Guardador do irmão – Como ajudar os recém-conversos a se firmarem na fé !

Vívemos numa sociedade individualista, com pouca ou nenhuma preocupação com o bem-estar material e espiritual dos outros. Buscamos a solução dos nossos problemas, a satisfação das nossas necessidades, a afirmação da nossa pessoa e a priorização dos nossos interesses, sem, muitas vezes, nos importar com os dos outros.

E o que dizer de nossa conduta como membros da igreja, o corpo de Cristo? A verdade é que o ambiente da igreja deve ser o lugar onde todos pratiquem o altruísmo, em palavras e atos. Tudo o que se faz na igreja deve promover ânimo, edificação na fé e comunhão de todos. Nesse sentido, somos todos “guardadores de nosso irmão”, algo que o egoísta Caim disse não ser, ao Deus lhe perguntar: “Onde está Abel, teu irmão?” (Gn 4:9).

Em face do grande número de pessoas que são batizadas mas acabam abandonando a igreja, deveríamos perguntar: Como igreja, o que devemos fazer para reverter esse quadro? Se o altruísmo era uma característica marcante da igreja do primeiro século (At 2:42-47) e ajudava aqueles cristãos a permanecer na igreja e viver as verdades recebidas, poderia o mesmo acontecer hoje?

Entre as razões apontadas como sendo determinantes para alguém deixar a igreja estão: discordância doutrinária ou algum procedimento inadequado por parte dos líderes da igreja, falta de envolvimento nas atividades missionárias, tentações e apelo das coisas e práticas mundanas, falta de visitação, carinho e amor (essa parece ser a razão mais forte), desapontamento com a conduta dos membros, fora e dentro da igreja, etc.

Com respeito à última razão, analisemos algumas práticas que podem desapontar e, até mesmo, escandalizar um novo membro da igreja:

Falta de reverência. Às vezes, o novo membro se lembra, com saudade, da reverência que havia em sua antiga igreja e sente falta dela. Para todos, a ordem divina é: “Guarda o pé, quando entrares na Casa de Deus” (Ec 5:1). Os pais deveriam se sentar com os filhos, e não deixá-los perambulando pela nave da igreja ou nas demais dependências, distraindo e incomodando os adoradores. Os membros deveriam evitar conversas ao entrarem na Casa de Deus.

Música tipo “fogo estranho”. Muitas vezes, a música apresentada nos cultos foge ao espírito de louvor a Deus, pendendo para a ostentação ou para o mercantilismo, eivada de um ritmo que lembra o membro do tempo em que ele era “mundano” – o que, instintivamente, conduz ao “balanço”.

Falta de paciência. Uma característica marcante dos eleitos que aguardam a volta de Jesus é a paciência (Ap 14:12). Mas, às vezes, os membros e oficiais da igreja são ríspidos, especialmente com as crianças e jovens. A verdade é que podemos e devemos melhorar muito nessa questão.

Falta de honestidade e sinceridade. Se existe algo que escandaliza um recém-converso é a desonestidade e hipocrisia por parte daqueles que estão há mais tempo na igreja. Ele espera ver coerência na vida e prática de seus irmãos de fé, e isso envolve honestidade para com Deus (dízimos e ofertas) e em relação aos negócios rotineiros e seculares do dia-a-dia.

Falta de amor. “Tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente” (I Pe 1:22). A falta de amor é apontada como a causa principal para o abandono da igreja. Se somos membros do corpo de Cristo, como podemos ignorar, deixar de demonstrar carinho, e até mesmo ferir um companheiro de jornada rumo ao Céu?

Indumentária não condizente. A roupa de um cristão deve ser de boa qualidade, que não chame a atenção nem desperte pensamentos impuros nos outros. Um novo membro espera ver nos seus irmãos de fé exemplos quanto ao vestuário – do contrário, ele não verá a diferença entre o vestuário mundano e o de um cristão adventista.

Comportamento inadequado na Casa de Deus. Por exemplo, conversas, mastigação de chicletes e demonstrações impróprias de carinho entre namorados, noivos ou pessoas casadas, hoje tão em voga, no recinto da igreja.

Concluímos que o mau exemplo é assimilado rapidamente e distorce a missão precípua da igreja, que é a adoração e a pregação do evangelho.

Texto de autoria de Gelson Câmara Siqueira, membro da igreja adventista central de São Carlos, São Paulo. Publicado na Revista Adventista de Dezembro/2008.


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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