O capítulo 17 de II Reis tem 41 versículos, mas apenas dois descrevem o ímpio reinado do último rei das tribos do norte, Oseias (versos 1 e 2), enquanto quatro narram a queda de Samaria sob o domínio assírio (versos 3-6).
Todos os demais versos se referem às causas do cativeiro de Israel e da perda de sua identidade em consequência da deportação. Os versos 7 e 8 começam a explicar a causa do cativeiro com estas palavras:
Tal sucedeu porque os filhos de Israel pecaram contra o Senhor, seu Deus, que os fizera subir da terra do Egito, de debaixo da mão de Faraó, rei do Egito; e temeram a outros deuses. Andaram nos estatutos das nações que o Senhor lançara de diante dos filhos de Israel e nos costumes estabelecidos pelos reis de Israel.
Sobre o verso 8, o Comentário Bíblico Adventista, Volume 2, p. 1043, diz o seguinte (ênfases minhas):
Os povos nativos de Canaã foram lançados fora da presença dos israelitas por causa de seus costumes abomináveis e de práticas imorais. Os israelitas não poderiam mostrar maior estupidez do que seguir as mesmas práticas. Os antigos habitantes da Palestina foram condenados por causa de seus maus caminhos, e da mesma forma, os israelitas.
Os governantes de Israel foram responsáveis por levar o povo ao pecado. Eles introduziram e encorajaram a adoração de falsos deuses como Baal e afastaram o povo da adoração a Yahweh, levando-os para as formas corruptas de adoração. No entanto, o povo não estava sem culpa. As pessoas são responsáveis, individualmente, por seus atos. A transgressão do líder não desculpa seus seguidores de adotar o mesmo rumo pecaminoso.
Os israelitas dependiam da instrução oral. As cópias da lei eram raras e poucos tinham o privilégio de ter em seu lar as Sagradas Escrituras. As pessoas recebiam instrução sobre a vontade de Deus por meio dos sacerdotes e de outros líderes religiosos. Se os principais instrutores ensinassem e praticassem o pecado, o resultado natural era que os seguidores trilhassem o mesmo caminho. A maioria dos israelitas perdeu a experiência religiosa pessoal. A religião das massas consistia em seguir um sistema de adoração imposto por uma autoridade superior.
A situação é totalmente diferente hoje. Cópias da Bíblia estão disponíveis por todo o mundo. As pessoas não são mais dependentes, como no passado, da instrução de outras pessoas para descobrir a vontade de Deus. Elas são exortadas a conhecer a verdade por si mesmas e aconselhadas a não aceitar um ensino sem fazer pesquisa pessoal e encontrar apoio nas Escrituras. Apesar da nova situação, muitos ainda determinam sua conduta pelas crenças e práticas daqueles que consideram como seus líderes religiosos. Isso é um grande perigo. Os que seguem o critério humano, o fazem por sua própria conta e risco. Caso se percam, estarão sem desculpas.
Por outro lado, os responsáveis por desviá-los também foram culpados diante de Deus. Em vista da tendência das pessoas a imitá-los, os líderes são responsáveis por tornar sua vida um exemplo em todos os sentidos, ao mesmo tempo em que estimulam a todos para buscar uma experiência pessoal e a seguir o único modelo perfeito: Jesus Cristo.
Fonte: Três Mensagens