Deveres e privilégios do casal

Jesus não impõe o celibato

Os que consideram a relação matrimonial um plano de Deus, protegido pela Sua santa lei, serão controlados pelos limites da razão.

Jesus não impõe o celibato a qualquer classe de homens. Ele veio não para destruir a sagrada relação matrimonial, mas para exaltá-la e restaurá-la em sua santidade original. Ele olha com prazer para a relação de família onde o amor sagrado e altruísta é a força dominante.

Legítimo e santo

Não é nenhum pecado em si o comer e beber, ou casar-se e dar-se em casamento. Era correto casar no tempo de Noé, e é correto fazê-lo agora, desde que isso que é correto seja tratado convenientemente e não levado a pecaminoso excesso. Mas, nos dias de Noé, os homens se casavam sem consultar a Deus ou buscar Sua guia e conselho.

O fato de que todas as relações da vida são de natureza transitória deve exercer uma influência modificadora sobre tudo que fazemos e dizemos. Nos dias de Noé, foi o amor desordenado excessivo daquilo que era, em si mesmo, legítimo quando usado com propriedade, que tornou o casamento pecaminoso aos olhos de Deus. Há muitos que estão perdendo a salvação por se deixarem absorver por idéias inadequadas sobre o casamento e a relação matrimonial em si.

A relação matrimonial é santa, mas neste século degenerado encobre maldades de toda espécie. Tem-se abusado do casamento, e ele se tornou um crime que agora constitui um dos sinais dos últimos dias, tal como nos dias anteriores ao dilúvio. … Quando a natureza sagrada do casamento e seus altos propósitos são compreendidos, será, mesmo agora, aprovado pelo Céu; e o resultado será felicidade para ambas as partes, e Deus será glorificado.

Privilégios do casamento

Os que professam ser cristãos… [devem] ponderar, então, devidamente, o resultado de cada privilégio das relações conjugais, fundamentando cada ação em santificado princípio.

Em muitíssimos casos, os pais… têm abusado dos privilégios matrimoniais e, pela condescendência, fortalecido suas paixões sensuais.

Evitar excessos

Ao se levar a excessos aquilo que é permitido, comete-se um grave pecado.

Muitos pais não obtêm o conhecimento que deviam em sua vida conjugal. Não se guardam para que Satanás não se aproveite deles, controlando-lhes a mente e a vida. Não vêem que Deus requer que eles controlem sua vida conjugal, evitando qualquer excesso. Bem poucos, porém, sentem ser um dever religioso reger as próprias paixões. Uniram-se em matrimônio à pessoa de sua escolha, e daí raciocinam que o casamento santifica a condescendência com as paixões inferiores. Mesmo homens e mulheres que professam piedade liberam suas paixões de concupiscência, e nem pensam que Deus os considera responsáveis pelo comprometimento da energia vital, o que lhes enfraquece o poder na vida e debilita todo o organismo.

Abnegação e temperança

Oh! se eu pudesse fazer todos compreenderem sua obrigação para com Deus quanto a conservar a estrutura mental e física nas melhores condições a fim de prestarem serviço perfeito a seu Criador! Refreie-se a esposa cristã, tanto por palavras como por atos, de despertar as paixões sensuais do marido. Muitos não têm absolutamente forças para desperdiçarem nessa direção. Desde sua juventude têm enfraquecido o cérebro e debilitado sua constituição em virtude da satisfação dos apetites sensuais. Abnegação e temperança, eis o que devia constituir seu objetivo na vida conjugal.

Achamo-nos sob solene obrigação diante de Deus quanto a guardar puro o espírito e o corpo saudável, a fim de podermos ser um benefício à humanidade, oferecendo a Deus um serviço perfeito. O apóstolo pronuncia estas palavras de advertência: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências.” Romanos 6:12. Ele nos anima a avançar dizendo que “todo aquele que luta de tudo se abstém”. 1 Coríntios 9:25. Exorta todos que se dizem cristãos a apresentarem o seu corpo como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”. Romanos 12:1. Diz ainda: “Subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” 1 Coríntios 9:27.

Não é um amor puro o que leva um homem a tornar sua esposa instrumento para servir a sua sensualidade. É a paixão sensual que clama por satisfação. Quão poucos são os homens que manifestam seu amor na maneira indicada pelo apóstolo: “Como também Cristo amou a igreja e a Si mesmo Se entregou por ela, para [não poluí-la, mas] a santificar, purificando-a” … para a apresentar… santa e irrepreensível.” Efésios 5:25-27. Tal é, nas relações conjugais, o amor que Deus reconhece como santo. O amor é um princípio puro e santo; a paixão sensual, porém, não admitirá restrição, e não será ditada pela razão ou por ela controlada. É cega às conseqüências; não raciocina de causa para efeito.

Debilitando o autocontrole

Satanás procura rebaixar a norma de pureza e enfraquecer o autocontrole dos que se casam, porque sabe que, se as paixões predominarem, as faculdades morais se tornarão seguramente mais fracas, e ele não precisa preocupar-se com o crescimento espiritual dessas pessoas. Ele sabe também que de nenhuma outra maneira pode estampar melhor a sua própria imagem odiosa na descendência delas, e que assim pode moldar mais facilmente o caráter dos filhos do que o caráter dos pais.

Resultados do excesso

Homens e mulheres, um dia vocês aprenderão o que seja a concupiscência e o resultado de satisfazê-la. Pode-se encontrar no casamento paixão de tão baixa qualidade, como fora dele.

Qual é o resultado de liberar as paixões inferiores? … O leito conjugal, onde anjos de Deus devem estar presentes, é profanado por práticas perversas. E porque domina deprimente bestialismo, os corpos são corrompidos; práticas abomináveis levam a enfermidades abomináveis. O que Deus deu como uma bênção tem-se transformado em maldição.

O excesso sexual certamente destruirá o amor para com os cultos devocionais, tirará do cérebro a substância necessária para nutrir o organismo, vindo seguramente a debilitar a vitalidade. Mulher alguma deve ajudar o marido nessa obra de autodestruição. Ela não o fará caso esteja esclarecida, e tenha por ele verdadeiro amor.

Quanto mais condescendência houver com as paixões sensuais, tanto mais fortes se tornarão elas, e mais violentos serão seus reclamos quanto à satisfação. Que os homens e mulheres tementes a Deus despertem para o seu dever. Muitos professos cristãos têm seus nervos e cérebro afetados pela sua intemperança.

Mostrar consideração

Os maridos devem ser cuidadosos, atenciosos, constantes, fiéis e compassivos. Devem manifestar amor e simpatia. Se cumprirem as palavras de Cristo, seu amor não será de baixa natureza, terreno; de caráter sensual que leve à destruição do próprio corpo, e debilidade e enfermidade à esposa. Não serão condescendentes para com a satisfação de baixas paixões, fazendo ouvir a esposa que ela deve ser sujeita ao marido em tudo. Quando o esposo tem a nobreza de caráter, a pureza de coração, a elevação de espírito que cada cristão deve possuir, isso se revela no seu casamento. Se ele tem a mente de Cristo, não será um destruidor do corpo, mas estará cheio de terno amor, procurando alcançar a mais elevada norma em Cristo.

Quando se instala a desconfiança

Homem algum amará verdadeiramente sua esposa quando ela se submete pacientemente a tornar-se sua escrava, e servir a suas depravadas paixões. Em sua passiva submissão, ela perde o valor que antes possuía aos olhos dele. Ele a vê degradada de tudo quanto era elevado, para um baixo nível; e não demora a que suspeite que ela se submeta com a mesma passividade a ser degradada por outro assim como por ele. Duvida-lhe da constância e pureza, cansa-se dela, e busca novos objetos para despertar e intensificar suas paixões infernais. A lei de Deus não é considerada. Tais homens são piores que os animais: são demônios em forma humana. Não conhecem os elevados, enobrecedores princípios do amor verdadeiro e santificado.

A esposa também passa a sentir ciúmes do marido, e suspeita que, em havendo oportunidade, ele com a mesma prontidão dirigiria a outra, da mesma maneira que a ela, suas atenções amorosas. Percebe que ele não é controlado pela consciência ou o temor de Deus; todas essas santificadas barreiras são derrubadas pelas paixões concupiscentes; tudo quanto no marido é de natureza divina, torna-se servo da sensualidade baixa e embrutecedora.

Solicitações irrazoáveis

A questão a ser assentada agora, é: Deve a esposa sentir-se obrigada a ceder automaticamente às exigências do marido, quando ela vê que coisa alguma senão a paixão vil o domina, e quando sua razão e discernimento se acham convencidos de que ela o faz com dano do próprio corpo que Deus lhe ordenou possuir “em santificação e honra” (1 Tessalonicenses 4:4), conservar como um “sacrifício vivo” (Hebreus 12:1) para Deus?

Não é amor puro e santo o que leva a esposa a satisfazer às propensões sensuais do esposo, com prejuízo da saúde e da vida. Caso ela tenha verdadeiro amor e sabedoria, procurará desviar-lhe a mente da satisfação das paixões impuras para assuntos elevados e espirituais, falando sobre assuntos espirituais interessantes. Talvez seja necessário insistir humilde e afetuosamente, mesmo com risco de o desagradar, em que ela não pode desonrar seu corpo, cedendo a excessos sexuais. Deve, bondosa e ternamente, lembrar-lhe que Deus tem direitos mais altos, acima de todos os outros direitos, sobre todo o seu ser, e que ela não pode desrespeitar esses direitos, pois será por isto responsável no grande dia de Deus.

Caso ela eleve suas afeições, e em santificação e honra conserve sua pura dignidade de mulher, poderá, por sua sensata influência, fazer muito para santificar o marido, cumprindo assim sua alta missão. Por essa maneira de agir, ela pode salvar tanto o marido, como a si mesma, realizando uma dupla obra. Nessa questão tão delicada e tão difícil de resolver, são necessárias muita sabedoria e paciência, bem como ânimo e força morais. Graça e resistência podem ser obtidas através da oração. O amor sincero deve ser o princípio dominante do coração. Amor a Deus e ao esposo pode unicamente ser a justa norma de procedimento.

Quando a mulher sujeita o corpo e o espírito ao domínio do marido, sendo passiva diante da vontade dele em tudo, sacrificando sua consciência, dignidade e mesmo personalidade, perde a oportunidade de exercer aquela poderosa influência que deveria possuir para o bem, a fim de elevar o marido. Ela poderia abrandar-lhe a natureza áspera, e sua santificadora influência poderia ser usada de modo a purificar e polir, levando-o a esforçar-se zelosamente por governar as próprias paixões, e ser mais espiritual, para que sejam juntamente participantes da divina natureza, “havendo escapado da corrupção que pela concupiscência há no mundo”. 2 Pedro 1:4. Grande pode ser o poder da influência em conduzir a mente a assuntos elevados e nobres, acima das baixas condescendências sensuais naturalmente buscadas pelo coração não renovado pela graça. Caso a esposa ache que, a fim de agradar ao marido, deve descer à norma por ele mantida, quando a paixão sensual é a principal base de seu amor e lhe rege as ações, ela desagrada a Deus; pois deixa de exercer uma santificadora influência sobre o marido. Se ela acha dever submeter-se a suas paixões sensuais sem uma palavra de admoestação, não compreende seu dever para com ele e para com o seu Deus.

Nosso corpo foi comprado

As mais baixas paixões têm sua sede no corpo e por seu intermédio operam. As palavras “carne” ou “carnal” ou ainda “concupiscência da carne” envolvem a natureza inferior, corrupta; a carne por si mesma não pode agir contrariamente à vontade de Deus.

É-nos ordenado crucificar a carne com suas afeições e concupiscências. Como o faremos? Devemos infligir sofrimento ao corpo? Não; mas dar morte à tentação do pecado. Os pensamentos corruptos devem ser expulsos. Todo o pensamento deve ser levado cativo a Jesus Cristo. Toda propensão pecaminosa deve ser sujeita às faculdades mais altas do espírito. O amor de Deus deve reinar supremo; Cristo deve ocupar um trono não dividido. Nosso corpo deve ser considerado como havendo sido comprado. Os membros do corpo devem tornar-se instrumentos de justiça.

Ellen G. White, Fundamentos do Lar Cristão, Capítulo 13.

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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