Microcosmos do Fim

 

Certas catástrofes que se abatem sobre as cidades ilustram a destruição final que devastará o planeta.

Certa vez, ao subir o Monte das Oliveiras, na Palestina, os discípulos contemplaram o espetacular Templo de Jerusalém. Esse templo tinha recebido um grande investimento. Durante mais de 40 anos, riquezas, trabalhos e perícia arquitetônica haviam sido liberalmente gastos para salientar os seus esplendores. Herodes, o Grande, tinha importado de Roma blocos maciços de mármore branco para formar parte de sua estrutura.

Ao ver a construção monumental e magnífica, um dos discípulos comentou: “Olha que pedras, e que edifícios!” Mas os sentimentos de Jesus estavam longe do orgulho humano, que tanto agrada aos mortais. Para surpresa de todos, Jesus respondeu: “Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.” Jesus estava prevendo a destruição de Jerusalém e de seu belo templo, o que ocorreu no ano 70 d.C.

Avisos Proféticos – As palavras de Jesus combinavam, de certa forma, com os muitos anúncios proféticos que desde a antiguidade Deus havia enviado aos israelitas sobre o “dia do Senhor”. Os profetas anteciparam esse dia de juízo para as cidades do seu tempo, cujos pecados haviam esgotado a paciência divina. Suas ruínas foram microcosmos ilustrativos do juízo que teria lugar no fim do mundo, no macrocosmo global e planetário, quando os mesmos pecados do passado passariam a ser a nota tônica do mundo inteiro.

Em que consistia o “dia do Senhor” anunciado pelos profetas? Em um dia de ira, angústia, alvoroço, castigo, vingança, ruína, desolação, trevas e escuridão; um dia de guerra “contra as cidades fortes e as torres altas” (Sofonias 1:16).

Nesse contexto dramático, não devemos imaginar Deus dando rédea solta aos Seus caprichos pessoais, como é comum entre os seres humanos. Para que ninguém tivesse dúvidas sobre a justiça de Seus castigos, vemos Deus convocando a Sua corte celestial para uma investigação judicial precedendo o juízo. Os anjos e os próprios habitantes deveriam se inteirar do processo judicial e da ameaça de destruição. Por isso, os mensageiros que Deus enviava para anunciar o castigo passavam a atuar como porta vozes do juízo. Apesar disso, esse dia terrível chegava de forma inesperada sobre os habitantes incrédulos.

Que é que Deus castigava naqueles pequenos protótipos do dia final? Esse dia do Eterno, segundo Isaías (2:12), devia abater “todo soberbo e altivo” e “todo aquele que se exalta”, para que só o Senhor fosse exaltado.

A destruição apontava principalmente para os símbolos da arrogância humana, como torres altas e muralhas fortificadas (v 15).

Sendo que a fragilidade humana e o temor do futuro induziam muitos a pensar só em si mesmos, em detrimento dos pobres, o juizo ´do dia do Senhor´mirava também as grandes e bonitas propriedades injustamente obtidas. Os profetas repetidamente denunciavam a exploração dos pobres.

Ao derramar Seus juizos sobre as cidades más, Deus nunca Se esqueceu do remanescente fiel que havia ali. No fim do mundo, segundo o Apocalipse, Ele também não abandonará os fiéis, quando derramar as últimas “pragas” sobre o planeta. Em outras palavras, tanto no microcosmo dos povos antigos como no macrocosmo planetário do fim, o dia do Senhor foi e será um dia de contrastes, trazendo desgraça para o mundo e libertação e redenção para o povo de Deus.

Catástrofes Universais – A Bíblia fala de apenas dois juízos universais: o do dilúvio (Gên. 6-8), que ocorreu há mais de 4 mil anos, e o do fim do mundo, que ocorrerá no futuro e será por meio do fogo (24 Ped. 16, 7 e 10). Além dos 120 anos de pregação de Noé, não temos muita informação sobre como Deus advertiu o mundo antediluviano sobre a grande catástrofe que teria lugar. Com respeito à segunda tragédia universal que nos aguarda, temos o anúncio dos profetas e também as antecipações em miniatura dos juízos que Deus enviou aos povos de diferentes lugares, ao longo dos séculos.

 

Pelo fato de Deus limitar Seus juízos a lugares específicos, deixando livres outros povos, Seus castigos devem ser considerados misericordiosos. Deviam despertar nas pessoas um senso do perigo que corriam. O profeta Isaias (26:9) percebeu isso, ao dizer que, quando há juízos divinos na terra “os moradores do mundo aprendem a justiça”.

Pois bem , quais são os instrumentos do castigo divino? São sempre a seca, as tempestades e as pragas? Deus sempre intervém de forma direta? Não. Deus pode usar até mesmo povos que não o reconhecem para castigar os pecados das cidades opressoras. Dessa forma, o reino da Assíria tornou-se o “cetro da ira” e a “vara do furor” de Deus (Isa. 10:5-7). Depois de usar a Assíria como instrumento de castigo de Israel, Deus castiga a altivez da própria Assíria (vs. 10-14). Afinal, Deus põe e depõe reis.

Quando os juízos de Deus são executados através de instrumentos cruéis e inconscientes de cumprir a vontade divina, a Divindade simplesmente desempenha o papel de árbitro de todos os destinos. Retira o círculo protetor da cidade condenada para dar livre acesso ao destruidor e inimigo por excelência de Sua criação. Isso ocorrerá em âmbito mundial, quando os ventos das paixões humanas deixarem de ser contidos pelos quatro anjos que Deus pós nos cantos da Terra para deter a maldade global e retardar a sua destruição final (Apoc. 7:1~3).

Juízos atuais – Será que há microcosmos do juízo final em nossa época global?

Um fim do mundo sem a nação de Israel e o Templo de Jerusalém era algo que não passava pela cabeça dos discípulos. Achavam que a ruína de Jerusalém coincidiria com a destruição do próprio mundo, confundindo assim o microcosmos de seus dias com o macrocosmos final. Conhecendo a mentalidade deles, Jesus misturou os dois acontecimentos. Quando os olhos deles se abriram puderam ver que a destruição de Jerusalém pelos romanos ainda não era o fim do mundo.

Ao tratar do assunto em Mateus 24, Jesus disse que haveria “guerras e rumores de guerras”. Contudo, isso ainda não seria o fim. Todos esses “princípios de dores” seriam juízos antecipados prenúncios; de um juízo maior.

Praticamente cem anos antes da queda das torres do World Trade Center, em 11 de setembro de 200 1, Ellen White, uma profetisa moderna ligada ao movimento adventista, previu esse tipo de acontecimento e adiantou as razões pelas quais Deus permitiria que tal tragédia acontecesse, num marco equivalente ao que os profetas haviam feito na antiguidade. Algumas de suas advertências se encontram reunidas no livro Eventos Finais, publicado pela Casa Publicadora Brasileira.

Três anos antes da destruição de São Francisco por um terremoto em 1906Ellen White advertiu que não ia passar muito tempo sem que essa cidade sofresse os juízos divinos. Alertou também que o acontecimento seria apenas uma advertência e que outras cidades ímpias seriam castigadas.

Em uma declaração de 1901, ela afirmou: “Os deleitáveis monumentos da grandeza humana se tornarão pó antes de vir a grande destruição sobre o mundo.” Ou seja, haveria novos microcosmos de repercução mundial. “Essas orgulhosas estruturas se converterão em cinzas”, previu. As caras maravilhas arquitetônicas seriam destruídas de repente, assim como o Templo de Jerusalém.

Em 1904, contemplando em visão os edifícios de Nova York, que os orgulhosos proprietários erguiam andar

após andar, ao custo da exploração dos pobres e para a inveja dos ‘ outros, ‘ ela viu cenas em que os bombeiros tentavam apagar o fogo dos prédios, mas em vão. Os prédios foram consumidos como se fossem resina inflamável.

Em 1906, Ellen White voltou a ter visão de terror mas não lhe foi indicado o nome da cidade à qual foi levada. Hoje, quase cem anos depois, assombra ver a semelhança entre essa visão e o que ocorreu na destruição do World Trade Center.

Os jornais se referiram às Torres Gêmeas, que caíram junto com outros edifícios, como símbolos do poder humano e do poder econômico. 0 atentado ocorreu no centro do poder econômico mundial e afetou grandemente os mercados mundiais. Nova York, todos admitem, nunca será mais a mesma. Embora a destruição tenha sido causada por mãos perversas e assassinas, ninguém que crê em Deus pode deixar de perguntar a razão por que Deus permitiu tal ato de barbárie.

Milhões de pessoas morrem no mundo na miséria econômica, enquanto um grupo pequeno dispõe da maior riqueza acumulada do planeta, vivendo na abundância e no desperdício. Haveria Deus de manter indefinidamente Sua proteção sobre um estado de violência e rebelião tão grande como o que se vê na “capital econômica do mundo”?

É interessante que, um ano antes dos atentados, 150 presidentes dos principais países do mundo posaram para uma foto nessa mesma cidade, pregando a paz, um dos objetivos primordiais das Nações Unidas. Uma semana antes, outro organismo se reuniu em Nova York também com uma agenda de paz, intitulada “Religiões Unidas”. Parece que todos falam de paz e querem a paz. Porém, em lugar da paz, reaparece repentinamente o flagelo do terror, da guerra e da destruição.

Não seria esse o momento previsto pelo apostolo Paulo, em que as pessoas falando de paz e seguranças, descobrem uma repentina destruição ? (ver I Tessal. 5:2-9)

Estes eventos ainda não são o fim, mas podem ser prenúncios ou microcosmos do fim.

(Extraido da Revista Sinais)

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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