Comunicação no Casamento: Aprendendo a Linguagem da Conversa de Qualidade

Conversa de qualidade é onde há um diálogo acolhedor onde duas pessoas compartilham experiências, pensamentos, emoções e desejos, de forma amigável, e em um contexto sem interrupções. A maioria das pessoas que reclamam que seus cônjuges não conversam, raramente não toma parte em algum diálogo mais íntimo. Se afirmam isso é porque nada falam, de forma literal.

Aprendendo a Ouvir

Uma conversa de qualidade focaliza o que ouvimos. Se externo meu amor por você através da “Qualidade de Tempo” e gastamos esse tempo juntos, significa que este propósito estará em fazer você vir à tona, ouvir atentamente o que pretende dizer. Farei perguntas, não por obrigação, mas com o desejo genuíno de entender seus pensamentos, sentimentos e desejos.

Uma convivência a dois implica em simpatia, em ouvir com a intenção de entender o que o outro cônjuge pensa, sente e deseja. Devemos também estar dispostos a aconselhar, mas somente quando solicitados e jamais de forma arrogante. A maioria de nós não sabe ouvir. Somos mais eficientes em pensar e falar. Aprender a ouvir pode ser tão difícil quanto estudar uma língua estrangeira. Porém, se quisermos comunicar o amor, precisamos aprender.

Gostaria de dar algumas dicas que podem ajudar bastante:

1. Procure olhar nos olhos de seu cônjuge quando ele lhe falar alguma coisa. Essa atitude ajuda sua mente a não divagar e comunica que ele realmente recebe sua total atenção.

2. Não faça outra coisa enquanto ouve seu cônjuge. Lembre-se: “Qualidade de Tempo” é dedicar ao que lhe fala sua total atenção. Se você porventura assistir TV, ler ou praticar qualquer outra atividade pela qual esteja muito envolvido, e não puder desviar a atenção imediatamente, diga isso a seu cônjuge: “Sei que você quer falar comigo agora, e estou interessado em ouvir-lhe. Só que gostaria de conceder-lhe mais atenção, e no momento não é possível. Se você me conceder dez minutos para eu terminar o que estou fazendo, sentaremos juntos e então ouvirei o que você tem a dizer.” A maioria dos (as) esposos (as) deverá atender a uma solicitação dessas.

3. “Escute” o sentimento. Pergunte a você mesmo o tipo de emoção que seu cônjuge sente no momento. Quando achar que descobriu, confirme. Por exemplo: “Tenho a impressão que você está desapontado por eu ter esquecido de…” Essa é uma oportunidade para você certificar-se de seus sentimentos. Também comunica que ouve com atenção o que lhe é dito.

4. Observe a linguagem corporal. Punhos cerrados, mãos trêmulas, lágrimas, cenho franzido e expressão dos olhos fornecem pistas do que seu cônjuge sente. Algumas vezes, a linguagem verbal diz uma coisa, enquanto a corporal afirma outra. Solicite um esclarecimento a fim de poder confirmar seus reais sentimentos.

5. Recuse interrupções. Pesquisas recentes indicam que, em média, as pessoas ouvem apenas 17 segundos antes de interromperem para inserir na conversa as próprias idéias. Se eu lhe dedicar minha total atenção enquanto você fala, evitarei defender-me a fim de fazer-lhe acusações ou mesmo, dogmaticamente, evidenciar minha posição. Meu objetivo é perceber seus sentimentos e pensamentos. O alvo não é autodefender-me ou permitir que você ganhe uma discussão; a intenção é compreendê-lo (a).

Aprendendo a Falar

Uma conversa de qualidade requer não somente consideração ao ouvir, mas também disposição em expor-se. Quando uma esposa diz: “Gostaria tanto que meu marido conversasse comigo! Nunca sei o que ele pensa ou sente…” Ela clama por intimidade; quer sentir-se próxima de seu esposo. Mas, como sentir-se ao lado de alguém a quem não conhece? Para que ela se sinta amada, o marido precisa aprender a se expor. Se a primeira linguagem do amor dela for
“Qualidade de Tempo” e seu dialeto, conversa de qualidade, seu tanque emocional nunca estará completo até que ele partilhe com ela seus pensamentos e sentimentos.

Se você precisa aprender a linguagem da conversa de qualidade, comece a observar as emoções que sente quando está fora de casa.

Para muitos de nós, o ato de expor-se não é nada fácil. Muitos adultos foram criados em lares onde a expressão dos pensamentos e sentimentos não só jamais foi encorajada, como também era condenada. Pedir um brinquedo era recebido com um sermão sobre a situação econômica familiar. A criança sentia-se culpada por causa daquele desejo e, então, rapidamente aprendia a não expressar mais seus desejos. Quando um filho ou filha expressava raiva, os pais repreendiam-no (na) severamente com palavras condenatórias. O que acontecia então? A criança aprendia que expressar sentimentos de
raiva também não era algo apropriado. Se um deles passasse a sentir-se culpado por expressar seu desapontamento pelo fato de não poder ir ao supermercado com o pai, aprendia a guardar seu desagrado para si. Nós, adultos, ao atingirmos a maturidade, aprendemos a negar nossos sentimentos. Deixamos de ter contato com nosso ser emocional.

Uma esposa pergunta a seu marido:

— Como você se sentiu com a reação de Mark?

E o marido responde:

— Eu acho que ele está errado. Ele deveria ter feito assim, assim e assim…

Note, porém, que ele não expressa seus sentimentos. Simplesmente manifesta seus pensamentos. Talvez ele tenha motivos para sentir-se triste, com raiva, ou desapontado. No entanto, vive a tanto tempo no nível do raciocínio, que nem ao menos reconhece a existência de seus sentimentos. O ato de aprender a linguagem da conversa de qualidade pode ser comparado ao aprendizado de uma língua estrangeira. O início sempre é uma aproximação dos sentimentos, e o aluno pouco a pouco torna-se consciente de que é uma criatura emocional, apesar do fato de ter ignorado aquela faceta de sua vida.

Se você precisa aprender a linguagem da conversa de qualidade, comece a perceber os sentimentos que lhe ocorrem quando está longe de casa. Compre um bloquinho de rascunho e mantenha-o diariamente com você. Três vezes, durante o dia, faça a si mesmo as seguintes perguntas:

• Que emoções senti nas últimas três horas?

• O que senti a caminho do trabalho quando o motorista atrás de mim ficou o tempo todo colado em meu pára-choque?

• Como eu me senti quando fui colocar combustível no carro e a bomba automática não funcionou e fez com que o tanque transbordasse, derramasse e molhasse de gasolina toda a parte de trás do carro?

• Como me senti quando, ao chegar ao escritório, soube que minha secretária fora requisitada para um outro projeto da empresa e não estaria presente toda a manhã?

• Como me senti quando meu supervisor me comunicou que o projeto no qual eu trabalhava teria de ser concluído em três dias, quando pensei que teria mais duas semanas?

Escreva seus sentimentos no bloco de rascunho e, ao lado, coloque uma ou duas palavras para lembrá-lo do evento correspondente ao sentimento. Sua lista deve ficar mais ou menos assim:

Faça este exercício três vezes ao dia e você descobrirá sua natureza emocional. Utilize seu bloquinho e comunique a seu cônjuge as emoções que experimentou, juntamente com as situações enfrentadas. Quanto mais você fizer isso, melhor será. Em algumas semanas sentir-se-á mais confortável para expressar suas emoções a ele (a). Finalmente, será também capaz de, mais à vontade, conversar sobre seus sentimentos em relação ao (à) esposo (a), aos filhos e a eventos que ocorram em casa. Lembre-se que as emoções em si não são certas nem erradas. São simplesmente nossas reações psicológicas aos acontecimentos da vida.

Constantemente tomamos nossas decisões baseados em nossos pensamentos e emoções. Quando o motorista estava “grudado” em seu carro, a caminho do trabalho, e você ficou com raiva, será que alguns dos seguintes pensamentos passaram por sua cabeça?

• Gostaria que ele saísse da pista;

• Gostaria que ele me ultrapassasse;

• Se eu não corresse o risco de ser multado, gostaria de pisar fundo o acelerador e deixá-lo para trás, “comendo poeira”;

• Gostaria de dar uma boa freada de forma que ele entrasse com tudo na traseira de meu carro, e a seguradora tivesse de me dar um carro novo;

• Talvez eu deva sair para a direita e deixá-lo passar.

Você, eventualmente, tomou alguma dessas decisões ou o outro motorista reduziu a marcha, ou ultrapassou seu carro e você conseguiu chegar seguro ao trabalho. Cada evento de nossa vida gera emoções, pensamentos, desejos e também ações. À expressão desse processo chamamos de auto-revelação. Se você optar em aprender o dialeto da conversa de qualidade, esse é o caminho pelo qual deverá trilhar.

Extraído do livro As Cinco Linguagens do Amor de Gary Chapman.

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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