Tempos de Perigo – Como Viver em Paz em Meio à Violência !

Seis anos atrás, minha esposa, Augusta, e eu fomos assaltados em uma estrada por ladrões fortemente armados. Eles fugiram com alguns pertences nossos, mas tivemos a vida preservada pelo Senhor. Mais recentemente, assaltantes invadiram o campus de nossa Universidade Babcock, Nigéria, e saquearam o posto bancário. A presença do Senhor foi novamente sentida, quando um deles tentou atirar no segurança, usando um rifle AK-47. O atirador puxou o gatilho, mas a arma não disparou, o que aconteceu somente quando ele atirou para cima. Os ladrões fugiram com algum dinheiro, mas ninguém ficou ferido.

Sob influência das forças demoníacas, a violência aumentará à medida que nos aproximarmos do retorno de Cristo. A prática de atos desumanos aumentará. Como devemos enfrentar situações de prova com que às vezes nos deparamos? Para onde devemos correr, quando somos ameaçados com perigo de dano físico ou psicológico? Como Jesus administrou as provas em Sua vida?

Em paz, na tempestade

Certa ocasião, o Mestre estava em um barco em alto mar com Seus discípulos (Mc 4:35-41), e dormia tranqüilamente, quando se levantou um grande temporal. Ocupados em tirar a água que inundava o barco, os discípulos se perguntavam por que o Mestre não os acudia. “De repente, o clarão de um relâmpago penetrou nas trevas, e viram Jesus tranqüilamente adormecido, apesar do tumulto. Surpreendidos, exclamaram em desespero: Mestre, não se Te dá que pereçamos?’ Como podia Ele repousar assim tão serenamente, enquanto se encontravam em perigo, lutando contra a morte?” Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 334). Há ocasiões em que também nos sentimos como se o Mestre nos tivesse abandonado, deixando-nos a sós em nossas “tempestades”.

O que fazia com que Jesus dormissse durante a tormenta? A resposta reside na confiança que Ele tinha no poder de Sua palavra. “Naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes Jesus: Passemos para a outra margem” (Mc 4:35). Aquelas palavras eram suficientes para tranqüilizar alguém. Sempre que o Criador fala, tudo acontece justamente como Ele diz. “Os céus por Sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de Sua boca, o exército deles. […] Pois Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir” (SI 33:6, 9). “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que Se arrependa. Porventura, tendo Ele prometido, não o fará? Ou tendo falado, não o cumprirá?” (Nm 23:19).

A violência se manifesta de muitas formas diferentes em todo o mundo. Conflitos tribais causadores de morte e sérias feridas, bem como guerras religiosas e sectárias têm aumentado diariamente. Ataques terroristas a cidadãos inocentes, com militantes seqüestrando pessoas e exigindo dinheiro para resgatá-las, ocorrem em vários países. Com impressionante exatidão, Ellen White descreve nosso tempo: “Tudo no mundo está em agitação. Os sinais dos tempos são alarmantes. Os acontecimentos por vir projetam sua sombra diante de si. O Espírito de Deus está sendo retirado da Terra, e calamidade segue-se a calamidade em terra e mar. Há tempestades, terremotos, incêndios, inundações, homicídios de toda espécie. Quem pode ler o futuro? Onde está a segurança? Não há certeza em coisa alguma humana ou terrena” (Ibid, pág 636).

O poder da Palavra

Nossa primeira atitude na busca de força em tempos de turbulência é apegar-se ao poder da Palavra de Deus. Devemos confiar na Palavra. Desde que ela foi efetiva na experiência de Jesus e Seus discípulos, também será realidade para nós. “Não temas, porque Eu sou contigo; não te assombres, porque Eu sou o teu Deus; Eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a Minha destra fiel” (Is 41:10).

Todas as dificuldades que enfrentamos hoje demandam intervenção e solução divinas. Devemos aplicar a mensagem de Isaías especialmente a situações que eventualmente enfrentaremos no futuro, considerando o aumento da violência no mundo. Ao tentar Jesus, propondo que o Mestre Se atirasse do pináculo do templo, o inimigo argumentou que os anjos O livrariam da morte violenta. Porém, em Sua defesa, Cristo citou o que diz a Palavra de Deus: “Não tentarás o Senhor, teu Deus” (Lc 4:12). Agir por fé na Palavra de Deus é virtude; mas agir por presunção é pecado.

Posteriormente, Jesus foi à sinagoga em Nazaré, num sábado, para adorar. Tomando o livro do profeta Isaías, leu palavras relacionadas ao Seu papel messiânico (Is 61:1, 2). A congregação irou-se contra a interpretação dada ao texto e decidiu matá-Lo, expulsando-O da cidade e levando-O “até ao cimo do monte sobre o qual estava edificada, para, de lá, O precipitarem abaixo” (Lc 4:29). Indiferente, Jesus retirou-Se e seguiu tranqüilamente Seu caminho para o compromisso seguinte.

A Palavra que Lhe deu confiança para aquela situação foi a mesma que o inimigo citou, de modo incompleto, quando propôs que Ele Se atirasse do pináculo do templo: “Porque aos Seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra” (SI 91:11,12). A Palavra de Deus funciona no tempo certo em toda situação. Embora a intervenção divina pareça tardar, jamais devemos perder a esperança: “se tardar, espera-O, porque, certamente, virá, não tardará” (Hc 2:3).

Jeová Shamah

Acaso, você vive cercado por algum conflito? Deus prometeu ser sua defesa: “O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio” (SI 91:1,2). Que dizer se você for colocado sob a mira de armas, como aconteceu comigo várias vezes? Ao Seus anjos dará ordens a teu respeito para que te guardem em todos os teus caminhos” O Salmo 91 é um presente de Deus para nós, Seus filhos, enquanto enfrentamos dificuldades e provas na jornada terrestre.

Tem você convivido comum cônjuge colérico, pais intolerantes, ou chefes autoritários que ofendem vez após vez? Aqui está a promessa do Senhor para você: “Mas agora, assim diz o Senhor, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque Eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és Meu. Quando passares pelas águas, Eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti” (Is 43:1,2). Embora nem sempre as circunstâncias sejam alteradas, o Senhor promete estar presente no meio do fogo ou da água. Pergunte sobre a veracidade dessa promessa a Sadraque, Mesaque e Abedenego, que permaneceram firmes, em lealdade a Deus e em desafio à ordem do rei Nabucodonosor para adorarem a imagem de ouro.

Minha absoluta confiança está no poder e presença do Todo-poderoso. Ele é Jeová Shamah, o Senhor que está presente (Ez 48:35). Enquanto medito nas grandes coisas que Ele fez por mim no passado, escolho acreditar em Sua direção no futuro, certo de que tudo será para Sua glória e meu bem-estar.

Texto de autoria de Israel Bamidele Olaore, pastor e líder de Desenvolvimento Espiritual na Universidade Babcock, Nigéria. Publicado na Revista Adventista de Outubro/2008.

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

Verifique também

Breve reflexão sobre a pena de morte

Eu ainda não sentei para escrever algo abrangente sobre pena de morte. Mas aqui vai …

Bandido bom é bandido morto?

“Bandido bom é bandido morto”. Esse jargão popular muitas vezes é criticado como anticristão. Se …

Adoração – A Última Prova

Está em operação um sistema de culto e adoração paralelo ao sistema de adoração a …

Deixe uma resposta

×

Sejam Bem Vindos!

Sejam bem Vindo ao Portal Weleson Fernandes !  Deixe um recado, assim que possível irei retornar

×