Poder Capaz de Transformar a Sociedade

Isso é o que o povo de Deus pode ser por meio do Espírito

 

 

 

 

 

 Os adventistas do sétimo dia têm 28 crenças fundamentais. A décima sétima, intitulada “Ministério e Dons Espirituais”, é de suma importância. O apóstolo Paulo apresenta uma base bíblica e teológica para os dons espirituais em vários lugares, principalmente em 1 Coríntios 12 e Efésios 4:1-3.

Pense, agora, nos três diálogos imaginários, a seguir:

Diálogo 1:
Trevas: “Eu estava aqui primeiro e sou mais velha.”

Luz: “E daí? Você não é mais importante do que eu.”

Ao ler novamente sobre a Criação relatada em Gênesis 1, você perceberá que não houve desacordo entre as trevas e a luz; nenhuma tensão negativa entre elas. Cada uma funcionava de acordo com o propósito de Deus para elas. Título designa função, não importância.

Diálogo 2
Serafim: “Eu tenho seis asas. Sou um anjo de elite. Sou mais amado por Deus; afinal, Ele me criou com seis asas.”

Querubim: “Deus me ama mais que aos anjos com duas asas. Posso não ter seis asas, mas as quatro que tenho fazem de mim mais especial que os anjos com apenas duas asas. Sou muito especial para Deus também.

Um estudo sobre os anjos no Antigo Testamento (Is 6:2; Ez 1:6, 11; 10:8, 21) revelará que serafins e querubins não discutem, é claro. Sentimentos de superioridade, rancor, ressentimento e inferioridade não existem entre eles. Cada um age segundo o propósito de Deus para o qual foram criados e de acordo com o plano de salvação de Deus para a humanidade.

Diágolo 3
Cérebro: “Estou de greve hoje. O coração não colocou meu nome nos créditos do programa de televisão sobre saúde, ontem”.

Olhos: “Simplesmente me recuso a usar o dom da visão para guiar o corpo em seu deslocamento. A boca não colocou meu nome nos créditos daquele artigo na revista da Associação Médica.”

Pés: “Não vou ajudá-lo a ficar em pé ou a caminhar, porque o resto do corpo negou meu pedido de descanso.”

Esses diálogos captam a essência da ilustração de Paulo sobre o corpo humano em 1 Coríntios 12:13-17.

Ninguém é Superior ou Inferior

Não há guerra ou rancor entre as partes do corpo. Não há malícia ou animosidade. Cada órgão é vital para o funcionamento do corpo. Do mesmo modo, os dons são dados à igreja para que ela funcione com eficiência no cumprimento da missão de Deus. No plano dEle, cada dom existe para a alegria e felicidade do ser humano.

Construir o Reino é construir pessoas. O reino de Deus é construído ao construirmos pessoas. As pessoas sempre foram e continuam a ser da maior importância para Jesus. Antes de retornar ao Céu, Ele disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15) Mas antes de sair, discípulos precisavam de uma integração mais consistente entre a teoria e a prática, de palavras e de obras, de fato e de fé. Precisavam esperar.

Esperar o quê? Seu curso intensivo tinha uma extensão de curriculum além da morte de Jesus. Em Atos 1:4 e 8, Lucas relata que eles tiveram que “esperar” o cumprimento da promessa do Pai. “Mas recebereis poder”, disse Jesus, “ao descer sobre vós o Espírito Santo.”

Eles necessitavam da capacitação especial do Espírito Santo. E, uma vez equipados pelo Espírito, estariam aptos a pregar, ensinar e propagar os valores do reino por toda Jerusalém. Indo ainda mais além, eles “espalhavam” o evangelho também em Samaria e nos confins da Terra (At 1:4, 8). Os princípios do reino foram levados para o palácio de César, para as prisões e a cada nível da sociedade e a toda a língua e povo daquele tempo. Os construtores do reino – desde o tempo de Jesus até o terceiro século – pregavam nas esquinas, nos desertos, à beira de rios, em montanhas e onde quer que fosse possível.

Para equipar os construtores do reino, Deus deu dons especiais (veja 1Co 12 e Ef 4). Nesse contexto, dois conceitos fundamentais formavam a base do sucesso no ministério congregacional. Sem a compreensão e a prática desses dois conceitos, os dons não funcionam plenamente. Sem eles, a congregação se torna morta viva. A respiração e o pulso 
podem ser evidentes, mas não haverá vigor, vitalidade, 
nem energia.

Os dois conceitos são unidade e amor. Sem eles, tanto o clero como a congregação se transformam num mesquinho e decadente organismo, meio morto vivo, pois esses conceitos afetam o comportamento.

Mas, com a compreensão correta desses conceitos e interesse em praticá-los, veremos que os resultados obtidos pelos primeiros discípulos serão superados. Quando cheia do Espírito Santo, nossa vida se torna agente de Deus na Terra, para a construção do reino. Os dons são dados ao povo, não a prédios ou instituições. As pessoas fazem a igreja e não a igreja faz as pessoas. No Novo Testamento a igreja (ekklesia) refere-se às pessoas, não a prédios e estruturas. Refere-se à reunião de pessoas. Isso nos ajuda a compreender que Deus valoriza as pessoas. Seu Filho morreu para nos salvar. Que presente e que sacrifício! Os dons são concedidos às pessoas.

A palavra ekklesia aparece mais de cem vezes, e todas as vezes em que aparece ela se refere a uma reunião de pessoas. Isso nos ajuda a compreender que Deus valoriza a raça humana. O Filho de Deus morreu para nos salvar. Que presente e que sacrifício! Os dons são concedidos às pessoas. Em Jerusalém, no aposento superior, os discípulos “não esperavam ociosos”.1 Eles, “pondo de parte todas as divergências, todo o desejo de supremacia, uniram-se em íntima comunhão cristã.”2 Quando discordavam, concordavam em discordar. A união não elimina a variedade de pontos de vista, mas possibilita o processo de se chegar a um acordo pelo consenso. Usando esse método, igrejas tornam-se mais vivas espiritualmente, mais cientes de sua missão, mais entusiastas.

No cenáculo, o amor foi praticado. E “o amor pode nos dar em um instante o que dificilmente o trabalho nos dá em anos” (Goethe).

Ellen White disse: “Se nos humilhássemos perante Deus e fôssemos gentis, corteses, bondosos e compassivos, haveria cem conversões à verdade onde agora existe apenas uma.”3 Imagine o que aconteceria se as igrejas hoje tivessem a experiência do cenáculo de Jerusalém. Nossa compreensão dos dons espirituais e dos ministérios seria transformada. Corretamente compreendidos e alegremente colocados em prática, esses dons transformariam a sociedade como nada mais o faria.

Eu creio nos dons espirituais e nos ministérios. Tenho visto seus frutos.

Dons e Ministérios Espirituais

Deus concede a todos os membros de Sua igreja, em todas as épocas, dons espirituais que cada membro deve empregar em amoroso ministério para o bem comum da igreja e da humanidade. Sendo outorgados pela atuação do Espírito Santo, o qual distribui a cada membro como Lhe apraz, os dons proveem toda as aptidões e ministérios de que a igreja necessita para cumprir suas funções divinamente ordenadas. De acordo com as Escrituras, esses dons abrangem ministérios como a fé, cura, profecia, proclamação, ensino, administração, reconciliação, compaixão e serviço abnegado e caridade para ajuda e animação das pessoas. Alguns membros são chamados por Deus e dotados pelo Espírito para funções reconhecidas pela igreja em ministérios pastorais, 
evangelísticos, apostólicos e de ensino especialmente necessários para habilitar os membros para o serviço, edificar a igreja com vistas à maturidade espiritual e promover a unidade da fé e do conhecimento de Deus. Quando os membros utilizam esses dons espirituais como fiéis despenseiros da multiforme graça de Deus, a igreja é protegida contra a influência demolidora de falsas doutrinas, tem um crescimento que provém de Deus e é edificada na fé e no amor. (Rm 12:4-8; 1 Co 12:9-11, 27, 28; Ef 4:8, 11-16; At 6:1-7; 1 Tm 3:1-13; 1 Pe 4:10, 11.)

………………………………………………………………………………………….

1 Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 35.
2 Ibid., p. 37.
3 Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 189.

Ivan L. Warden é diretor associado do Patrimônio Literário de Ellen G. White, na Associação Geral, em Silver Spring, Maryland.

Autor:  Ivan L. Warden

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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