Sermão VIII: A RESTAURAÇÃO DA VERDADE

 

INTRODUÇÃO


O estudo das profecias bíblicas é uma das marcas distintivas do povo adventista. Foi o estudo das profecias bíblicas que deu origem ao movimento adventista, no século passado! 

E hoje nós temos essa inestimável herança, deixada pela fé profética dos nossos pais . . . E, como um povo, cremos que o nosso início deu-se em cumprimento das profecias bíblicas! . . . Que herança maravilhosa!
 


E hoje, nós vamos analisar juntos alguns aspectos da 2ª visão profética do profeta Daniel, que está registrada no cap. 8 do seu livro, o livro de Daniel.

I – A 2ª VISÃO DO PROFETA DANIEL


– Dan. 8:1-9
A – A Época e o Local da Visão

a) “No ano terceiro do reinado de Belsazar” (v. 1)

– Cerca de 551 AC, quando Daniel estava com 72 anos de idade. (A.A. Nepomuceno. DANIEL, Vida, Obra e Contexto Histórico. São Paulo, IAE, gráfico cronológico)

b) “depois daquela que eu tivera a princípio” (v. 1)
 

– A 1ª visão de Daniel ocorrera 2 anos antes, em 553 AC – Daniel 7; e esta era a sua 2ª visão. (Ibidem)

c) “na cidadela de Susã, que é província de Elão” (v. 2).
– Susã estava situada no sudoeste da Pérsia e, “de acordo com o historiador grego Xenofonte, os reis persas posteriormente usavam a cidade como uma residência de inverno, e passavam o resto do ano em Babilônia ou em Ecbatana.” (SDABC, sobre Daniel 8:2).

– E foi também “na cidadela de Susã”, onde estava localizado o trono do rei Assuero (Xerxes), que ocorreu a célebre história da rainha Ester. (Ester 1:2).
d) “junto ao rio Ulai”

– “O rio passava por Susã na direção do sul e do sudeste, e desaguava no rio Karun.” (SDABC, sobre Daniel 1:2).

– Esse é o contexto da visão.

B – A Descrição da Visão

1º) Um carneiro com dois chifres – vv. 3 e 4
2º) Um bode com um chifre notável – vv. 5-7
3º) Um chifre grande – v. 8
4º) Quatro chifres notáveis – v. 8
5º) Um chifre pequeno que saiu de um dos 4 e cresceu muito – v. 9

II – O SIGNIFICADO DA VISÃO


Depois de haver tido a visão, Daniel quis saber também o seu significado: – Dan. 8:15.

1º) CARNEIRO – Medo Pérsia – 539-331 AC – vv. 3 e 4


a) “dois chifres” – “os reis da Média e da Pérsia” (v. 20)
b) “um mais alto do que a outro; e o mais alto subiu por último”

– a Pérsia

– “Embora se tenha levantado posteriormente à Média, a Pérsia tornou-se o poder dominante, quando Ciro derrotou Astíages da Média em 553 ou 550. Os Medos, contudo, não foram tratados como o inferior ou subjugado, mas sim, como confederados.” (SDABC, sobre Dan. 8:3)

c) “dava marradas”:

– “para o ocidente” – Ciro conquistou a Lídia em 547 AC;
– “para o norte” – Ele conquistou Babilônia em 539 AC;
 


– “para a sul” – Cambises, filho de Ciro, estendeu as conquistas na direção do sul até o Egito e Etiópia em 525 AC. (SDABC, sobre Dan. 8:4).

2º) BODE – Grécia – 331AC – Dan. 8:21 p.p. – v. 5


a) “vinha do ocidente” – A Grécia situava-se a ocidente do Império Persa.
b) “sem tocar no chão” – Significa com grande velocidade, o que representa a rapidez e perfeição espantosas das conquistas de Alexandre. (SDABC, sobre Dan. 8:5).

3º) CHIFRE GRANDE – Alexandre – Dan. 8:21 u.p.


a) “o primeiro rei” – Isto é, o primeiro grande rei da Grécia, que foi Alexandre o Grande. – vv. 5-8

b) “enfurecido” – “A linguagem deste verso retrata a inteira sujeição da Pérsia a Alexandre. O poderio do império foi completamente despedaçado. O país foi arrebatado, os seus exércitos fragmentados e dispersos, as suas cidades saqueadas. A cidade real de Persépolis, cujas ruínas ainda existem como um monumento do seu antigo esplendor, foi destruída, pelo fogo.” (SDABC, sobre Dan. 8:7)
 


c) “se engrandeceu sobremaneira” – v. 8. Foi o império mais extenso do mundo antigo até aquele tempo.

d) “na sua força quebrou-se-lhe a grande chifre” – “Alexandre tinha grandes planos como a reorganização do governo e uma expedição à Arábia mas, encontrando-se na Babilônia, adoeceu gravemente. . . Os remédios comuns não foram capazes de ajudá-lo. 

Seu corpo estava enfraquecido pelo trabalho e pelos excessos, e ele perdeu as forças rapidamente… Alexandre morreu em 13 de junho de 323 AC.” (Enciclopédia Delta Universal, vol. l, p. 270)
– Ele morreu com cerca de 33 anos de idade.

4º) 4 CHIFRES – 4 reinos – Dan. 8:22 – v. 8


a) Após a morte de Alexandre, “seu única filho era apenas uma criança, mas o seu reino permaneceu ainda unido por uns poucos anos, nas mãos de seus generais. Em pouco tempo estes começaram a se desentender e, por volta de 311 AC, o império foi repartido entre os seus sucessores.” (Enciclopédia Delta Universal, vol. l, p. 271)

b) “Ptolomeu ficou com o Egito, também Palestina e parte da Síria; Cassandro, ficou com a Macedônia, com soberania nominal sobre a Grécia; Lisímaco ficou com a Trácia e uma ampla parte da Ásia Menor; e Seleuco ficou com o bojo do que fora o Império Persa – parte da Ásia Menor, norte da Síria, Mesopotâmia e o oriente.” (SDABC, sobre Dan. 7:6).

c) E dessa divisão do reino entre os quatro generais de Alexandre (Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu), surgiram: Roma, Grécia, Síria e Egito. (Enrique Berg – ver Est. Bíblico VII)

5º) CHIFRE PEQUENO – Um rei – Dan. 8: 23 – v. 9


– A Bíblia não identifica esse rei pelo nome, mas diz o que haveria de fazer:
a) “se tornou muito forte”:

– “para o sul” – o Egito

– “para o oriente” – o Império Selêucida

– “para a terra gloriosa” – a terra da Palestina, ou, mais especificamente, Jerusalém

– É o único poder governante que sucedeu às 4 divisões do Império Grego (de Alexandre) e que se expandiu “para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa” v. 9), cumprindo assim a expectativa bíblica, foi Roma – tanto na sua fase imperial-pagã,, corno também na sua fase papal:
 


– O Egito foi por muito tempo um protetorado não oficial de Roma, até que se tornou, em 30 AC, uma província romana.

– O Império Selêucida perdeu as suas terras mais ocidentais para Roma, ainda em 190 AC, e finalmente tornou-se a província romana da Síria em 65 AC, ou pouco depois.

– E a Palestina foi incorporada ao Império Romano em 63 A C.

b) “Grande é a seu poder, mas não por sua própria força” (v. 24)

– Quem lhe dá esse poder?
– Apoc. 13:2 ú.p. (Satanás)
– Com o objetivo de:

1º) Destruir o povo Santo. – Dan. 8:10 e 24
– “Este poder perseguiu mesmo à morte àqueles que se opuseram às suas pretensões blasfemas. . .” (SDABC, sobre Dan. 8:24)

2º) Levantar-se contra Jesus e engrandecer-se em Seu lugar. – Dan. 8:11 e 25
– “Foi um governador romano que sentenciou Cristo à morte. Mãos romanas pregaram-No na cruz, e uma lança romana furou o Seu lado.” (SDABC, sobre Dan. 8:25)
 


– Impondo um sistema visível de perdão, mediação e salvação, em lugar do “sacrifício costumado”, ou seja, do ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial. – Tim. 2:5

3º) Deitar por terra a verdade – Dan. 8:12

4º) Tentar mudar a lei de Deus. – Dan. 7:25
(Nota: – Descrever essa tentativa e mostrar a Lei na Bíblia, em Êxodo 20, e no Catecismo, conforme está no verso do Est. Bíblico VIII)

III – “ATÉ QUANDO.. . ?”


a) Qual a pergunta que surgiu então? – Dan. 8:13 (“Até quando. . .?”)
– A expressão “até quando?” é uma reivindicação de juízo a favor dos santos.

b) Qual a resposta? – Dan. 8:14
– Ao acabarem essas “2.300 tardes e manhãs”, dois grandes eventos deveriam ter lugar:

1º) Na Terra, a verdade haveria de ser restaurada;

2º) No Céu, o Santuário, haveria de ser purificado.

CONCLUSÃO


A Bíblia apresenta as profecias como uma força restauradora da verdade e um guia seguro para o povo de Deus. Ela diz:

– Prov. 29:18 (a falta de profecias)

– II Crôn. 20:20 u.p. (o valor das profecias)

– Amós 3:7 (a razão das profecias)

Portanto, a restauração da verdade que deveria ocorrer na Terra está intimamente ligada às profecias bíblicas.

E que o Senhor nos abençoe a todos, para fazermos parte desse movimento da restauração final da verdade, nestes dias finais que antecedem o breve retorno do “Príncipe dos príncipes” (Dan. 8:25) a esta Terra!
 


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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