O que você pode fazer de prático quanto ao apoio emocional à vítimas de tragédias?

O que fazer para ajudar desabrigados que perderam tudo em tragédias como enchentes. O que você pode fazer de prático quanto ao apoio emocional?

Se você está ajudando ou pensa em ajudar aos desabrigados que estão em abrigos públicos e vítimas que estão em lares de parentes e amigos, por causa da tragédia em nossa cidade, Nova Friburgo, ou outra localidade, a seguir estão algumas informações que podem ajudar a ajudar.

1) Informe o que está ocorrendo, os recursos que chegam, e, se possível, dê uma perspectiva para o futuro. Isto ajuda a pessoa a se reorganizar e desenvolver esperança. Fale sobre o suprimento de alimento, atendimento de saúde, roupas que estão disponíveis.

2) Visite alguém de seu bairro que ficou desabrigado para dar apoio emocional e espiritual. Converse com a pessoa, deixando-a desabafar sobre as queixas, necessidades e chorar as perdas. Espere com paciência quando ela começar a chorar, ficando em silêncio e apenas tocando em seu ombro, ou segurando suas mãos. Espere a onda de chôro passar. Isto pode aliviar a angústia da pessoa naquele momento.

3) Providencie necessidades básicas continuamente: alimento, higiene, local de repouso, água potável.

4) Lembre-se de que cada um tem necessidades pessoais que podem ser diferentes de outra pessoa. Assim, uns precisarão falar, desabafar, chorar, expressar raiva e angústia, enquanto que outros optarão nesse momento por solidão, isolamento e silêncio. Você pode perguntar se a pessoa quer falar algo. Se ela disser que não, coloque-se à disposição para ouvi-la e respeite a necessidade de privacidade nessa hora. Algumas irão dormir mais, outras terão insônia. Resolva isto e a dor física delas com orientação da equipe de saúde.

5) Há pessoas mais frágeis que outras tanto física, quanto emocionalmente, diante de tragédias. As mais frágeis necessitam de mais apoio emocional.

6) Uma pessoa vitimada pode estar entrando num surto psicótico, talvez por já ter alguma história no passado de surto, ou não. Ela deverá ser avaliada por profissional da equipe de saúde caso apresente: estranhamento de si mesma, irritação forte, ideias de perseguição, alucinações auditivas e visuais, agitação ou isolamento profundo e olhar “estranho”.

7) Estresse pós-traumático – antigamente chamava-se de “neurose de guerra”. A pessoa pode ter sintomas 30 ou 45 dias após o trauma e incluem: intenso sofrimento emocional, angústia, não quer sair de casa, não quer ouvir notícias, revive imagens do trauma em sua mente com inquietude, medo intenso de que a tragédia se repita, muita ansiedade ao ver algo parecido com o trauma. Nesse momento, dê apoio escutando, deixando-a desabafar e ajudando-a a lembrar que o pior já passou, que agora há calma, não há mais o trauma, etc.

8) Ajudador – aceite seus limites e não se envolva em dar apoio emocional se isto não é um talento seu, optando por outro tipo de ajuda às vítimas. Se você não sabe lidar com a dor emocional, pode contribuir para piorar o estado emocional das vítimas pelo seu próprio descontrole emocional.

9) É importante incentivar as vítimas a expressarem (falar) e experimentarem (sentir) a dor emocional, sem lançar mão logo de algum subterfúgio, como um calmante. Ajude a pessoa a expressar a tristeza e a dor. Em seguida fale palavras de conforto e esperança, mantendo o “pé no chão”, sem ficar falando de coisas que não são realidades práticas, ou seja, não fique prometendo o que não é real.

10) Se a vítima perdeu um membro (braço, perna, mão), estimule-a com palavras de que ela poderá fazer algo no futuro mesmo assim.

11) Crianças que ficaram sozinhas nos abrigos devem ter crianças por perto para brincarem sob a supervisão de pessoas que sabem lidar com elas, como professoras, pedagogas, mães com equilíbrio emocional. Também em algum momento se deve explicar coisas para elas sobre o que está ocorrendo e de que ela está sendo cuidada e terá proteção continuada.

Fonte: Portal Natural

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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