As escolas idealizadas pelos evolucionistas não são nada democráticas.
Minha resposta à pergunta acima é taxativa: Fico com Deus e jamais abrirei mão dEle. Excluo Darwin porque sua teoria transformista pressupõe o alijamento de Deus, ou, pelo menos, O considera um boneco inoperante na vastidão do Universo. Já afirmava o salmista: “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1). Colocar Deus numa gaiola é tão grave quanto afirmar que Ele não existe.
Na edição do dia 18 de fevereiro de 2009, a revista Veja (p. 32) divulgou apenas três das 236 cartas que recebeu de leitores em relação à matéria “Uma guerra de 150 anos”, publicada na semana anterior. Dom Edvaldo G. Amaral escreveu: “Eu sou evolucionista, mas creio firmemente que antes de todas as explosões da matéria, antes dos Big Bangs, que não sei com que calendário os cientistas fixam em bilhões de anos atrás, antes de tudo, no princípio de tudo, existe o Ser infinitamente poderoso, infinitamente sábio e infinitamente santo, que nós, cristãos, chamamos de Deus, autor do Universo.”
Discordo de alguns pontos dessa carta e totalmente das outras duas, mas respeito o direito que os leitores têm de exprimir o que pensam. Mas a referida revista, que se ufana de sua suposta isenção, é preconceituosa ao lidar com o que costuma chamar de “guerra” entre criacionismo e evolucionismo. Além disso, vale-se do deboche, marca de pessoas e instituições que veem os criacionistas na contramão da ciência.
Esse tipo de jornalismo está muito longe do modelo preconizado pelos defensores de uma imprensa livre e isenta. Apenas dois exemplos:
1. Visão unilateral. Os paladinos do evolucionismo ficam perplexos quando uma escola confessional adota livros de ciências que abordam os dois lados da questão: evolucionismo e criacionismo. Ora, a exposição das duas posições é prova de maturidade e democracia. Eles, porém, acham que apenas se deve ensinar o lado que defendem com unhas e dentes, estribando-se na hipótese de que tudo que afirmam é rigorosamente científico. Mas, por trás dessa insistência, se vê uma ditadura ideológica. Ora, se ficam indignados com a exposição, lado a lado, das duas abordagens, imagine o leitor se os livros de ciências editados pela Casa Publicadora Brasileira apresentassem apenas a visão criacionista!
Por que setenta por cento dos alunos que frequentam escolas adventistas são provenientes de outras denominações religiosas? E o que dizer de famílias que, embora acolham a teoria da evolução, mantêm os filhos em nossa rede escolar? Isso demonstra que somos um povo de mente aberta, mas sem renegar convicções bíblicas e valores éticos.
2. Incoerência. A imprensa tendenciosa se contradiz ao alardear que os criacionistas se acham na contramão da ciência. Então, por que não divulgam que os pesquisadores criacionistas não descartam fatos cientificamente comprovados? Os cientistas criacionistas é que são coerentes, pois rejeitam apenas o que não resiste ao rigoroso crivo das ciências verdadeiras, cujos princípios se estribam nas leis naturais estabelecidas pelo Criador.
Grandes universidades, como Harvard, Yale e Cornell, são centros de saber cujas raízes se alimentam da seiva criacionista. Por que essa imprensa unilateral não divulga as pesquisas de combate ao câncer, desenvolvidas pela Universidade de Loma Linda? Por que não exalta os feitos do neurocirurgião adventista Ben Carson? Ao invés disso, é mais provável que esse tipo de imprensa reescreva o primeiro verso do Salmo 14 assim: “Diz o insensato Ben Carson em seu coração: Deus existe.”
Conclusão. Quem é unilateral nessa “guerra”? Ora, diante da ofensiva de influentes meios de comunicação contra o criacionismo, a propósito do sesquicentenário do lançamento da obra intitulada Origem das Espécies (1859), de Charles Darwin (1809-1882), deve o criacionista ficar com a autoestima arranhada? Sem qualquer laivo de presunção, eu não me sinto diminuído. Creio em Deus e em Sua intervenção imprescindível no Universo. Ele cuida do infinitamente grande e do infinitamente pequeno.
Você e eu já conhecemos o desfecho do filme sobre a luta entre o bem e o mal. Um dia, após o milênio, os criacionistas redimidos pelo sangue de Cristo e os rebelados contra a soberania de Deus estarão diante do Criador de todas as coisas. (Abro um parêntese para perguntar: De que lado estarão os alunos e professores de nossas escolas?) Bem, naquele dia, todos os habitantes da Terra reconhecerão a soberania divina. Mesmo assim, haverá duas multidões opostas. Quem prevalecerá?
Artigo de autoria de Rubens Lessa editor da Revista Adventista, publicado na RA de Março/2009.