A Origem da Vida e da Morte, Segundo a Bíblia

A primeira e maior mentira de Satanás foi a contestação atrevida à clara, positiva e taxativa afirmação do Deus Altíssimo, nas Suas instruções aos pais da raça humana, Adão e Eva, como desejamos recordar, mencionando o registro sagrado; segundo este registro Deus é, não apenas o Autor e Doador da vida. Ele é, também, a Fonte sua única fonte.

Não existe vida em outro lugar. A vida humana originou-se de Deus e foi insuflada através do Seu sopro nas narinas do primeiro homem. Foi ele criado segundo a imagem e semelhança do seu Autor, para viver eternamente. Esta imortalidade, entretanto, era sob condição e esta condição era a obediência. Se obedecesse aos conselhos e determinações de Deus, viveria ele feliz pelos séculos intérminos da eternidade, imortal como Aquele que lhe dera a vida.


Estas determinações não eram imposições de um senhor despótico e nem caprichos de um tirano. Eram elas os sábios e apropriados conselhos de um pai amoroso, preocupado com a felicidade do filho, de quem conhecia todas as necessidades e cuidados para lhe preservar a vida e a alegria.

Desobedecendo, não viveria, mas certamente morreria, de acordo com a palavra de Alguém que não pode blefar e nem mentir. Eis o relato sagrado: E formou o Senhor Deus o homem do pó da Terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente (Gênesis 2:7). Este é o único relato legítimo da origem da vida humana. É imprescindível o seu pleno entendimento para a correta compreensão da natureza do homem.

Tomando Deus os elementos naturais da terra, modelou dela uma massa, ou barro, e esculpiu, Ele próprio, uma obra de arte, tendo a Si próprio como modelo. Aproximando-se da bela e imóvel estátua sem vida estendida no solo, o Grande Artista soprou em suas narinas o fôlego de vida rú-ahh e imediatamente a estrutura pronta e acabada adquiriu vida, transformou-se numa alma vivente né-fesh.

As palavras do original hebraico utilizadas no presente relato significam espírito e alma , respectivamente. A palavra espírito significa ar, vento, fôlego, que está em harmonia com a sua correspondente grega pneuma que representa a mesma coisa. Como exemplo podem-se citar algumas palavras derivadas, como pneumático e pneumonia, que significam, respectivamente, recipiente de ar e infecção dos pulmões que são, também, recipientes de ar. A palavra alma significa princípio de vida . A palavra hebraica que a designa ocorre mais de setecentas vezes nas escrituras hebraicas, nunca dando idéia de ser uma parte separada, etérea, espiritual, do homem. Pelo contrário, ela indica ser a alma algo concreto, físico, tangível.

Portanto, podemos concluir que Adão não recebeu uma alma, mas se transformou numa alma vivente; ou seja, o homem não tem uma alma; ele é uma alma. A alma é, então, segundo a Palavra de Deus, o conjunto formado pelo corpo feito do barro ou do pó da terra, e da vida insuflada através do sopro, ou do ar, ou do espírito de Deus. Um corpo vivo, então, é uma alma, uma alma vivente.

Ao instruir pessoalmente o primeiro casal os pais de nossa raça a respeito do que deveriam evitar para continuarem a gozar da perfeita paz, alegria e felicidade que a vida lhes proporcionava, Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: de toda a árvore do jardim comerás livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gênesis 2:16 e 17).

O casal nem ao menos sabia ao certo o significado das palavras certamente morrerás , por que não conheciam a morte, que nunca havia ocorrido em todo o Universo. A morte é a inexistência, a cessação da vida, o seu oposto.

Satanás, o adversário de Deus , o anjo que se rebelara contra a Sua autoridade, dispusera -se a frustrar os planos do Senhor na perpetuação da raça humana e no seu propósito de encher a Terra de seres perfeitos e felizes, que vivessem eternamente. O primeiro casal fôra advertido e alertado da possibilidade de assédio do inimigo comum. Mas foram vãs estas advertências, porquanto o ardiloso adversário conseguiu o seu intento em promover a ruína da raça humana, valendo-se da astúcia, do engano e da mentira.

Está escrito: Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher. É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu a mulher à serpente: do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Então disse a serpente à mulher. Certamente não morrereis (Gênesis 3:1-4).

Deste breve relato podem ser tiradas as mais importantes lições que servirão de escudo contra a mentira e o engano:

1ª Pode-se afirmar, com a mais absoluta certeza, de que foi esta a primeira sessão mediúnica de que se tem conhecimento. Satanás, incorporando-se no animal que, então, não tinha a forma rastejante e asquerosa que ostenta hoje, mas que era o mais belo entre todos, conseguiu enganar a Eva.

2ª As palavras de Eva em resposta a Satanás travestido de serpente não correspondem às palavras ordenadas por Deus. Segundo a Bíblia, Deus não proibiu que se tocasse no fruto, mas que se comesse do mesmo. O acréscimo de Eva às recomendações de Deus revelou-se a sua ruína. Assim, colhendo um dos frutos proibidos, Satanás colocou-o nas mãos de Eva. Não experimentando ela nenhum sintoma ou sinal de que a sentença impendente seria cumprida, foi instada e incentivada pelo Enganador a completar o seu ato.

Desobedecer por desobedecer, ela já havia desobedecido ponderou a serpente levando- se em conta as palavras da mulher. Começou ela a admitir, então, a possibilidade de a serpente ter razão, pois, segundo a mesma, adquirira ela o dom da fala ao comer do fruto. Cogitou, pois, da possibilidade de ser admitida em uma mais elevada dimensão de vida. Ela Eva como a mais inteligente e bela de todas as criaturas, segundo Satanás, seria elevada a uma condição ainda maior, seria igual a Deus, tendo conhecimento de tudo, do bem e do mal. Então, comeu ela do fruto. Somente então é que desobedeceu, transgrediu o mandamento de Deus e tornou-se indigna da vida, sujeita à sentença de morte.

Adão, ao contemplar a desgraça de sua tão amada companheira, vislumbrou o destino que lhe estava reservado, pelo seu tresloucado ato. Tomado de indizível tristeza acreditou não ser capaz de viver sem a sua companhia. Tomou do fruto e dele comeu. Também desobedeceu, não por rebelião ao seu Criador e Pai, mas para participar do mesmo destino de sua amada.

Os resultados da desobediência, a maldição do pecado, estão por toda parte. A primeira conseqüência foi a morte, como sentenciara a palavra de Deus, que não podia voltar atrás. A partir do ato do casal a sentença começou a ser executada. Não da forma como Satanás esperava e Adão temia. Não de maneira fulminante e imediata. A partir do seu pecado a natureza humana foi modificada. A sentença foi cumprida, inevitavelmente. O homem, tendo implantada em si a semente do pecado, passou a envelhecer e depois de um determinado período de vida o seu destino inexorável seria o túmulo.

Mas Deus não abandonou o homem ao seu destino sombrio, mas merecido. Manifestou-se, então, a graça, incompreensível demonstração do amor de Deus. O Criador ofereceu-Se para morrer no lugar do seu amado filho e de sua descendência. Pela oferta da Sua vida seria resgatada a vida do homem e mantida a dignidade de Sua palavra. O homem novamente teria o direito à vida eterna, mas ainda sob condições. A condição permaneceria a mesma: a obediência aos mandamentos e conselhos do Criador e a aceitação do Seu sacrifício infinito, proposto para novamente o habilitar à vida, pela ressurreição, mesmo depois de experimentar a morte e descer à sepultura.

Fonte: O Eterno Evangelho


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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