Unidade com Cristo em Deus — É propósito de Deus que haja unidade entre Seus filhos. Não esperam viver juntos no mesmo Céu? Está Cristo dividido contra Si mesmo? Dará Ele êxito ao Seu povo antes de removerem eles o lixo da suspeita e da discórdia, antes que os obreiros, em unidade de propósitos, dediquem coração e mente à obra que é tão santa aos olhos de Deus? A união faz a força; a desunião enfraquece. Unidos uns aos outros, trabalhando juntos, em harmonia, pela salvação dos homens, seremos na verdade “cooperadores de Deus”. 1 Coríntios 3:9. Os que se recusam a trabalhar em boa harmonia desonram grandemente a Deus. O inimigo deleita-se em vê-los trabalhando para fins mutuamente contrários. Essas pessoas precisam cultivar o amor fraternal e a ternura de coração. Se pudessem correr a cortina que lhes vela o futuro e ver o resultado de sua desunião, por certo seriam levados a arrepender-se.
Nossa única segurança — O mundo está a olhar com satisfação para a desunião entre os cristãos. Os infiéis com isso se alegram. Deus requer uma mudança entre o Seu povo. A união com Cristo e dos crentes entre si é nossa única segurança nestes últimos dias. Não tornemos possível que Satanás aponte para os nossos membros da igreja, dizendo: “Eis como este povo, que se põe sob o estandarte de Cristo, se odeia entre si! Nada temos que temer deles, enquanto gastam mais esforço combatendo-se mutuamente, do que na luta contra as minhas forças.”
Depois de receberem o Espírito Santo, os discípulos saíram a proclamar um Salvador ressurgido, sendo seu desejo único a salvação das pessoas. Regozijavam-se na doce comunhão com os santos. Eram ternos, corteses, abnegados, dispostos a fazer qualquer sacrifício pela causa da verdade. Em sua diária associação mútua, revelavam o amor que Cristo lhes ordenara revelar. Por palavras e atos abnegados, procuravam acender esse amor noutros corações.
Os crentes devem sempre acariciar o amor que enchia o coração dos apóstolos depois de receberem o Espírito Santo. Devem avançar em obediência voluntária ao novo mandamento. “Como Eu vos amei a vós, devem achar-se ligados a Cristo que serão capacitados para cumprir Suas exigências. O poder de um Salvador capaz de os justificar por Sua justiça, deve ser engrandecido.
Mas os primitivos cristãos começaram a procurar defeitos uns nos outros. Pensando nos erros alheios, permitindo-se críticas indelicadas, perderam de vista o Salvador e o grande amor por Ele revelado aos pecadores. Tornaram-se mais exigentes no tocante às cerimônias exteriores, mais rigorosos quanto à teoria da fé, mais severos em suas críticas. Em seu zelo por condenar outros, esqueceram-se de seus próprios erros. Esqueceram a lição de amor fraternal que Cristo lhes ensinara, e o mais triste de tudo foi que se demonstraram inconscientes de sua perda. Não perceberam que estavam perdendo a alegria e a felicidade, e que logo estariam andando em trevas, tendo excluído do coração o amor de Deus.
O apóstolo João reconhecia que o amor fraternal estava a declinar na igreja, e deteve-se especialmente sobre este ponto. Até ao dia de sua morte, instou com os crentes para que exercitassem constantemente entre si o amor. Suas cartas às igrejas estão repletas desse pensamento. “Amados, amemo-nos uns aos outros”, escreve ele; “porque o amor é de Deus. […] Deus enviou Seu Filho unigênito ao mundo, para que por Ele vivamos. Amados, se Deus assim nos amou, também nos devemos amar uns aos outros”. 1 João 4:7, 9, 11.
Na igreja de Deus há hoje grande falta de amor fraternal. Muitos dos que professam amar o Salvador deixam de amar os que a eles se acham unidos em comunhão cristã. Somos da mesma fé, membros de uma família, filhos todos do mesmo Pai celestial, tendo a mesma bendita esperança da imortalidade. Quão íntimo e terno não deveria ser o laço que nos une! O povo do mundo observa-nos para ver se nossa fé está exercendo influência santificadora sobre nosso coração. São rápidos para discernir qualquer defeito de nossa vida, qualquer incoerência de nossos atos. Não lhe demos ocasião para vituperar nossa fé.
Harmonia e união: nosso mais forte testemunho — Não é a oposição do mundo que mais perigo nos faz correr; é o mal acariciado no coração dos professos crentes, que nos inflige o mais grave dano e mais retarda o progresso da causa de Deus. Não há meio mais seguro de enfraquecer nossa espiritualidade do que a inveja e a suspeita mútuas, cheias de censuras e desconfianças. “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa. Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente, pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia”. Tiago 3:15-17.
A harmonia e a união que existem entre homens de disposições várias constituem o mais forte testemunho que se possa dar de que Deus enviou Seu Filho ao mundo para salvar os pecadores. É nosso privilégio dar este testemunho. Mas para isso fazer, precisamos colocar-nos sob a ordem de Cristo. Nosso caráter tem que ser moldado de conformidade com o caráter dEle, nossa vontade tem que ser rendida à Sua. Então trabalharemos juntos sem um pensamento de colisão.
Pequeninas divergências acariciadas levam a ações que destroem a comunhão cristã. Não permitamos ao inimigo alcançar assim vantagens sobre nós. Continuemos aproximando-nos mais de Deus e uns dos outros. Então seremos como árvores de justiça, plantadas pelo Senhor e regadas pelo rio da vida. E quão frutíferos não seremos! Não disse porventura Cristo: “Nisto é glorificado Meu Pai, que deis muito fruto”? João 15:8. […]
Quando o povo de Deus crer plenamente na oração de Cristo, quando praticar na vida diária as instruções nela contidas, a unidade de ação será um fato em nossas fileiras. Irmão estará ligado a irmão, pelos laços áureos do amor de Cristo. O Espírito de Deus, unicamente, é que pode efetuar essa unidade. Aquele que santificou a Si mesmo, pode santificar também a Seus discípulos. Unidos a Ele, estaremos também unidos entre nós, na mais santa fé. Quando buscarmos essa unidade com o empenho que Deus deseja, iremos alcançá-la. — Testimonies for the Church 8:240-243.
Não é o grande número de instituições, grandes edifícios, e a aparência externa, que Deus requer, mas a ação harmoniosa de um povo peculiar, um povo escolhido por Deus e precioso, unido um ao outro, tendo a vida escondida com Cristo em Deus. Cada homem deve estar em seu lugar, desempenhando a sua tarefa, exercendo influência correta em pensamento, palavras e ações. Quando todos os obreiros assim procederem, e não antes, Sua obra será um todo completo e simétrico. — Testimonies for the Church 8:183.
O Senhor chama homens de fé genuína e mente sadia, homens que reconheçam a distinção existente entre o verdadeiro e o falso. Cada qual deve estar de sobreaviso, estudando e pondo em prática as lições ministradas no capítulo dezessete de João, e mantendo fé viva na verdade para este tempo. Precisamos desse domínio próprio que nos habilita a pôr os hábitos em harmonia com a oração de Cristo. — Testimonies for the Church 8:239.
O coração do Salvador está posto em Seus seguidores que cumprem o propósito de Deus em toda a sua altura e profundidade. Devem eles ser um nEle, embora se achem espalhados por todo o mundo. Mas Deus não os pode fazer um em Cristo, a menos que estejam dispostos a renunciar a sua vontade pela vontade dEle. — Testimonies for the Church 8:243.
Cooperação — No estabelecimento de instituições em novos campos, é muitas vezes necessário colocar responsabilidades sobre pessoas não plenamente familiarizadas com os pormenores da obra. Essas pessoas trabalham com grande desvantagem e, a menos que elas e seus coobreiros tenham interesse abnegado na instituição do Senhor, disso resultará um estado de coisas que comprometerá sua prosperidade.
Julgam muitos que o ramo de trabalho em que estão empenhados só interessa a eles e que ninguém mais deveria a seu respeito fazer sugestão alguma. Esses mesmos podem ser ignorantes quanto aos melhores métodos de conduzir a obra; contudo, se alguém ousa dar-lhes conselhos, sentem-se ofendidos e tornam-se mais decididos a seguir seu critério independente. Outras vezes, obreiros há que não estão dispostos a ajudar nem a instruir seus companheiros. Há também aqueles, inexperientes, que não desejam que sua ignorância se torne conhecida. Cometem erros, à custa de muito tempo e material, porque são orgulhosos demais para pedir conselho.
Não é difícil determinar a causa das dificuldades. Os obreiros formam como que os fios independentes, quando deveriam ter-se considerado fios que têm que ser tecidos juntos, a fim de concorrerem para formar o quadro total.
Essas coisas ofendem o Espírito Santo. Deus deseja que aprendamos uns dos outros. A não santificada independência coloca-nos no lugar em que Ele não pode trabalhar conosco. Satanás é que muito se agrada com tal estado de coisas. […]
Todo obreiro será provado para ver se está trabalhando pelo progresso da instituição do Senhor ou para servir aos seus próprios interesses. […]
O pecado que mais se aproxima de ser desesperançadamente incurável é o orgulho da opinião própria e o egoísmo. Isso impede todo o crescimento. Quando o homem tem defeitos de caráter, e deixa de reconhecê-los; quando está tão possuído de presunção que não vê a sua falta, como pode então ser purificado? “Não necessitam de médico os sãos, mas sim os doentes”. Mateus 9:12. Como pode alguém ser aperfeiçoado, se já se considera perfeito? — Testimonies for the Church 7:197-200.
Ninguém, senão o cristão sincero, pode ser um real cavalheiro.