A ofensa de um ideal

Na última postagem eu dizia que a juventude só poderá se erguer quando ela tiver um parâmetro para seguir. É necessário o restabelecimento da Lei. A Lei configurada na vida das Grandes Obras e dos Grandes Homens tem o poder de inspirar os jovens, convencê-los do que necessitam e acender nos seus corações a chama do ânimo.

Nossos jovens estão morrendo de inanição. Eles não têm mais vida, porque a Vida perdeu-se no relativismo moderno. O Relativismo diz “Não há padrão”, se não há padrão não há meta, se não há meta não há aventura. Todo herói vira herói por estar numa aventura e toda aventura é aventura porque o herói precisa terminar uma missão. Só há aventura, onde há missão. E só há missão onde há Lei. A Lei cria heróis e cria aventura.

Não consigo ver algo mais necessário que inspirar nos jovens a crença de que a vida é uma aventura, através do restabelecimento de parâmetros elevados. A primeira coisa que devemos fazer é isto: elevar o padrão. Quem determina quem o jovem deve ser e o que deve fazer não é o momento, não é o mundo pós-moderno, não são seus pais, é a Lei de Deus.

Restabelecer o valor da Lei de Deus, contudo, levará automaticamente os jovens a perceberem quem são. Nossa geração é a mais fútil que já existiu. Leonard Ravenhil estava certo ao declarar que somos a geração que encherá o inferno. Somos os piores. Temos mais chances, mais possibilidades, e somos os menos capacitados. Temos a educação mais democrática e menos enaltecedora.

Nunca talvez existiu um tempo que buscasse tanto o conformismo, a não ofensa. Mas é disso que precisamos. Se queremos sair desse mundo inconstante e indeciso que é a pós-modernidade, devemos reavivar o espírito de ofensa. Todos precisamos ser ofendidos pela verdade de nossa mediocridade.

Nossos jovens são ridículos. Nunca se ouviu tanto sobre “novos meios de se pregar a Verdade para a pós-modernidade” e nunca se compreendeu tão pouco que Verdade é essa. Nunca tivemos tanto respeito pela opinião dos jovens, e nunca os jovens se afastaram tanto de nós com espírito de superioridade ímpar. O grande problema de dizer aos jovens que eles são bons, é que eles realmente acreditarão nisso. E aquilo que era elogio educado se torna afago permissivo.

Eu realmente gostaria de escrever um elogio aos jovens de nosso país. Mas o que poderia dizer? Somos os mais incultos, os mais irreverentes, os mais despreocupados, os mais sensíveis e (pasmem!) os mais apaixonados. Mas – é preciso dizer – paixão não denota seriedade.

O quadro que retrata com clareza nossa juventude é a do bebê inconsciente no seu berço que de repente chora e grita procurando sua mãe. Ninguém negará que há certa vivacidade e paixão naquela busca desesperada. Mas ninguém afirmará que há mais do que desejo egoísta.

Obviamente que em uma criança, o egoísmo se justifica pela necessidade de sobrevivência; enquanto que em nos nossos jovens, é simples resultado de uma criação mimada. Nossos jovens são mimados, nós somos permissivos. E por isso não podemos esquecer: precisamos do aviltante, mas maravilhoso chacoalhar das ofensas dos Grandes Homens.

É a lição dos profetas bíblicos: se o povo não ouve, seja dramático. Talvez nenhuma outra seção bíblica seja tão impactante e dramática. Isaías, Jeremias, Ezequiel são todos trovões a iluminarem nossa visão com um abençoado susto ofensivo. Em nossa época de mimimis e aplausos falsos, nós, jovens, precisamos ser atingidos pela verdade de que estamos muito aquém do esperado; e nossos pais precisam se dar conta de que causaram tudo isso.

É aqui que se ressalta o valor da História. Só haverá uma elevação dessa juventude quando a história do nosso passado for exaltada. Guilherme Miller, Thiago White, J. N. Andrews, José Bates, todos esses são homens que precisam ser exaltados perante a nossa juventude. Só haverá futuro para nossa geração se formos julgados pela vida dos heróis bíblicos e dos nossos pioneiros. Não há disciplina mais importante para a nossa geração que a História.

Além disso, deve ser reerguida a noção de Alta Cultura. Essa coisa de música pop, de literatura pop, tem que findar. Deve existir um senso de proporções (como explicado por Olavo de Carvalho). Nossos jovens devem ser educados com as melhores músicas, a melhor literatura, com a melhor educação. Essa coisa de ficar lendo texto de receita em sala de aula, de ficar ouvindo Chico Buarque como se fosse Camões, tem que acabar. Pichação não é arte. Grafite não é arte. Arte é Camões, Fernando Pessoa, Beethoven e Bach. E o gosto de nossos jovens deve ser moldados por essa cultura, e não pelo pop.

Creio que isso se resume no conceito de guerra cultural. Estamos em Guerra Cultural e o pop está vencendo. Ou decidimos vencer o pop com uma cultura cristã elevada, ou os jovens continuarão se maravilhando com a cultura mundana.

Isso tudo é ofensivo? Ótimo. Não estás longe da verdade.

Por Patrike Wauker

Fonte: Reação Adventista

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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