a revolver on a black bible

Cristianismo desarmamentista? Mais uma nuttelice teológica!

Caminhando por uma rua escura, você escuta gritos. Uma mulher está prestes a ser estuprada. Em um ato de coragem, o ímpeto de salvar uma vida lhe move a ação. Mesmo sem treinamento e habilidades, você entra em luta corporal. Depois de algum tempo, usando a arma do criminoso, que resistiu, o mata.

Esse é um relato hipotético, mas muito próximo de nossa realidade. Apesar de trágico, ele teve um final feliz. O saldo foi de duas vidas poupadas. Sangue inocente nenhum foi derramado.

Entretanto, há quem vá discordar disso. E entre eles há cristãos que arrotam erudição teológica tão profunda quanto uma poça. São os mesmos que, agora, questionam as convicções dos crentes que comemoram a flexibilização da posse de armas.

Em tese, dizem estar cumprindo o mandamento de amar ao próximo. Na realidade, saem em defesa do criminoso, seguindo um agenda nefasta de proteção do assassino. Tudo isso, é claro, envernizado de profunda piedade.

Ao supostamente defender a vida, eles parecem não dimensionar o amor que empenham. John Enson os classificou bem ao dizer que “embora não ativamente agressores, implicitamente aprovam a violência através de sua passividade. Não agir foi, em si, uma ação; decidir não tomar partido significou ficar do lado dos assassinos” (Sangue Inocente: qual o papel do cristão frente à opressão e à violência, p. 59).

Não entendem que fazer valer o “não matarás” vai além de deixar de matar, legitimando inclusive uma possível reação proporcional contra o criminoso que atenta conta a vida de outro. A legítima defesa de terceiros, mais do que uma excludente de ilicitude na seara o Direito Penal, é clara manifestação de hombridade e, para os cristãos, um dever espiritual na manifestação do amor.

Em outras palavras, impedir o derramamento de sangue inocente pode exigir o derramamento de sangue culpado. “O amor faz mais que lamentar o assassinato de alguém. Ele detém por meio de todo esforço prático […] Em certas ocasiões, amar o próximo será algo que tomará conta de mim, e talvez até poderá exigir que eu ajude a impedir que alguém seja assassinado” (Idem, p. 16 e 17). O uso legítimo da violência poderá neutralizar a força implacável da vileza.

Há amor ao próximo e obediência a lei de Deus quando se age pela preservação da vida. A passividade em situações como essa é abjeta, um desrespeito ao sexto mandamento. Amar o próximo exige medidas efetivas que o protejam, sedo admissível, portanto, a posse ou porte de armas.

B. F. Snook, proeminente pioneiro adventista, esboçou durante o século 19 um comentário conveniente para o cenário atual. Disse ele: “Deus jamais disse que devemos ficar quietos e ser assassinados, ou ver nossas famílias massacradas pelas mãos cruéis de rebeldes provamos e ímpios”.

O cristianismo Nutella é tão pernicioso, tão absurdo, que na defesa do amor ao próximo coloca a vida inocente abaixo da de seu algoz.

Por Davi Boechat

Fonte: Reação Adventista


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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