Todas as coisas que DEUS criou, as fez perfeitas. Segundo Ele mesmo, tudo era bom. O Criador do Universo, sendo infinito em sabedoria, em capacidade, capaz de estar presente em todas as partes, imortal – Ele é eterno – santo, justo e verdadeiro, não cometeria falha. E não cometeu.
O DEUS da liberdade é um DEUS criador. Ele gosta de fazer isso, criar. Cria para que aumente a felicidade no Universo. Para Ele, quanto mais seres felizes, maior a Sua glória, mais Ele pode servir. E no Céu, quanto mais se pode servir, maior a glória. A natureza de DEUS é ser bom. Nenhum mal que hoje existe proveio dEle. Tudo o que DEUS fez e faz destina-se a algum bom desígnio.
Quando DEUS se revelou a Moisés, a este porque se tornou tão obediente aos princípios divinos, e falava com o SENHOR face a face, foi-lhe mostrada a natureza do nome do SENHOR. A intimidade entre a divindade e Moisés tornou-se tão estreita que Moisés, numa dessas conversas entre amigos, como se tornou costume entre ele e DEUS, pediu para ver o seu SENHOR. Apesar de eles tratarem dos mais diversos assuntos face a face, o SENHOR permanecia numa nuvem e Moisés não O podia ver. Moisés desejou ver a Glória do SENHOR. O SENHOR, delicadamente, respondeu-lhe que não lhe poderia mostrar o seu rosto, pois a glória desse rosto santo brilha de forma tão intensa que fulminaria um simples e mortal pecador como Moisés.
Moisés teve, no entanto, o privilégio de ver o SENHOR pelas costas, e ficou tremendamente impressionado com o que viu. Pôde contemplar parte da natureza do Criador. Moisés exclamou então: “SENHOR, SENHOR DEUS compassivo, clemente e longânimo, e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos, e nos filhos dos filhos até a terceira e quarta geração” (Êxodo 34:6 e 7).
Moisés viu e reconheceu um DEUS de amor e, ao mesmo tempo, um DEUS justo. Amor porque perdoa; justo porque esse perdão é algo sério, não apenas algo como: “está bem, fica por isso mesmo”. O perdão que DEUS oferece custa caro. Desobedecer uma lei perfeita, que garante a vida eterna, como sempre foi o plano do Criador, traz como conseqüência natural, a morte. Isso é assim em tudo. Toda a desobediência a bons princípios traz conseqüências ruins. Isso é inevitável.
A Lei de DEUS, em essência, amar uns aos outros e amar a DEUS acima de tudo (S. Mateus 22:36 a 40) é a lei da vida, que, se obedecida garante muitas coisas boas. Entre elas, garante a felicidade e a vida eterna. Desobedecê-la resulta em morte. Não podia ser diferente, você não acha? Como seria o Céu se cada ser inteligente criasse a sua própria lei, diferente das dos outros? Assim é na Terra, muitas leis e grande confusão. A essa confusão DEUS chama babilônia. Babilônia quer dizer confusão.
Ao criar este mundo, DEUS também quis que seus habitantes fossem livres. Liberdade significa direito de escolha. Sem esse direito, a liberdade é uma impossibilidade. Ou há o direito de escolha, ou não existe liberdade. Então DEUS elaborou uma maneira muito simples para os habitantes desse planeta exercerem o direito de escolha. Ele simplesmente lhes pediu que não comessem de uma certa árvore, mais nada. Esse era o único modo pelo qual poderia haver demonstração de obediência ou opção de desobediência. Tudo o mais lhes era permitido. Lembre-se, naquele lugar onde DEUS criou o Jardim do Éden, não havia opção de praticar maldade como hoje. Os seus habitantes não faziam idéia da existência do mal. Eram puros no pensamento, perfeitos em tudo. Não lhes ocorria nenhuma idéia sequer de fazer alguma coisa prejudicial a eles ou à natureza. Eles nem sequer sabiam sobre roubar, mentir, enganar, matar, destruir, e assim por diante. Nem eles, nem os seus descendentes quando viriam. Serviam uns aos outros e eram felizes. Não tivessem utilizado mal a condição de liberdade com que foram agraciados, teriam vivido felizes para todo o sempre. Eles e seus descendentes. Assim é nos outros mundos onde DEUS tem criado seres inteligentes.
Após ocorrer a desobediência, na única forma possível, houve separação entre o primeiro casal e o Criador. Houve separação inclusive entre o casal. Passaram a acusar-se pela culpa. Estava entrando em vigor uma outra lei, a lei do ódio, que aprenderam de Satanás, que então já se havia tornado inimigo de DEUS e de tudo o que Ele faz. Essa nova lei gerou sentimentos estranhos: desconfiança, acusação, incerteza, medo, insegurança, ódio, e muitos outros sentimentos ruins.
A desobediência gerou inclusive a morte. Houve rompimento da ligação intima entre a criatura e o Criador. Pela obediência aos princípios bons e eternos de DEUS nos ligamos à fonte de vida. “Oh, provai, e vede que o SENHOR é bom; bem aventurado o homem que nEle se refugia. Temei o SENHOR, vós os seus santos, pois nada falta aos que O temem” (Salmos 35:8 e 9). João sabia que o mandamento do SENHOR “é vida eterna” (S. João 12:50).
Pela desobediência, proclamamos uma espécie de independência ilusória, que sempre acaba em tragédia. “A Terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha, enfraquecem os mais altos do povo da Terra. Na verdade a Terra está contaminada por causa dos seus moradores, porquanto transgrediram as leis, violam os estatutos, e quebram a aliança eterna” (Isaías 24:3 e 4).
Não existe possibilidade de vida independente do Criador. Existe, isto sim, a liberdade de tomarmos essa decisão, mas ocorrem conseqüências. A morte é a pior delas. Antes, experimentamos uma vida de dificuldades: doenças, ameaças, insegurança, falta de paz, e tudo o mais. Mas temos a liberdade de optar, e precisamos saber que essas conseqüências são reais.
A proteção de DEUS, que tanto a Bíblia repete em muitas passagens, não se refere a livrar as pessoas das conseqüências dos atos que praticam. Tem a ver com a proteção contra a perda da vida eterna para aqueles que assim o desejam. Assim sendo, também tem a ver com o auxílio para uma vida de crescente obediência, uma vida, portanto, cada vez melhor em termos de paz e felicidade. Será uma vida de crescimento até o dia do retorno de JESUS CRISTO, O SENHOR, a quem aqueles que obedecem a Sua Palavra aguardam.
Esse problema da separação perdura até hoje e existirá enquanto a situação de pecado não for resolvida. Mas a solução já está a caminho e o seu dia se aproxima rápido. JESUS, DEUS e Criador como o Seu Pai celeste, num gesto de amor, veio até nós morrer em nosso lugar. Tornou-se homem e pagou um preço que nos cabia pagar. Sofreu as conseqüências tal como aquele que praticou maldade deve sofrer. Morreu tal como um pecador deve morrer. Fez isso não apenas por uma pessoa, mas em lugar de todos os habitantes da Terra, daí a dimensão de seu sofrimento. O tremendo sentimento de culpa que suportou diante da santidade de Seu Pai celeste superou a dor física e apressou-Lhe a morte.
Por aí vemos que, no céu, o perdão é assunto muito sério. O custo gerado por um ato mau deve ser pago, mesmo que seja por outra pessoa. No Céu, não existe perdão sem que a conta seja paga por alguém. Se aquele que errou não consegue pagar pelo que fez, ou arca com as conseqüências para sempre, ou alguém outro paga por ele e lhe oferece a opção de escolha de aceitar perdão. Nesse caso, como se tratava de uma acusação por parte de Satanás, de que essa Lei era injusta e que não deveria ser seguida, somente Um, Aquele que requeria tal obediência, poderia pagar o preço, sofrendo as conseqüências e depondo a sua própria vida.
Não esqueça: DEUS disse às Suas criaturas que servissem uns aos outros. E Ele dá o exemplo em tudo. Levando a sério a Sua própria Lei, não só veio a este mundo para nos ensinar como se deve servir, mas também cumpriu o que se tornou uma conseqüência natural da desobediência: a morte. Assim Ele cumpriu a Lei. Eliminou a necessidade de morrermos para sempre, mas não eliminou a importância da obediência. Tornou evidente a necessidade de obediência para que possa haver vida. Como já vimos, a obediência à santa, justa e boa Lei de DEUS é a garantia de liberdade e de felicidade. Desobedecer é que gera ódio, separação e morte. É o mesmo que obedecer aos princípios de uma correta alimentação. O resultado natural será uma saúde superior. Isso é assim em tudo. Para que haja resultados bons, é necessário seguir bons princípios. A liberdade depende disso. A felicidade e a vida também.
A Lei de DEUS é universal, portanto, sua obediência também é universal. Apenas em nosso planeta Terra, onde em parte domina o inimigo de DEUS e dos que lhe tributam sociedade, é que existe a prática de desobediência a essa lei. As conseqüências podem ser vistas em larga escala. Os noticiários são as maiores testemunhas.
Portanto, o perdão custou caro para o Criador. Ele mesmo morreu num ato de amor que jamais foi visto antes na história do Universo. Todo o Universo agora pode perceber o quanto DEUS ama. A glória de DEUS e a luz que dEle emana vêm por Ele ser puro amor. Quanto mais amor, mais luz, mais energia para a felicidade tornar-se sólida e permanente. Sob o amor nada é transitório, mas tudo “é para sempre”.
Além de amor, DEUS é justo e permite que haja conseqüências pelos nossos maus atos. Isso é necessário para que possamos aprender a distinguir entre o bem e o mal. DEUS não quer que sejamos bons através de imposição. Deve haver livre escolha, através de aprendizagem, tendo-se vontade de ser assim. Todos têm o direito de serem bons ou de serem maus. Esta é uma opção em qualquer lugar do Universo.
Essa opção todos devem fazer. Josué, percebendo a indiferença do povo em seu tempo, lembrou-o da necessidade dessa escolha. Disse: “…se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Eu e minha casa serviremos ao SENHOR” (Josué 24:15).
Noutra ocasião, Moisés fez a mesma exortação quando em seu discurso de despedida do povo, disse: “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Deuteronômio 30:19).
O Rei Davi, tornando pública a sua escolha, disse: “Escolhi o caminho da fidelidade; decidi-me pelos teus juízos” (Salmos 119:30).
A faculdade de escolher está presente em toda Palavra de DEUS. Retrata o quanto é solene, imprescindível para que esse reino seja de total liberdade. A forma como o perdão foi tornado possível também demonstra o valor da liberdade.
O perdão é um ato do Criador que nos restabelece a possibilidade de obedecer ao amor, tendo-o no íntimo do coração. Como podemos ter o amor no íntimo do coração, veremos melhor em capítulo adiante.
A origem do sofrimento deu-se por um ato de desobediência à lei da liberdade. Foi um ato de liberdade. Uma escolha consciente. As conseqüências dessa ato não foram desejadas, mas não poderiam ser evitadas. Evitando as conseqüências, promove-se tanto a desobediência generalizada quanto o fim da liberdade. Para haver liberdade completa é preciso haver garantia de livre escolha e o ‘direito’ de sofrer as conseqüências. Essa é a razão por que hoje ainda estamos em situação nada parecida com que estiveram nossos primeiros pais. Estamos vivendo em ambiente de imperfeição. Isso durará por pouco tempo, pelo que conhecemos das profecias.
Pela Bíblia, podemos entender como nos prepararmos para sermos cidadãos de um lugar onde tudo é perfeito, como DEUS e Sua lei são perfeitos. Podemos aprender como viver melhor, e desfrutarmos algo da felicidade que é reservada aos que seguem esses bons princípios eternos. O apóstolo João afirma: “Eu sei que o Seu mandamento é a vida eterna” (S. João 12:50).
Autor: Prof. Sikberto Renaldo Marks, Mega Advento, capítulo 5.