Deus Se revela de várias maneiras

“Muitas vezes e de modos diversos falou Deus” (Hb 1:1, BJ)

Jesus enalteceu a fé dos que não precisam ver para crer, mas não recriminou aqueles que, como Tomé, precisam de algo mais.

À medida que o tempo avança para seu fim e as pessoas transitam confusas entre o relativismo pós-moderno e o pensamento secular, vai se cumprindo a profecia de que a fé (genuína) seria artigo raro (cf. Lc 18:8). Neste mundo carente de referenciais seguros, duvidoso quanto à existência da verdade absoluta (para muitos, só existe uma verdade absoluta: a de que não existem verdades absolutas!), Deus tem sido misericordioso e, como fez com Tomé, está revelando evidências mais que suficientes de que Ele continua conosco e de que Suas promessas são certas.

Deus Se revela. É isso que Ele nos garante em Sua Palavra: “Há coisas que não sabemos, e elas pertencem ao Senhor, nosso Deus; mas o que Ele revelou…, é para nós e para os nossos descendentes” (Dt 29:29, NTLH). É verdade que Deus é infinito, todo-poderoso e, por isso mesmo, difícil de ser compreendido plenamente pelos seres humanos caídos. Por isso, Ele tem que falar de “muitas maneiras” (Hb 1:1). Veremos quatro delas a seguir; três presentes e uma futura.

1. Revelação natural

“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o Seu eterno poder, como também a Sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens [incrédulos] são, por isso, indesculpáveis” (Rm 1:20).

Em 9 de outubro de 2009, a matéria de capa da revista Science destacou a incrível arquitetura do genoma e a capacidade que o DNA tem de armazenar quantidade formidável de informações que supera em muito os maiores computadores conhecidos.

“Nós sabemos há muito tempo que o DNA, em pequena escala, tem o formato de espiral dupla”, disse o pesquisador Erez Lieberman-Aiden. “Mas se a espiral dupla não se dobrasse, o genoma de cada célula teria dois metros de comprimento. Os cientistas de fato não entendiam como a espiral dupla se dobra para caber no núcleo de uma célula humana, que tem cerca de um centésimo de milímetro de diâmetro.”

O genoma adota uma organização muito incomum, conhecida como fractal. A arquitetura específica que os cientistas encontraram, chamada “glóbulo fractal”, permite que a célula empacote o DNA em um formato incrivelmente denso – a densidade de informações alcançada é trilhões de vezes mais alta do que a encontrada na memória de um computador!

E isso sem permitir que o genoma se embarace ou dê nós, o que inviabilizaria o acesso da célula ao seu próprio genoma. Além disso, o DNA pode facilmente ser desdobrado e novamente dobrado durante os processos de ativação genética, repressão genética e replicação celular.

No livro Signature in the Cell (Assinatura na Célula), o Dr. Stephen Meyer mostra que o código digital embutido no DNA aponta poderosamente para o design inteligente e ajuda a desemaranhar o mistério que Darwin não conseguiu: Como a primeira forma de vida surgiu? As pesquisas do Dr. Meyer mostram que as novas descobertas científicas estão apontando para o design inteligente como a melhor explicação para a complexidade da vida e do Universo.

Origem do sexo e o milagre chamado homeobox – Em seu livro Crer Para Ver (Editora Textus), Ken Taylor aponta uma das grandes dificuldades para o modelo darwinista: a explicação para a origem dos sexos: “Parece ser muito mais fácil acreditar em um Deus que criou homem e mulher do que em uma mutação simultânea que produziu um macho e uma fêmea humanos da mesma geração, em um mesmo local.” Como explicar que mutações aleatórias tivessem dado origem aos complexos órgãos sexuais que, apesar de totalmente diferentes, são perfeitamente compatíveis, capazes de gerar um novo ser? Mas, quando o assunto é genética, a coisa fica ainda pior para os que sustentam o pensamento darwinista-naturalista…

Na matéria “Genética não é destino”, a revista Veja de 22 de abril de 2009 aponta outra maravilha relacionada à reprodução: “Embora bastante investigados, os mecanismos que levam à concepção de um ser humano ainda guardam mistérios para a ciência. Durante os nove meses de gestação, o zigoto – célula única que resulta da fecundação do óvulo pelo espermatozoide – se divide paulatinamente até se transformar nos 100 trilhões de células que formam os 220 tipos de tecido do corpo humano. O que ainda intriga os cientistas é como essa divisão se dá de modo tão organizado que o resultado é um bebê com dois olhos, dois ouvidos, dois braços, duas pernas – tudo sempre no mesmo lugar e distribuído de forma simétrica. O que impede que um zigoto produza aleatoriamente um ser com pés nos ombros e nariz no umbigo? Essa é uma das questões centrais da embriologia, ramo científico que estuda o desenvolvimento fetal.”

Uma das descobertas recentes relacionadas a esse assunto foi a do gene controlador homeobox, que age acionando outros genes e garantindo seu correto funcionamento, produzindo órgãos diferenciados a partir das células iniciais iguais. O texto diz que “esses genes mantiveram-se praticamente intactos durante a evolução” e que “são eles que ensinam aos outros genes o caminho a seguir para dar continuidade às espécies e não deixam a receita da vida perder o caminho”.

A pergunta é: Como o homeobox surgiu? E até que isso acontecesse, não deveria ter ficado um rastro de anomalias no registro fóssil? Em vez disso, o que se percebe é a simetria, de alto a baixo da coluna geológica…

Complexidade do cérebro – No livro Como o Cérebro Funciona (Publifolha), John McCrone afirma que o cérebro humano “é o objeto mais complexo que o homem conhece. Dentro dessa massa aparentemente grosseira e disforme há o maior projeto de design já visto”.

McCrone prossegue: “Um cérebro humano tem aproximadamente 100 bilhões de neurônios, células nervosas cerebrais. Cada um desses neurônios pode fazer entre mil e várias centenas de milhares de sinapses. Uma sinapse é a junção entre dois neurônios. Logo, seu cérebro é capaz de produzir cerca de 1.000 trilhões de conexões. […] Estamos apenas começando a decifrar o cérebro, um órgão extremamente complexo. […] Se a substância branca de um único cérebro humano fosse desenrolada, formaria um cordão longo o suficiente para dar duas voltas ao redor do globo terrestre. Então, imagine só… Tudo isso, os neurônios e as suas conexões, as células de apoio, o cabeamento, fica emaranhado dentro de seu crânio.”

Davi não conhecia todos os detalhes de complexidade biológica revelados pela ciência moderna, mas foi capaz de dizer a Deus: “Graças Te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as Tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (S1 139:14).

Davi tem toda razão: as obras criadas apontam para o Criador. O design inteligente aponta para o Designer superinteligente.

2. Revelação escrita

Como vimos, a criação revela o design inteligente que aponta para o Designer. Mostra as digitais do Criador, mas não diz muito a respeito do caráter, dos sentimentos e propósitos desse Criador. Por isso, Ele resolveu tornar esses aspectos mais claros e permanentes na forma de um livro divino-humano, escrito por pessoas escolhidas, mas inspirado pelo Espírito Santo.

O conceituado escritor Moacyr Scliar, em artigo publicado na revista Biblioteca Entre Livros (Editora Duetto), em maio de 2008, se admira: “O que dizer de um livro que está traduzido em 2.167 idiomas e dialetos, que, no último século, teve edições totalizando mais de 2 bilhões de exemplares, está ao alcance de 85% da humanidade e é lido há cerca de 3 mil anos? Que tal coisa não existe, responderia um editor incrédulo (sobretudo em editor brasileiro, acostumado a pequenas tiragens). Mas existe, sim. Esse livro é a Bíblia, que merece, com justiça, o título de maior best-seller de todos os tempos. […] Como se explica que um livro que começou a ser escrito há quase três mil anos, ainda tenha tantos, e às vezes tão importantes, leitores? Essa pergunta é mais significativa quando se considera que os textos envelhecem. Mas a Bíblia é uma exceção. Trata-se de um livro eminentemente legível, mesmo em tradução, e mesmo nos dias atuais, uma fonte de sabedoria e ensinamento até para pessoas não religiosas.”

Uma área de estudos que tem demonstrado a veracidade das Escrituras é a Arqueologia. Apenas um exemplo entre inúmeros:

O livro do profeta Daniel, no capítulo 5, menciona que o rei de Babilônia em 539 a.C. era Belsazar. Mas a história oficial afirmava que esse homem nem sequer havia existido. “Para vexação de tais críticos, W. Fox Talbot publicou em 1861 a tradução de uma oração – escrita em caracteres cuneiformes – proferida pelo rei Nabonidus, na qual ele pede aos deuses que abençoem seu filho Belsazar!” (II. Fox Talbot, “Translation of Some Assyrian Inscriptions”, Journal of the Royal Asiatic Society 18 [18611:195 – citado por C. Mervyn Maxwell, no livro Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel, p. 91).

Os críticos, então, aceitaram a existência de Belsazar, mas em sua resistência contra a Palavra de Deus, alguns deles continuaram insistindo em declarar que Belsazar jamais fora identificado como rei, fora da Bíblia. Até que, em 1924, foi traduzido e publicado o Poema de Nabonidus (Tablete n° 38.299 do Museu Britânico) por Sidney Smith. Esse documento histórico oficial atesta que Nabonidus deixou Babilônia e se dirigiu a Tema, e no trono deixou quem? Belsazar!

Para vergonha dos críticos, uma vez mais o relato bíblico foi confirmado. Daniel vivia na corte de Babilônia e estava familiarizado com esse costume de o filho assumir o cargo do pai quando este saía em excursões militares. Portanto, “em instância após instância quando se destacava a inexatidão histórica como sendo prova da autoria tardia e espúria dos documentos bíblicos, o relatório dos hebreus tem sido vindicado pelos resultados das escavações recentes, e comprovou-se que os juízos zombeteiros dos documentaristas carecem de fundamento” (Gleason L. Archer Jr., Merece Confiança o Antigo Testamento, p. 183, 184).

Por isso (e muito mais), podemos crer na Bíblia, que diz de si mesma: “Toda a Escritura é inspirada por Deus” (2Tm 3:16).

3. Revelação pessoal

Jesus Cristo é “a imagem do Deus invisível” (Cl 1:15). Ele assumiu a forma humana para transpor a barreira entre o divino e o humano e Se relacionar de perto com Suas criaturas. Por isso, Jesus é Emanuel, “Deus conosco” (Mt 1:23).

Deus caminhou entre nós! Sentiu fome e sede. Experimentou perseguição e abandono. E, finalmente, sem pecado, morreu como malfeitor a fim de que pudesse oferecer vida eterna aos que mereciam a morte eterna. Mas não para aí. Ele ressuscitou e está vivo! Mas Jesus ressuscitou mesmo?

Em seu livro O Jesus Que Eu Nunca Conheci (Editora Vida), o jornalista Philip Yancey apresenta algumas razões que nos fazem crer nesse evento espetacular. Destaco duas:

Mulheres foram as primeiras testemunhas da ressurreição, fato que nenhum conspirador do primeiro século teria inventado. Os tribunais judeus nem mesmo aceitavam o testemunho de mulheres. Uma cobertura deliberada teria destacado Pedro ou João, ou, melhor ainda, Nicodemos. Considerando que os evangelhos foram escritos décadas após os acontecimentos, os autores tiveram tempo para corrigir tal anomalia – a não ser, naturalmente, que não estivessem criando uma lenda, mas registrando os fatos como eram.

Uma conspiração também teria ajeitado as histórias das primeiras testemunhas. Havia duas figuras vestidas de branco ou apenas uma? Por que Maria Madalena confundiu Jesus com um jardineiro? Ela estava sozinha ou com Salomé e a outra Maria? Conspiradores poderiam ter feito um trabalho mais ordeiro que descrevesse o que mais tarde proclamariam ser o acontecimento mais
importante da história.

E mais: “Naturalmente, havia uma verdadeira conspiração posta em movimento não pelos discípulos de Jesus, mas pelas autoridades que tiveram que lidar com o embaraçoso fato da sepultura vazia. Elas poderiam ter dado um basta a todos os loucos rumores acerca de uma ressurreição simplesmente apontando para uma sepultura selada ou apresentando um corpo. Mas o selo fora quebrado e o corpo havia desaparecido; por isso, houve a necessidade de uma conspiração oficial. […] Certamente, os discípulos não dariam a vida por amor a uma teoria de conspiração remendada. Seria mais fácil e mais natural honrar um Jesus morto como um dos mártires-profetas cujas sepulturas eram tão veneradas pelos judeus.”

Jesus disse de Si mesmo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim” (Jo 14:6). E João registrou: “No princípio era o Verbo [Logos], e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dEle. […] E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória, glória como do Unigênito do Pai” (Jo 1:1-3, 14).

“O brilho do ‘conhecimento da glória de Deus’ vê-se ‘na face de Jesus Cristo’. Desde os dias da eternidade o Senhor Jesus Cristo era um com o Pai; era a ‘imagem de Deus’, a imagem de Sua grandeza e majestade, ‘o resplendor de Sua glória’. Foi para manifestar essa glória que Ele veio ao mundo. Veio à Terra entenebrecida pelo pecado, para revelar a luz do amor de Deus, para ser ‘Deus conosco’. […] Desde que Cristo veio habitar entre nós, sabemos que Deus está relacionado com as nossas provações, e Se compadece de nossas dores. Todo filho e filha de Adão pode compreender que nosso Criador é o amigo dos pecadores. Pois em toda doutrina de graça, toda promessa de alegria, todo ato de amor, toda atração divina apresentada na vida do Salvador na Terra, vemos ‘Deus conosco’ (Mt 1:23)” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 19, 24).

4. Revelação plena

Jesus Cristo é vida e todos os que O recebem têm a promessa da vida eterna. Quando formos para o Céu, “todos os tesouros do Universo estarão abertos ao estudo dos remidos de Deus. Com indizível deleite os filhos da Terra entram de posse da alegria e sabedoria dos seres não caídos. Participam dos tesouros do saber e entendimento adquiridos durante séculos e séculos, na contemplação da obra de Deus. E ao transcorrerem os anos da eternidade, trarão mais e mais abundantes e gloriosas revelações de Deus e de Cristo” (Ellen G. White, Educação, p. 307).

E o mais importante e maravilhoso: “Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povo de Deus, e Deus mesmo estará com eles” (Ap 21:3).

Habitando a Terra recriada e libertos das maiores limitações humanas – o pecado e a mortalidade – seremos capazes de contemplar o Criador face a face e vislumbrar dimensões até então inimagináveis. Poderemos obter respostas às nossas mais profundas inquietações – com o próprio Criador do Universo que utilizou diversas maneiras para Se revelar, simplesmente porque nos ama e antecipava com grande alegria esse momento do reencontro!

O que você vai fazer com isso? – Uma coisa é certa: ou toda essa história (a revelação de Deus) é o maior embuste de todos os tempos – afinal, Jesus dizia ser Deus e os autores bíblicos dizem falar em nome dEle – ou tudo isso é a pura verdade. Meio termo aqui é impossível. Jesus não pode ser encarado como simplesmente um mestre, filósofo ou sábio. Não! Um homem sábio jamais se faria igual a Deus nem diria ser ele o caminho, a verdade e a vida. Se não fosse Deus, seria um louco e deveria ser desprezado. Ou aceitamos Jesus como Deus, ou O abandonamos!

Com a Bíblia ocorre o mesmo: ou ela é a Palavra de Deus, como de fato afirma ser, ou é uma grande coleção de “lorotas”. Mais: ou seus autores estavam sinceramente enganados, pensando ter ouvido a voz de Deus, ou planejaram tudo para enganar as pessoas. Ou, então, ela é verdadeiramente a Palavra de Deus. Não tem como ficar em cima do muro, considerando a Bíblia um livro de sabedoria ou de histórias.

Deus Se revelou. O que você fará com essa revelação?

Texto de autoria de Michelson Borges, editor associado de livros na Casa Publicadora Brasileira. Publicado na RA de Set/2011.

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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