Em lugar de se entregar a uma verdadeira labuta, procure a esposa e mãe encontrar tempo para ler, para se manter bem informada, para ser uma companheira a seu marido, e se conservar em contato com a mente em desenvolvimento de seus filhos. Empregue ela sabiamente as oportunidades que tem agora de influenciar os seus queridos para aquela vida mais elevada. Tome tempo para tornar o querido Salvador um companheiro diário, um amigo familiar. Consagre tempo ao estudo de Sua Palavra, para levar as crianças aos campos, e aprender a conhecer a Deus mediante a beleza de Suas obras.
Mantenha-se ela animosa e alegre. Em vez de passar todos os momentos num costurar sem fim, faça do serão um aprazível período social, uma reunião de família depois dos deveres do dia. Muito homem seria assim levado a preferir o convívio de seu lar, em vez de o clube e o bar. Muito menino seria guardado contra a rua e o bar da esquina. Muita menina seria salva de associações frívolas, que não levam a bom caminho. A influência do lar seria tanto para os pais como para os filhos, aquilo que era o desígnio de Deus que fosse, uma bênção que se estendesse por toda a vida. […]
Não raro se faz a pergunta: “Não deve a esposa ter vontade própria?” A Bíblia claramente afirma que o marido é a cabeça da família. “Mulheres, sujeitai-vos a vosso marido”. Efésios 5:22. Se esta injunção terminasse aqui, poderiam dizer que a posição da esposa não é nada invejável; é uma posição difícil e árdua em muitos casos, e seria melhor que houvesse menos casamentos. Muitos maridos ficam nas palavras: “Mulheres, sujeitai-vos a vosso marido”, mas leiamos a conclusão da mesma injunção: “Como ao Senhor”. Efésios 5:22. […]
Precisamos ter o Espírito de Deus ou jamais teremos harmonia no lar. A esposa, se tem o Espírito de Cristo, terá cuidado de suas palavras; controlará seu espírito, será submissa, e não sentirá contudo que seja uma escrava, mas uma companheira de seu marido. Se o marido é servo de Deus, não procederá como senhor de sua esposa; não será arbitrário e exator. Nunca é excessivo o zelo com que acariciamos as afeições do lar, pois se o Espírito do Senhor habita aí, o lar é um tipo do Céu. […] Se um erra, o outro exercitará a tolerância cristã em vez de repelir com frieza. […]
A maternidade — Toda mulher prestes a tornar-se mãe, seja qual for o seu ambiente, deve animar constantemente uma disposição feliz, alegre, contente, sabendo que por todos os seus esforços postos nesta direção será ela recompensada dez vezes mais no caráter tanto físico como moral do seu rebento. E isto não é tudo. Ela pode, pelo hábito, acostumar-se a pensamentos bem-humorados, e assim encorajar um feliz estado de espírito e lançar alegre reflexo de sua própria felicidade de espírito na família e nos que com ela se associam. E em grande medida sua saúde física melhorará. Um poder será comunicado às forças vitais, e o sangue não circulará lentamente, como seria o caso se ela se entregasse ao desânimo e tristeza. Sua saúde mental e moral é revigorada pela leveza de seu espírito. O poder da vontade pode resistir a impressões da mente e se provará grande tranqüilizador dos nervos. Os filhos que são privados desta vitalidade que deviam herdar dos pais devem receber o máximo cuidado. Por cerrada atenção às leis do seu ser, melhor condição destas coisas pode ser estabelecida.
Aquela que espera tornar-se mãe deve conservar sua alma no amor de Deus. Seu espírito deve estar em paz; ela deve descansar no amor de Jesus, pondo em prática as palavras de Cristo. Deve lembrar-se de que a mãe é colaboradora de Deus. — O Lar Adventista, 110, 115, 116, 118, 258, 259.
O marido e a esposa devem cooperar. Que mundo teríamos se todas as mães se consagrassem no altar de Deus, e consagrassem a Deus os seus filhos antes e depois do nascimento!
O efeito das influências pré-natais é olhado por muitos pais como coisa de somenos importância; o Céu. porém, não o considera assim. A mensagem enviada por um anjo de Deus, e duas vezes dada da maneira mais solene, mostra que isto merece nossa mais atenta consideração.
Nas palavras dirigidas à mãe hebréia [a esposa de Manoá]. Deus fala a todas as mães de todas as épocas. “De tudo quanto Eu disse à mulher se guardará ela”. Juízes 13:13. A felicidade da criança será afetada pelos hábitos da mãe. Seus apetites e paixões devem ser regidos por princípios. Existem coisas que lhe convém evitar, coisas a combater, se quer cumprir o desígnio de Deus a seu respeito ao dar-lhe um filho.
O mundo está cheio de laços para os pés da juventude. Multidões são atraídas por uma vida de egoísmo e prazeres sensuais. Não podem discernir os perigos ocultos, ou o terrível fim da senda que se lhes parece o caminho da felicidade. Mediante a condescendência com o apetite e a paixão desperdiçam as energias, e milhões se arruínam tanto para este mundo como para o por vir. Os pais devem lembrar que os filhos hão de enfrentar estas tentações. Mesmo antes do nascimento da criança, deve começar o preparo que a habilitará a combater com êxito na luta contra o mal.
Se antes do nascimento de seu filho, a mãe é condescendente consigo mesma, egoísta, impaciente e exigente, esses traços se refletirão na disposição da criança. Assim muitas crianças têm recebido como herança quase invencíveis tendências para o mal.
Mas se a mãe se atém sem reservas aos retos princípios, se é temperante e abnegada bondosa, amável e esquecida de si mesma, ela pode transmitir ao filho os mesmos traços de caráter. […]
As crianças são para a mãe um espelho em que ela pode ver refletidos seus hábitos e comportamento. Quão cuidadosa, então, deve ser a linguagem, bem como seu comportamento, na presença desses pequenos aprendizes! Os traços de caráter que ela desejar ver desenvolvidos neles, deve cultivá-los em si mesma. — O Lar Adventista, 255, 256, 267.
Quando as responsabilidades da mãe devem ser aliviadas — É um erro que geralmente se comete o não fazer qualquer diferença na vida de uma mulher antes do nascimento de filhos. Neste importante período o trabalho da mãe deve ser aliviado. Grandes mudanças estão-se operando em seu organismo. Este requer maior quantidade de sangue, e conseqüentemente aumento em alimentos de qualidade a mais nutritiva para converter-se em sangue. A menos que ela tenha abundante suprimento de alimentos nutritivos, não poderá reter sua força física e seu filho fica privado de vitalidade.
Suas roupas também demandam atenção. Deve-se tomar cuidado para proteger o corpo do frio. Não deve ela atrair desnecessariamente vitalidade à superfície a fim de suprir o que falta em suficiente vestuário. Se lhe falta abundância de alimento saudável, nutriente, ficará em deficiência na qualidade e quantidade do sangue. Sua circulação será pobre e o filho terá falta das mesmas coisas. Haverá na criança falta de capacidade para apropriar-se do alimento que possa converter em bom sangue para nutrição do organismo. A boa condição da mãe e do filho depende muito de roupas boas e quentes e de suprimento de alimento nutritivo. […]
A amamentação — O melhor alimento para o bebê é o que lhe foi provido pela natureza. Não deveria, sem necessidade, ser dele privado. É falta de coração eximir-se a mãe, por amor da comodidade ou de diversões sociais, da delicada tarefa de amamentar o filhinho.
É crítico o período durante o qual o bebê recebe o alimento da mãe. Muitas mães, enquanto nutrem a criança, têm-se permitido trabalhar demais, estimulando o sangue ao cozinharem, o que tem afetado seriamente o bebê, não só pelo alimento febril recebido do seio da mãe, mas também porque seu sangue se tornou envenenado pelo regime insalubre daquela — regime que lhe tem posto em estado febril todo o organismo, deste modo afetando o alimento do pequeno. Este é também afetado pela condição da mente da mãe. Se ela é infeliz, se facilmente se agita e se irrita, dando lugar a irrupções de paixão, o alimento que a criança recebe da mãe é inflamado, produzindo muitas vezes cólica, espasmos e, em alguns casos, convulsões e desmaios.
Também o caráter da criança é mais ou menos afetado pela natureza do alimento recebido da mãe. Quão importante, então, que a mãe, enquanto amamenta seu bebê, conserve um estado mental feliz, tendo o perfeito controle de seu espírito. Assim fazendo, não se prejudica o alimento da criança, e o procedimento calmo e dominado seguido pela mãe no cuidado do filho, tem muito que ver com o molde de seu espírito. Se o pequeno for nervoso, ficar agitado facilmente, as maneiras cuidadosas e calmas da mãe terão uma influência no sentido de abrandar e corrigir, e a saúde da criança muito poderá aproveitar. — O Lar Adventista, 256, 257, 260, 261.
Regularidade como prova de carinho e amor — Os filhos são entregues aos pais como precioso depósito, o qual Deus um dia requererá de suas mãos. Devemos dedicar mais tempo a sua educação mais cuidado e mais oração. Eles necessitam mais da justa espécie de instrução. […]
Em muitos casos as doenças infantis têm sua origem nos erros cometidos na maneira de as cuidar. Irregularidade na alimentação, deficiência no vestuário nas tardes frias, falta de vigoroso exercício para manter o sangue em saudável circulação, ou falta de abundância de ar puro à purificação desse mesmo sangue, podem ser a causa da perturbação. Estudem os pais a fim de ver as causas da doença, e modifiquem então as más condições o mais depressa possível. — O Lar Adventista, 161, 263.
As crianças são geralmente criadas desde o berço para satisfazerem ao apetite, e são ensinadas que vivem para comer. A mãe faz muito para a formação do caráter dos filhos na infância. Ela pode ensiná-los a controlar o apetite, ou a serem condescendentes com o apetite, tornando-se glutões. A mãe muitas vezes faz planos para umas tantas tarefas durante o dia; e quando as crianças a incomodam, em vez de tomar tempo para amenizar-lhes suas pequenas mágoas, e distraí-las, dá-lhes às vezes de comer para que se aquietem, o que responde ao propósito por algum tempo, mas torna conseqüentemente a coisa pior. O estômago das crianças foi sobrecarregado com alimento, quando não tinha dele a mínima necessidade. Tudo o que se necessitava era um pouco do tempo e atenção da mãe. Mas ela considerou o seu tempo como demasiado precioso para devotá-lo ao interesse das crianças. Talvez o arranjo da casa de maneira atraente que arranque aplausos das visitas, ou o preparo do alimento no estilo da moda, sejam para ela de mais importância que a felicidade e a saúde de seus filhos. […]
No preparo do guarda-roupa do nenê, deve ter-se em vista a conveniência, o conforto e a saúde, de preferência à moda e ao desejo de causar admiração. A mãe não deve desperdiçar tempo em bordados ou trabalhos de fantasias, para embelezar as pequeninas vestimentas, sobrecarregando-se assim de trabalho desnecessário, com detrimento de sua saúde e da do pequenino ser. Ela não deve se inclinar sobre costuras que exijam esforço fatigante dos olhos e dos nervos, numa época em que necessita de abundância de repouso e exercício agradável. Convém compreender sua obrigação de poupar as forças, de modo a poder suportar o que dela é exigido. — O Lar Adventista, 261, 262.
A necessidade de auto-controle na hora de disciplinar — Na educação da criança, há ocasiões em que a vontade firme, amadurecida, da mãe encontra a vontade desarrazoada, indisciplinada, da criança. Nessas ocasiões há necessidade de grande sabedoria da parte da mãe. Por procedimento imprudente, pela imposição autoritária, pode-se causar grande mal à criança.
Sempre que possível, convém evitar essa crise; pois representa uma luta árdua, tanto para a mãe como para o filho. Uma vez que surja, porém, a criança tem que ser levada a sujeitar a sua vontade à vontade mais sábia do pai ou da mãe.
Deve a mãe conservar-se sob domínio perfeito, não fazendo coisa alguma que desperte na criança espírito de desafio. Não deve ela dar ordens em voz alterada. Muito lucrará com manter a voz em tom suave e agradável. Deve tratar a criança de forma que a atraia para Jesus. Deve reconhecer que Deus é seu Auxiliador; e o amor, seu poder.
Como uma cristã sábia não tenta forçar a criança a sujeitar-se. Ora ardentemente para que o inimigo não alcance a vitória e, ao orar, está consciente de um reavivamento da vida espiritual. Vê que o mesmo poder que nela opera, também atua no filho. Ele se torna mais afável, mais dócil. A batalha está ganha. Sua paciência e bondade, suas palavras de sábia restrição, realizaram a obra desejada. Depois do temporal vem a bonança, como, após a chuva, o brilho do Sol. E os anjos, que estiveram a observar a cena, rompem em cânticos de júbilo.
Essas crises ocorrem também na vida de marido e mulher, que a menos que dominados pelo Espírito de Deus, manifestarão nessas ocasiões o espírito impulsivo, irrefletido, tantas vezes manifestado pelas crianças. Como pedra contra pedra, será o conflito de uma vontade contra a outra. — Testimonies for the Church 7:47, 48.
Ellen G. White, Conselhos para a Igreja, Capítulo 23.