A ética do universo

O que pode e o que não pode se fazer nesse nosso planeta Terra? Isso depende… Na prática, pode o que não é descoberto, e não pode o que foi descoberto, por alguma autoridade com poderes para fazer obedecer. Por exemplo, em viagem numa estrada onde a velocidade máxima permitida é 80 km por hora, parte dos motoristas anda a velocidades bem superiores à tolerada, desde que tenham alguma certeza de que não há guardas nem radar.

Alguns empresários sonegam, desde que tenham alguma certeza de que os fiscais não o descobrirão. O contrabando de mercadorias é praticado às escondidas das autoridades. A matéria-prima de segunda categoria é utilizada desde que quem a encomendou não o perceba. Assim vai, estamos “enganando e sendo enganados, e indo de mal a pior”. (II Timóteo 2:13).

Praticar a mentira e o engano é aqui uma constante. É a nossa forma de agir. Isso é feito com um pequeno cuidado, para que ninguém descubra, e se mantenha a aparência de veracidade. Para a Nova Terra aonde vão todos aqueles que desejam servir a DEUS em obediência voluntária aos perfeitos e bons princípios, que somente levam a felicidade, não será assim. Lá haverá a observância de uma ética perfeita. Iremos estudar algo a respeito disso, considerando alguns textos da Bíblia.

Em nosso mundo deteriorado, o entendimento das coisas é mundano, não celestial. Os conceitos daqui são degenerados, as palavras assumem significado corrupto. As práticas e os costumes, da mesma forma. Tudo o que aqui fazemos, não nos interessam as consequências a quem quer que seja, desde que não prejudique aos nossos amigos e a nós mesmos. É assim ou não?

Mas lá não é assim. Há algumas recomendações na Bíblia que devem ser postas em prática aqui mesmo, tanto para que haja o correto respeito para com nossos semelhantes quanto para que nos preparemos para a Nova Terra.

Por exemplo, em Romanos 14:13 diz: “…tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão.” O que quer dizer isso? Se examinarmos um dos contextos em que se aplicara essa recomendação, que se encontra em I Coríntios 10:23 a 33, entenderemos algo do reino de DEUS. Estudando esse texto, entenderemos que aqueles cristãos que possuíam maior entendimento sobre o que pode e o que não pode servir de alimento, deviam ter muito cuidado para não ofender a consciência daqueles outros cristãos que ainda não conseguiam distinguir bem entre o certo e o errado. Assim, estando eles reunidos para um almoço, por exemplo, e se um deles, menos esclarecido sobre o que é e o que não é comestível segundo os princípios bíblicos, alertar que determinado alimento seria imundo, os demais deviam evitar de servir-se daquele alimento, mesmo não sendo imundo. Porque isso? Por causa da consciência daquele que alertou.

Esse, era de fato, um problema naqueles tempos. Se o cuidado por parte dos mais esclarecidos não fosse tomado devidamente, haveria o risco de algum dos menos esclarecidos afastar-se da igreja e do bom caminho, e vir a perder-se antes de aprender tudo o que deveria saber.

Esse é o princípio da pedra de tropeço. Vale dizer que não devemos, através da nossa influência, desencaminhar outras pessoas levando-as a erro, mesmo que os nossos atos não estejam errados. Estão errados apenas no conceito dessa pessoa. Tal é o cuidado recomendado na Bíblia. Trata-se dos nossos atos, que praticamos na liberdade que temos para praticá-los, mas que podem tornar-se motivo para que outro se perca. E quem quer que alguém se perca? JESUS morreu por todos. (S. João 3:16).

Na Lei está escrito que devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. Isso inclui o cuidado para que esse próximo se mantenha no caminho da salvação. Veja só quanta importância é dada a essa recomendação quanto ao que pensa o nosso irmão a nosso respeito. Devemos evitar que ele se escandalize a nosso respeito, mesmo que a causa sejam atitudes nossas não condenáveis.

Essa é uma das razões por que JESUS nasceu numa estrebaria e viveu pobre. Ser rico aqui nessa Terra desperta inveja e ciúmes nos outros, e orgulho em nós mesmos. Isso leva outros a se perderem bem como nós mesmos, percebe? Ser humilde, em nosso planeta, está relacionado a ser pobre. Aqui a humildade está muito relacionada à humilhação. De outra forma, em geral, isso não é entendido. No Céu, ser humilde é o normal, não há orgulhoso lá. Por isso, lá todas as pessoas morarão em belíssimos palácios e não darão a isso a importância de grandeza que damos aqui.

JESUS, sendo pobre quando entre nós viveu, pôde pregar sem embaraço a humildade dos cidadãos do Céu, o que permite a livre obediência ao amor. Essa restrição a que JESUS mesmo se impôs, Ele que podia e pode tudo, é uma das mais belas aplicações do princípio da pedra de tropeço. JESUS não deu lugar a que ninguém pudesse se escandalizar, por exemplo, por conduta pomposa e diferenciada. Ele, sendo DEUS e Criador, não se mostrou sendo igual a DEUS (Filipenses 2:6). Cumpriu a Sua missão fielmente, dando o exemplo. É muito difícil permanecer humilde quando nos tornamos muito ricos, por exemplo. Chega a tal ponto que JESUS disse que é mais fácil passar um camelo pelo fundo da agulha (uma pequena abertura nos muros de Jerusalém, por onde, à noite, mal passava uma pessoa, mas não um camelo) do que um rico chegar ao reino do Céu (S. Mateus 19:23 e 24).

É difícil entender, mas essa Terra não é o lugar para se obter uma vida realmente abundante (Jeremias 45:5). Aqui quase tudo dá errado, muito embora grande parte das pessoas não perceba isso. Aqui, quando se tem muito, nos roubam, nos sequestram, nos matam… Quando se tem poder e autoridade, a corrupção ronda dia e noite. Quando se tem títulos ou se é famoso, não se pode dormir em paz, nem ter uma vida com alguma privacidade (S. Mateus 6:19 a 21). Quando se realiza alguma coisa grande, outros procuram disso tirar proveito político. Quando se faz alguma coisa, há problemas, quando não se faz nada, também há problemas.

Como viver aqui para ser feliz? Só há uma saída: experimentar e praticar a ética do estilo de vida do Céu para ter, desde já, algum benefício com isso e, principalmente, ter esperança de no futuro tal estilo de vida ser real em toda a sociedade dali. Só isso já é confortador.

Foi por causa da ética invertida e maldosa aqui da Terra que Paulo recomendou: “Vede, porém, que esta vossa liberdade não venha de algum modo a ser tropeço para os fracos” (I Coríntios 8:9). Os fracos são aqueles que ainda não possuem bom discernimento espiritual, acham que muita coisa, que é correta, está errada e ficam preocupados com quem as pratica.

É importante que entendamos o seguinte: no Céu não haverá esse problema. Essa é uma das características do nosso mundo, onde as pessoas estão confusas e se orientam sinceramente por informações nem sempre verdadeiras. Mas são sinceras, e o fato de serem sinceras é aceito por DEUS, que é justo. Você não acha que DEUS está certo? Você acha que não deveria ser perdoado se, tendo sido emitida uma determinada lei, e você, sem saber, a infringisse? Mas na Terra, isso não é viável. Aqui as pessoas mentem, e o fiscal não pode saber se a pessoa está sendo sincera ou não. Na dúvida, multa-se, pois é mais provável que esteja sendo desonesta, não que esteja desinformada.

Mas aquelas pessoas que desejam ser cidadãs da Nova Terra, precisam ser obedientes a tudo o que já sabem que é correto, devem buscar saber mais e mudar tudo o que descobrem que vinham fazendo de errado. É-lhes necessário pedir ao ESPÍRITO SANTO que lhes ajude nesse esforço, o que certamente acontecerá. Nessa batalha, aqueles que estão mais adiantados, devem ajudar os outros que chegaram recentemente para a verdade, não sendo para eles pedra de tropeço.

Que ética linda, que segurança podemos sentir a partir dela! Esse é um DEUS correto, justo, bondoso, DEUS de amor. É paciente connosco e espera até que tenhamos entendido plenamente como Ele quer que O entendamos. É um DEUS que considera as nossas fraquezas humanas e está pronto a nos tornar dia a dia mais capazes de sermos perfeitos como Ele é perfeito.

Se você está apenas tendo o conhecimento das primeiras lindas coisas a respeito da verdade (a Bíblia), não se preocupe com essa situação. Você, por intermédio desse capítulo, pode ter um vislumbre de como DEUS age e como pede que aqueles que sabem mais, devem agir. Em suma, tudo se liga a um só princípio: “Amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de DEUS; e todo aquele que ama é nascido de DEUS, e conhece a DEUS” (I João 4:7 – grifo nosso).

Autor: Prof. Sikberto Renaldo Marks, Mega Advento, Capítulo 18.

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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