do enriquecimento de detalhes e a certeza de que a fonte é segura.

Não arrisque contar histórias não verídicas que não tenha certeza de sua origem, Deus não é um Deus de mentiras. Ninguém é tão pobre de experiência que não tenha nada para contar.

3.4  QUANTOS TEXTOS BÍBLICOS DEVEM SER USADOS? 

Da mesma forma que não se imagina um sermão sem texto bíblico (eu já assisti um), sermão com muitos textos se tornam enfadonhos e a maior parte dos textos devem ser transcritos para evitar a pesquisa na hora da leitura.

Mas é sempre importante que um ou dois textos sejam lidos em conjunto com os ouvintes, e, se possível, alguém do público o leia.

No meu segundo sermão de minha vida, foi numa quarta-feira, falei sobre a fé. Como não sabia exatamente como estruturar um sermão, usei uma concordância bíblica e tirei todos os textos sobre fé que encontrei.

O sermão foi na verdade só leitura da Bíblia. Acabava de ler um trecho, começava outro, com pequenos esclarecimentos. Hoje sabemos dar valor ao esforço dos irmãos que pregam com pouca experiência.

Mas também já fiz um sermão na Igreja do Méier sobre o Espírito Santo, só com passagens bíblicas. Selecionei todas as passagens importantes, dividi em capítulos e utilizei um retroprojetor com todas as passagens para evitar a procura de todos os textos, tendo escolhido apenas três passagens para que a congregação lesse diretamente da Bíblia.

Foi um estudo, mas que tinha que ser feito, mas no início avisei como seria feito (vide cap. 12.5). Mesmo nesses casos a leitura diretamente da Bíblia deve ser feita.

3.5 USE SEMPRE UM OU MAIS TEXTOS DA IRMÃ WHITE.  

Não se devem levar textos extensos para serem lidos. Mas sempre lembre que o Espírito Santo pode dar outro direcionamento a esta questão.

Nunca se esqueça, são sempre importantes e esclarecedores os comentários do Espírito da Profecia, por isso todo sermão deve ter sempre citações da irmã Ellen G. White.

Após a Bíblia é a maior fonte de informações religiosas disponível. Nós  Adventistas do Sétimo Dia temos o privilégio de ter recebido tantos esclarecimentos através da serva de Deus, a irmã Ellen G. White (eu não tenho nenhuma dúvida sobre isso). Devemos usar sempre seus escritos.

3.6  DO TEMPO DISPONÍVEL.

Bons sermões podem se tornar enfadonhos se demorados. Nunca ultrapasse o tempo determinado, a menos que sinta que é a vontade de Deus. Paulo pregou tanto que um irmão dormiu, caiu da janela e morreu, depois Paulo foi o instrumento de sua ressurreição.

4 – DA FINALIZAÇÃO DO TEMA

Tão importante quanto escolher o Tema é como finalizá-lo. A última frase a ser dita é que acompanhará o ouvinte necessitado. É nela que ele lembrará toda vez que recordar do sermão, por esta razão não fuja do tema central.

Nunca faça anúncios ou reuniões, em nenhuma hipótese, após o término do sermão. Sempre que possível, conclua com uma experiência- impacto, que é aquela que sintetiza tudo que foi dito. Nunca diga “Já vou terminar”. Mesmo que olhe para o relógio, não chame a atenção para isso. Seja o último a falar e a encerrar. É essa impressão que será levada para casa.

5 – BELOS DISCURSOS OU COMO SALVAR QUEM PRECISA OUVIR.

De que adianta um sermão sobre o amor de Deus feito por alguém que não está sentindo o amor de Deus?  Não seria o mesmo que cantar um hino triste sorrindo ou um hino alegre chorando? Um sermão não é para apresentar nossa intelectualidade, mas para salvar. Salvar para a vida eterna.

As pessoas não vêm à igreja para ouvir sermões somente, mas para receber uma resposta aos seus problemas, encontrar Deus. Deus deverá ser encontrado em seus sermões irmão.

“Os homens que assumem a responsabilidade de apresentar ao povo a palavra provinda da boca de Deus, tornam-se responsáveis pela influência que exercem em seus ouvintes. Se são verdadeiros homens de Deus, saberão que o objetivo de pregar não é entreter. Não é meramente fornecer informações, nem convencer o intelecto.

A pregação da palavra deve apelar para a inteligência, e comunicar conhecimento, mas cumpre-lhe fazer mais que isso. A palavra do pastor, para ser eficaz, tem de atingir o coração dos ouvintes.

Não deve introduzir histórias divertidas na pregação. Cumpre-lhes esforçar-se por compreender a grande necessidade e anelo da alma. Ao achar-se perante sua congregação, lembre-se de que há entre os ouvintes pessoas em luta com a dúvida, quase em desespero, quase sem esperança; pessoas que, constantemente assediadas pela tentação, estão combatendo um duro combate contra o adversário das almas.

Peça ele ao Salvador que lhe dê palavras que sirvam para fortalecer essas almas para o conflito contra o mal”.

5.1  O VOCABULÁRIO CONDIZENTE

Não precisamos usar palavras que poucos irão compreender. O nosso linguajar deve ser de acordo com o público. Se o público é mais sofisticado, podemos aumentar o nível do palavreado adequando-o, mas o mais importante é comunicar e comunicar o desejo de que Deus quer salvá-los.

De que adianta um sermão lindo que todos esquecem ao sair, passa a ser mais um discurso do que um sermão. Sermão é para salvação e não para demonstrar nossa capacidade e nosso conhecimento. Paulo, que era muito culto, disse em Romanos 9: 19 a 22: “19.

Pois, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos para ganhar o maior número possível: 20 Fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse eu debaixo da lei (embora debaixo da lei não esteja), para ganhar os que estão debaixo da lei; 21 para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. 22 Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.”


5.2 – TEMAS POLÊMICOS. 

A Igreja não é lugar de se expor nossas próprias idéias ou idéias de outras pessoas que não coadunam com a doutrina.

O manual da igreja diz na página 214: “Nenhum ministro, ancião de igreja ou outra pessoa tem o direito de fazer do púlpito um foro para defender pontos controversos de doutrina ou de procedimento. A Igreja não confere a pessoa alguma o direito de expor seus pontos de vista pessoais dessa maneira.”

Da mesma forma, não devemos usar o púlpito para falar mal de outras igrejas, mas se tivermos de abordar temas proféticos que fatalmente tem de ser citadas outras igrejas, devemos sempre lembrar-nos de que pode estar sentado alguém que pode ser ferido se não soubermos dosar as palavras.

Deixe o convencimento com o Espírito Santo, evite magoar as pessoas agredindo as suas denominações. O Pastor Graciliano sempre diz uma coisa muito interessante: “Por que escolher a pior forma de falar, se há outras tantas formas melhores de se dizer a mesma coisa?”

5.3 – SEMPRE PRONTOS PARA REGISTRAR UM TEMA.

Seja num sonho de noite, seja na condução, sempre temos de anotar imediatamente uma grande idéia. Daniel sonhou e imediatamente registrou o sonho (escreveu logo) para não esquecer os detalhes (Veja em Daniel 7: 1).

5.4 – REGISTRAR O TEXTO BÍBLICO no sermão, transcrevendo-o na íntegra e com a localização na frente, impede que haja equívocos de citação errada, mas sempre lembrando que mesmo que transcrito é importante que haja a procura para leitura direta da Bíblia por parte dos irmãos, sempre lembrando, de alguns textos.

5.5 – DA ÊNFASE

Devemos pregar a uma pessoa só como se houvesse mil e devemos pregar a mil pessoas como se houvesse apenas uma. Em síntese, não se pode perder o entusiasmo apenas por ter um ouvinte e não se deve pregar a muitos sem perder a noção de que aquele sermão é para alguém que está ouvindo e que não sabemos quem é.

5.6 – COMO SELECIONAR TEXTOS. 

Não tenha pena de marcar sua Bíblia e os livros que forem lidos. Os textos mais importantes devem estar destacados. Pode ser um destaque na margem, embaixo (se pequeno texto) ou um colorido claro (tipo amarelo).

Só cuidado para não marcar tanto que ninguém consiga lê-los mais. Na hora do sermão, mantenha todos os textos com pequenos papéis destacando a sua localização rápida na Bíblia e nos livros a serem lidos.

5.7 – QUANTO TEMPO DEVE-SE LEVAR PARA CONSTRUIR UM SERMÃO? Um sermão pode levar uma vida toda, principalmente se ele conta a história de sua vida ou a de alguém. É sempre importante registrar todos os sermões que somos instados a fazer, completando-os no decorrer de nossa vida. Alguns serão feitos com mais rapidez, outros não terão prazo para terminar.

5.8 –  PREGADOR, UM ETERNO ESTUDIOSO:

Pregar não é para demonstrar o cabedal de conhecimentos que temos, mas não devemos nunca deixar de estudar a verdade com o objetivo de salvar almas sedentes. Não precisamos conhecer a mentira para saber a verdade, basta saber a verdade bíblica. Falando sobre o esforço que temos de fazer para sempre obter mais luz, a irmã E. G. White declara em Obreiros Evangélicos, pág. 151 e 152:

“Nesta época de trevas morais, é preciso alguma coisa mais do que secas teorias para mover as almas. Os pastores devem manter ligação viva com Deus. Devem pregar como quem crê naquilo que diz. Verdades vivas, caindo dos lábios do homem de Deus, farão com que os pecadores tremam, e os convictos exclamem: O Senhor é meu Deus; estou resolvido a colocar-me inteiramente do lado do Senhor.

O mensageiro de Deus nunca deve deixar de esforçar-se por obter mais luz e poder. Ele deve lidar sempre, orar sempre, sempre esperar, por entre desânimos e trevas, decidido a adquirir um perfeito conhecimento das Escrituras, e a não ficar atrás em dom algum.

Enquanto houver uma alma a receber benefício, ele deve avançar sempre com renovada coragem a cada esforço. Enquanto for verdade que Jesus disse: “Não te deixarei, nem te desampararei” (Heb. 13:5), e a coroa da justiça for oferecida ao vencedor, enquanto nosso Advogado interceder em favor do pecador, os ministros de Cristo devem trabalhar com esperançosa e infatigável energia, e perseverante fé”.

Nunca me esqueço, estava na estação de trem de Deodoro (Rio), quando o pastor da igreja de Nilópolis (na época/não me lembro o nome), desceu rápido as escadarias do lado oposto e sentando-se abriu um livro e ficou lendo, até que segui o meu caminho. Ele não me viu, nem soube que eu o observava. Todo pregador deve aproveitar as oportunidades para ler e aprender mais.

6 – EXEMPLOS DE TEMAS.

Crie seus próprios temas. Aqui estão algumas sugestões, observe que alguns são comparativos entre duas situações requerendo uma decisão de escolha dos ouvintes:

Trezentos de Gideão – Trezentos de Esparta – Histórias com fins diferentes.

Não se escolhe arrepender-se.

Noé, o pregador que não converteu ninguém.

Quanto mais dependentes de Deus, mais independentes do mundo.

A oportunidade de salvação pode estar ao lado.

O culto do eu sozinho. Prepare-se, no final será assim.

Heróis da Terra e Heróis do Céu – Só haverá eternidade para um grupo.

Notícias da terra, notícias do Céu ou Como medir o interesse no Céu estando ainda na terra.

Titanic e a arca de Noé, feitos para serem indestrutíveis. A diferença estava na direção divina.

Há caminhos mais fáceis do que o cristianismo. Por que escolher o cristianismo?

Uma coroa de espinhos para dar uma coroa de ouro.

A igreja não é lugar para buscar emoções.

Um sermão para as cadeiras vazias. (Incentivo para preenchê-las).

Quase salvo, quase perdido. Duas histórias de homens ricos. Mat.19 e Lucas 19. (O jovem rico e o Cobrador de Impostos rico), no primeiro Jesus disse ser muito difícil o rico salvar-se, no segundo Ele hospedou-se na casa de Zaqueu, o rico que foi salvo. Foi fácil a salvação do segundo. A questão então não era a riqueza, mas a decisão.

Leia a primeira visão da irmã E. G. White em Primeiros Escritos. Um sermão pronto.

7 – TEMAS DE EVENTOS FIXOS:

a) Casamento – Um dos temas pode ser “O casamento em que Jesus compareceu”. Está lá em João Capítulo 2.

– Um outro tema pode iniciar por uma pergunta à Igreja e você mesmo respondendo: Qual foi a única coisa que Deus viu que não era boa na criação, durante a criação? Que o homem esteja só. Leia em Gênesis esta história antes de responder.

Desenvolvi este tema uma vez no aniversário de casamento de um casal da igreja. Ao final transcrevo parte deste sermão, no Apêndice E.

b) Aniversário – “Aniversário. Um presente de Deus para reconhecermos sua criação e manutenção de nossa vida”. O único lugar que a Bíblia menciona a palavra aniversário está em Marcos 6 – Herodes aniversariou e mandou cortar a cabeça de João Batista. Usou seu aniversário para fazer o mal.

É a ocasião para perguntarmos o que Deus quer de minha vida. Ao inverso de Herodes, dizer para Deus que tudo quanto Ele pedir será feito por mim.

 

c) Batismo – Eu era ancião na igreja de Nova Iguaçu e o Pastor Melquíades me convidou para fazer o sermão de um batismo no sábado à tarde. Mesmo que não se espere um tipo de convite desses, pois normalmente é o pastor que prega, não devemos deixar de ter desenvolvido um tema desses.

Pode-se se falar de Maria e Marta (Lucas 10: 38) que escolheu a melhor parte. Do eunuco que Felipe encontrou viajando (Atos 8:26). Acrescentar a experiência da conversão de alguém de sua família ou mesmo de algum irmão que esteja na igreja. Usar um trecho da irmã White. Sempre finalizando com a decisão que deve ser tomada, evitando fazer apelo, pois o pastor o fará após o batismo.

d) Sepultamento- Uma vez me pediram para falar na hora de um enterro porque souberam que eu era crente. O falecido era pai de uma amiga de minha esposa. Eu não o conhecia. Sabia que era dono de um bar e vendedor de bebidas.

Estavam presentes muitos dos bêbados (literais) que lá freqüentavam. O que dizer numa situação dessas? A saída é sempre dizer que todos têm o seu lado bom na vida. Todos têm qualidades. Um homem casado que trabalha para manter a sua família, que nunca mediu esforços para trazer o pão para dentro de casa, merece ser lembrado e respeitado na hora de seu funeral.

Deus também trabalha incansavelmente para nossa salvação. Jesus disse que “Até agora Meu Pai trabalha.” A partir daí é só desenvolver o tema sem incidir em nada polêmico, como o estado do homem na morte (Só se sentir que é possível). Procure sempre uma qualidade da pessoa e a compare com o Nosso Deus. Evite falar muito, o importante é uma mensagem que fixe aquele momento em que as pessoas ali estão susceptíveis.

Hino para sepultamento: Exemplo- Hino 564 do Hinário Adventista do Sétimo Dia – Jamais se diz adeus ali (se for cristão).

Passagem para cristão que dormiu no Senhor: Apoc. 14:13.

e) Homenagens – Não há nada de errado em reconhecer publicamente o que representa para uma comunidade, uma igreja ou para uma família alguém especial. Paulo diz em Romanos 13: 7: “Dai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.”

A  quem honra, honra. Irmãos idosos que deram suas vidas para a pregação do evangelho devem ser respeitados e lembrados seus feitos ainda em vida. Só se deve evitar que se torne uma homenagem fria como faz o mundo. Toda oportunidade deve ser aproveitada para a pregação do evangelho.
Em II Reis 13, Jeoás visitou Eliseu que estava à morte.

Não era comum um rei visitar um profeta à morte. Foi uma homenagem em vida.

Em Mateus 23: 29 e 30, Jesus fala da hipocrisia dos fariseus que homenageavam os profetas depois de mortos, mas em vida não deram a mínima importância para os servos de Deus.

8 – TEMAS EDUCACIONAIS:

Fiz um sermão em que iniciei com o texto de Gênesis cap. 1, versículo 1, em vários idiomas, finalizando em inglês. Todos ficaram olhando eu falar, porque só dei bom dia depois de ter lido aqueles textos incompreensíveis para muitos. Em seguida li o texto em português.

Todos compreenderam. Expliquei que os textos lidos eram todos o mesmo, só que nos diversos idiomas. Era proposital pois queria demonstrar que a mesma coisa pode ser dita sem ter tido a devida comunicação. Expus o que era comunicação, falei das diversas técnicas utilizadas na mídia, esclareci o perigo que estamos expostos ao ler, ver e ouvir, que segundo a Palavra são as “entradas da alma”.

Foi um sermão sobre a comunicação. Da mesma forma, fiz outro sermão sobre a depressão. Todos sermões técnicos e educacionais. Mas sempre tomando o cuidado de não ficar só na parte técnica, lembrando que é um sermão para salvar e sempre é bom pedir para um profissional da área dar uma olhadinha naquilo que será falado.

Se nós não somos profissionais daquela área, nada nos impede de falar, desde que não receitemos remédios como médico, não estabeleçamos parâmetros comportamentais como psicólogo e não nos posicionemos como profissional qualificado quando não o somos. Tudo pode também ser suprido com citações técnicas não questionáveis.

9 – FONTES PARA SERMÕES:

Uma grande fonte de informações pouco usada é o nosso Manual da Igreja, as lições antigas da Escola Sabatina, as Revistas Adventistas. O livro Desejado de Todas as Nações, Atos dos Apóstolos, O Grande Conflito e outros mais da irmã White que são verdadeiros sermões prontos.

– Faça sempre do sermão uma oportunidade também para ensinar trazendo conhecimentos escolares e curiosidades, nunca perdendo de vista o teor religioso que deve ser enfocado acima de tudo.

– Fontes para utilização do Tema.

Textos da Bíblia Sagrada, livros, jornais, experiência própria (evite sempre que possível contar histórias não comprovadas). A internet hoje é uma inesgotável fonte de informações.

10 – TUDO FAZ PARTE DO CULTO:

Tudo é parte do culto (cada detalhe). Pode ser esta a última oportunidade de alguém ouvir. Não faça sermão sem compromisso. As pessoas têm de sentir seu compromisso com Deus ao falar.

 

10.1 – Como se vestir e como se portar.

Quando eu fiz meu primeiro sermão, tinha 16 anos de idade. Meu pai comprou um paletó quadriculado numa loja de roupas usadas e eu fui todo entusiasmado para a igreja. Era uma tarde de sábado, um programa chamado Liga, posteriormente chamado de J.A.

Fui anunciado pelo irmão Moacir Nery de Almeida, que hoje dorme no Senhor. Levantei-me achando que seria muito fácil, até que vi que todos olhavam para mim. Todos esperavam o que eu tinha para dizer. Felizmente tudo estava escrito. Eu li o sermão sobre o amor de Deus e imediatamente sentei.

Foi um sufoco, uma experiência que nunca mais me esqueci. Hoje, já passado mais de trinta anos, ainda fico um pouco nervoso ao pregar, mas em seguida tudo volta ao normal.  Um pouco de nervoso é normal. Mas a escolha da roupa deve ser a melhor, asseada e mais discreta possível.

Deus não pede roupas caras, mas bem apresentável, o melhor que pudermos oferecer. Todavia nunca esqueça de que não é para a roupa que deve ser chamada a atenção de quem irá ouvir. A máxima é que não devemos ser os primeiros nem os últimos a acatar a moda honesta. Enfim, vista-se como se fosse encontrar o Presidente da República. Deus merece e os irmãos agradecem.

10.2 – A escolha do hino inicial e final.

Tanto o hino inicial como o final deverá ter relacionamento direto com o tema abordado.  O hino inicial poderá ser mais animado que o final. O final deve sintetizar toda a mensagem.

10.3 – Converse com quem irá apresentar o cântico.

As pessoas que irão participar do cântico deverão estar cientes da responsabilidade da apresentação. Com todo tato, diga que tem sempre o hábito de fazer uma oração com aqueles que irão participar do cântico, pois eles completam a mensagem na adoração, e que deverão sentir o Espírito Santo usando-os.

Convide-os para participarem da oração que é feita antes da entrada na plataforma. O cântico é parte importante do culto. É parte da mensagem.

10.4 – Tenha a seqüência do culto escrita em pequeno papel.

Muitas vezes a seqüência do culto em nossas igrejas não é exatamente a mesma, por isso é importante tê-la  escrita pois facilita qualquer decisão de última hora.

10.5 – Saiba pelo menos os nomes dos que estão na plataforma, se for preciso citá-los você não precisará perguntar. Isso poderá constar no papel do item anterior.

10.6 – Se cair o sermão no chão ou o vento o levar e misturar as folhas.

O sermão deverá ter sido estudado e o esboço básico deverá estar na mente. Treine diante de um espelho antes. Não é uma peça teatral, apenas ajuda a lembrar. Mas se tiver alguma dificuldade, não deixe de numerar as folhas.

O ideal é que as folhas estejam grampeadas. Uma vez fui pregar na Igreja de Nova Iguaçu-RJ e esqueci o sermão em casa. Mas foi possível, pois Deus me lembrou de cada detalhe. Foi melhor do que se eu tivesse levado o sermão escrito. Deus sempre está na direção. Não tenha dúvidas disso.

10.7 – A dentadura do pregador caiu

Esta história eu sempre ouvi na igreja, apesar de não ter presenciado o fato, mas como é possível, fica como ilustração sobre o comportamento do pregador. Nesse caso o pregador pegou sua dentadura, limpou no terno e a recolocou na boca. Em seguida ilustrou seu sermão com aquela queda.

Essa capacidade de unir os fatos que ocorrem quando se está pregando é muito pessoal. A maioria fica nervoso, isso até é o normal. Mas não precisa se preocupar em prever todas as situações, não é possível. Apenas creia que Deus está na direção. Não se desespere, deixe tudo acontecer e intervenha quando necessário, voltando imediatamente ao tema central do sermão.

10.8 – Cacófatos.

Muito cuidado com os cacófatos, são frases que dão a impressão de estarmos dizendo coisas que não tínhamos a menor intenção de dizer. Exemplo: Em pleno Sábado, no início do culto, ao anunciar o hino o irmão diz: Vamos cantar o nosso hino – Dá impressão de estar dizendo: Vamos cantar o nó suíno (nó de porco). Assim vale também para os filhos teus – Dá a impressão de ser filisteus e outras expressões mais.

10.9 – A ORAÇÃO FINAL.

Esta oração é tão importante quanto o sermão todo. Nela deverá ficar resumida todas as necessidades dos ouvintes. Deus deverá ser adorado e honrado nela. Não deverá ser longa, pois tudo que tinha que ser dito já foi falado.

11 – E SE FOR INTERROMPIDO POR ALGUÉM?

11.1 – Seja sempre educado, o Cristão deve isso a todos. Paulo falou em Filipenses 4:5 – “Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens…” É assim que temos de ser conhecidos, pessoas moderadas, educadas. Mas …

11.2 – Não deixe desviar o tema central. Se for possível, agradeça a quem interrompeu, esclareça rapidamente a dúvida e volte ao tema central, procurando ligar aquela intervenção com o sermão.

12 – CUIDADOS ESPECIAIS.

12.1 – ONDE DEVO COLOCAR A MÃO?

Esta é sempre uma preocupação para quem está iniciando. Se não souber onde colocá-la, não a enfie no bolso, deixe-a pousada (não apoiada) sobre o púlpito. O ideal é que a mão fique parada com os dedos fechados como fazem os diplomatas. Querendo usar as mãos para transmitir algo faça-o e imediatamente retorne para a posição original.

12.2 – O CUIDADO COM O PORTE.

Nunca fique apoiado sobre o Púlpito ou sobre algum móvel. Dá a impressão de cansaço.  Se preciso for,  pregue sentado, mas nunca apoiado. Outra posição terrível é o pregador sentado na plataforma ou quem estiver com ele com as pernas cruzadas.

Alguns usam a plataforma para ficar acenando para o próximo que vai fazer algo. Outros conversam e riem. Já vi dirigente de igreja sair e entrar tantas vezes do púlpito durante a pregação que o Pregador, que  era visitante, numa das entradas do irmão, parou o sermão e perguntou se ele precisava de alguma ajuda. O Pastor até que foi delicado. Quem está sentado na igreja vê tudo isso, e o pior, é que Deus também vê. Pense nisso.

12.3 – O CUIDADO COM A RESPIRAÇÃO

A respiração é o segredo de muitos conseguirem falar bem durante muito tempo. Existem muitos exercícios respiratórios, mas o mais importante é respirar pela barriga (estômago), como fazem os nenéns e não pelo peito. Alguns comem cebola antes de falar, mas prejudica o hálito. Um bom remédio é borrifar a garganta com uma mistura de mel com própolis e água (melhor se o mel for da nossa Superbom).

12.4 – COMO USAR UM QUADRO-NEGRO.

Quadro-negro que hoje é verde, branco e de outras cores. Mas o importante é que quando estiver escrevendo ou apontando para o quadro ou alguma figura, com uma régua ou uma caneta tipo laser, nunca fique na frente do público impedindo a visibilidade do que está sendo escrito ou mostrado. Sempre aponte ficando ao lado do que é para ser mostrado. Quem tem de ser visto pelos interessados é o assunto e não o irmão escrevendo.

12.5 – O USO DE TECNOLOGIAS.

Uma vez fui pregar sobre o tema “Trindade” (vide cap. 3.4). Eram necessárias muitas passagens. Como seria impraticável ficar lendo direto da Bíblia, usei um retroprojetor. Isso facilitou muito, pois todas as passagens estavam já transcritas e prontas para serem lidas. Nesses casos, é sempre importante destacar as mais ligadas ao tema e nunca deixar de ler algumas com a igreja diretamente da Bíblia. Outras tecnologias poderão ser acrescentadas para facilitar a comunicação.

12.6 – PARA ONDE OLHAR.

Não fixe os olhos em alguém ou em algum grupo. Olhe sempre para todos, inclusive de quando em vez para os que estão na plataforma. Se tiver alguma dificuldade nesse sentido, então fixe seu olhar num ponto mais acima da cabeça das pessoas, de maneira a dar a entender que olha para todos.

12.7 – A BÍBLIA QUE FICA SOBRE O PÚLPITO.

Procure, assim que estiver no púlpito antes de ser anunciado, organizar seus papéis e a Bíblia que será usada. É normal querer usar a sua própria Bíblia, pois se está mais familiarizada com ela do que aquele Biblão que geralmente está sobre o púlpito.

Mas, mesmo para tirar a Bíblia do púlpito, deve-se ter reverência com ela, colocando-a em local de destaque, nunca embaixo do púlpito. Pode-se até mencionar para a igreja que a está tirando porque a Bíblia que o irmão usa já está devidamente marcada e preparada para aquele sermão.

13 – O artigo do Pastor Timm – Vide Apêndice D.

O artigo publicado na Revista Adventista de junho de 2001, um marco na história adventista do Brasil,  mostra que devemos voltar a pregar sermões com teor educativo evangelístico, sempre incluindo um ensinamento dentro dos sermões.

Fica claro que é  sempre uma oportunidade para incluirmos nos nossos sermões um texto considerado de difícil interpretação para ser esclarecido para os irmãos.

 

Fonte: Mais Relevante

 

 

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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