“Finalmente chega cinco horas. Você sai correndo do escritório, pega seu carro e segue para casa. A rua já está totalmente engarrafada, então, um ônibus lhe dá uma fechada e você xinga o motorista.
Ao chegar em casa, correspondências desagradáveis o esperam; as crianças estão brigando. Você grita com elas e liga o ar condicionado.
– Ah, não! Ainda não foi consertado? Simplesmente não dá tempo. Hoje à noite, tem outra reunião e as coisas em casa vão ter que esperar de novo.
E aí você se afunda no sofá e se pergunta: – Como minha vida ficou desse jeito? Há mais pressões e correria do que eu posso suportar.
Você alguma vez já sentiu que lentamente sua vida estava fugindo do seu controle? Muitas pessoas hoje sentem que não estão controlando muito bem sua vida. Vivem pressionadas entre prazos no escritório e problemas pessoais em casa, correndo de um lado para outro. Às vezes não fazem as coisas acontecerem como deveriam. “Suportam” mais do que vivem. Suportam colegas de trabalho irritados, trânsito confuso, excesso de compromissos. Com isto, as emoções são constantemente manipuladas por eventos que fogem ao controle. Falam sobre “controlar as emoções”, mas normalmente fingem que tudo vai bem. No entanto, quando a vida simplesmente continua sem muito controle, as coisas começam a falhar. Motoristas em engarrafamentos se tornam violentos; pais amorosos tratam mal os seus filhos; jovens recorrem ao álcool ou se suicidam.
Certa vez, li o seguinte num adesivo de um carro velho: “cuidado com peças caindo”. Será que acontece o mesmo com sua vida? Você passa, dia após dia, juntando peças?
Recentemente foram publicados vários livros para ajudar as pessoas a descobrirem como melhor controlar a si próprio e a vida. A maioria deles oferece conselhos úteis e uns poucos tentam dizer como controlar outras pessoas.
Ah, amigo, o Deus que controla o universo não ignora o seu problema. Ele alertou há muito tempo: “como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio”. (Provérbios 25:28)
Deus oferece mais do que sugestões de como nos controlar. Sua solução para o problema de uma vida sem controle é nos dar o Espírito Santo o qual nos ajuda a enfrentar qualquer desafio. Deus não nos dá apenas conselhos; Ele dá soluções. Aqui, lhe apresentarei a alternativa divina para que você apenas não “suporte”, mas viva.
Espírito Santo é uma figura misteriosa para muitas pessoas. Em inglês Ele é chamado de “Fantasma Santo”, como se assombrasse as pessoas a fim de torná-las boas. Há seitas estranhas e pessoas fanáticas as quais se gabam de terem sidas totalmente possuídas pelo Espírito de Deus. Isso é suficiente para que fiquemos meio confusos quanto a esse membro obscuro da Santíssima Trindade. Porém, quando esse alguém que nos deixa confuso é apresentado por um amigo em comum, as nossas dúvidas são superadas mais facilmente, e felizmente, o nosso amigo em comum é Jesus Cristo o qual nos apresenta ao Espírito Santo.
Antes de se separar de Seus discípulos, Jesus lhes disse: “e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade…”. (João 14:16 e 17)
Sem dúvida, qualquer pessoa apresentada por Jesus só pode ter a nossa melhor recepção no coração. O Espírito Santo é chamado de Conselheiro, Consolador, o que é “chamado para nos ajudar”. Ele traz habilidades especiais e qualidades de caráter à nossa vida e transforma nossos corpos em templos. É um pedaço do céu dentro de nós, é o próprio Espírito, a essência de Cristo. É Deus concretizado em nosso coração.
Jesus prometeu enviar a si próprio como presença viva, como também o Espírito Santo a todos os Seus seguidores. Antes de Cristo subir aos céus, os discípulos não podiam se encher de Seu Espírito e antes do Espírito Santo ser derramado sobre eles podemos ver evidências de vidas não muito controladas. Pedro estava sempre pronto a falar e muitas vezes ansioso para retirar o que acabara de dizer. Sob pressão, no pátio de Pilatos, negou conhecer o Mestre que tudo significava para ele. O zelo fervoroso de João e Tiago não estava sob controle. Quando os samaritanos se recusaram a receber Jesus em sua cidade, os dois irmãos pediram que caísse fogo do céu sobre eles.
Os discípulos queriam fazer grandes coisas, mas freqüentemente eram contidos por medos e dúvidas. Não conseguiram entender as palavras de Jesus sobre Sua iminente crucificação e ressurreição, não conseguiram compreender para onde estava indo a vida do seu Mestre e escorregavam atrás dEle sem um senso claro de direção. Poderiam ter feito muito mais coisas juntos, mas perdiam muito tempo discutindo sobre quem dentre eles deveria ocupar os postos mais altos no Reino de Deus. Pequenas diferenças os prejudicavam e quando a crise chegou, eles desmoronaram.
Um dia, um pai desesperado lhes trouxe o filho epilético para que fosse curado. Infelizmente Jesus não estava presente e eles não conseguiram curá-lo. Mais tarde, Jesus estava agonizando no Getsêmani e tinha necessidade de companhia durante sua provação, porém, Pedro, Tiago e João, os três discípulos mais próximos a Ele, não conseguiram ficar acordados, não tiveram forças para suportar aquela situação. Mas, quando a turba veio prender Jesus, os discípulos impulsivamente se perderam na noite, correndo pelo Monte das Oliveiras, descontrolados. Eles ansiavam ser leais a Jesus, mas os eventos os manipulavam.
Finalmente, a morte de Jesus na cruz acabou com as suas esperanças. Eles não tinham condições de lidar com tal tragédia, e no meio dela se entregaram ao desespero e voltaram aos seus barcos de pesca. Tinham realizado milagres, adquirido uma riqueza nos ensinamentos de Jesus, mas ainda assim suas vidas não estavam bem controladas; faltava-lhes algo. Então, no dia de Pentecostes o ingrediente que faltava, veio sobre eles: o Espírito Santo. Jesus já havia prometido, já havia introduzido e a partir desse dia a vida dos discípulos virou de cabeça para baixo. As palavras impulsivas de Pedro se transformaram em eloqüentes sermões que transformavam milhares de pessoas. A agressividade de João foi temperada com um profundo amor que sentimos em todos os seus escritos. Os discípulos que brigavam, criaram um companheirismo que unia todas as pessoas num único e crescente corpo de cristãos. Agora, eles tinham uma direção clara, tinham controle dos acontecimentos, regozijavam-se em suas provações, enfrentavam grande perseguição, superavam todas as violências e agressões. Que resultado maravilhoso!
O livro de Atos nos mostra homens e mulheres cuja vida estava sob controle, seguindo uma direção e alcançando metas. O Espírito Santo é que faz a diferença e a Bíblia explica isso claramente. Jesus prometeu: “quando vier, porém o Espírito da verdade, Ele vos guiará a toda a verdade”. (João 16:13)
O Espírito Santo é nosso guia, nos ajuda modelar a vida para que não sejamos forçados a seguir os moldes à nossa volta. Ele pode reproduzir em nós as qualidades do caráter de Cristo.
Paulo diz: “mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”. (Gálatas 5:22 e 23)
Essas qualidades nos dão o controle emocional sobre nossa vida, porém, qualidades como a paz, paciência e auto-controle não vêem naturalmente ao coração humano, mas sim através do Espírito de Jesus vivendo em nós.
Como resultado desse viver com o Espírito, nossas reações se tornam construtivas e as nossas tragédias se transformam em bênçãos. O Espírito é a fonte do poder interior. É a energia que gera o controle sobre a confusão e a desordem da vida. Afinal, o Espírito Santo é o Deus Todo-Poderoso vivendo dentro de nós. Tendo essa energia espiritual ao nosso favor, todas as coisas se tornam possíveis.
Você pode se perguntar: “bom, como eu alcanço esse Espírito Santo? Ele é apenas para a elite espiritual ou qualquer um pode senti-Lo?” Algumas pessoas hoje insistem que o Espírito vem apenas de uma determinada forma, já outros dizem que o Batismo do Espírito é sempre acompanhado por um dom específico como um sinal. Porém, as Escrituras claramente nos dizem que o Espírito traz diferentes tipos de dons a diferentes tipos de pessoas. O dom da profecia, da cura e da exortação são tanto uma evidência da presença do Espírito quanto falar em línguas. Vemos também no livro de Atos, que o Espírito chega à vida das pessoas numa variedade de formas.
Às vezes, os Apóstolos colocavam as mãos sobre novos convertidos e o Espírito era dado. Em outras ocasiões, o Espírito Santo era derramado assim que as pessoas ouviam e aceitavam o Evangelho, ou depois que os fiéis passavam um tempo especial em oração. Jesus disse que aqueles que acreditassem nEle receberiam o Espírito. Ter o Espírito Santo não é uma questão de técnica. É uma questão de relacionamento.
Veja o que o Apóstolo Paulo nos diz: “e, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho”. (Gálatas 4:6) Não temos acesso ao Espírito porque pertencemos a um certo grupo religioso ou porque dominamos uma determinada fórmula e sim porque somos filhos e Deus é generoso com Seus filhos e filhas. Em sua carta a Tito, Paulo identificou o Espírito Santo como aquele que: “… Derramou sobre nós ricamente por meio de Jesus Cristo nosso Salvador”. (Tito 3:6)
Jesus eliminou todas as dúvidas sobre a disposição do Pai em nos conceder o Espírito dizendo: “ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem”? (Lucas 11:13)
Sim, amigos, o Espírito é dado àquelas pessoas que O pedem.
Os escritores do Novo Testamento assumem que todos os crentes têm o Espírito. Eles se concentram no seguinte: que caminhemos no Espírito e sejamos tomados por Ele. Às vezes, o Espírito de Deus pode chegar a nós num encontro repentino e dramático ou de uma forma sobrenatural, mas freqüentemente o Espírito chega como uma influência mais serena. Ele é uma direção, uma qualidade de caráter, um poder interior. Ser tomado pelo Espírito envolve controle da vida. Mas é um paradoxo que, a fim de conseguir controlar nossa vida, tenhamos que deixar de controlá-la. Em 1929, Frank Morris embarcou num navio rumo à Suíça. Ele ansiara por essa viagem durante um bom tempo. Um comissário ficou encarregado de cuidar dele e o mantinha sempre sob sua vista. Toda noite, Frank era trancado em sua cabine até o café da manhã. Após uma rápida refeição, ele voltava para a cabine. Às dez horas Frank podia se exercitar um pouco, mas se sentia um tolo sendo guiado pelo convés, trotando metodicamente como um cavalo. Depois, o comissário colocava Frank numa espreguiçadeira.
Havia passageiros gentis que o convidavam para dar uma volta, mas o comissário sempre se adiantava e dizia com delicadeza:
– Ele tem que permanecer onde eu possa vê-lo.
Toda noite, às nove horas, o comissário procurava por Frank e o arrastava de volta à cabine onde ele ficava trancado durante a noite. O comissário sabia que ele não podia tomar conta de si mesmo. Frank era adulto, com as curiosidades normais e desejos de um adulto, porém era cego. Era tratado como um pacote do correio que tinha que ser levado para cá e para lá. Era um prisioneiro atrás de sua parede de escuridão. No entanto, durante esta viagem descobriu algo maravilhoso: cachorros que eram treinados especialmente para guiar cegos. Assim sendo, levou para os Estados Unidos um pastor alemão, chamado Buddy e fundou uma organização chamada “o olho que vê”. Com Buddy a seu lado, Frank podia ir a quase todo lugar e a qualquer hora. Ele demonstrou isso a um grupo de repórteres num cruzamento de uma rua movimentada em Nova Iorque. Frank e Buddy enfrentaram uma muralha de carros e caminhões que passavam velozmente, buzinando e pisando nos freios. Buddy se adiantou e Frank o seguiu. Ele aprendera a confiar totalmente em seu cão. Buddy manobrava de uma pista a outra enquanto os carros passaram parando, recuando e avançando. Levaram três minutos para chegar ao outro lado do cruzamento, mas Frank e Buddy chegaram sãos e salvos. Os repórteres, entretanto, tiveram mais dificuldade. A maioria continuou do outro lado tentando atravessar no meio do trânsito. Um chegou a pegar um táxi para atravessar. Agora Frank se sentia livre. Sabia que podia controlar sua própria vida.
Em posteriores viagens pelo Atlântico, Frank Morris andava por todo o navio, fazendo amizades. Para um homem que todo mês era largado no barbeiro e esperava durante horas como uma bagagem não procurada, a liberdade era maravilhosa. Frank se tornou um homem livre aprendendo a depender de Buddy. Confiando totalmente em seu guia, ele conseguiu fazer coisas que homens que enxergavam não conseguiam.
Hoje, muitos de nós experimentamos uma cegueira espiritual. Falta-nos a direção, as qualidades de caráter, a energia para controlar nossa vida. Deus nos deu o conselheiro e guia perfeito para essa desvantagem, o Espírito Santo. Ele anseia que caminhemos com Ele. Um grupo de ministros estava discutindo se deveria chamar ou não o Evangelista Dwight L. Moody para sua cidade. Ele era um homem de muito sucesso, mas um sacerdote que não se impressionava muito com isso, perguntou: – Será que o Sr. Moody tem o monopólio do Espírito Santo?
– Não, respondeu um colega, o Espírito Santo parece ter o monopólio do Sr.Moody.
Veja, é uma questão de controle, uma disposição para ser influenciado, para ser tomado pelo Espírito. O Espírito Santo vem a nós através da simples graça de Deus. Ele nos preenche através da Bíblia se nós realmente a absorvemos como a Palavra de Deus; nos preenche através da oração, se nós realmente a usamos como uma forma de entregar nossa vontade a nosso Pai. É preciso um compromisso para que tenhamos o Espírito Santo em nossa vida. A maioria das pessoas cuja vida está fora de controle, sem rumo, por mais estranho que pareça está constantemente em movimento.
Meu amigo, é preciso parar no meio do caminho para pensar e escutar. Precisamos nos dar tempo para a reflexão, e se assim fizermos, a presença do Espírito será uma realidade em nossa vida e Sua influência se expandirá.
Se você está cansado de perder o controle da vida, entregue agora a sua vida ao Espírito e deixe que Ele comece a modelar algo de maravilhoso em você.
ORAÇÃO
Sim, Pai, nós precisamos de direção, precisamos de Tuas qualidades, precisamos de energia espiritual. Por favor, detenha-nos em nosso caminho. Direcione os nossos olhos a Ti. Ajuda-nos a sermos receptivos ao Teu Santo Espírito. Nós Te agradecemos porque fazes da nossa vida algo maravilhoso e pedimos-Te que o Teu Espírito nos preencha. Amém.
AUTOR: PR. GEORGE VANDEMAN