De um sermão entregue em Copenhagen, Dinamarca, 12 de outubro de 1885.
“Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tito 2:11-14).
Todo o céu está interessado em nossa salvação, e eu gostaria que as nossas mentes fossem espiritualizadas, para que possamos realizar plenamente esta grande verdade. Embora os cristãos experimentarão provações e dificuldades, devem ser as pessoas mais felizes na terra, pois se são filhos obedientes, podem se dirigir a Deus como seu Pai e Amigo. “Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem”. Deus tem um profundo interesse naqueles que estão se esforçando para obedecer seus preceitos.
Embora os filhos de Deus às vezes possam ser colocados em situações que são difíceis e cheias de tristeza, eles não precisam imaginar que o Senhor abandonou-los. José foi lançado na prisão, sem qualquer provocação, e parecia que Deus havia Se esquecido dele, mas José confiou no Senhor. Ele foi fiel ao Senhor, sob a tentação, declarando: “como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?”
E o Senhor não o abandonou. O Céu lhe deu sabedoria para responder ao tentador, e um firme propósito de resistir ao mal. Se um de nós fosse chamado para atravessar tal prova como a que José resistiu, teríamos suportado, sem queixas e murmúrios? Ele esqueceu o próprio sofrimento, e procurou ajudar os outros. Mesmo na prisão, fez-se uma necessidade e uma bênção.
Olhe para o caso de Daniel na Babilônia. Ele foi cercado com todo o luxo da corte do rei, mas se recusou a participar dos banquetes de extravagância. Ele não se contaminou com a porção das iguarias do rei, ou tomou de seu vinho. Quando os homens têm o princípio que lhes permite estar em meio a tentação, como fez Daniel, o Deus do céu, olha para eles com aprovação, e lhes envia ajuda e força necessária no momento de sua provação. Se Daniel tivesse fracamente cedido à tentação de satisfazer o apetite, ele teria se colocado em uma posição onde não poderia ter recebido a sabedoria e graça, que o Senhor tinha para ele. Ele teria trazido sobre si a fraqueza física e mental.
Deus não toma qualquer homem em conexão com Ele, para lhe dar sabedoria e graça, a menos que este se coloque em relação correta com os preceitos e princípios da verdade. O homem tem um trabalho a fazer para fechar a porta contra a tentação. Ele deve construir um muro em torno de si, e então Deus irá treinar suas forças para um maior uso. Não nos é possível dizer o que um homem pode tornar-se, e o que ele pode conseguir com o poder e a graça de Cristo. A razão pela qual estamos tão fracos em força moral, é que estamos continuamente nos aventurando em terreno de Satanás. Devemos ser cuidadosos para onde estamos indo, para não darmos nenhum passo para trás. Quando professos cristãos não vivem de acordo com a luz que Deus lhes dá, eles podem causar mais dano do que os que pecam abertamente.
Quando Daniel foi exaltado na corte da Babilônia, ele não estava livre de provações e tentações. Os sábios da corte estavam cheios de inveja, e tramavam por sua destruição. . .
Através da experimentação que foi autorizada a vir sobre Daniel, muito bom resultado veio para a nação, porque deu oportunidade para chamar a atenção de grandes e pequenos para o fato de que Deus era capaz e disposto a salvar os que nEle confiam. Daniel mostrou à nação que o Senhor era um Deus vivo. Ele trouxe sua experiência em capítulos que mostram que Deus manifestou-Se a Seu servo de uma forma notável. Ele contou-lhes como tinha estado antes com eles como um profeta do Deus Altíssimo, e que nenhum poder terreno tinha o direito de interferir com a relação pessoal de um homem com seu Deus. Assim, Deus manifestou-se acima de qualquer rei, imperador, ou estadista, como um ser honrado e obedecido.
Daniel foi contado como peculiar, e cada homem que faz de Deus seu conselheiro, e que O procura na simplicidade de coração, será considerado peculiar pelo mundo. Esta é a fé que precisamos, esta é a experiência que devemos ter, porque Cristo morreu para nos resgatar de toda iniqüidade e purificar para Si um povo peculiar, zeloso de boas obras. Devemos viver com o olhar direcionado para a Sua glória, e então seremos capazes de ganhar a vitória sobre o mundo. Se fizermos isso, entraremos pelas portas na cidade, teremos o direito à árvore da vida, e veremos o Rei em Sua beleza.
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Texto retirado do site White Estate.Org. Publicado na revista The Signs of the Times, 4 de novembro de 1889. Traduzido pelo Blog http://www.setimodia.wordpress.com