Artigo mais do que importante para este tempo em que velhas teologias políticas ganham força no cenário brasileiro ameaçando a convicção de que a Bíblia é a Palavra inspirada de Deus.
Em tempos recentes, influências combinadas têm provocado uma ruptura de magnitude estrondosa na reflexão teológica. A teologia começou a se despojar de grande parte do peso-morto de dogmas tradicionais. A tradicional caracterização típica da religião como um “assunto privado”, assim compreendida por séculos, fora abruptamente desafiada por uma ênfase no caráter público da mensagem cristã. Os teólogos começaram a destacar que as duas interpretações mais comuns da fé cristã, i.e. a metafísica (presente na teologia escolástica católica romana) e a privada (comum em muitas teologias protestantes, tal como Bultmann e Tillich, que foram profundamente influenciados pela filosofia existencialista de Kierkegaard e Heidgger), estavam totalmente obsoletas. Essas interpretações, salientara-se, eram anacrônicas em conteúdo e abordagem, dando “uma resposta do século 19 a um dilema século 20”.[1] A primeira interpretação (metafísica) fora considerada inadequada devido a ter recorrido a uma visão da realidade e verdade que o homem moderno não compartilha ou entende. A segunda, privada, era não mais aceitável, principalmente porque o homem é abstraído de sua verdadeira realidade sócio-política, e assim não correspondera à perspectiva bíblica. O que estava sendo proposto, em vez disso, era uma hipótese teológica cuja confiança central fora o interesse no concreto em vez de sua concentração nos aspectos especulativos da mensagem cristã.Com o reavivamento das implicações sociais do evangelho, a teologia, drasticamente, mudara do abstrato para o prático. Ela mudou de sua forma acadêmica tradicional para a “teologia política”. A ênfase fora colocada sobre o caráter reacionário da fé. Os holofotes focaram-se, então, sobre as dimensões horizontais do cristianismo. Os cristãos estavam sendo induzidos a romper com as formas individualistas de devoções religiosas e interesses paroquiais e a comprometerem-se com os problemas concretos da família humana em geral.[2]
Despertando, principalmente, como um corretivo crítico para a privatização da fé cristã que tomara lugar na teologia contemporânea de orientação existencialista,[3] a teologia política insiste nas dimensões sociais e políticas da mensagem cristã. De acordo com Johannes B. Metz, “a privatização da teologia é a tarefa crítica primária da teologia política”.[4] Para ser relevante e pertinente na sociedade moderna, a qual é vista como humanizada e secularizada, a teologia, justifica Metz, deve servir como uma crítica das estruturas sociopolíticas.[5] Dentro dessa obrigação teológica, a própria igreja deve ser uma “instituição de crítica social”[6] na história. Positivamente, a igreja deve ser a “memoria passionis Jesu Christi nos ares da nossa sociedade […] a portadora de uma perigosa e subversiva memória sobre a qual […] depende […] o futuro da nossa humanidade”.[7]
Como visto pela teologia política, a missão da igreja não significa apenas a propagação da fé em termos tradicionais e a salvação da alma.[8] De acordo com Metz, dado o caráter público e social da revelação, a igreja não pode se abster de uma missão pública e social. Ela está presente no mundo para repetir incessante e criticamente que “a história em sua totalidade está sujeita à promessa escatológica de Deus”.[9] Em virtude da sua orientação escatológica, a igreja, portanto, é chamada para trabalhar para a transformação da polis humana, e para a desobstrução do caminho futuro de Deus. Sua tarefa é ser crítica da sociedade, erguendo-se contra o status quo, denunciando forças desumanizadoras e estar a serviço de homens na história concreta.
Teologias da libertação feminista e negra
A teologia política, no entanto, não tem sido um fenômeno isolado. De fato, a ruptura da teologia política com a teologia especulativa clássica, em grande parte abriu o caminho para o surgimento de teologias da libertação e as formas nas quais têm afetado a igreja. Para fins práticos, pode ser adequado classificar a teologia da libertação sob três vertentes. A primeira vem do Terceiro Mundo, especialmente do contexto latino-americano. Isso porque é provavelmente a mais propagada e articulada, e tem produzido grande gama de material escrito; dar-lhe-emos uma atenção especial. O presente estudo, portanto, lidará com a teologia da libertação latino-americana separadamente, todavia, muito da nossa análise desse impacto na igreja pode, por extensão, ser aplicado às outras duas formas de pensamento teológico libertacionista.
As duas vertentes restantes desse modo inovador de fazer teologia surgiram nos Estados Unidos, no fim da década de 1960 e início da década de 1970, sob a forma de teologias negras[10] e feministas.[11] Para eles, a teologia deve ter suas raízes não em um corpo de pesquisa cumulativa como na teologia tradicional, mas em uma experiência concreta e lutas específicas. Assim, teologias negras e feministas consideram o contexto da opressão como norma e o locus da reflexão teológica, e incorporam o conceito de libertação dentro da sua compreensão da função da teologia, assim como a missão da igreja.
Cada uma dessas teologias tornara-se crítica do caminho herdado da interpretação dos símbolos cristãos (a teologia feminista tem, inclusive, ampliado sua crítica aos símbolos em si, questionando, por exemplo, a “masculinidade” da divindade). Sem nenhuma surpresa, os expoentes dessas teologias manifestam uma forte reação contra as correntes teológicas europeia e norte-americana, que, em sua percepção, tão facilmente advogaram que sua teologia era simplesmente “Teologia Cristã”. Para esses teólogos, a teologia tradicional tem feito um uso ideológico do cristianismo e sua interpretação da Bíblia, e seu conteúdo seletivo têm, massivamente, servido à opressão, sob a perspectiva racial ou sexista, em favor dos ocidentais brancos e dos homens em geral.
Embora opressão e libertação possam ser distintamente compreendidas (teologia negra concentra-se no racismo e enfatiza a libertação da opressão da cultura e religião branca, enquanto a teologia feminista entende a opressão em termos de sexismo, e tem seu foco na libertação do domínio masculino, ao qual as mulheres, historicamente, têm sido sujeitas); essas teologias compartilham uma metodologia, perspectivas e temas em comum.
Cada tipo de teologia da libertação tem uma visão de uma nova sociedade em que a justiça será compreendida em seu mais amplo sentido. Todas elas têm uma “visão romantizada da libertação humana”,[12] e são marcadas por uma espécie de messianismo em sua fundação, em que a salvação, a libertação e a humanização são vistas quase como sinônimas. Além do mais, cada uma dessas reflexões teológicas tem uma visão particular da igreja, que procura “empenhar os cristãos a uma mudança social, política e radical para transformar a sociedade a fim de criar um mundo mais humano”.[13]
Teologia da libertação latino-americana
A tentativa contemporânea de relacionar os ensinamentos da fé cristã com a vida e as lutas dos oprimidos, assim como a visão de salvação como uma jornada em direção à libertação e à liberdade parece indicar que as condições de opressão “chegaram a um nível de consciência que não pode mais ser ignorado ou posto de lado como irrelevantes por cristãos sérios”.[14] Precisamente, dentro dessa nova consciência desenvolvida entre os oprimidos e seu convite para a libertação que o desenvolvimento teológico revolucionário, que emergira da América Latina sob a rubrica da teologia da libertação, deve ser estudado.
Deve-se notar que, embora a teologia da libertação na América Latina esteja profundamente enraizada nos desenvolvimentos teológicos seculares e contemporâneos, limitá-la a essas influências fracassaria em compreender seu carácter distinto e dinâmico. Portanto, dizer que as teologias da libertação são tão-somente “péssimas adaptações latinas de ideias alemãs”[15] é um simplismo enganador. O background da teologia que emerge da América Latina após séculos de silêncio teológico, envolve a própria história do cristianismo no continente e esse impacto sociopolítico local. Mas, acima de tudo, a teologia da libertação deve ser entendida como resultando de uma nova consciência do seu contexto de opressão e uma tentativa de responder a uma situação assustadora de pobreza massiva, desemprego, desnutrição, mortalidade infantil e analfabetismo. De fato, o teólogo da libertação brasileiro Leonardo Boff insiste que é impossível compreender a teologia da libertação como algo precedente ou a parte da extrema pobreza à qual “milhões de nossos irmãos no continente latino-americano estão condenados”.[16] Diferentemente das teologias negras e feministas, a teologia da libertação na América Latina compreende a opressão e a libertação da perspectiva socioeconômica.[17] Para esses teólogos, a prevalência de injustiças socioeconômicas na América Latina é a questão básica em torno da qual a teologia e a igreja devem nortear seus esforços.
A teologia da libertação enfatiza consistentemente que o evangelho oferece não apenas a libertação no reino espiritual, mas a libertação de todas as forças opressivas dentro da realidade concreta. Assim, sob as condições específicas da América Latina, alega-se que a teologia deve refletir sobre as características sociopolíticas do evangelho e ter uma função especial. Mais do que em qualquer outro lugar, a teologia, nesse contexto, não pode ser uma preocupação acadêmica com o passado ou mera repetição dos dogmas antigos, ou mesmo uma exegese histórico-crítica da Escritura, afastada do mundo real, onde pessoas reais sofrem e morrem. A teologia deve ser encarnada. Deve ser, sobretudo, uma força libertadora empenhada em “humanizar os oprimidos” e devotada mais a mudar a realidade do que compreendê-la ou interpretá-la. Na situação da América Latina, os teólogos da libertação argumentam que a teologia não pode ser menos do que uma resposta capaz de prover um fundamento teológico para a opção da igreja pelos pobres na participação efetiva em sua luta pela libertação. Como o nome implica, a teologia da libertação se preocupa com o significado da religião para a libertação social e política. Assim, anteriormente uma disciplina enclausurada e abstrata, agora, a reflexão teológica é colocada no contexto da experiência social real e transformada em uma reflexão sobre questões concretas dentro do contexto de opressão.
Referências:
[1] Harvey Cox, A Cidade do Homem (Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968), p. 275. A tradução é minha. [2] O Teólogo católico Johannes B. Metz é considerado o principal proponente da Teologia Política. A exposição completa da elaboração teológica de Metz encontra-se em Zur Theologie der Welt, Theology of the World (New York: Herder and Herder, 1969). A obra mais recente de Metz, Faith in History and Society (New York: Seabury Press, 1980), apresenta seu pensamento de forma mais sistemática. Deve-se notar que a teologia política não almeja dar suporte religioso ao sistema político ou aliar-se a qualquer partido político, em vez disso “descreve o campo, a forma, o ambiente e o meio no qual a Teologia Cristã deveria ser articulada nos dias de hoje” (Jürgen Moltmann, Political Theology, Today articulated, 1971, p. 6. Ver, também, Elizbeth Fiorenza, Political Theology and Liberation theology, in Liberation, Revolution and Freedom, Thomas M. MacFadden, ed., (New York: Seabury Press, 1975). Em proximidade com a teologia política de Metz está a “teologia da esperança” de Jürden Moltmann. O pensamento de Moltmann está expresso em sua influente Theology of Hope: on the Ground and Implications of a Christian Eschatology, traduzida da edição original alemã publicada em 1964. A posição teológica de Moltmanns tem sido considerada como a “a mais próxima à perspectiva e aos interesses da escola libertacionista latino-americana”. R McBrien, Catholicism (Ok Grove, MN., Winston Press, 1981), p. 500. Embora haja diferenças fundamentais entre os teólogos libertacionistas latino-americanos e Moltmann, a visão eclesiológica de Moltmann de um Volkskirche, uma igreja do povo, assim como a sua noção de Deus como o Deus dos pobres influenciou, de alguma forma, teólogos libertacionistas. Ver Robert C. Walton, Jürgen Moltmann’s Theology of Hope: European Roots of Liberation Theology, in Ronald H. Nash ed., Liberation Theology (Milford, MI.: Moot Media, 1984), pp. 143-186. [3] A Teologia Política está estruturada em deliberada oposição à Teologia Eu-Tu da neo-ortodoxia de orientação existencialista, representada, principalmente, pela teologia de Bultmann, que, influenciado pela ontologia existencial de Heidegger, tendia a restringir a relevância da fé cristã à esfera pessoal, ou o eu em si, sem levar em suficiente consideração a condição sócio-política do homem. Ver D. Solle, Political Theology (Philadelphia: Fortress Press, 1974), p. 1-9. Para um sumário do “salto” do existencialismo teológico para o político, ver Alfredo Fierro, The Militant Gospel (Maryknoll, NY.: Orbis Books, 1977), p. 3-47; ver, também, Andre Dumas, Political Theology and the Life of the Church (Philadelphia: Westminster Press, 1978), p. 1-23. [4] Metz, A Theology of the World, p. 110. [5] Metz, p. 107-124 [6] Metz, p. 134 [7] Metz, “The future in the Memory of Suffering,” conc 76 (1972), p. 37. [8] Seguindo um abordagem muito aproximada a esta de Metz e tendo em mente a crítica marxista clássica da igreja, Moltmann enfatiza que esta “missão não é uma mera propagação da fé“; A Theology of Hope, p. 260. A igreja é a igreja de Deus, argumenta Moltmann, “tão somente onde em atos específicos de serviço é obediente à sua missão ao mundo… A igreja para o mundo”; ibid., p. 327. A missão da igreja, defende Moltmann em uma obra posterior, “abrange todas as atividades que servem para libertar o homem da escravidão na presença da vinda de Deus, escravidão que se estende da necessidade econômica para o abando a Deus”; The church in the Power of the Spirit (New York: Harper, 1977), p. 10. [9] Metz, A Theology of the World, p. 277, edição em português. A construção teológica de Metz tem sido fortemente criticada. O conceito de “teologia política”, e outras noções que aparecem em sua obra, tais como “instituição crítica” (em referência à igreja), “práxis”, “teoria crítica” e o “fim da metafísica” são consideradas “usadas, geralmente, sem embasamento, de um modo não histórico, abstrato e indeterminado”. K. Lehmann, “La teologia política, legittimazione teologia e aproria presente” (Queriniana, Bréscia, 1971), p. 97, a tradução é minha. Além do mais, tem-se argumentado que a dimensão política e social da mensagem cristã não pode ser, de modo algum, usada para justificar a promoção da política como um princípio hermenêutico para a totalidade da revelação de Deus. Tal promoção é, em si mesma, um ato de idolatria, sendo contrária ao registro bíblico. Ver E. Fell, in Debattio sulla teologia dela rivoluzione (Queriniana, Bréscia, 1971), p. 135, 136. Finalmente, tem, também, sido dito que a menos que queiramos cair em uma nova forma de integrismo e clericalismo, não podemos impor à igreja algum programa de algum sistema político em particular. Ver H. Maier, Teologia politica? “Obezioni di un laico” em Debattio sulla teologia politica, op. cit. p. 41-44; ver, também, H. de Levalette, “La Théologie politique allemande,” em Revue des SC. Religieuses, 1970, p. 321-350. [10] Ver James H. Cone, Black Religion and Black Power (New York: Seabury Press, 1969); James J. Gardiner e J. Deotis Roberts, Quest for a Black Theology (Philadelphia: Pilgrim Press, 1970); J. Denotis Roberts, Liberation and Reconciliation, a Black Theology (Philadelphia: Westminster Press, 1971); Gayraud W. Wilmore and James H. Cone, eds., Black Theology, a Documentary History 1966-1979 (Maryknoll, NY: Orbis Books, 1979); G. Clarke Chypaman, Jr., American Theology in Black: James H. Cone, CrossCur (1972), p. 139-157. Para uma discussão sumarizada, ver Harvier M. Coon, “Liberation in Black”, em Tensions in Contemporary Theology (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1976). [11] Entre as mais importantes obras publicadas pelos partidários na teologia da libertação das mulheres, encontramos: Sookied Stambole, ed. Women´s Liberation Blue Print for the Future (New York: ACE Books, Chapter Communications, 1970); Rentley Doely, ed. Women’s Liberation and the Church, the New Demand for Freedom in the Life of the Christian Church (New York: Association Press, 1970); Jeanne Richie, Church, Caste and Women in New Theology, ee. Martin E. Marty e Dean G. Peerman, (New York: Paulist Press, 1972); Letty Russel, Human Liberation in a Feminist Perspetive: a Theology (Philadelphia: Westminster Press, 1974); Mary Daly, Beyond God the Father: Toward a Philosophy of Women’s Liberation (Boston: Beacon Press, 1973); Dorothee Soele, The Strength of the Weak, Toward a Feminist Identity (Philadelphia: Fortress Press, 1984). Para uma bibliografia útil sobre a teologia feminista, ver Katheleen Storrie, Contemporary Feminist Theology: A Selective Bibliography, ThStFlBul 7 (Mary-June 1984) p. 13-15. [12] Paul Lehmann, Ideology and Incarnation (Geneva: John Knox Press, 1972), p. 25 [13] Paul Murray, “Black and Feminist Theologies, Links, Parallelsand Tensions”, ChrCris 40 (1980), p. 86. [14] Stanley Stuphin, Options em Contemporary Theology (Washington DC: University Press of America, 1977), p. 38. [15] Richard Neuhaus, The Catholic Moment (San Francisco: Harper and Row, 1987), p. 177. [16] Leonardo Boff, Declaration in T. Cabestrero, Los teólogos de La liberación em Puebla (Madrid: Bilbao, 1979), p. 70, a tradução é minha. O teólogo católico romano Gustavo Gutiérrez, geralmente considerado como o pai da teologia da libertação, comenta que “a recente história da América Latina é distinguida pela descoberta perturbadora do mundo do outro: o pobre, a classe explorada”; A Theology of Liberation: History, Politics and Salvation (Maryknoll, NY: Orbis Books, 1973), p. 76. Não deveria ser nenhuma surpresa que o cerne da libertação política e socioeconômica emergiu do Terceiro Mundo. Compreendendo a maioria da humanidade, quatro quintos dos habitantes deste planeta lutam “para sobreviver com apenas vinte por cento dos bens da terra”. Walbert Bühlmann, The Coming of the Third Church: An Analysis of the Present and Future of the Church (Maryyknoll, NY: Orbis Books, 1978), p. 2. Ver Ronald Sider, Rich Christians in an Age of Hunger (Downers Grove: Inter-Varsity Press, 1977). Nos países latino-americanos, uma minoria de cinco a dez por cento, geralmente, controla a metade da riqueza, enquanto um pouco menos de um terço da população chega a receber apenas cinco por cento da riqueza. Ver Philip Berryman, Latin American Liberation Theology (ThST 34, 1983), p. 386.[17] Originalmente, a teologia da libertação, sob a pesada influência da análise social marxista, entendia a opressão quase exclusivamente em termos de estruturas econômicas. Mais recentemente, todavia, detecta-se nos escritos libertacionistas um desejo de considerar outros tipos de opressão, tais como sexual, racial, psicológico e étnico. Provavelmente, esse reconhecimento de outras formas de opressão, por um lado, é uma resposta ao criticismo que a teologia da libertação teve que enfrentar nessa área (ver, por exemplo, a forte reação contra a visão monista libertacionista latino-americana pela teóloga feminista Letty M. Russel, Human Liberation in Feminist Perspective, p. 167, 168). Por outro lado, está, provavelmente, também, relacionado com um uso mais flexível do marxismo.
(Pastor Amin Rodor, ThD, é professor de Teologia Sistemática na Faculdade Adventista de Teologia, Unasp-EC. Trabalhou em diversos segmentos da IASD no Brasil e no mundo. Artigo originalmente publicado, em Inglês, sob o título “The Impact of Liberation Theologies on the Church” pelo Biblical Research Institute e, posteriormente, revisado e publicado pela revista Kerygma e pelo site Estudos Adventistas, que fez a tradução do texto original)