Como ter e ajudar meus filhos a terem habilidades sociais?

Pais precisam ter boas habilidades sociais para saberem educar seus filhos para a vida. Veja alguns tipos de habilidades sociais necessárias para a realidade da vida familiar e social.

Do bom trabalho científico, “Práticas educativas e problemas de comportamento: uma análise à luz das habilidades sociais”, de Alessandra Turini Bolsoni-Silva (Universidade Estadual Paulista); Edna Maria Marturano (Universidade de São Paulo), [Estud. psicol. (Natal) vol.7 no.2 Natal July/Dec. 2002], trago para vocês alguns comentários que, espero, ajudem aos pais e todos.

Habilidade social é a capacidade de conviver bem com outras pessoas, no lar, no trabalho, na comunidade, e envolve: iniciação e manutenção de conversações; falar em grupo; expressar afeto; defender os próprios direitos; solicitar favores; recusar pedidos; fazer e aceitar cumprimentos; expressar as próprias opiniões, mesmo os desacordos; expressar justificadamente quando se sentir molestado, enfadado, desagradado; saber se desculpar ou admitir falta de conhecimento; pedir mudança de comportamento do outro e saber enfrentar as críticas recebidas.

Talvez alguns pais que reclamam de certos comportamentos de seus filhos, necessitam agir de melhor forma socialmente, com habilidade social e não com agressividade e/ou sem assertividade. Habilidade social é mais do que ser assertivo.

O diálogo com os filhos é básico para a educação deles. É o primeiro passo para desenvolver outras habilidades sociais. Conversando se pode fazer perguntas, expressar sentimentos e opiniões, além de estabelecer limites. Assim, “os pais transmitem padrões, valores e normas de comportamento da cultura para os filhos, o que, segundo Biasoli-Alves, faz parte do papel da família, enquanto primeiro ambiente socializador da criança.”

Os pais que expressam de forma espontanea e equilibrada sentimentos, agradáveis e desagradáveis quanto ao comportamento dos filhos, passam para eles noções de certo e errado na conduta da família e talvez da sociedade também. Isto dá aos filhos a informação do que se espera deles no lar e os prepara para a vida na sociedade. Deixar de lado ou superproteger são extremos de conduta que favorecem o surgimento de transtornos emocionais e inadequação na vida de relacionamentos.

Contudo, para se obter uma boa educação e bom relacionamento entre pais e filhos não basta expressar os sentimentos, mas apontar, “no caso de sentimentos negativos, qual o comportamento de que não gostaram, dizendo o que sentiram frente ao comportamento da criança e sugerindo alternativas para que se comporte de forma mais adequada, sem, contudo, valerem-se de acusações do tipo ‘você não tem consideração’ ou ‘você é uma criança má’, que interferem na auto-estima da criança e prejudicam as interações pais-filhos, pois funcionam como punições.”

Para Skinner, a punição pode diminuir o comportamento ruim de forma imediata, mas esse resultado não é duradouro, o que estimula os pais a continuarem punindo, e pode gerar medo diante de situações parecidas com a que foi punida. Pode levar a pessoa a fazer qualquer outra coisa para fugir da punição e não garante que o comportamento punido deixe de ocorrer na ausência da punição ou do agente punidor. Se os pais usam prioritariamente a educação punitiva, a criança, provavelmente, não estará livre de desenvolver problemas de comportamento e/ou um quadro depressivo.

“Cumprir promessas” também é uma habilidade social importante, pois os pais, ao prometerem e não cumprirem, fazem com que os filhos sintam-se enganados, e prejudica o relacionamento pais-filhos. Ao cumprirem promessas, servem de modelo aos filhos, os quais poderão reproduzi-lo, e aumentará a confiança no relato dos pais.

As habilidades de “dizer não”, “negociar” e de “estabelecer regras” também são importantes. É importante dizer “não” para pedidos não razoáveis dos filhos. Deve-se analisar o pedido para ver se é algo razoável ou não. “Se for, podem negociar com os filhos, de forma que ambas as partes cedam em algo. É importante que o pai e a mãe concordem, pois se o pai insistir no não, mas a mãe realizar o pedido ou vice-versa, o filho aprenderá o que deve pedir para cada um dos progenitores, de forma a conseguir o que deseja.” Isto mostra como é importante pai e mãe conversarem para chegarem a um acordo sobre o que fará com os filhos, para serem unidos nisto.

Outra habilidade social importante é a de estabelecer regras. Pais precisam dar tarefas para os filhos que não sejam nem difíceis e nem fáceis demais segundo a idade e as habilidades que possuem. Devem checar se os filhos compreenderam a tarefa solicitada. Se você, pai/mãe, não foi claro com o que queria do filho, não será justo cobrar a execução da tarefa. Elogiem pela tarefa cumprida, mesmo que tenha sido algo simples. “Se a regra não for cumprida, os pais podem conversar assertivamente e verificar o porquê do não cumprimento, repetindo a regra quando necessário.”

Finalmente, há a habilidade social de “desculpar-se” com os filhos. Quando pais pedem desculpas, admitem os próprios erros, ensinando aos filhos que não são deuses infalíveis e dando o exemplo para eles agirem de forma parecida, ao errarem com alguém. Há pais com medo de admitir os próprios erros aos filhos, temendo perderem a autoridade e os filhos perderem noções de limites. Isto não ocorre na realidade. Filhos podem copiar este modelo e adotar em seu próprio comportamento.

O ambiente familiar promove comportamentos socialmente adequados ou surgimento e/ou manutenção de atitudes inadequadas. Transtornos mentais podem surgir por causa de punições e negligência por parte dos pais sem boas habilidades sociais.

Fonte: Portal Natural

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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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