A importância da missão do anjo portador do evangelho eterno (Apocalipse 14:6) só pode ser plenamente compreendida se considerarmos a natureza e a magnitude do pecado e o alto preço que ele exigiu.
Antes de tudo, é preciso observar que Deus não é responsável pelo pecado.
O astuto inimigo da verdade tem induzido homens e mulheres a olharem para Deus como o autor do pecado, do sofrimento e da morte.
De fato, a influência do pensamento gnóstico renascido na cultura pós-moderna tem desempenhado precisamente esse papel: representar o Criador como uma entidade do mal, responsável pela presente condição humana (para entender como isso se reflete no cinema, clique aqui).
Longe de Deus o praticar ele a perversidade, e do Todo Poderoso o cometer injustiça. (Jó 34:10)
Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto. (Deuteronômio 32:4)
Pois tu não és Deus que se agrade com a iniquidade, e contigo não subsiste o mal. (Salmo 5:4)
Tiago enfatiza e esclarece esta verdade unânime das Escrituras ao declarar:
Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. (Tiago 1:13-14)
O texto inspirado de Tiago ensina três coisas importantes:
- é inconcebível que Deus seja tentado pelo mal;
- é impossível, portanto, que Ele induza alguém a pecar;
- consequentemente, o homem é responsável por seus próprios pecados, tendo em vista as más tendências de seu coração, ou seja, a própria concupiscência dentro de si que o atrai e o leva a pecar.
Nosso Senhor também se referiu a essa natureza íntima do pecado ao afirmar:
Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. (Mateus 15:19)
Tudo isso significa que, a despeito das hostes do mal instigarem ao pecado (Efésios 6:12; I Tessalonicenses 3:5), como entidade moral livre, o homem é responsável se voluntariamente permite que as tentações estimulem seu desejo inerente de satisfazer a própria vontade, em detrimento da vontade de Deus (ver Gênesis 4:7).
Deus não é o inimigo a ser derrotado
O interesse e a iniciativa redentora de Deus em favor dos seres humanos é uma viva demonstração de que Ele não é o causador do pecado.
O plano divino de redenção, em torno do qual giram todas as demais verdades das Escrituras, testifica do grande propósito de Deus de reverter tudo o que o pecado danificou, restaurando no homem a imagem do Criador conforme revelada no caráter e na vida de Jesus.
Certamente não há maior revelação do caráter de Deus e de como Ele vê Suas criaturas do que no sofrimento e morte vicária de nosso Salvador.
Em Cristo, aprendemos que Deus não é a fonte do pecado, e sim o diabo, que peca desde o princípio (João 8:44). Para isto Cristo Se manifestou: para destruir as obras do diabo (I João 3:8).
A fim de desmascarar o engano pelo qual o tentador atribui a Deus a miséria resultante da queda de Adão e Eva, nosso Redentor “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.” (Filipenses 2:7-8).
Revestido da natureza humana, porém sem pecado, Jesus Cristo enfrentou toda provação a que estamos sujeitos (Hebreus 2:17; 4:15), e a venceu no poder que Lhe foi concedido pelo Pai. Sua vida é um poderoso testemunho do caráter de Deus e uma prova de que todo homem pode vencer como Ele venceu, se decidir aceitá-lO e seguir os Seus passos.
Tendo em mente esta certeza, vamos considerar em nossas próximas postagens o que a Bíblia diz a respeito do pecado e como Deus está determinado a resolver esse problema.