A libertação de Cristo para “cobaias” e amantes

Por Davi Caldas

No norte do Brasil, região onde me encontro até quando Deus quiser, o que mais faz sucesso nas paradas musicais é brega, tecnobrega e sertanejo universitário. Onde quer que eu passe, ouço músicas do gênero. Resultado: acabei prestando atenção a algumas letras. E cheguei a uma conclusão: produtores musicais desses estilos estão investindo bastante em letras para mulheres trouxas, cornas e adúlteras. Vou compartilhar apenas três das mais famosas:

“Você tem um emprego pra mim? Olha aí
Qualquer coisa que
Que me mantenha perto de você
Posso fazer
Cafuné no cabelo
Vigio o seu sono, sei lá
Até provo o seu beijo
Pra ver se a barba vai me arranhar
Eu posso ser fiscal do seu olhar
Nem precisa pagar

Pego sua toalha
Pra quando você sair do banho
Posso ser a cobaia
Pra quando você fizer seus planos

Quando for beijar alguém
Testa esse beijo em mim
Antes de amar, meu bem
Testa esse amor em mim

Me prenda, me abraça e não saia
Aceito esse emprego de cobaia
Me prenda, me abraça e não saia
Aceito esse emprego de cobaia”
(“Cobaia”, Launa Prado)

“Você já conhece todos os defeitos dela
Foi por isso que você largou pra ficar comigo
Tá mais que provado que não vai dar certo com ela
Outra vez você vai sair no prejuízo

Mas eu te entendo bem
Sei que você tem medo
De apostar no novo
E assumir nosso desejo

Não posso interferir
Na sua decisão
Mas de nós dois
Eu não abro mão

Quer ficar com ela, fica
Mas fique sabendo
Que eu vou ser seu caso pro resto da vida”
(“Não abro mão”, Maiara e Maraísa)

“No começo, eu entendia
Mas era só cama, não tinha amor
Lembro quando você dizia
Vou desligar porque ela chegou

E a gente foi se envolvendo, perdendo o medo
Não tinha lugar e nem hora pra dar um beijo
Coração não tá mais aceitando
Só metade do seu: Te amo

É uma ciumeira atrás da outra
Ter que dividir seu corpo e a sua boca
Tá bom que eu aceitei por um instante
A verdade é que amante não quer ser amante”
(“Ciumeira”, Marília Mendonça)

Aqui vão algumas perguntas para reflexão. Será que esses shows, onde o público feminino canta com tanta emoção essas músicas, não há nenhuma mulher nessa condição? Vivendo como cobaia de um homem promíscuo, aceitando ser amante, se sujeitando a dividir um homem com outras, se rebaixando a ser só um caso, sofrendo “ciumeira” por ter escolhido um homem casado, etc. Mais: será que não tem, entre esse público, mulheres que estão a ponto de entrar numa dessas situações? Ou ainda: mulheres que estão pensando se saem de uma situação dessas ou permanecem?
Eu tenho certeza que há todos esses casos. Então, não é difícil concluir que tais músicas vão soar como incentivo para essas mulheres seguirem em frente numa vida de humilhação, adultério e ciúmes. 

É claro que a letra de uma música não é determinante para que alguém tome suas decisões. Mas elas podem influenciar. Pense: sou fã de um cantor e minha moral não é sólida o suficiente para decidir fugir dessas situações. Minhas emoções tem mandado mais em mim que minha razão. Então, ouço músicas que gosto do meu cantor favorito, em momentos de êxtase, com minhas emoções à flor da pele, me dizendo em suas letras que ser corna, trouxa e adúltera é algo viável e até poético. No mínimo, minhas emoções vão tender para esse lado.

Isso nos leva a outra questão: são as letras que criam trouxas ou a existência de trouxas é que dita a produção dessas letras? Os produtores criam um publico ou servem um público já existente?
Eu diria que as duas coisas. Há uma dialética. Produz-se músicas assim porque já existe público que concorda com essas mensagens. Isso mostra que os valores foram se degradando ao longo das últimas décadas. Uma música com esse teor não seria bem aceita há cem anos. Por outro lado, por meio do movimento gradual, as músicas (bem como roupas, filmes, etc) podem moldar públicos, criando pessoas cada vez mais receptivas a degradações maiores.

E qual seria a razão para que produtores queiram isso? A espiritual você sabe. O ser humano é carnal, inclinado à imperfeição. E os demônios estão aí para estimular isso também. Assim, produtores e ouvintes desejam safadeza. A razão mais prática, por sua vez, é dinheiro. Explorar os desejos sórdidos do ser humano dá dinheiro. E tudo o que um produtor quer é dinheiro. Muito dinheiro.

Em suma, tanto para Satanás e seus demônios quanto para os produtores musicais, é bom que homens e mulheres sejam safados, adúlteros, cornos e trouxas. Por isso investe-se tanto na boa imagem dessas celebridades. Simpatia, beleza, envolvimento em campanhas de caridade e, claro, discurso politicamente correto. A imagem é tão boa para o mundo não cristão que os próprios artistas crêem que são paladinos da justiça e da luz. “Salve a Amazônia!”, “Contra a homofobia!”, “Contra o racismo!”, “Pelos refugiados!”, “Contra o machismo!”, “Pelas mulheres!”.

Pelas mulheres… Aqui chegamos ao paradoxo. Não raro as mesmas pessoas que se dizem pelas mulheres cantam, ouvem e apoiam músicas que rebaixam as mulheres a meros objetos sexuais e joguetes dos homens. Para além das músicas que citei nesse texto, os funks brasileiros modernos, muito pop americano e muito hip hop estão aí para confirmar. A mulher é a cadela, é a ‘novinha’ a satisfazer os promíscuos, é a vadia de uma noite, é a corna, a trouxa, a cobaia, a rodada.

Nesse momento, me pergunto onde estão os protestos do feminismo. O silêncio é ensurdecedor. Enquanto produtores fazem músicas que estimulam mulheres a se rebaixarem, darem moral para homens safados e a destruírem famílias, e mulheres consomem alegremente esse esterco, feministas se esmeram em combater seus moinhos de vento.

Talvez você seja uma mulher (ou homem) que se encontra numa das situações descritas nessas músicas. Se sujeitando a ser amante ou cobaia de alguém promíscuo; ouvindo falsas promessas; buscando num homem (ou mulher) sem caráter dar sentido à sua vida vazia. Se sim, acredite: não é no adultério e nesse tipo de humilhação que você encontrará paz, alegria e sentido. E não é nas celebridades que exaltam a promiscuidade e a idolatria a uma “paixão”, ou nas feministas que ensinam uma vida devassa, que você achará respostas para seus dilemas.

Você não nasceu para ser objeto sexual nas mãos de um covarde, nem para destruir famílias, nem para se guiar por celebridades e produtores musicais que só querem seu dinheiro e aplauso. Sua vida vale mais que isso. Vale o sangue de Cristo Jesus, o Deus Criador que se fez homem para morrer no lugar da humanidade. Ele morreu para pagar nossos adultérios, nosso egoísmo, nossas idolatrias, nossa miséria espiritual. E ressuscitou para nos dar verdadeira vida e sentido, para nos levantar de um mar de pecados e retirar nosso vazio.
É apenas em Cristo, portanto, que você achará alegria e liberdade genuína. Porque ele nos liberta da escravidão ao pecado.

Ao contrário das músicas que vimos nesse texto, Jesus oferece ainda o padrão de alegria e paz que ele almeja para nós. Por exemplo, lemos em Efésios:

“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne” (Ef 5:25-31).

Jesus não quer você se sujeitando a qualquer um. Ele quer te dar um homem honrado, que te ama ao ponto de morrer por você.

“Maridos, amai as vossas mulheres e não as trateis com amargura” (Cl 3:19).

Jesus quer que você se case com um homem que não te trate mal.

“[…] o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança. […] Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o Senhor dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis” (Ml 2:14-16).

Jesus quer que você case com um homem fiel.

“Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações” (I Pd 3:7).

Jesus deseja que você case com um homem que saiba considerar sua maior sensibilidade e fragilidade. E que saiba que as orações dele não serão ouvidas se ele fizer diferente.

“Bebe a água da tua própria cisterna, e das correntes do teu poço. Derramar-se-iam as tuas fontes para fora, e pelas ruas os ribeiros de águas? Sejam para ti só, e não para os estranhos juntamente contigo. Seja bendito o teu manancial; e regozija-te na mulher da tua mocidade. Como corça amorosa, e graciosa cabra montesa saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê encantado perpetuamente. E por que, filho meu, andarias atraído pela mulher licenciosa, e abraçarias o seio da adúltera?Porque os caminhos do homem estão diante dos olhos do Senhor, o qual observa todas as suas veredas. Quanto ao ímpio, as suas próprias iniqüidades o prenderão, e pelas cordas do seu pecado será detido. Ele morre pela falta de disciplina; e pelo excesso da sua loucura anda errado” (Pv 5:15-23).

Jesus quer que você case com um homem que se delicie no seu corpo e só no seu.

“O marido dê à mulher o que lhe é devido, e do mesmo modo a mulher ao marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido; e também da mesma sorte o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não vos negueis um ao outro, senão de comum acordo por algum tempo, a fim de vos aplicardes à oração e depois vos ajuntardes outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência” (I Co 7:3-5).

Jesus quer que você tenha um casamento em que haja fidelidade mútua e vida sexual ativa.

“Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros” (Hb 13:4).

Jesus quer que você tenha um casamento puro, sem adultério e infidelidade.

Sim, é verdade que a Bíblia também fala que a mulher deve ser submissa ao esposo. Mas essa submissão está sempre ligada à ideia de um marido fiel, amoroso e que morre pela esposa se preciso. E é esse marido que a Bíblia orienta buscar. Ela diz:

“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos?” (II Co 6:14-16).

Se queremos segurança, devemos procurar alguém que ame a Deus e seus preceitos. E, claro, devemos ser pessoas que amam a Deus e seus preceitos. Assim, também daremos segurança a quem escolhermos como cônjuge. Às mulheres, a Palavra ainda dirá:

“Mulher virtuosa, quem a achará?
O seu valor muito excede o de finas joias. O coração do seu marido confia nela, e não haverá falta de ganho.  Elal faz bem e não mal, todos os dias da sua vida” (Pv 31:10-12).

“Disse mais o Senhor: ‘Far-lhe-ei [para o homem] uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 3:18).

Assim, a mulher deve desejar para si um homem fiel, virtuoso, que ama a Deus e a guiará; e deve se preparar todos os dias para ser uma mulher virtuosa, fiel, confiável, auxiliadora, trabalhadora, respeitosa, que ama a Deus e que aceitará ser guiada.

A submissão nesse contexto é diferente da que o mundo oferece. O mundo te oferece um emprego de cobaia de um cretino, a posição de amante de um impio. Cristo te oferece a posição de auxiliadora de um homem honrado, de amada por alguém que será um sacerdote do lar. Ele te oferece um homem que não será um banana, nem um autoritário enquanto, claro, estiver debaixo dos preceitos divinos. E permanecendo os dois em Cristo, nem a mulher será independente do homem, nem o homem da mulher, pois tudo vem de Deus (I Co 11:11-12).

Você quer paz, alegria e sentido? Em primeiro lugar, não procure essas coisas em paixões. Nenhum homem ou mulher te dará essas coisas. Procure em Cristo, em uma relação profunda com Ele de oração, louvor, estudo da Bíblia e exercício do amor verdadeiro.

Em segundo lugar, passe a aplicar os princípios de Cristo em sua busca por um amor que possa se tornar seu cônjuge para sempre. Não aceite ser cobaia, amante, corna, trouxa, destruidora de famílias e escrava do pecado. Aceite hoje a liberdade que Cristo oferece.

 

Fonte: Reação Adventista

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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