A pauta da semana é o sacrifício de Cristo por nós. Todos os anos a comunidade cristã lembra nessa época desse ato de amor do Criador.
Antes de tudo, vejo o sacrifício de Cristo como a maior manifestação de obediência que a criação já viu. Jesus, sabendo do sofrimento futuro, ofereceu a sua vida em amor da humanidade caída, obedecendo ao plano de redenção do Pai.
Qual é o cerne dessa história? Ele morreu, ressuscitou e trouxe significado para a palavra “esperança”. Antes disso a palavra “esperança” poderia ser resumida na expectativa de bons tempos, mas, após isso, Ele passou a dar vida à esperança. Cristo personificou a esperança. Ele tornou-se a Esperança Viva!
Você pode se perguntar: há algo mais importante nesse enredo? A resposta é simples: Não! A consequência salvífica do sacrifício é o mais importante nisso tudo. Porém, nos meandros dessa história existem detalhes importantes, detalhes que “linkam” a palavra “esperança” com a palavra “obediência”.
O primeiro deles é: por obediência ao Pai, Cristo presenteou a humanidade com graça, salvação e, consequentemente, com esperança. Apenas através de Jesus Cristo podemos ter esperança de nos livrarmos da condição de pecadores.
A ressurreição no domingo é outro detalhe que aflora como um grande símbolo de obediência, detalhe que passa despercebido na maioria das narrativas humanas sobre a morte do nosso Senhor. Qual o significado desse detalhe? A resposta nós encontramos em Lucas 23:49-56:
“E todos os seus conhecidos e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galileia estavam de longe vendo essas coisas. E eis que um homem por nome José, senador, homem de bem e justo (que não tinha consentido no conselho e nos atos dos outros), natural de Arimateia, cidade dos judeus, e que também esperava o Reino de Deus, este, chegando a Pilatos, pediu o corpo de Jesus. E, havendo-o tirado, envolveu-o num lençol e pô-lo num sepulcro escavado numa penha, onde ninguém ainda havia sido posto. E era o Dia da Preparação, e amanhecia o sábado. E as mulheres que tinham vindo com ele da Galileia seguiram também e viram o sepulcro e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos e, no sábado, repousaram, conforme o mandamento.”
Não só Maria, José de Arimateia e as mulheres repousaram no sábado, mas Jesus também descansou no Sábado de sua morte. Sim, O Filho do Homem mostrou a toda a humanidade que nem a morte é capaz de quebrar uma aliança firmada pelo Eterno. A obediência aos mandamentos de Deus não respeitou os limites impostos pela morte. Não havia nenhum impedimento para que Cristo ressuscitasse no Sábado, mas, para dar exemplo de obediência a toda criação, Ele descansou.
Há um elo muito importante que liga esses detalhes do calvário. Obediência e esperança hoje andam juntas porque Cristo amou o seu Pai em sua eternidade. Como o próprio Jesus disse: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor” (João 15:10). Foi pela obediência a Deus que Jesus Cristo permaneceu em seu amor mesmo na morte.
Esperança, obediência, sacrifício, fé, graça e outros tantos elementos fizeram parte da morte de Jesus, mas como o apóstolo Paulo bem diz: nenhuma delas é maior do que o amor. A aliança sabática, obviamente, não é mais importante do que o sacrifício de Cristo. Como já havida dito, a obediência é um detalhe, consequência do amor a Deus. Portanto, seja sábio em louvar o sacrifício e a aliança, nesta ordem. É pelo sacrifício que será cumprida a promessa registrada em Isaías 66:23: “[…] E desde um sábado até o outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR”.
Ellen White diz, em Testemunho Seletos, V. 2, que “Bom seria passar cada dia uma hora de reflexão, recapitulando a vida de Jesus da manjedoura ao Calvário”. Essa reflexão, todavia, passa quase despercebida por conta das tribulações dessa vida. É natural que o Calvário seja mais recorrente em nossa memória na Semana Santa. Bom mesmo seria se refletíssemos todos os dias, como afirma White. Mas, se não tem sido assim em sua vida, que ao menos nessa semana você reflita da manjedoura ao calvário e lembre-se: Você é a paixão de Cristo!
Ame a Deus, obedeça aos seus mandamentos, como Cristo obedeceu até à morte, e tenha esperança. Tenha A Esperança Viva no seu coração!
Por Arthur Rodrigues
Fonte: Reação Adventista