Purificação do Santuário

 

Se tem um assunto que vez ou outra retorna aos temas da Lição da Escola Sabatina, é a expiação, especialmente em conexão com os serviços do Santuário do Deserto e o chamado DIA DA EXPIAÇÃO (cf. Lev. 16).

Já percebi que há muita dúvida sobre o tema. Então estou atualizando aqui as principais questões que normalmente são levantadas nos emails que me enviam.

A. SANTUÁRIO TERRESTRE

Por que o santuário terrestre ficava contaminado?
Porque os pecados eram transferidos para ele durante todo o ano, através dos sacrifícios de sangue feitos exatamente para esta “expiação” dos pecados do povo.
O ritual de “purificação” pode ser visto em detalhes no cap. 16 do livro de Levítico.

Por que era feito todos os anos este mesmo ritual de purificação?
Certamente Deus quis oferecer um sistema “pedagógico” para que o povo aprendesse sobre o processo do plano da salvação, e como ele se desenvolve. As diversas gerações deveriam aprender como o desenrolar dos acontecimentos que envolvem o pecado afetam tragicamente nossa vida.
Através das cenas sangrentas e vívidas (tanto as diárias quanto as anuais), o povo teve condições de preparar-se para a chegado do verdadeiro Cordeiro que tiraria o pecado do mundo (cf. João 1).

B. SANTUÁRIO CELESTIAL

Por que o santuário celestial foi contaminado?
O Santuário Terrestre era um “modelo” daquele que existe no Céu (cf. Heb. 8:1-2).
Uma vez que os 2300 anos de Dan. 8:14 se projetam até uma época bem avançada na era cristã, o santuário de Daniel não pode referir-se ao templo de Jerusalém que foi destruído no ano 70 AD. O santuário do novo pacto é certamente o santuário celestial, “que o Senhor erigiu, e não o homem” (Hb 8:2). Cristo é o Sumo-Sacerdote deste santuário (Hb 8:1).
João previu um tempo quando se dirigiria atenção especial ao “templo de Deus, e ao altar, e aos que adoram nele” (Ap 11:1). Os símbolos que são usados pelo profeta de Patmos são notavelmente parecidos aos que se empregam em Dn 8:11-13.

O Santuário do deserto já não mais existia; O Templo de Salomão estava em ruínas; o Templo de Zorobabel foi dedicado em 515 a.C.; O Santuário seria reconstruído e depois destruído (9:26) – isso ocorreu na destruição de 70 AD.

Portanto, o Santuário de Dn 8:14 só pode ser o celestial.

A contaminação se deu através da ação do chifre pequeno, segundo o profeta Daniel. Este poder blasfemo colocou um sistema de salvação totalmente oposto ao que era tipificado no Santuário.
Daniel diz que uma das ações deste chifre refere-se ao contínuo ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial (Hb 7:25; 1Jo 2:1) e à verdadeira adoração de Cristo na era evangélica.
O poder representado pelo chifre suprimiu o “contínuo”, o que significa a substituição feita pelo papado da união voluntária de todos os crentes em Cristo por uma união obrigatória com uma igreja visível.

Em suma, o Santuário Celestial foi “contaminado” porque o papado promoveu a substituição do sistema de sacrifícios baseado no sangue de Cristo, por um sistema baseado na intercessão dos sacerdotes, dos “santos” e de Maria.

O que foi feito para purificá-lo, ou ele ainda está sendo purificado? E por quem?
É interessante notar que Daniel usa a raiz SDQ em Dan. 8:14. A outra raiz possível (TAHER) tem o sentido de “purificar” (purificação legal) e a ação do chifre pequeno afetaria o santuário celeste: a) lugar lançado por terra; b) o “Tamid” (que Jesus realiza no santuário celestial) é “cortado” do Príncipe; c) o chifre assume o lugar do Príncipe, caráter sacerdotal; d) o chifre introduz formas de serviços em substituição as orientadas por Deus; etc.
Nisdaq (da raiz SDQ) tem o sentido de uma purificação mais ampla (purificação indireta ou ilegal), e ocorre também em contextos judiciais.

Assim, a obra a ser feita no Santuário Celestial não será apenas purificar (TAHER), mas também vindicar (SDQ) – cf. Hb 9:23.

Dan. 8:14 diz que ao final dos 2300 anos (ou seja, após 1844 d.C.) o Santuário será “purificado”. É interessante observar a maneira diferente com que as várias versões da Bíblia traduziram esta expressão:
“seria feita justiça” (Bíblia de Jerusalém)
“seria reconsagrado” (New International Version)
“será levado à sua condição correta” (Tradução Novo Mundo)
“será restabelecido em seus direitos” (Trad. Ecumênica)
“será limpado” (King James Version)

Portanto, vemos que a obra de “purificação” não se refere exatamente à uma obra de aspersão de sangue como era feito no santuário do deserto, mas a uma retomada do verdadeiro sistema de salvação, o qual havia sido derrubado durante atuação do chifre pequeno.

A partir de 1844 Jesus iniciou, portanto, este trabalho de “vindicação”, “justificação”, “purificação” (etc.) do Santuário Celestial, através do restabelecimento da verdadeira doutrina da salvação (cf. Apoc. 14).

Quantas vezes é preciso fazer o sacrifício para purificá-lo?
Segundo o livro de Hebreus, Jesus já ofereceu o suficiente e amplo sacrifício (cf. Heb. 9:23-28). Nenhum sacrifício “complementar” é necessário.

Aos que desejam se aprofundar mais sobre o tema do Santuário, sugiro a leitura detalhada do livro do Pr. Timm, “O Santuário e as Três Mensagens Angélicas”, bem como o estudo da Lição de Escola Sabatina sobre o livro de Daniel, estudada há alguns anos (veja a versão em Inglês).

“Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” – Apoc. 14:7.

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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