Graça Viva – Transformados pela Contemplação

Quando permitimos que Jesus seja nosso Senhor, Ele opera mudanças em nossa vida. A graça – o amor salvífico de Deus – nos transforma à medida que caminhamos com Cristo diariamente.

O apóstolo Paulo escreveu: “A graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a Si mesmo Se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para Si mesmo, um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras” (Tt 2:11-14).

Essa passagem estabelece a essência de uma vida regida pela graça divina. Tudo se torna diferente – nossas escolhas, nossa esperança e nossa motivação.

Todos os dias somos confrontados com escolhas. Estamos inseridos no mundo, que nos apresenta “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2:16). Mas a graça nos ensina a dizer “não”! Ela nos orienta a fazer a melhor escolha: seguir o caminho de Cristo. Além disso, a graça nos sustenta enquanto aguardamos a vinda de Jesus. Não sabemos quando Ele virá, mas podemos estar certos de que voltará, porque Ele assim o prometeu: “Voltarei e vos receberei para Mim mesmo” (Jo 14:3). Já nesta vida, Ele preenche nosso coração com paz e alegria, mas o melhor irá acontecer quando O virmos face a face. Assim, Sua graça nos motiva a ser tudo o que Ele espera que sejamos: pessoas purificadas, que pertencem a Deus e desejam fazer o que é bom.

Deus ordenou ao povo de Israel no deserto: “E Me farão um santuário, para que Eu possa habitar no meio deles” (Êx 25:8). A glória do shekinah entre os querubins, no lugar santíssimo do tabernáculo, demonstrava que Ele havia cumprido Sua promessa: de fato, o Senhor habitava entre Seu povo.

O desejo de Deus – Deus deseja habitar entre Seu povo. Não temos um santuário no deserto, nem um belo templo em Jerusalém, mas dispomos de um modo maravilhoso para conhecer a presença de Deus conosco. O grande EU SOU, Criador do Universo, agora Se sujeita a morar dentro de nós! Não mais em uma tenda, não mais em um templo feito de ouro, prata e pedras preciosas, mas em um corpo! “Acaso,não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?”, interroga o apóstolo Paulo. E acrescenta: “Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1Co 6:19, 20).

O modo pelo qual Deus pode habitar dentro de nós é um mistério que pode ser descrito na frase: “Cristo em vós, a esperança da glória” (Cl 1:27). Mas todo homem ou mulher, menino ou menina que tenha aceitado a Jesus como Salvador e Senhor, sabe que isso é verdadeiro. Jesus é tão real quanto nosso melhor amigo. De fato, Ele é nosso melhor amigo.

Por isso, devemos honrar a Deus em tudo o que fazemos. Nosso corpo não é apenas um templo vivo. É também um sacrifício vivo oferecido em adoração e louvor ao Senhor, cuja graça nos salvou. “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm 12:1, 2).

Não apenas individualmente somos templo do Espírito Santo. É desígnio de Deus que Seu povo, coletivamente, seja um santo lugar de habitação, onde Sua presença é manifestada. “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruiro santuário de Deus, Deus o destruirá;
porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado”, escreveu Paulo (1Co 3:16, 17).

Deus espera que a igreja seja um reflexo de Sua santidade. Ela deve ser uma projeção cósmica do amor, sabedoria e graça de Deus. Este é um elevado ideal!

Sobre esse tema, Pedro afirmou: “Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1Pe 2:5). Na antiguidade, o templo em Jerusalém era algo espetacular, que maravilhava as pessoas de perto e de longe. Esse é o tipo de testemunho que
Deus espera de Sua igreja nesses últimos dias da história da Terra – algo que chame a atenção das pessoas para Jesus.

A glória da igreja não consiste em templos magníficos e acomodações caras. Nossas casas de adoração devem ser atrativas de modo a representar a realidade de que Deus habita conosco. Mas nunca podem nos fazer cair na armadilha do orgulho e ostentação mundana. A glória da igreja consiste nas pessoas que congregam ali, na sinceridade da devoção e louvor ao Senhor, e no amor e aceitação que demonstramos uns aos outros.

Avançando com humildade – Embora nossa Igreja tenha iniciado da maneira mais humilde possível, nascida de um pequeno grupo de fiéis que permaneceram firmes após o grande desapontamento, hoje nos espalhamos até os confins da Terra. Atualmente, contabilizamos mais de 17 milhões de membros batizados. E todo ano, um milhão de pessoas, ou mais, elevam essas estatísticas. Administramos mais de 100 universidades e instituições de ensino superior, além de hospitais, clínicas e editoras.

Louvo a Deus pelo que Ele fez e continua fazendo em nosso meio. Que toda a glória e louvor sejam dados a Ele. Contudo, devemos estar alerta para que não aconteça de falarmos frases piedosas, enquanto em nosso coração começamos a pensar como Nabucodonosor: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei?” (Dn 4:30).

Quando alguém entra numa igreja adventista, o que encontra? Será que essa pessoa sente de imediato que Deus está presente ali? Será que ela se sente aceita, acolhida e recebida de forma amigável pelos santos? Ouvirá ela a Palavra de Deus sendo pregada do púlpito? Encontrará uma mensagem que exalte a Cristo, com ênfase na graça, salvação e esperança?

Meu coração treme quando penso no quanto falhamos naquilo que demonstramos por meio de nossas ações. Fazemos belas orações e cantamos lindos hinos. Mas, frequentemente, a ostentação orgulhosa, um desejo de impressionar os outros e sentimentos repulsivos em relação a diferenças étnicas, de gênero, de nível educacional ou classe social prejudicam nossa mensagem como povo remanescente de Deus.

A Igreja é preciosa aos olhos de Deus. É o palco de Sua atividade, onde a graça viva é demonstrada ao mundo por meio do corpo de crentes. “Cristo amou a igreja e a Si mesmo Se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a Si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5:25-27).

Ellen G. White também ofereceu muitos conselhos sobre o ideal de Deus para a igreja: “A Igreja é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. Foi organizada para servir, e sua missão é levar o evangelho ao mundo. Desde o princípio tem sido plano de Deus que através de Sua igreja seja refletida para o mundo Sua plenitude e suficiência. Aos membros da igreja, a quem Ele chamou das trevas para Sua maravilhosa luz, compete manifestar Sua glória. A igreja é a depositária das riquezas da graça de Cristo; e pela igreja será a seu tempo manifesta, mesmo aos ‘principados e potestades nos Céus’ (Ef 3:10), a final e ampla demonstração do amor de Deus” (Atos dos Apóstolos, p. 9).

“Fraca e defeituosa como possa parecer, a igreja é o único objeto sobre que Deus concede em sentido especial Sua suprema atenção. É o cenário de Sua graça, na qual Se deleita em revelar Seu poder de transformar corações” (ibid., p. 12).

Em outras obras, Ellen G. White escreveu que a igreja permanece no coração de Deus (Serviço Cristão, p. 243); é um “tesouro que encerra Suas joias” (Testemunhos Para Igreja, v. 6, p. 261); é “a fortaleza de Cristo em um mundo revolto” (Medicina e Salvação, p. 89); é “Sua representante na Terra” (Atos dos
Apóstolos, p. 122); é “para Deus o objeto mais querido na Terra” (A Igreja Remanescente, p. 16); é “propriedade de Deus” (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 19).

Que privilégio é fazer parte da família de Deus na Terra! Nunca deveríamos tratar a questão de pertencer à igreja de forma inconsequente, como se ela fosse
um clube ao qual escolhemos nos associar ou dele nos afastar.

Jesus, nosso grande sacerdote no santuário celestial, é Senhor da igreja. Enquanto Ele ministra nos altos Céus em nosso favor, a cada momento sejamos submissos à Sua graça transformadora, glorificando a Cristo no templo, que é o nosso corpo e construindo a igreja, “a qual é o Seu corpo” (Ef 1:23).

William G. Johnsson, Ph.D., foi por muitos anos editor de Adventist Review e Adventist World. Jubilado, trabalha como assistente do presidente da Associação Geral para assuntos interdenominacionais.

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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