Nosso Sumo Sacerdote

Crédito da imagem: Adobe Stock

Há algum tempo, em um curso intensivo para obtenção de um certificado de proficiência em inglês, tive a oportunidade de ter um professor de origem judaica. Como estratégia de ensino, durante as aulas de conversação, ele começou a perguntar sobre aspectos da minha vida. Ao me identificar como pastor, logo ele ficou curioso em saber mais acerca da denominação a que eu pertencia.

Quando lhe disse que era adventista do sétimo dia, seu interesse aumentou. Ele pouco conhecia a respeito da igreja e de nossas doutrinas e práticas. Ali notei uma oportunidade para testemunhar. Com prudência, comecei a partir de nossa crença comum na observância do sábado e no cuidado com a alimentação. Conforme as aulas passavam, as conversas ficavam cada vez mais animadas em torno do tema religioso. Até que fui questionado sobre o Pilar de nossa fé: Jesus. Eu nunca havia testemunhado a um judeu antes! Sem saber direito o que fazer, levei meu professor a pensar no santuário de Israel.

Em primeiro lugar, relembrei a estrutura física do tabernáculo: altar de holocausto, bacia, tenda, candelabro, mesa de pães, altar de incenso e arca da aliança, contendo os dez mandamentos. Enquanto eu falava, ele interagia positivamente, pois conhecia um pouco sobre o tema. Na ­sequência, identifiquei os elementos básicos que envolviam o ritual do santuário como sua estrutura física, o sacrifício, o sacerdócio e a lei. Nossa conversa estava tão animada que ele permitiu que eu usasse a lousa para fazer um esboço do que ia explicando. Assim que notei que essa parte introdutória estava clara para ele, comecei a relacionar tudo aquilo com a vida e o ministério de Jesus.

 

O santuário é uma ilustração didática e concreta da pessoa e da obra de Cristo em favor dos seres humanos

Cristo é o cordeiro de Deus (Jo 1:29), a água da vida (Jo 4:13, 14), a luz do mundo (Jo 8:12) e o pão que desceu do Céu (Jo 6:30-35). Ele Se referiu a Si mesmo como “santuário de Deus” (Mt 26:61), no contexto de Sua morte, indicando que a estrutura do templo estava intimamente relacionada com Sua vida. Além disso, o ritual apontava para Seu ministério terrestre e celestial. Cristo foi sacrificado para que, pelos méritos de Seu sangue, pudesse oficiar como Sumo Sacerdote no ­santuário celestial, onde a lei de Deus reside como norma no juízo final. Após ouvir atentamente minha explicação, o professor olhou para o esquema que eu havia feito no quadro branco e, com expressão de inquietação, afirmou: “Nunca tinha pensado nisso. Faz sentido.”

De fato, o santuário é uma ilustração didática e concreta da pessoa e da obra de Cristo em favor dos seres humanos. As informações apresentadas no Antigo Testamento oferecem “uma perspectiva única para o estudo do plano da redenção. […] Esse sistema típico se centraliza na obra de Cristo e fornece uma visão integrada do Seu ministério. Percebe-se claramente na obra de Cristo no santuário uma progressão: Ele é a Vítima Sacrifical, o Sumo Sacerdote, o Mediador, o Juiz, o Advogado e o Rei” (Tratado de Teologia [CPB, 2014], p. 449).

O que chama minha atenção é que, apesar de “fazer sentido” e ocupar um papel fundamental para a fé adventista, o conhecimento entre os membros acerca do santuário e de sua relação com Jesus não é amplo e profundo como deveria. E isso se expressa na fragilização do senso de identidade da igreja como um movimento singular e profético.

No mês em que nos voltamos para as raízes históricas do adventismo, deveríamos dedicar algum tempo para avaliar de que maneira nossa compreensão a respeito de Cristo e Sua obra no santuário celestial tem influenciado efetivamente nossa vida.

WELLINGTON BARBOSA é editor da Revista Adventista

(Editorial da Revista Adventista de outubro/2023)

Fonte: Revista Adventista

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