054. Origens Antigas da Bíblia Sagrada

Origem da Bíblia

O Antigo Testamento em Hebraico. 

Este relato tem início muitos séculos antes de Cristo. Escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história, do relacionamento de Deus com eles e de suas visões inspiradas e esperanças.

Como tais registros constituíam uma parte muito importante da vida deles, eles foram copiados e recopiados muitas vezes. De geração em geração tais registros foram usados por eles nos templos, em suas sinagogas e residências.

Com o passar do tempo, estes registros sagrados foram reunidos em três coleções conhecidas como “A Lei”, “Os Profetas”, e “As Escrituras”. Estas três coleções, especialmente a terceira, não foram fixadas e encerradas antes do Concílio Judaico de Jamnia (ao redor de 95 A.D.). A Lei continha os primeiros cinco livros da nossa Bíblia. Os Profetas incluíam não apenas Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze Profetas Menores, como também Josué, Juizes, I e II Samuel, e I e II Reis.

 

Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos fabricados com pele de cabra fina, e foram copiados por escribas com extremo cuidado. Geralmente cada um destes livros era escrito em um pergaminho separado, embora a Lei freqüentemente estivesse copiada em dois grandes pergaminhos. O texto era em hebraico, escrito da direita para a esquerda. (Apenas alguns capítulos encontram-se escritos em dialeto aramaico.)

O trecho mais antigo do Antigo Testamento em Hebraico* hoje conhecido é um pergaminho de Isaías. Este pergaminho provavelmente foi escrito durante o segundo século A.C. e pode ser muito semelhante ao pergaminho utilizado por Jesus na Sinagoga em Nazaré. Ele foi descoberto em 1947, assim como outros que foram descobertos posteriormente dentro de uma caverna próxima ao Mar Morto.

As Escrituras incluíam o grande livro de poesia, os Salmos, e também Provérbios, Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias, e 1o e 2o Crônicas.

Conteúdo.

– Traduzindo a Escrituras 

– Primeiras Traduções em Outras Línguas 

– As Primeiras Escrituras Impressas 

– Fatores Importantes Para Avaliação das Traduções Bíblicas 

– Exemplos de Diferentes Tipos de Tradução 

– Tradução com Equivalência Formal 

– Tradução com Equivalência Dinâmica 

– Livre (Paráfrase)

Primeiras Traduções em Outras Línguas 

Outras traduções começaram a ser realizadas por cristãos novos nas línguas copto (Egito), etíope (Etiópia), siríaco (norte da Palestina), e em latim, a mais importante de todas as línguas, por a mais amplamente utilizada no ocidente.

 

Em meados do quarto século havia tantas versões parciais e insatisfatórias em latim que no ano 382 A.D. o bispo de Roma nomeou o grande exegeta Jerônimo para fazer uma tradução oficial. Para poder fazer a melhor tradução possível, Jerônimo foi à Palestina, onde viveu durante vinte anos.

Estudou hebraico com rabinos famosos e examinou todos os manuscritos que conseguiu localizar. Sua tradução tornou-se conhecida como “Vulgata”, ou seja, escrita na língua de pessoas comuns (“vulgus”). Embora não tenha sido imediatamente aceita, ela eventualmente tornou-se o texto oficial do cristianismo ocidental. Neste formato a Bíblia difundiu-se por todas a regiões do Mediterrâneo, alcançando até o norte da Europa.

Na Europa os cristãos entraram em conflito com os invasores godos e hunos, que destruíram uma grande parte da civilização romana. Em mosteiros, nos quais alguns homens se refugiaram da turbulência causada por guerras constantes, o texto bíblico foi preservado por muitos séculos. Foi especialmente a Bíblia em latim, geralmente na versão de Jerônimo, que foi protegida desta maneira.

Não se sabe quando e como a Bíblia chegou até as Ilhas Britânicas. Missionários levaram o Evangelho para Irlanda, Escócia e Inglaterra, e não há dúvida de que havia cristãos nos exércitos romanos que lá estiveram no segundo e terceiro séculos. Provavelmente a tradução mais antiga na língua do povo desta região é a do Venerável Bede. Relata-se que, no momento de sua morte, em 735, ele estava ditando uma tradução do Evangelho de João; entretanto, nenhuma de suas traduções chegou até nós.

Gradualmente foram sendo feitas traduções de passagens e de livros inteiros. Mas como a maioria dos governantes e autoridades eclesiásticas temia deixar que o povo tivesse acesso às Escrituras na sua própria língua, as Escrituras acabaram sendo copiadas em segredo e circuladas entre as pessoas. A igreja e o estado tentaram cada vez mais, através de decretos e perseguições, interromper tal circulação das Escrituras traduzidas.

As Primeiras Escrituras Impressas 

Na Alemanha, em meados do século 15, um ourives chamado Johan Gutemberg desenvolveu a arte e fundir tipos metálicos móveis, e aperfeiçoou uma tinta eficiente. O primeiro livro de grande porte produzido na sua prensa com seus tipos foi a Bíblia em latim. Cópias impressas decoradas a mão passaram a competir com os mais belos manuscritos.

Esta nova arte foi utilizada para imprimir Bíblias em seis línguas antes de 1500 – alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e catalão; e em outras seis línguas até meados do século 16 – espanhol, dinamarquês, inglês, sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês. Agora as Escrituras realmente podiam ser lidas na língua destes povos. Mas essas traduções ainda estavam vinculadas ao texto em latim.

No início do século 16, manuscritos de textos em grego e hebraico, preservados nas igrejas orientais, começaram a chegar à Europa ocidental. Havia pessoas eruditas que podiam auxiliar os sacerdotes ocidentais a ler e apreciar tais manuscritos.

Uma pessoa de grande destaque durante este novo período de estudo e aprendizado foi Erasmo de Roterdã. Ele passou alguns anos atuando como professor na Universidade de Cambridge, Inglaterra. Em 1516 sua edição do Novo Testamento em grego foi publicada com seu próprio paralelo da tradução em latim.

Assim, pela primeira vez estudiosos da Europa ocidental puderam ter acesso ao Novo Testamento na língua original, embora, infelizmente, os manuscritos fornecidos à Erasmo fossem de origem relativamente recente, e portanto não eram completamente confiáveis.

Fatores Importantes para Avaliação das Traduções Bíblicas 

Existem cinco critérios importantes para diferenciar as várias traduções da Bíblia em inglês: 

1. A confiabilidade do manuscrito original básico utilizado para a tradução.

Existem três textos gregos que hoje são utilizados:

o “Textus Receptus”;

o “Greek New Testament” (edições Sociedades Bíblicas Unidas e Nestle-Aland);

o “Majority Text”.

Há muito poucas diferenças comprovadas entre estes três textos. E nenhuma de tais diferenças envolve qualquer questão doutrinária.

2. A fidelidade das traduções apresentadas.

Transmitir o significado exato e fiel dos originais.

3. O nível do inglês utilizado.

arcaico (antigo);

litúrgico (linguagem usada na igreja);

literário (nível universitário);

contemporâneo (linguagem moderna);

linguagem comum (leitura fácil).

4. O tipo de tradução.

literal (equivalente formal);

equivalente idiomática;

equivalente funcional (dinâmica).

livre (comentário parafraseado adicionado).

5. Finalidade e público usuário.

associado ao louvor na igreja;

leitura devocional pessoal;

estudo bíblico, tradução da Bíblia;

evangelização;

crianças;

aprendizado e memorização de versículos;

preparação denominacional.

O Antigo Testamento em Grego 

A língua grega restringia-se quase inteiramente à Palestina, mas muito antes do tempo de Cristo existiram comunidades israelitas em muitas regiões do mundo antigo. Devido às conquistas de Alexandre e seus sucessores, grego havia se transformado na língua mais amplamente utilizada.

Portanto, no terceiro século A.C. as Escrituras Hebraicas foram traduzidas para grego, para serem utilizadas naquelas comunidades. Esta tradução grega é denominada “Septuaginta”.

A Septuaginta contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica; eles não estavam incluídos quando o cânon do Antigo Testamento (ou lista oficial) foi estabelecido por exegetas israelitas ao final do primeiro século D.C. A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em sua Bíblia. Eles são chamados “Apócrifos” ou “Deuterocanon”, e encontram-se presentes nas Bíblias de muitas igrejas.

Este Antigo Testamento em Grego foi utilizado em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo, e foi portanto de grande utilidade para os primeiros discípulos de Jesus em seus esforços para ganhar convertidos a Ele.

E como a língua grega era compreendida em todas aquelas regiões, os escritores do Novo Testamento escreveram em grego.

 

O Novo Testamento em Grego 

Os primeiros manuscritos do Novo Testamento que chegaram até nós são algumas das cartas do Apóstolo Paulo escritas à pessoas ou pequenos grupos de pessoas em diversas cidades e povoados que haviam crido no Evangelho que ele lhes pregara. Estes grupos foram o início da igreja cristã.

Eles receberam estas cartas, deram-lhes grande valor e preservaram-nas com todo cuidado. Logo depois grupos de convertidos vizinhos desejaram ter cópias, e foi assim que as cartas de Paulo começaram a circular. A necessidade de ensinar novos convertidos e o desejo de relatar o testemunho dos primeiros discípulos em relação a vida e os ensinamentos do nosso Senhor também levaram à escrita dos Evangelhos.

Eles constituem uma fonte inestimável de informações sobre Jesus e seus ensinamentos. Estes manuscritos passaram a ser muito solicitados a medida em que as igrejas cresciam e se espalhavam. Outras cartas, exortações, sermões, e manuscritos cristãos semelhantes também passaram a circular.

O mais antigo fragmento do Novo Testamento hoje conhecido é um pequeno pedaço de papiro escrito no início do segundo século A.D. Ele contém algumas palavras de João 18:31-33, no verso contém palavras dos versículos 37 e 38. Nos últimos cem anos descobriu-se uma quantidade considerável de papiros contendo o Novo Testamento e o texto em grego do Antigo Testamento.

Estes manuscritos daqueles primeiros tempos revelam muito aos estudiosos sobre a vida na época em que o Novo Testamento foi escrito, e sobre os primeiros textos da Bíblia.

Outros Manuscritos 

Além dos livros que compõem o nosso atual Novo Testamento, havia outros que circularam nos primeiros séculos da era cristã, como as Cartas de Clemente, o Evangelho de Pedro, o Pastor de Hermas, e o Didache (ou Ensinamento dos Doze).

Durante muitos anos, embora os evangelhos e as cartas de Paulo fossem aceitos de forma geral, não foi feita nenhuma tentativa de determinar quais dos muitos manuscritos eram realmente autorizados.

Entretanto, gradualmente o julgamento das igrejas, orientado pelo Espírito de Deus, reuniu a coleção das escrituras que constituíam um relato mais fiel de Jesus, Sua vida, Sua autoridade e Sua influência. No quarto século registrou-se um comum acordo entre os concílios das igrejas, e o Novo Testamento foi constituído.

Os dois manuscritos mais antigos da Bíblia em grego podem ter sido escritos naquela ocasião – o grande Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus. Estes dois inestimáveis manuscritos contém quase a totalidade da Bíblia em grego. Ao todo temos aproximadamente vinte manuscritos do Novo Testamento escritos nos primeiros cinco séculos.

Quando Teodósio proclamou e impôs o cristianismo como única religião oficial no Império Romano no final do quarto século, surgiu uma demanda nova e mais ampla por boas cópias de livros do Novo Testamento.

É possível que o grande historiador Eusébio de Cesaréia tenha conseguido demonstrar ao imperador o quão danificados e usados já estavam os livros dos cristãos, porque o imperador encomendou cinqüenta cópias grandes para as igrejas de Constantinopla. É provável que esta tenha sido a primeira vez em que o Antigo e o Novo Testamentos foram apresentados em um único volume, agora denominado Bíblia.

A primeira Bíblia em português 

Os mais antigos registros de tradução de trechos da Bíblia para o português são do final do século XV, 1495, porém dezenas de anos se passaram até que a primeira versão completa estivesse disponível, em 3 volumes, em 1753.

Em 1628, nascia, em Portugal, João Ferreira de Almeida. Aos quatorze anos, aconteceram sua conversão ao protestantismo e sua ida para Malásia. Dois anos depois, João F. Almeida iniciou um trabalho de tradução do Novo Testamento, baseado nas versões em italiano, espanhol e latim. Essa versão nunca foi publicada, mas o desejo de aprimorar sua obra levou João Ferreira de Almeida a ser ordenado em 1656 e ao estudo do hebraico e grego.

O Padre João Ferreira de Almeida, título dado aos pregadores religiosos na época, cuidava de algumas igrejas na região da Malásia e Índia. Junto com sua esposa enfrentou situações difíceis na região. Em 1663, Almeida iniciou a tradução do Novo Testamento direto do grego. Embora o seu trabalho com o grego tenha terminado somente treze anos depois, durante esse período ele iniciou também a tradução do Antigo Testamento a partir dos originais em hebraico.

Em 1681, foi publicada na Holanda a tradução de Almeida do Novo Testamento, porém foi logo recolhida, pois apresentava erros tipográficos e um trabalho urgente de revisão era necessário. Uma nova impressão foi finalmente feita doze anos depois, em 1693.

João Ferreira de Almeida não chegou a ver o Novo Testamento revisado ser impresso pois faleceu em 1691, na ilha de Java, sem terminar também o Antigo Testamento, seu trabalho chegou só até o Livro de Ezequiel.

A tradução do Antigo Testamento foi terminada por Jacobus Akker em 1694, mas problemas de revisão novamente atrasaram a publicação do trabalho. Cinqüenta quatro anos depois, em 1748 foi publicada, na Holanda, o primeiro volume do Antigo Testamento, e em 1753 o segundo volume do trabalho iniciado por Almeida.

A primeira impressão da Bíblia completa, em português, em um único volume, aconteceu em Londres, em 1819, com a versão de João Ferreira de Almeida..

No final do século XIX foi feita uma grande revisão na Versão de Almeida. Esse trabalho é conhecido como Bíblia na Versão Revista e Corrigida de Almeida. Embora com palavras bem eruditas e construções gramaticais de difícil compreensão, ainda é uma versão muito apreciada hoje em dia.

Na década de 40 do nosso século, uma comissão de especialistas passou anos revendo a tradução e foi publicada aVersão Revista e Atualizada de Almeida (1ª edição), a Versão mais lida e conhecida da Bíblia no Brasil.

Essas duas versões, a Revista e Corrigida (RC) e Revista e Atualizada (RA), passaram recentemente por atualizações gramaticais pela Comissão de Tradutores da Sociedade Bíblica do Brasil. Atualmente, essas Versões são conhecidas como:

Versão de Almeida Revista e Corrigida, 2ª edição (1995) e

Versão de Almeida Revista e Atualizada, 2ª edição (1993)

 

Outras Traduções da Bíblia em Português

Além do trabalho de Almeida, outras traduções ficaram conhecidas no Brasil.

Versão de Figueiredo, feita, a partir da Vulgata, pelo Padre católico Antônio Pereira de Figueiredo e publicada em 7 volumes, em 1790, depois de dezoito anos do início do trabalho.

 

Versão Brasileira, iniciada em 1902 e terminada em 1917, feita a partir dos originais, produzida por uma comissão de especialistas e com a colaboração de alguns ilustres brasileiros como consultores dessa comissão. Entre eles: Rui Barbosa, José Veríssimo e Heráclito Graça. Está sendo revisada atualmente para reimpressão pela Sociedade Bíblica do Brasil.

Versão de Matos Soares, feita em Portugal, publicada pela primeira vez em 1932.

Versão dos Monges Beneditinos, feita a partir das línguas originais para o francês, na Bélgica, traduzida do francês para o português e publicada em 1959.

Versão dos Padres Capuchinhos, feita a partir das línguas originais para o português, no Brasil, e publicada em 1968.

Bíblia na Linguagem de Hoje

Bíblia de Jerusalém, feita a partir dos originais para o francês, na Bélgica, traduzida para o português e publicada em 1976.

Bíblia Vozes, traduzida por uma comissão da Igreja Católica, a partir dos originais para o português, e publicada em 1982.

 

 

Fonte: Mais Relevante

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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