Erupção Repentina

O Túnel de Amaro fica em um vale tropical, numa área de muito verde e muita água, no trecho de um dos solos mais ricos da Colômbia.

Os plantadores de arroz e algodão desfrutavam de mais uma estação muito próspera, quando de repente alguma coisa se abateu sobre a cidade, com uma força destruidora. Vinte mil pessoas desapareceram em poucos segundos. Naquele instante, após a tragédia, os poucos sobreviventes ficaram imaginando se haviam presenciado o fim do mundo.

Em 19 de setembro de 1985, às vinte e duas horas, o piloto Manuel Severo pilotava seu jato D.C. Oito, um jato de carga, em direção ao final de sua viagem, a cidade de Bogotá. O avião viajava a vinte e quatro mil pés sobrevoando um vulcão, conhecido como Nevado del Ruiz. Naquele exato momento, o vulcão que dormia há cerca de um século, voltou ruidosamente à vida. O piloto viu uma luz avermelhada subir a dois mil pés acima do seu avião. Em seguida veio uma chuva de cinzas que escureceu a aeronave eliminando toda a visibilidade. Fumaça, calor e cheiro de enxofre encheram a cabine. Mesmo assim, o piloto conseguiu pilotar seu avião por instrumentos e aterrisou em segurança. Outros mais abaixo não tiveram a mesma sorte.

Na cidade de Amaro, na base do vulcão, um homem falava com seu amigo pelo rádio. Ele começou a falar de modo comum sobre cinzas e pedras caindo por toda a cidade. De repente ele gritou: “Um momento, acho que a cidade está sendo inundada.” Foram suas últimas palavras.
O cidadão A. Costa dormia em sua casa com o pai e quatro irmãos, quando uma parede cheia de lama tombou sobre eles. Ele ouviu estrondos através das paredes e portas da casa. A família correu em direção ao telhado, mas quando subiam uma parede ruiu sobre seu pai, deixando-o preso. Lutando desesperadamente no meio da lama, os rapazes conseguiram arrastá-lo para um lugar seguro, mas ele morreu horas mais tarde vomitando sangue.

Naquela noite, Rosa Maria estava em sua casa com duas crianças. A primeira coisa que ela ouviu foram os tremores de terra, e se recorda que de repente, a terra pareceu pesada, cheirando a enxofre. Um estrondo terrível parecia vir bem do fundo da terra. Uma onda de lama entrava na cidade. Rosa Maria ouviu casas explodirem e partirem-se na escuridão. Felizmente a casa dela ficava no morro e ela pegou suas crianças e subiu até o telhado. Através do luar, ela viu estarrecidos oitenta por cento da cidade simplesmente desaparecer sob aquele monte de lama. Rosa disse que parecia o fim do mundo.

Mais tarde, cientistas reconstituíram o que aconteceu naquela noite fatal. Nevado del Ruiz, na verdade, mandou bastante vapor e cinzas para o ar, mas não houve erupção de lava. Em vez da matéria superaquecida sair de seu pico, a água começou a escorrer pelos lados da montanha tornando-se rapidamente numa torrente que se transformou em lama com pedras e cinza. A enorme avalanche em breve correu pelos desfiladeiros numa velocidade de quarenta e cinco quilômetros por hora. Mas a cidade de Amaro, plantada às margens do leito de um rio, recebeu essa torrente de lama com toda a força.

Pela manhã, os poucos sobreviventes olhavam para aquele grande mar de lama. Vinte mil ou mais amigos e entes queridos ficaram enterrados ali. Eles simplesmente desapareceram debaixo da avalanche. Os sobreviventes vagaram por lá durante dias, dizendo que uma devastação tão grande era difícil de se aceitar. É difícil para nós também.

Observando essa tragédia à distância, o que ela significa? Por que aconteceu?

Existe um versículo nas Escrituras o quel eu creio traz muita luz sobre a questão. Encontra-se em Romanos 8:22, onde Paulo está nos falando sobre a ocasião em que o mundo será libertado daquilo que ele chama de servidão da corrupção: “Porque sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústia até agora.”

“As angústias” a que Paulo se refere é o nascimento de um novo mundo. O Rei dos Céus e a Sua segunda vinda. Essa é a esperança com que ele nos acena, mas enquanto isso, ele diz: “Haverá sofrimento, angústia, dor, porque a criação ainda está em servidão.”

Como vê, o pecado afeta o nosso planeta de modo bem mais profundo do que a maioria imagina. Não é apenas uma questão de se quebrar algumas regras abstratas. O pecado, a separação de Deus, rompeu toda a criação. O rompimento vai mais fundo, a natureza sofre com isso tudo e aí vai crescendo, na esperança de se livrar da corrupção, o terrível caminho do pecado. A Bíblia também indica que estes crescimentos ou distúrbios se intensificarão à medida em que a vinda de Cristo se aproxima. Os sinais que precedem sua vinda incluem não apenas guerras e rumores de guerra, mas também terremotos em diversos lugares.

Quando Rosa Maria olhou para toda aquela devastação em Amaro e julgou estar vendo o fim do mundo, ela estava certa. Num sentido, aquela terrível avalanche era mais uma evidência das dores de parto de um novo reino, lutando para pôr fim à servidão da corrupção neste planeta. Eu também vejo naquela parede letal de lama descendo rápida para a cidade, uma imagem real do que o pecado irá fazer.

Sabe, quando ouvimos sobre o fim do mundo, muitas pessoas pensam nos terríveis julgamentos que Deus passará sobre nós. Elas visualizam sua ira consumidora chegando veloz e pondo um fim em nossa história. Mas não devemos nos esquecer que a verdadeira força destruidora é o pecado em si. O pecado, e não Deus, é o destruidor.

Em toda parte na Bíboia, o pecado é sempre identificado com a morte. Em Salmos 34:19, encontramos uma promessa a respeito do Senhor libertar o justo de todos os seus problemas e no versículo 21 lemos: “O infortúnio matará o ímpio.”

Está bem claro, não está?

O infortúnio é o destruidor. O livro de Romanos começa com um longo exame da ira e do julgamento de Deus, mas é interessante como tal ira é definida. Três vezes no capítulo um fala-se em Deus abandonando o ímpio. Ele o abandona à sua vergonhosa lascívia. Ele o abandona à sua mente depravada. Podemos ver a ira de Deus quando Ele se afasta dos que não se arrependem. Ele, com tristeza, os deixa ir porque não abandonam o pecado. Então vêm os resultados: degradação e destruição final.

Vamos deixar uma coisa clara sobre o fim do mundo: o pecado é o destruidor. Deus nunca foi um intransigente. Acontece que Deus é forçado a retirar Sua mão e permitir que o mal soga seu curso até que o desastre nos varra totalmente.

O pecado é totalmente perigoso. É a avalanche que soterrou amaro, é destruidor e nosso mundo está cheio dele. Mas às vezes é difícil ver esse perigo. Nos tornamos cada vez mais imunes à prática de negócios escusos e torna-se uma coisa comum. Todo mundo tem sua jogada e nos acostumamos a isso. Pessoas sofrem ao nosso redor, mas o que podemos fazer? Acostumamo-nos a isso. Histórias destacando o sexo surgem por toda parte na TV e todo mundo ri. Acostumamo-nos a isso.

As Escrituras nos instam a nunca nos acostumarmos com isso. Ela sempre descreve o pecado como um desastre total. Não importa como ele se apresente, ela declara que o orgulho, a lascívia, a mentira e a ganância são coisas das quais devemos fugir. Temos que correr. Não podemos nos permitir achegar-nos a qualquer tipo de pecado. É perigoso. Muitos de nós afirmam a respeito disso: “Sim, realmente mudaríamos nossa atitude se pudéssemos. Sabemos que existem males que temos que enfrentar”. Mas um incrível número de pessoas continua simplesmente adiando. Esperam por um dia melhor. Esperam até serem mais velhas, esperam que alguma coisa as empurre para o arrependimento. No entanto, sabem que não é assim. Algo está acontecendo enquanto estamos esperando. O pecado não fica inerte, ele está aumentando, ficando mais forte, transformando-se em uma enorma avalanche.

Uma das coisas mais trágicas a respeito do desastre em Amaro foi a seguinte: muitos dos moradores poderiam ter se salvado. Os cientistas vinham monitorando de perto o local e tudo indicava que Nevado del Ruiz poderia se reativar. O vulcão lançou fumaça e cinzas durante mais de um ano antes do desastre e em duas ocasiões lançou chuva de pedras e cinzas. As autoridades emitiram alerta às cidades próximas da montanha organizando vários planos para evitar a calamidade. Até mesmo mapas especiais foram desenhados mostrando o possível curso da avalanche resultante de uma erupção. Eles estavam absolutamente certos. O Instituto Geológico Nacional recomendou que as cidades na base do vulcão fossem evacuadas. Amaro era uma das cidades ameaçadas.

Uma equipe de cientistas italianos foi convidada para checar a situação. Eles fizeram um relatório alertando que uma erupção extremamente perigosa podia se esperada a qualquer momento.

Como resultado, as autoridades nomearam três grupos de especialistas para lidar com a ameaça. Um iria montar a periculosidade do vulcão, outro iria juntar informações sobre o que uma erupção poderia fazer e o terceiro formularia um plano de emergência. Todo esse trabalho foi realizado meses antes de ocorrer a catástrofe. Tomaram ciência do perigo. Os planos certos foram traçados, até mapas de possíveis avalanches foram desenhados. Mesmo assim, ninguém estava preparado.

Quando aquela parede de lama desceu para enterrar Amaro, os planos ainda estavam no papel. Nada havia sido implementado. Ninguém sabia exatamente quando o vulcão entraria em erupção. As pessoas continuavam adiando o abandono das cidades. Aquelas pessoas sbiam o que deveria ser feito, mas ninguém de fato estava fazendo. Ninguém estava procurando terrenos elevados quando a catástrofe ocorreu. Como um cientista disse: “O vulcão entrou em erupção cedo demais. Uma erupção repentina.”

Que tragédia existe nessas palavras. Olhando o mar de lama que encobriu aquela cidade colombiana, ficamos pensando: o fim do mundo virá também assim? Desse mesmo jeito? A segunda vinda de Cristo virá cedo demais?

Virá para aqueles ainda apegados aos seus pecados. Virá cedo demais para aqueles que decidiram esperar um pouco mais. Se não buscarmos terrenos elevados seremos engolidos pela convulsão neste planeta, assim como o povo de Amaro foi coberto por um mar de lama. Será que todos os mapas traçados serão suficientes? Não adiantará termos calculado todos os desastres do final dos tempos. A única coisa que resolverá será ação imediata em escolhermos os terrenos elevados de Deus.

Você se lembra da história contada em Gênesis sobre Ló, que escapou por pouco da cidade de Sodoma? Sodoma havia se tornado pecaminosa há muitas décadas. A cidade toda estava saturada de impiedade e tal impiedade começara a se infiltrar na família de Ló. Um anjo veio para aletrá-los de que Sodoma estava para ser destruída. Eles hesitaram, relutaram. O pecado tinha uma poderosa força hipnótica sobre eles. Finalmente, os anjos tiveram que agarrar Ló fisicamente, com sua esposa e duas filhas, e retirá-los para fora da cidade condenada. Uma vez nos arredores, os anjos fizeram um alerta importante a eles: “Livra-te, salva a tua vida. Não olhes para trás nem páres em toda a campina. Foge para o monte, para que não pereças.” Gênesis 19:17.

Esta era a informação. Uma avalanche de fogo estava descendo sobre a ímpia Sodoma. Ló tinha que procurar terrenos altos imediatamente. Tinha que agir agora, pois era perigoso demais demorar.

O pecado é muito sedutor. Até para darmos uma olhadinha para trás, o anjo alertou de maneira bem calara: vá ao terreno alto.

Temos que agir agora, antes que o fogo chegue. Antes que o vulcão entre em erupção. É um ato bem simples o que temos que realizar. É o mesmo recomendado por todos os apóstolos em suas pregações. Paulo resumiu tudo deste modo: “Testificando tanto a judeus como a gregos, o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.” Atos 20:21.

Temos que nos arrepender; dar as costas para o pecado que nos prende e entregar nossa vida a Cristo. Buscar o perdão de Deus e colocar nossa fé no Salvador Jesus Cristo. Não existe outro terreno elevado. Existe algum pecado que o está retendo neste momento? Alguma coisa que você ainda não está disposto a abrir mão? Por favor, não seja apanhado em algum pecado acalentado. Por favor, não fique atolado na lama.

Deixe-me explicar uma coisa: não estou falando dos pecados em que caímos a despeito de nosso compromisso com Cristo. Arrependimento e entrega com fé a Jesus significa uma mudança em nossa vida. Mas não significa que ficaremos sem pecado. Ainda temos fraquezas, mas não continuamos agarrados a um certo pecado recusando-nos a arrependermos. Não nos agarramos a uma coisa que sabemos ser errada. Arrependimento significa que colocamos tudo sobre a mesa perante Deus. Não deixamos nada para trás. Nós entregamos tudo a Ele e Ele abre os celeiros do Céu para nós, dando-nos perdão e aceitação incondicionais e o poder para crescer. Essa é a escolha que enfrentamos. Agarramo-nos ao pecado ou agarramo-nos a Deus. Essa escolha fará toda a diferença no final.

Horas após o vulcão lançar aquela avalanche de lama sobre a cidade de Amaro, pessoas tentavam de todas as maneiras alcançar os sobreviventes presos na lama. Um médico calculou que havia pelo menos umas mil vítimas com vida no meio dos destroços da cidade naquela grudenta camada cinza de lama de dois a quatro metros de espessura. Pode imaginar?

Na confusão, algumas vítimas foram achadas e perdidas novamente. Um homem se debatia desesperado no meio de pedaços de madeira na lama, com água até o pescoço. Eles o perderam e o recuperaram três vezes. Levou três horas para o tirarem de lá. Foram as horas mais trágicas para alguém que conseguiu suportar todo esse tempo. Alguns morreram mesmo quando os que os resgatavam tentavam desesperadamente salvá-los. Uma garota de treze anos permaneceu enterrada até o pescoço em um lugar durante dois dias, enquanto as equipes tentavam retirar os escombros ao redor dela e salvá-la. Finalmente, após sessenta horas de luta infrutífera, o esforço foi demais e o coração da jovem não resistiu.

Que tragédia terrível deve ter sofrido o povo na Colômbia. Aquele desastre nos fala de um outro bem maior que ocorrerá neste planeta. Nos lembra da avalanche final do pecado que resultará numa perda eterna.

Amigo, por favor, não seja apanhado agarrado a alguma fraqueza que você gosta. Que tragédia será perder tudo estando o resgate tão próximo, quando o terreno alto de Deus está ao alcance da mão.

Entregue a sua vida sem reservas ao Senhor Jesus Cristo agora mesmo. Não há um momento melhor. Não retenha nada para trás. Apenas volte-se dos seus pecados e coloque a sua fé no Grande Resgatador. Você quer fazer isto agora?

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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