Sermão I: A CARTA DE DEUS AO HOMEM

 

INTRODUÇÃO


“Nascida no Oriente, com sua vestimenta e imagem orientais, a Bíblia avança pelos caminhos de todo o mundo ganhando familiaridade, penetrando todas as terras, encontrando-se em todas as partes. A Bíblia tem a faculdade de falar em centenas de idiomas ao coração do homem. 

Chega ao palácio para dizer ao monarca que ele é um servo do Altíssimo e à choupana para garantir ao camponês que ele é um filho de Deus. As crianças maravilhadas e embevecidas escutam suas histórias e homens sábios as consideram como parábolas de vida.
 


“A Bíblia contém uma palavra de paz para todo o tempo de prova, uma palavra de conforto para o dia de calamidade, uma palavra de luz para a hora de trevas.

“Acima do berço e ao lado da tumba suas palavras grandiosas nos surgem espontâneas. (. . .) Elas voltam a nós velozes e tranquilas como pombas que voam à distância.

“Elas nos surpreendem com novos significados, como fontes de água que surgem da montanha ao lado de uma antiga senda. Elas crescem cada vez mais preciosas à semelhança das pérolas abrigadas no coração.
 


“Ninguém que possua este tesouro é pobre ou abandonado. Quando o vacilante peregrino avança para o chamado ‘vale da sombra da morte’ não teme penetrá-lo. Ele toma o Bastão e o Cajado da Escritura em sua mão e diz ao amigo e companheiro: ‘Adeus, até nos encontrarmos novamente.’ 

E confortado por aquele apoio segue o trilho solitário como quem caminha das trevas para a luz.” (Henry Van Dyke. Citado por Apolinário, Pedro. História do Texto Bíblico, p. 2).

E nesta oportunidade iremos analisar a origem e o significado desse Livro que, desafiando os séculos, continua a contar a história da salvação e a transformar vidas.

I – A COMUNICAÇÃO ENTRE DEUS E O HOMEM


A – Antes do Pecado:

a) Nossos primeiros pais, por vezes, ao caminharem pelo jardim do Éden “com a fresca do dia, ouviam a voz de Deus, e face a face entretinham comunhão com o Eterno.” (Educação, p. 21)

B – Após a Queda :

a) O homem não mais pôde ver a face de Deus:

– Êxodo 37:20
– João 1:18

b) “Desde o pecado de nossos primeiros pais, não tem havido comunicação direta entre Deus e o homem. O Pai entregou o mundo nas mãos de Cristo, para que por Sua obra mediadora remisse o homem, e reivindicasse a autoridade e santidade da lei de Deus. Toda a comunhão entre o Céu e a raça decaída tem sido por meio de Cristo. Foi o Filho de Deus que fez a nossos primeiros pais a promessa de redenção.” – Patriarcas e Profetas, p. 366).

b) Então Deus, por meio de Cristo, passou a comunicar-Se com os homens através de profetas, a quem Ele revelava a Sua vontade em sonhos e visões (Núm. 12: 6).
 


c) “Durante os primeiros vinte e cinco séculos da história humana, não houve revelação escrita. Os que tinham sido ensinados por Deus comunicavam seu saber a outros, e esse saber era transmitido de pai a filho, através de gerações sucessivas.” (O Grande Conflito, Introdução, p. 7).

d) “Os antediluvianos não tinham livros, não tinham registros escritos; mas com o seu grande vigor físico e mental possuíam forte memória, capaz de apreender e reter aquilo que lhes era comunicado, e por sua vez transmiti-lo intacto à posteridade.” (Patriarcas e Profetas, p. 83).

II – A COMUNICAÇÃO DIVINA ATRAVÉS DA PALAVRA ESCRITA


A – O Seu Surgimento

a) Como a vida humana abreviou-se, a capacidade mental diminuiu e começou a crescer a apostasia, Deus ordenou a Moisés que escrevesse a verdade divina:
– Êxodo 17:14 (é a primeira referência bíblica à “escrita”)
 


b) O objetivo era preservar as verdades divinas para a posteridade, sem serem deturpadas pela tradição oral (Isa. 30:81).

B – O Período Bíblico

a) A Bíblia começou a ser escrita cerca de 1.500 anos antes de Cristo, quando Moisés, “nos desertos de Midiã . . passou quarenta anos como pastor de ovelhas” (Educação, p. 62) e, “sob a inspiração do Espírito Santo, escreveu o livro de Gênesis bem como o livro de Jó.” (Comentários de E.G. White, SDA Bible Commentary, vol. 3, p. 1140)

b) Sua conclusão deu-se aproximadamente 1.600 anos depois, quando João, o discípulo amado, estava banido na ilha de Patmos – “uma ilha árida e rochosa no mar Egeu”, que “havia sido escolhida pelo governo romano para banimento de criminosos.. . Aqui, afastado das afanosas cenas da vida”, ele “recebeu instruções para a igreja por todo o tempo futuro.” (Atos dos Apóstolos, pp. 570 e 571). 

Durante esses 1.600 anos, cerca de 40 autores – entre eles haviam sábios, profetas, reis, pastores de ovelhas, pescadores, um médico e um fabricante de tendas – escreveram os 66 livros que formam a Bíblia, em lugares e situações as mais adversas. . . Grande número deles não se conheceram, muito menos tiveram qualquer contato entre si; porém seus escritos se harmonizam como um todo sem nenhuma contradição.

C – Homens Inspirados por Deus Escreveram-na

a) A razão é apenas uma:

– II Tim. 3:16
– II Ped, 1: 21

III – A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA BÍBLIA


A – O Que Fazer Para Entender a Bíblia:

1º) Ler (I Tim. 4:13)
2º) Meditar (I Tim. 4:15)
3º) Ocupar-se com ela (I Tim. 4:14)
4º) Comparar uma parte com outra (1 Cor. 2:13)
5º) Obedecer (João 7:17)

B – O Estudo da Bíblia Serve Para:

1º) Ensinar, advertir, instruir na justiça, aperfeiçoar (II Tim. 3:16 e 17);
2º) Iluminar a vida (Sal. 119:105);
3º) Livrar de pecar (Sal. 119:11);
4º) Tornar a pessoa feliz (Apoc. 1:3).
C – O Testemunho de Cristo:
– João 5: 39
D – Ilustração:

“Guilherme contava apenas 17 anos de idade quando, na pedreira em que trabalha, foi vítima de pavorosa explosão. Muitos pereceram, ali mesmo, no lugar do sinistro formidável. Daquelas ruínas, arrancaram o jovem operário quase em ruínas também. Seus olhos haviam desaparecido. Seus braços foram arrancados. Seu estado era desesperador.

“Penalizados, os médicos tentaram salvar-lhe a vida. Várias operações melhoraram o aspecto daquele rosto deformado. Mas Guilherme McPherson estava sem braços e cego. E tudo isto no verdor e nas esperanças fagueiras dos seus 17 anos.
 


“A grande provação, todavia, de Guilherme, era a sua impossibilidade de ler a Bíblia, o querido livro, que tantas bênçãos lhe concedera. Outros liam para ele, caridosamente. E ele ouvia a Palavra de Deus, e chorava, com saudade dos seus olhos.

“Certo dia, na igreja que sempre frequentava, Guilherme ouviu seu pastor contando a estória de certa velhinha que, entrevada pela crudelíssima enfermidade, e não podendo mais segurar a Bíblia para ler, beijou-a demoradamente, num ósculo em que se despedia do bendito livro.

“Foi aí que Guilherme, misteriosamente motivado, pensou na possibilidade de aprender o sistema de leitura especial para os cegos, conhecido como Braile. Sua dificuldade era a falta das mãos, dos dedos.

“Não teve dúvida: aprenderia a ler com a ponta de sua língua. E começou o trabalho cruciante. Dias, semanas, meses, e o jovem a tocar naqueles caracteres em alto relevo, com a ponta de sua língua, com seus lábios. 

Quantas vezes aquelas páginas, lidas com avidez e sacrifício, ficaram manchadas de sangue, pelas feridas provocadas naquele homem que amava, como pouca gente, as Escrituras Sagradas. Eram as marcas verdadeiras do amor.

“Cego e mutilado aos 17 anos, aos 46 de idade Guilherme McPherson, em 1951, quando sua história foi escrita, já conseguira ler a Bíblia inteira nada menos de 4 vezes. Sua Bíblia é integrada por 59 grossos volumes, em que ele encontra alento para seus sofrimentos, esperança para seu coração, e luz a brilhar na grande noite em que o desastre transformou a sua vida.

“A vida de Guilherme McPherson é rica em lições e exemplo. É vida que emociona. Desafia. Estimula. Choca, mesmo.

“Ouçamos a maior emoção que o singular leitor da Bíblia viveu, depois da catástrofe: ‘Eram duas horas da madrugara de um domingo quando eu consegui, pela primeira vez, com minha língua, sem errar uma só letra, ler a oração do Pai Nosso. . .’

“Qual é o nosso amor à Palavra de Deus?

“Enquanto podemos, vamos ler e amar a nossa Bíblia?” (Ávila, Ivan Espíndola de. A Bíblia ao Longo do Caminho, pp. 92-94).

E, mais do que isto, ela é um livro que devemos abrir no lar daqueles que não conhecem a verdade como nós a conhecemos.

AVILA, Ivan Espíndola de. A Bíblia, ao Longo do Caminho, pp. 92-94). (Hist. Nº 53, primeira) … O africano que depois de muita renúncia conseguiu comprar uma Bíblia e depois arrancou as suas folhas para distribuir.

CONCLUSÃO


” ‘A Palavra do nosso Deus subsiste eternamente.’ Isa. 40:8. Diz o Dr. Cummings: ‘O império dos Césares passou; as legiões de Roma jazem no pó; as avalanches que Napoleão arremessou sobre a Europa se desfizeram; o orgulho dos faraós ficou abatido; … mas a Palavra de Deus ainda sobrevive. 

Tudo quanto ameaçou extingui-la apenas logrou ajudá-la a sobreviver; e isto prova cada dia quão transitórios são os mais nobres monumentos que os homens podem construir, e quão perdurável a menor palavra proferida por Deus. 

A tradição cavou para ela uma sepultura; a intolerância para ela acendeu muitos fogos; muitos Judas a têm traído com um beijo; muitos Pedros têm-na negado com juramento; muitos Demas a têm abandonado; mas a Palavra de Deus ainda permanece.” (Adelaide Bee Evans. Citado no livro Princípios da Vida, p. 24).


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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