Por Davi Caldas
Há anos que, em debates com abortistas, afirmo que o foco da discussão sobre o aborto é: o ser dentro do útero da mulher é uma vida humana ou não? Se não é uma vida humana, então abortar é apenas retirar um amontoado de células do corpo ou algo do tipo. Se é uma vida humana, abortar é matar uma vida humana inocente. Na primeira hipótese, obviamente seria um direito da mulher abortar, afinal não estamos falando de uma outra vida, mas de uma parte do corpo da mulher. Mas na segunda hipótese, não faz sentido dizer que a mulher tem o direito de abortar, pois isso equivale a dizer que ela tem o direito de tirar uma vida humana – uma vida inocente.
Quando diante desse dilema lógico, abortistas geralmente assumem uma das duas posturas: ou (1) desconversam, não encarando a questão ou (2) sustentam que o embrião/feto ainda não é uma pessoa de fato. E a partir daí cada abortista define em que momento o feto/embrião se torna uma pessoa (a partir da 8° semana, ou 12° semana, 16° semana, etc.). Não há, claro, nenhum critério sólido, objetivo e razoável para essa definição. Vai do gosto do “freguês”.
Como pensa a deputada abortista Sâmia Bomfim, do PSOL? Eu não sei ao certo. Mas aparentemente ela reconheceu, sem perceber, que luta pelo “direito” de matar bebês. No dia 27 de Dezembro, ela postou uma foto nas redes sociais ao lado do companheiro Glauber Braga (também deputado pelo PSOL), informando que está grávida. A foto trouxe a seguinte legenda: “13 semanas de Bebê Bomfim Braga”. Curiosamente, a deputada defende a legalização do aborto irrestrito, isto é, o direito de abortar por qualquer razão. Ou seja, ela defende que uma mulher com um bebê de 13 semanas possa abortar por mera conveniência.
O que torna a frase de Sâmia reveladora é que ela não considera o seu bebê como um amontoado de células, mas como um bebê mesmo. Parece estar feliz por ser mãe. Acredita mesmo que há uma vida ali no seu útero; uma vida humana inocente. Então, pela lógica, se ela luta pelo aborto irrestrito, ela reconhece que luta pelo direito das mulheres matarem essas vidas. Eu disse alguma besteira? Não. É apenas a implicação lógica do pensamento. Abaixo, o leitor pode ver a foto que ela postou e uma troca de comentários dela com alguém que a questionou:
“Eu escolhi. Minha luta é para que todas possam ter o direito de escolher”. Escolher o quê? Tirar ou não um bebê da barriga, inclusive um de 13 semanas. Para Sâmia, portanto, a mãe deve ter direito sobre vida do bebê. Ela escolhe se o bebê vai morrer ou vai viver.
O que é mais surreal é que os membros do PSOL repudiam, por exemplo, os Estados democráticos de direito que possuem pena de morte legal para crimes hediondos (algo que, independente do leitor concordar ou não, deve reconhecer que é uma punição para criminosos que fizeram coisas monstruosas e após o devido processo legal). E, no entanto, essas mesmas pessoas, a exemplo de Sâmia, não veem mal algum em defenderem o direito de matar crianças que ainda estão no útero. Eu realmente não consigo entender.
Fonte: Reação Adventista