Os Estados Unidos na profecia. Parte I

No capítulo anterior, pudemos entender o enorme poder e influência do papado no mundo contemporâneo, o que é uma prova de que já estamos vivendo na segunda fase de sua supremacia. No entanto, o que temos visto até agora é somente a ponta do iceberg, pois os seus planos vão muito além do que imaginamos. A seguinte declaração, feita pouco antes da queda do comunismo pelo ex-sacerdote jesuíta Malachi Martin, nos mostra isso:

“Voluntária ou involuntariamente, prontos ou não, todos estamos envolvidos em uma tripla competição global, sem exageros… A competição serve para ver quem estabelecerá o primeiro sistema mundial de governo, que dominará todas nações…”.

“Aqueles de nós que temos menos de 70 anos veremos instaladas pelo menos as estruturas básicas do novo governo mundial. Os que têm menos de 40 anos, com certeza, viverão sob sua autoridade e controle legislativo e judicial…”.

“Este poder possuirá toda a autoridade, detendo o dobro da autoridade e controle sobre cada um de nós como indivíduos e sobre todos como uma comunidade; sobre os seis bilhões de habitantes que os demógrafos prevêem que haverá neste planeta no início do terceiro milênio…”

“Não é exagero dizer que o propósito do pontificado é ser o vencedor desta competição que já está acontecendo”..[a]

Malachi Martin garantiu há mais de uma década que uma Nova Ordem Mundial será instituída em nossos dias. Segundo seu ponto de vista, os mais fortes candidatos para obter o controle mundial soa: o papado, representado por João Paulo II; o comunismo, representado por ikhail Gorbatchev e o Ocidente capitalista, representado pelos Estados Unidos.[b]

Em 1989, vimos com assombro como os Estados Unidos e o Vaticano fizeram uma “Santa Aliança” para destruir o poder comunista. Em conseqüência disso, o terceiro competidor havia sido eliminado, ficando somente estas duas “superpotências”.[c]

Qual das duas conseguirá impor a Nova Ordem Mundial? O que a Bíblia diz a respeito?

“E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão. E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada” (Ap 13.11-12)

Essa passagem nos assegura que a primeira besta, cuja ferida mortal foi sarada, será adorada pelos habitantes do mundo inteiro, o que nos permite concluir que será o papado que finalmente governará na Nova Ordem Mundial.[d] Como esse poder será conquistado? A profecia diz que isso não será feito solitariamente; existe outra nação igualmente poderosa que a apóia e sustenta. Quem a besta representa? Para essa identificação, faremos uma relação das suas principais características:

É um reino: Assim como a besta de sete cabeças e dez chifres, essa besta deve representar um reino[e]

Surgiu em uma região distante da Europa: Essa besta não surgiu do mar como as outras, o que é um claro indício de que não é uma nação européia.

Surgiu de forma pacífica: Ao falar do surgimento da besta, a Bíblia não menciona mares tormentosos ou ventos tempestuosos como símbolos das conquistas. Pelo contrário, tanto sua aparência como o modo com que se levantou difere grandemente das bestas que já estudamos. Ela se apresenta com características tomadas de um cordeiro, animal que se destaca pela sua mansidão e humildade. Deduzimos, portanto, que diferentemente das demais, essa nação não surgiu como resultado de revoluções, guerras ou conquistas.

Surgiu em uma região praticamente despovoada: Essa besta não surgiu do mar, mas “da terra”. Se levarmos em consideração que o mar representa “povos, multidões, nações, e línguas”[f] e que a terra é um local onde há poucas águas, podemos concluir que esse reino foi erguido em uma região que, até então, se encontrava despovoado.

O território onde essa nação se levantou serviu de refúgio para os perseguidos da Idade Média: O capítulo 12 do Apocalipse nos apresenta a perseguição que os filhos fiéis de Deus tiveram de suportar durante os obscuros anos da Idade Média, com as seguintes palavras: “E, quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho homem. E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente. E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar”.[g]

Aqui, o dragão representa Satanás atuando através de Roma; [h] a mulher representa a igreja fiel;[i] tempo, e tempos, e metade de um tempo é o mesmo que os 1260 anos da supremacia papal;[j] e a água simboliza a multidão dos povos que se levantaram para perseguir.[k] Em outras palavras, essa passagem representa a perseguição a que foi submetida à Igreja fiel durante a primeira fase do papado. O que acontecerá depois? Vejamos: “E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca”[l] A terra (a região despovoada da qual falamos no tópico anterior) ajudou a mulher! Portanto, o mesmo território do qual se levanta a nação representada pela besta de dois chifres, serviu de refúgio aos protestantes que fugiam da perseguição religiosa do papado na Europa.

Era uma nação jovem em 1798: Essa besta tem chifres como um cordeiro. Chamamos de cordeiro a um macho de ovelha que está iniciando sua juventude.[m] João viu essa besta subir da terra bem depois que a primeira recebeu sua ferida mortal,[n] o que significa que, no mesmo instante que o papado sucumbia, a nação aqui representada encontrava-se crescendo e fortalecendo-se.

É uma nação com liberdade civil e religiosa: “Tinha dois chifres tal como um cordeiro…” Quando estudamos Daniel 8 vemos que ali também aparece uma besta com dois chifres. Ali, a besta é um carneiro e os seus chifres representam os medos e os persas que se uniram para formar o Império Medo-persa.[o] Baseado no que foi dito anteriormente, poderíamos concluir que os dois chifres da besta que sobe da terra simbolizariam duas nações que se unem com o objetivo de formar um grande império. Sem dúvida, o Apocalipse revela que neste caso a regra não pode ser aplicada. Antes de qualquer coisa, os dois chifres são semelhantes aos chifres do cordeiro. Apocalipse 5.6 nos diz que o cordeiro que foi imolado tem sete chifres. É evidente que, neste ponto, o cordeiro não simboliza um reino, mas o símbolo de Jesus.[p] Samuel 2.10 falando sobre ele, disse: “SENHOR… dará força ao seu rei, e exaltará o chifre do seu ungido”.[q] A palavra chifre, aqui utilizada, é símbolo do poder e majestade de Jesus. Sete chifres indicariam a plenitude e magnificência desse poder.

Os dois chifres semelhantes aos do cordeiro devem representar os dois princípios referentes ao governo que Jesus Cristo ensinou quando esteve na terra, que são: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.[r] Em outras palavras, os assuntos da Igreja não devem se misturar com os assuntos do Estado. Estes dois chifres devem representar um governo cujos fundamentos sejam a liberdade civil e a liberdade religiosa.

Tornou-se potência durante a segunda fase do papado: “E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada”. Essa passagem indica que esse poder deve exercer sua autoridade na presença do papado depois de sua ressurreição em 1929. Essa nação deve ser muito importante nos dias atuais!

Essa nação tem excelentes relações diplomáticas com o Vaticano: Essa nação fará com que todos os paises do mundo adorem ao papado. Para tanto, essa nação deve ter excelentes relações diplomáticas com o Vaticano.

Essa nação tem poder sobre as demais nações do mundo: Apocalipse 13.12 diz: “E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença…”. Depois de seu pacífico surgimento, essa nação teve de mudar seu caráter manso que a caracterizava desde seu surgimento e se consolidou como a maior e mais influente potência do mundo.

Para identificar esse poder, façamos um breve retrospecto das características citadas anteriormente. É um reino ou uma nação. Surgiu em uma região distante da Europa. Surgiu de forma pacífica sem necessidade de lutar contra outras nações. Ergueu-se em uma região onde havia poucos habitantes. Serviu de refúgio aos protestantes que fugiram da perseguição religiosa do papado na Europa. Consolidou-se como uma nação de princípios cristãos, que concedeu liberdade religiosa e civil a todos os seus habitantes. Em 1798, estava em processo de desenvolvimento e impôs sua supremacia após 1929, durante a segunda fase do papado. Possui excelentes relações com o Vaticano e tem, atualmente, grande influência e poder sobre todas as nações do mundo.

“Uma nação, e somente uma, corresponde aos requisitos de datas e características desta profecia; na há dúvida de que se trata dos Estados Unidos da América”.[s] (A fotografia mostra o Capitólio, nos Estados Unidos).

Desde o início de sua história, o território dos Estados Unidos era habitado somente por pequenos grupos de indígenas e caçadores nômades. Permaneceu nesta condição até que no século XVI, vários navegantes franceses, ingleses e espanhóis começaram a povoá-la.[t]

Em 1620, um grupo de puritanos ingleses conhecidos como “pais peregrinos” chegaram a bordo do Mayflower e fundaram a Nova Inglaterra. [u]

A partir de então, a América se converteu em refúgio e baluarte daqueles que eram perseguidos por questões de fé na Europa. No ano de 1642, dezesseis mil pessoas migraram para essa região.

Deram ao país o nome de Estados Unidos da América na proclamação da independência em 4 de julho de 1776.[v] Seu primeiro presidente, George Washington, subiu ao cargo em 4 de março de 1789 (mesmo ano em que a Assembléia Constituinte Francesa determinou o rompimento com o papado através da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão).[w]

Estabeleceram um governo fundamentado na liberdade civil e religiosa. Estas convicções foram recepcionadas pela Declaração de Independência dos Estados Unidos e permanecem na Constituição como princípios fundamentais da nação. [x]

A expansão territorial dos Estados Unidos ocorreu rapidamente. Em 1803, compraram da França o território da Louisiana; em 1819, compraram a Flórida da Espanha; em 1846, anexaram o Texas, Novo México e a Califórnia e, em 1848, adquiriram o território do Oregon mediante um acordo com o Canadá.[y]

O poder político e militar desta nação foi demonstrado em 1917 através de sua bem sucedida intervenção na Primeira Guerra Mundial a favor dos Aliados. Em 1941, sua participação na Segunda Guerra Mundial foi decisiva na derrota de Hitler e para barrar as pretensões expansionistas do Japão, com o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. A influência estadunidense na política mundial refletiu-se no pós-guerra com a formação da ONU (Organização das Nações Unidas), com a Guerra Fria com a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), com a formação da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e com a Guerra da Coréia.[z] De um modo geral, desde então, os Estados Unidos intervieram em todas as questões políticas e econômicas do mundo[aa]

Desde o início de sua história, foi um país protestante e carregou um profundo sentimento anticatólico por causa dos maus tratos que os seus antepassados receberam na Europa. Com o passar do tempo, as suspeitas e rancores foram desaparecendo até que na década de 80, o presidente Ronald Reagan fez alterações na legislação para que os Estados Unidos pudessem estabelecer relações diplomáticas com a Santa Sé.[bb] Entre 1981 e 1982, o presidente Reagan e João Paulo II trocaram correspondências secretas sobre os acordos armamentistas entre os soviéticos e os Estados Unidos. Reagan instruiu o diretor da CIA William Casey que fornecesse ao Papa informações secretas que seriam utilizadas na derrota do comunismo, que finalmente ocorreu em 25 de dezembro de 1991 com a retirada da bandeira vermelha da cúpula verde do Kremlin.[cc] Os Estados Unidos passavam a ser o país mais poderoso do planeta.[dd]

Como podemos ver, não há dúvida sobre a identidade da segunda besta de Apocalipse 13. As características fornecidas na profecia revelam os Estados Unidos como o país que comandará a entrega do poder mundial ao Vaticano. No capítulo seguinte estudaremos como isso acontecerá.

Notas de Rodapé

[a] Malachi Martin, The Keys of This Blood¾ A Struggle for World Dominion between Pope John Paul II, Mikhail Gorbachev and the Capitalist West (Las Llaves de Esta Sangre: Una lucha por el dominio mundial entre Juan Pablo II, Mijaíl Gorbachov y el Occidente capitalista), págs. 15-17.
[b] Ibid.
[c] Carl Bernstein y Marco Politi, Su Santidad, Contraportada, Editorial Norma.
[d] Elena G. de White, Maranata, pág. 192.
[e] Daniel 7:23.
[f] Apocalipsis 17:15; Isaías 17:12.
[g] Apocalipsis 12:13-15.
[h] Apocalipsis 12:9.
[i] Apocalipsis 19:7-8; Efesios 5:25-27.
[j] Véase explicación de este punto en el artículo “4.b. Cuerno pequeño” del capítulo 4.
[k] Apocalipsis 17:15.
[l] Apocalipsis 12:16.
[m] Diccionario Enciclopédico Terranova, art. Cordero, pág. 398.
[n] Apocalipsis 13:10,11.
[o] Daniel 8:3,20. Véase también el capítulo 3 de este libro.
[p] Juan 1:29.
[q] Traducción literal del texto hebreo según la versión Reina Valera Antigua (1909).
[r] Lucas 20:25.
[s] Declaración de Elena G. de White en 1888, El Conflicto de los Siglos, pág. 493.
[t] Diccionario Enciclopédico Terranova, art. Estados Unidos de América, pág. 562.
[u] Id. pág. 563.
[v] Diccionario Pequeño Larousse Ilustrado, art. Estados Unidos, pág. 1282.
[w] Ibid.
[x] Elena G. de White, El Conflicto de los Siglos, pág. 494.
[y] Diccionario Pequeño Larousse Ilustrado, art. Estados Unidos, pág. 1282.
[z] Diccionario Enciclopédico Terranova, art. Estados Unidos de América, pág. 563.
[aa] Diccionario Pequeño Larousse Ilustrado, art. Estados Unidos, pág. 1282.
[bb] Carl Bernstein y Marco Politi, Su Santidad, págs. 280,281, Editorial Norma.
[cc] Id. Págs. 380, 381, 515.
[dd] Periódico El Tiempo, domingo 12 de julio de 1998. Pág. 11-B, Colom

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Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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