Débora: Instrumento nas Mãos de Deus

Quero convidar você para fazer comigo uma viagem imaginária até a Terra de Israel, na época dos juízes. Vamos conhecer de perto a vida de Débora, mulher de Lapidote, que foi profetisa e juíza naqueles dias. “Débora foi a única mulher das Escrituras elevada a um alto cargo político por seu próprio povo” (A Bíblia da Mulher, p. 321).

Nessa época, a forma de governo dos israelitas era teocrática. O Senhor Deus era o Chefe da nação e os sacerdotes, da linhagem de Levi, intercediam perante Deus em favor do povo. Eles também ensinavam o povo a guardar a Lei de Deus. (Ver Davis, John D., Dicionário da Bíblia, p. 587, 522.) Nesse período em que Débora foi juíza, o sacerdócio, que deveria representar a Deus, não estava cumprindo Fielmente seu papel e o exército não tinha condições de defender as fronteiras do país.

Na cidade de Hazor, bem ao norte, fazia vinte anos que Jabim, rei de

Canaã, governava e maltratava a nação de Israel, sem dó nem piedade. O povo pecara contra Deus e sofria nas mãos de Jabim. Mas nosso Deus é um Pai misericordioso. Foi só o povo pedir socorro e Ele logo tomou providências para ajudar.

Encontro de Débora com Baraque – Baraque era um forte comandante militar. Certo dia, Débora mandou chamá-lo. Ele morava na cidade de Quedes, bem ao norte, no território da tribo de Naftali. Ainda assim, foi atendê-la prontamente. Cheguemos mais perto para ouvir a conversa entre eles: Débora diz a Baraque que ele deveria escolher dez mil homens das tribos de Naftali e Zebulom e levá-los ao monte Tabor. Ela diz: “Sísera, comandante do exército de Jabim, vai com os seus soldados até o rio Quisom para lutar contra você.” Ela prossegue dizendo que Deus daria a vitória sobre os cananeus.

Mesmo ouvindo tudo o que Débora falou, Baraque não se sentiu seguro. Ele sabia que Sísera tinha novecentos carros de ferro e um poderoso exército. Ele respondeu: “Só irei se você for comigo. Se você não for, eu também não vou.” Por que Baraque exigiu a presença de Débora na guerra? Teria ele pensado que, por si só, não podia manter o ânimo dos seus homens? Ou por acreditar que a presença de Débora no campo de batalha serviria como prova de que aquele perigoso empreendimento correspondia, de fato, à vontade divina? Talvez Baraque desejasse que todos entendessem que a profetisa devia iniciar a campanha militar, e não ele. Baraque preferiu o papel mais humilde. Ele saiu da liderança e se colocou abaixo da autoridade de uma mulher a quem Deus inspirou. (Ver Comentário Bíblico Adventista [em espanhol], v. 2, p. 330.)

Débora concordou em ir com ele, mas afirmou que as honras da vitória não seriam de Baraque, e sim, de uma mulher. Ela não estava falando de si mesma, mas de Jael, que, por fim, matou Sísera. Então, Débora seguiu com Baraque e seus dez mil homens para o monte Tabor.

Encontro do exército de Baraque com o de Sísera – Débora reafirmou a Baraque que o Senhor lhe daria a vitória sobre Sísera. Desse modo, ele desceu a encosta do monte Tabor com seus dez mil homens. A terra tremeu. Chovia torrencialmente. O rio Quisom transbordou. O chão argiloso se transformou em lama. Houve grande confusão. Os inimigos de Israel não conseguiam fugir porque os carros ficavam atolados. Sísera foi obrigado a fugir a pé e seu exército foi destruído.

Alcançada a vitória, Débora e Baraque entoaram um cântico de louvor a Deus, descrevendo os acontecimentos que resultaram em triunfo para toda a nação.

“Ao que parece, Débora era uma dona de casa quando foi escolhida para servir à sua nação, Não sendo de linhagem aristocrática, ela é identificada apenas como a mulher de Lapidote” (A Bíblia da Mulher, p. 321).

Você conhece alguém que se inquieta ao cumprir somente os simples deveres do dia-a-dia? Esse texto pode ajudar: “As tarefas mais comuns, executadas com amorável fidelidade, são belas à vista de Deus” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 219).

Você percebeu que Débora saiu de sua casa e foi com Baraque em direção ao norte (região de Naftali), montou uma estratégia de guerra, subiu o monte Tabor e acompanhou o exército de Baraque até perto do rio Quisom, onde foi travada a batalha? Você teria coragem de fazer tudo isso? Caso sim, por quê? A única resposta possível está na Bíblia: “Porque para Deus nada é impossível” (Lc 1:37).

Débora e Baraque não permitiram pensamentos de competição entre eles. É possível trabalhar assim, para Deus, ainda hoje? Como você interage com seus colaboradores quando se encontra numa posição de liderança? Você conhece o segredo. Então, cante: “Em Tuas mãos; quero, ó Deus, me colocar em Tuas mãos. Esta é minha oração, ter a vida em Tuas mãos; toma, pois, meu coração em Tuas mãos” (Hinário Adventista, n° 480).

Texto de autoria de Áurea Soares, educadora e palestrante, publicado na Revista Adventista de Março/2009.


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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