Vi que não devemos retardar a vinda do Senhor. Disse o anjo: “Preparem-se, preparem-se para o que há de vir sobre a Terra. Correspondam suas obras à fé que vocês professam.” Vi que a mente deve estar firme em Deus, e que nossa influência deve testemunhar de Deus e Sua verdade. Não podemos honrar o Senhor quando somos descuidosos e indiferentes. Não O podemos glorificar quando estamos desalentados. Cumpre-nos ser sinceros para assegurar a salvação do próprio ser, e para salvar a outros. Devemos dar a isto toda a importância, e tudo mais deve vir em segundo lugar.
Vi a beleza do Céu. Ouvi os anjos cantarem seus cânticos arrebatadores, rendendo louvor, honra e glória a Jesus. Pude então avaliar alguma coisa do assombroso amor do Filho de Deus. Ele abandonou toda a glória, toda a honra que tinha no Céu, e tão interessado estava em nossa salvação, que suportou paciente e mansamente toda a indignidade e desprezo que o homem sobre Ele pôde amontoar. Foi ferido, machucado, moído; foi estendido na cruz do Calvário, e sofreu a mais angustiosa das mortes, para que da morte nos salvasse; para que fôssemos lavados em Seu sangue, e ressuscitados para viver com Ele nas mansões que está preparando para nós, e pudéssemos desfrutar a luz e a glória do Céu, ouvir os anjos cantarem, e com eles cantarmos também.
Vi que todo o Céu está interessado em nossa salvação; e seremos nós indiferentes? Seremos descuidosos, como se fosse coisa de pouca importância estarmos salvos ou perdidos? Menosprezaremos o sacrifício feito por nós? Alguns assim têm feito. Têm brincado com a misericórdia que lhes é oferecida, e o desagrado de Deus está sobre eles. O Espírito de Deus não será para sempre ofendido. Retirar-Se-á, caso seja ofendido por um pouco mais de tempo. Depois de ter sido feito tudo quanto Deus podia fazer para salvar os homens, caso eles mostrem por sua vida que menosprezam a oferecida misericórdia de Jesus, a morte será o quinhão deles e elevado o preço a ser pago. Será uma terrível morte; pois terão de sofrer a angústia sentida por Cristo, na cruz, a fim de adquirir para eles a redenção que recusaram. E compreenderão aí o que perderam — a vida eterna, a herança imortal. O grande sacrifício feito para salvar vidas humanas, mostra-nos o valor delas. Uma vez perdida a preciosa vida, está perdida para sempre.
Vi um anjo com balanças na mão, pesando os pensamentos e interesses do povo de Deus, especialmente dos jovens. Num prato estavam os pensamentos e interesses que tendiam para o Céu; no outro achavam-se os que se inclinavam para a Terra. E nessa balança era lançada toda leitura de romances, pensamentos acerca do vestuário e exibição, vaidade, orgulho, etc. Oh! que momento solene! Os anjos de Deus em pé com balanças, pesando os pensamentos de Seus professos filhos — aqueles que pretendem estar mortos para o mundo e vivos para Deus! O prato cheio dos pensamentos da Terra, vaidade e orgulho, desceu rapidamente, e não obstante peso após peso rolou do prato. O que continha os pensamentos e interesses que se voltavam para o Céu subiu ligeiro enquanto o outro descia e, oh! quão leve estava ele! Posso relatar isso pelo que vi, mas nunca poderei dar a impressão solene e vívida gravada em minha mente, ao ver o anjo com a balança pesando os pensamentos e interesse do povo de Deus. Disse o anjo: “Podem esses entrar no Céu? Não, não, nunca. Diga-lhes que a esperança que agora possuem é vã, e a menos que se arrependam depressa e obtenham a salvação, hão de perecer.”
Uma forma de piedade não salvará ninguém. Todos devem possuir profunda e viva experiência. Unicamente isso os salvará no tempo de angústia. Então será provada de que espécie é sua obra; e se ela for ouro, prata e pedras preciosas, eles serão ocultos no Seu pavilhão. Mas, se sua obra for madeira, feno ou palha, coisa alguma os poderá proteger do furor da ira de Jeová. […]
Vi que muitos se comparam entre eles mesmos, e comparam sua vida com a de outros. Não deve ser assim. Ninguém, senão Cristo, nos é dado como exemplo. Ele é nosso verdadeiro modelo, e todos devem esforçar-se por imitá-Lo. Ou somos coobreiros de Cristo, ou coobreiros do inimigo. Ou ajuntamos com Cristo, ou espalhamos. Ou somos cristãos decididos, de todo o coração, ou nada somos. Diz Cristo: “Tomara que foras frio ou quente! Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca”. Apocalipse 3:15, 16.
Vi que muitos mal sabem ainda o que seja abnegação ou sacrifício, ou o que seja sofrer por amor da verdade. Mas ninguém entrará no Céu sem fazer algum sacrifício. Cumpre cultivar o espírito de abnegação e sacrifício. Alguns não se sacrificaram a si mesmos, a seu corpo, sobre o altar de Deus. Condescendem com o temperamento caprichoso, impulsivo, satisfazem os próprios apetites e cuidam dos próprios interesses egoístas, sem consideração para com a causa de Deus. Os que estiverem dispostos a fazer qualquer sacrifício pela vida eterna, tê-la-ão; e vale a pena que soframos por sua causa, que por ela crucifiquemos o próprio eu, e sacrifiquemos todo ídolo. O excelente peso eterno de glória absorve tudo, e eclipsa todo prazer terreno. — Testimonies for the Church 1:123-126.