O Cristianismo – Parte I

O Cristianismo é um princípio de vida de origem divina. Ele é, num sentido geral, a continuação do que conhecemos como Judaísmo, isto é, a síntese dos ensinamentos ministrados aos hebreus, enviados através de patriarcas e profetas. A única diferença é o cerimonial típico de sacrifícios, praticados pelos judeus e que tiveram cumprimento no sacrifício de Jesus, para o qual aqueles sacrifícios apontavam. Vindo o verdadeiro sacrifício do qual aqueles eram sombra, não se faziam mais necessários aqueles ritos simbólicos, como os holocaustos, festas cerimoniais e a circuncisão, dentre outros.

O Cristianismo sintetiza os ensinamentos de Jesus Cristo, de amor a Deus e ao próximo. Pelo Seu sacrifício, a humanidade teria restabelecida novamente a ligação com Deus, rompida pelo pecado, no Éden. Este é o verdadeiro sentido da palavra religião . Ela significa religação . Portanto, a verdadeira religião não é uma instituição ou denominação religiosa, mas uma pessoa: Jesus Cristo. Ele é a verdadeira religião e o único caminho por meio do qual o homem pode ser restabelecido à comunhão e ao favor do Pai.

Este caminho foi claramente definido por Jesus, ao dirigir-se a Natanael, um dos Seus discípulos, no início do Seu trabalho em favor dos homens. Disse Ele, referindo -Se a Si próprio: Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho de Deus (S. João 1:51). Esta mística ligação com o céu já havia anteriormente sido manifestada através da Palavra de Deus, muitos séculos antes, quando Jacó, fugindo da ira de seu irmão Esaú, teve um sonho da parte de Deus: E sonhou: e eis uma escada era posta na Terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela (Gênesis 28:12).

Jesus é, portanto, a escada ou a ponte para o céu. Ele é, repetimos, a única ligação possível da humanidade, com Deus. Existe na Terra um poder que se arroga esta condição e procura usurpar a prerrogativa que somente Jesus pode ter. É ele designado como a suprema ponte , ou Sumo Pontífice, título que herdou do antigo paganismo romano.

Portanto, somente através de Jesus o homem novamente pode ter direito à vida eterna, vencido o poder da morte, à qual todo ser humano estava subjugado. O retorno à vida, pela ressurreição, ficou assegurado pelo Criador, com a oferta representada pelo sacrifício da cruz. O próprio Senhor Jesus afirmou, categoricamente: Eu Sou o primeiro e o último; e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e da sepultura . Eu Sou a ressurreição e a vida; quem crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá . E Eu o ressuscitarei no último dia (Apocalipse 1:17- 18; S. João 11:25 e 6:44).

O mesmo Jesus afirma claramente: Quem ouve a Minha palavra, e crê nAquele que Me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida . Ele diz ainda: os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão . Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação (S.João 5:24-25 e 28- 29).

Esta é a essência do Cristianismo. Unicamente pela fé em Jesus Cristo e pela aceitação do Seu sacrifício é que o homem tem o direito à vida eterna. Não existe mais nada, nenhuma coisa, nenhum homem, nenhum outro nome que possa substituir ou contribuir com o que Deus estabeleceu para a nossa salvação. Pedro, falando de Jesus, a pedra que foi posta por cabeça de esquina, como fundamento da Igreja, afirmou: Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos . E Paulo ensina: Todos estão debaixo do pecado; não há um justo, nem um sequer. Não há quem faça o bem, não há nem um só. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Atos 4:11-12; Romanos 3:9-10, 12 e 23).

O mesmo apóstolo, inspirado pelo Espírito de Deus, completa: Sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus . Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo . Porque o salário (ou conseqüência) do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por (através de) Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 3:24 e 5:1 e 6:23). Esta, repetimos, é a essência do Cristianismo. Todo ensino, filosofia ou doutrina contrária a estes princípios, que visem modificá-los, alterá-los ou mesmo aperfeiçoá-los, tem origem no inimigo de Deus e de Jesus Cristo e podem ser rotulados, sem nenhuma dúvida, de anticristianismo.

A maior prova de que a fé de alguém é genuína é a revolução que acontece em sua vida, ao conhecer a Jesus e aceitar o Seu sacrifício. Quando alguém abraça a Jesus Cristo a verdadeira religião pela fé, é transformado. Um poder superior modifica os seus hábitos, pensamentos e ambições. É este poder santificador a influência do Espírito Santo que modela o caráter à semelhança do caráter do Mestre, a quem desejará imitar.

Então, o que era impossível, passa a ser uma realidade em sua vida: vencer as tentações, desejar naturalmente fazer o bem até mesmo para quem lhe faz o mal, afastar-se do erro, amar os inimigos, pagar todo mal com o bem e outras coisas que ao homem natural é impossível fazer. Estará vivendo aqui mesmo na Terra, os princípios do reino de Deus, do qual se tornou um cidadão. Estará praticando a lei do amor e da caridade, habilitado para o céu. Por gratidão e amor a Deus praticará a obediência voluntária a todos os Seus princípios e mandamentos. A graça está em seu coração, a salvação o alcançou. Este é o Cristianismo verdadeiro, a religação com Deus.

Fonte: O Eterno Evangelho


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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